A discussão em torno da sucessão de Wolfgang Wagner, neto de Richard Wagner, na direção do célebre Festival de Bayreuth, converteu-se numa verdadeira guerra interna entre os descendentes do compositor. O nome do sucessor deverá ser determinado no dia cinco de junho, mas Wolfgang Wagner, 81 anos, negou-se a definir uma data em que deixaria o cargo. Muita gente influente no festival o apoia, e considera que a designação de quem será nomeado não faz sentido atualmente. O próprio Wagner assegura que a decisão que tomará o Conselho da Fundação Bayreuth não é mais que uma "farsa", e que o órgão se antecipou em qualificar a designação de seu sucessor como "ilegítima", provavelmente por temer que sua candidata - sua segunda esposa, Gudrun Wagner - não consiga se impor como diretora. Segundo informações extra-oficiais, uma filha do primeiro casamento do atual diretor, Eva Wagner-Pasquier, é a candidata com mais possibilidade de ser designada sucessora. A candidatura de Eva teria surgido, inicialmente, como uma forma para tentar atenuar as asperezas entre duas frentes que parecem irreconciliáveis: a referente à Wolfgang Wagner e sua esposa, e outra que apoia sua sobrinha, Nike Wagner. Nike Wagner é filha de Wieland Wagner, irmão e antecessor de Wolfgang, com quem nunca teve uma boa relação, e que nos últimos anos tem criticado em repetidas ocasiões a gestão de seu tio a frente do Festival de Bayreuth. A oposição a Wolfgang Wagner começou há quase quinze anos, quando se começou a pedir sua retirada, parte por motivo de idade e parte por considerar que pela sua direção haviam desaparecido os impulsos inovadores que caracterizavam a Bayreuth desde a morte de seu irmão, ocorrida en 1966. Desde então, o diretor tem recebido ataques permanentes, não só de sua sobrinha Nike, mas também de seu filho Gottfried, que além de acusar seu pai de manipular Bayreuth como um ditador, tem escrito uma polêmica autobiografia na qual lava roupa suja praticamente com toda sua família. As disputas interiores da família Wagner tem gerado preocupação entre muitos artistas amigos de Bayreuth, como o diretor cênico Jorgen Flimm. Flimm, que estreará este ano um novo cenário no espetáculo O anel dos Nibelungos, pediu ao primeiro ministro da Baviera, Edmund Stoiber, e ao ministro de Cultura, Michael Naumann, que sirvam como mediadores na disputa pela sucessão para evitar que ?o Festival mais importante da Alemanha sucumba diante das brigas e intrigas".
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