Gaby Amarantos lança álbum Purakê, inspirado na Amazônia


Lançado hoje, 2, em todas as plataformas digitais, disco conta com participação de Liniker, Elza Soares e Ney Matogrosso

Por Ana Lourenço

Em um mundo com constantes mudanças, onde haters e fãs te observam pelas redes a cada passo – e não se seguram em dar opiniões controversas –, não há nada mais corajoso do que se manter autêntico. Orgulhar-se de suas origens é algo bonito de se ver em qualquer pessoa, e alguns artistas conseguem traduzir isso também em seus trabalhos. Em seu segundo álbum, Purakê, que chega às plataformas digitais nesta quinta, 2, Gaby Amarantos canta seu amor pelo Pará, sua terra natal, em formas de letra, ritmo e imagens. Durante entrevista em vídeo feita para o Estadão, a cantora conta como foi esse processo.

Raízes da cantora e natureza do Pará estão muito presentes nas canções Foto: Rodolfo Magalhães

“Eu queria falar desse amor em várias etapas: tem caos, tem natureza, tem renascimento e era muito importante eu poder mostrar a identidade visual dessas pessoas”, diz ela. Gaby conta que fez questão de colocar toda a riqueza da região em cada processo: a começar pela capa do álbum, na qual ela imita uma árvore, até parcerias com grandes nomes do tecnobrega. O nome do álbum, Purakê, também não foi escolhido por acaso: é uma alusão ao peixe amazonense poraquê, dotado de uma eletricidade natural que pode ser superior aos 500 volts e, em alguns casos, chegar aos 1.500 volts.

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“Lembro que, quando era eu pequena e estava chegando de barco na floresta, era muito lindo, porque as árvores estavam no mesmo plano. Aí meu avô apontava para a samaumeira, minha árvore preferida – para mim, é a presença de Deus na natureza –, e falava: ‘tá vendo, aquela ali é a árvore mágica. Se você fizer um pedido para ela, vai se realizar’. Lembro que fazia pedidos de querer ser artista e ser uma coisa colorida, uma coisa brilhosa, nem entendia direito o que era ser artista, mas imaginava ser uma coisa em que me tornei”, relembra. “Pisar nessa terra, saber o nome dos frutos, das árvores, ouvir o canto dos pássaros e saber identificar, toda essa experiência amazônica é muito rica. E a gente trouxe um pouquinho disso no Purakê.”

O processo criativo foi feito a bordo de um barco, em pleno Rio Tapajós, durante uma imersão criativa que a cantora, o produtor Jaloo, o guitarrista Lucas Estrela e o marido Gareth Jones, que também é o diretor criativo do trabalho, fizeram. “Foi um álbum pensado para a Amazônia, que nasceu no meio da Floresta Amazônica e que a gente realmente acredita que vai trazer para as pessoas essa experiência, para além do que a gente imagina ser, para poder refletir, chorar, cantar, ‘bater a raba’ e passar por esse turbilhão de emoções eletrizantes”, descreve.

Purakê surge quase dez anos depois de Treme (2012), primeiro álbum da cantora, que trazia a música Ex Mai Love na faixa dois e a deixou conhecida nacionalmente, depois de ter sido tema de abertura da novela das 19h Cheias de Charme, da Rede Globo. Enquanto no primeiro a maioria das músicas era dançante e com batidas fortes, o novo álbum também traz versões mais lentas, para refletir. “Acho que é um disco que vai representar bem toda a diversidade, pra gente parar de ver a Amazônia como uma coisa só. Eu quero propor refletir sobre essa Amazônia daqui a 50 anos. Onde vamos estar?”, indaga.

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Tudo começa com o que Gaby chama de “santíssima trindade musical”. Elza Soares, Dona Onete e Alcione se juntam a ela para cantar A Última Lágrima, primeira música do álbum a ser composta, que abriu caminho para novas parcerias. “Inicialmente, seria um disco solo, mas, quando ouvi a canção, pensei ‘cara, isso aqui é uma oração. A gente precisa de uma bênção para dizer que tudo vai dar certo’”, conta ela. Daí, se juntaram Liniker, Ney Matogrosso, Urias, Luedji Luna, Leona Vingativa, Viviane Batidão, entre outros.

