Família de João Gilberto contesta laudo encomendado por gravadora


Parentes do músico, que morreu no início do mês, veem falhas no relatório pericial

Por Marcio Dolzan

Uma disputa judicial de mais de duas décadas que colocou em lados opostos o músico João Gilberto e a gravadora EMI, que pertence a Universal Music, ganhou um novo capítulo este mês. Condenada em 2015 a pagar mais de R$ 170 milhões ao artista por direitos autorais, a empresa recorreu e viu o valor da causa agora ser reduzido para cerca de R$ 13 milhões. A família do músico, que morreu no início deste mês, contesta a redução e vê falhas na perícia.

João Gilberto entrou na Justiça contra a gravadora no início dos anos 1990 após a EMI relançar, em 1988, alguns de seus discos sem autorização. O músico ainda apontou que a gravadora fez alterações técnicas que não condiziam com sua obra – ele sempre foi reconhecido pela preocupação com os detalhes.

Músico. Família acusa Universalde reduzir R$ 200 mi Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO – 24/8/2008
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Após muitas idas e vindas aos tribunais, o cantor teve seu pleito reconhecido pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) em 2015. À época, a perícia encomendada pela Justiça apontou que João Gilberto teria direito a uma indenização de cerca de R$ 172 milhões, valor que, atualizado chegaria hoje a quase R$ 220 milhões. O montante era referente a 18% sobre o valor da venda de seus discos ao longo das décadas, além de 6% de dano moral. “O João Gilberto tinha informações, dados e documentações que foram juntados aos autos e serviram como base para o primeiro laudo. São vendas da vida inteira dele, então dá para se imaginar (quanto representa) 24% de tudo o que ele vendeu”, disse ao Estado Michel Asseff Filho, um dos advogados que representa o músico – a causa agora está com os herdeiros.

O artista aguardava apenas a execução da sentença para receber o que a Justiça havia determinado, mas uma nova perícia fez o valor da dívida da gravadora despencar. Segundo os novos cálculos, o valor correto seria de pouco mais de R$ 13 milhões. “Esse novo laudo de fato a família do João Gilberto não consegue compreender”, afirmou Asseff Filho, que declarou ainda não saber em que ele foi baseado. “Essa pergunta tem que ser feita ao perito, e vamos ver como ele vai explicar. O primeiro laudo foi baseado em documentação que está nos autos, e que é isso que o João Gilberto sempre entendeu que era devido.”

A suspeita dos advogados é de que a perícia apresentada à Justiça tenha sido feita por técnicos da própria gravadora, sendo apenas assinada pelo perito contratado. A defesa teria detectado isso a partir da análise do material fornecido pelo investigador à Justiça. “Essa informação foi observada no próprio pen-drive que o perito deixou no cartório da 1ª Vara Empresarial, que deveriam contar com os anexos do laudo físico que ele apresentou”, explicou Michel Asseff Filho. Procurada pelo Estado desde a segunda, 29, a Universal Music não se manifestou.

Uma disputa judicial de mais de duas décadas que colocou em lados opostos o músico João Gilberto e a gravadora EMI, que pertence a Universal Music, ganhou um novo capítulo este mês. Condenada em 2015 a pagar mais de R$ 170 milhões ao artista por direitos autorais, a empresa recorreu e viu o valor da causa agora ser reduzido para cerca de R$ 13 milhões. A família do músico, que morreu no início deste mês, contesta a redução e vê falhas na perícia.

João Gilberto entrou na Justiça contra a gravadora no início dos anos 1990 após a EMI relançar, em 1988, alguns de seus discos sem autorização. O músico ainda apontou que a gravadora fez alterações técnicas que não condiziam com sua obra – ele sempre foi reconhecido pela preocupação com os detalhes.

Músico. Família acusa Universalde reduzir R$ 200 mi Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO – 24/8/2008

Após muitas idas e vindas aos tribunais, o cantor teve seu pleito reconhecido pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) em 2015. À época, a perícia encomendada pela Justiça apontou que João Gilberto teria direito a uma indenização de cerca de R$ 172 milhões, valor que, atualizado chegaria hoje a quase R$ 220 milhões. O montante era referente a 18% sobre o valor da venda de seus discos ao longo das décadas, além de 6% de dano moral. “O João Gilberto tinha informações, dados e documentações que foram juntados aos autos e serviram como base para o primeiro laudo. São vendas da vida inteira dele, então dá para se imaginar (quanto representa) 24% de tudo o que ele vendeu”, disse ao Estado Michel Asseff Filho, um dos advogados que representa o músico – a causa agora está com os herdeiros.

O artista aguardava apenas a execução da sentença para receber o que a Justiça havia determinado, mas uma nova perícia fez o valor da dívida da gravadora despencar. Segundo os novos cálculos, o valor correto seria de pouco mais de R$ 13 milhões. “Esse novo laudo de fato a família do João Gilberto não consegue compreender”, afirmou Asseff Filho, que declarou ainda não saber em que ele foi baseado. “Essa pergunta tem que ser feita ao perito, e vamos ver como ele vai explicar. O primeiro laudo foi baseado em documentação que está nos autos, e que é isso que o João Gilberto sempre entendeu que era devido.”

A suspeita dos advogados é de que a perícia apresentada à Justiça tenha sido feita por técnicos da própria gravadora, sendo apenas assinada pelo perito contratado. A defesa teria detectado isso a partir da análise do material fornecido pelo investigador à Justiça. “Essa informação foi observada no próprio pen-drive que o perito deixou no cartório da 1ª Vara Empresarial, que deveriam contar com os anexos do laudo físico que ele apresentou”, explicou Michel Asseff Filho. Procurada pelo Estado desde a segunda, 29, a Universal Music não se manifestou.

Uma disputa judicial de mais de duas décadas que colocou em lados opostos o músico João Gilberto e a gravadora EMI, que pertence a Universal Music, ganhou um novo capítulo este mês. Condenada em 2015 a pagar mais de R$ 170 milhões ao artista por direitos autorais, a empresa recorreu e viu o valor da causa agora ser reduzido para cerca de R$ 13 milhões. A família do músico, que morreu no início deste mês, contesta a redução e vê falhas na perícia.

João Gilberto entrou na Justiça contra a gravadora no início dos anos 1990 após a EMI relançar, em 1988, alguns de seus discos sem autorização. O músico ainda apontou que a gravadora fez alterações técnicas que não condiziam com sua obra – ele sempre foi reconhecido pela preocupação com os detalhes.

Músico. Família acusa Universalde reduzir R$ 200 mi Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO – 24/8/2008

Após muitas idas e vindas aos tribunais, o cantor teve seu pleito reconhecido pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) em 2015. À época, a perícia encomendada pela Justiça apontou que João Gilberto teria direito a uma indenização de cerca de R$ 172 milhões, valor que, atualizado chegaria hoje a quase R$ 220 milhões. O montante era referente a 18% sobre o valor da venda de seus discos ao longo das décadas, além de 6% de dano moral. “O João Gilberto tinha informações, dados e documentações que foram juntados aos autos e serviram como base para o primeiro laudo. São vendas da vida inteira dele, então dá para se imaginar (quanto representa) 24% de tudo o que ele vendeu”, disse ao Estado Michel Asseff Filho, um dos advogados que representa o músico – a causa agora está com os herdeiros.

O artista aguardava apenas a execução da sentença para receber o que a Justiça havia determinado, mas uma nova perícia fez o valor da dívida da gravadora despencar. Segundo os novos cálculos, o valor correto seria de pouco mais de R$ 13 milhões. “Esse novo laudo de fato a família do João Gilberto não consegue compreender”, afirmou Asseff Filho, que declarou ainda não saber em que ele foi baseado. “Essa pergunta tem que ser feita ao perito, e vamos ver como ele vai explicar. O primeiro laudo foi baseado em documentação que está nos autos, e que é isso que o João Gilberto sempre entendeu que era devido.”

A suspeita dos advogados é de que a perícia apresentada à Justiça tenha sido feita por técnicos da própria gravadora, sendo apenas assinada pelo perito contratado. A defesa teria detectado isso a partir da análise do material fornecido pelo investigador à Justiça. “Essa informação foi observada no próprio pen-drive que o perito deixou no cartório da 1ª Vara Empresarial, que deveriam contar com os anexos do laudo físico que ele apresentou”, explicou Michel Asseff Filho. Procurada pelo Estado desde a segunda, 29, a Universal Music não se manifestou.

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