Gaby Amarantos ao lado de Urias e Ney Matogrosso para o videoclipe da música 'Vênus em Escorpião' Foto: Rodolfo Magalhães

O próprio produtor Jaloo, que também é cantor, aparece na última faixa, Tchau, cantando ao lado de Gaby sobre amor tóxico. Ao ser questionada sobre a inspiração da letra, uma vez que é casada há sete anos com o “amor de sua vida”, a cantora soltou: “Amor, eu já tive muito boy lixo na minha vida, tá? Acertei agora”, disse, entre gargalhadas. “As experiências do passado me ajudam a escrever essas músicas, mas também tem muito esse lugar de observadora. A gente sabe que muitas mulheres vivem relações tóxicas, então tento ajudá-las a pelo menos perceber para poderem se libertar, como eu fiz”, coloca.

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Pandemia. O período da pandemia, apesar de dolorido, foi de muitos frutos para Gaby Amarantos. “Foi um período de imersão artística para mim. No meio de todo esse caos, foi a arte que me salvou. Eu fiquei aqui compondo, lendo, estudando, fazendo cursos, podendo dedicar toda a minha vida para a minha arte.”

Tudo isso com a ajuda de seus fiéis companheiros. “O meu time, minha equipe é minha família, e minha família é minha equipe. Eu tenho um grupo de gente criativa que me ama e ama a arte, e está engajada nesse trabalho. Desde a assessoria até o Gareth, que é meu sócio (e marido), minha irmã, é todo mundo louco, apaixonado por arte”, diz.

“Aquela Gaby de 2011, ela cumpriu aquele papel naquele álbum que é tão importante para minha carreira, mas agora foram muitas vivências, muitos acontecimentos que me levaram a ter coragem de vir com uma coisa diferente. A Gaby do Treme, as pessoas já viram muito. E fica a pergunta: o que ela é além disso? E eu precisava mostrar. Mas a música Arreda, que é com a Vivi (Viviane Batidão) e a Leona, é para dizer que o Treme ainda está aqui. A gente quer colocar essa sonoridade da periferia num lugar de honra. É para dizer para as pessoas que esse estilo está vivo e também está representado”, explica. 

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“São várias Gabys aqui dentro e eu precisava dar voz para todas elas, se não rola briga”, brinca a cantora, que também é compositora e apresentadora dos programas Saia Justa, no canal GNT, e do The Voice Kids Brasil, na Globo. Além disso, ela deve estrear como atriz, também na Globo, na próxima novela das 18h, Além da Ilusão, prevista para estrear em 2022.

Acima de tudo, Gaby se considera uma artista visual. Suas roupas chamativas e sua presença forte nas lutas antirracista, LGBT+ e feminista fazem com que todas as 13 canções do álbum tenham representatividade. “Não é um álbum para se ouvir, é um álbum para se ver.” 

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O single Amor pra Recordar, por exemplo, um feat com Liniker, é uma homenagem para as mulheres ribeirinhas do norte do Brasil. “Esse filme é baseado na minha vida, pois, se eu não tivesse contado com o apoio das mulheres da minha família para seguir minha carreira, não teria conseguido”, afirma Gaby. Seu filho Davi, de 12 anos, sua sobrinha Ana Vitória, de 5, e sua irmã Gabriele aparecem em cenas do videoclipe. 

Já o clipe de Vênus em Escorpião, com Ney Matogrosso e Urias, cria uma leve sensação do que é estar no meio de uma queimada. “É sobre trazer cada vez mais questões da minha região, mas de um jeito muito leve. A música não fala ‘A floresta está pegando fogo’, mas sim ‘eu gosto mesmo é de amar’”, conta ela que, às vezes, se diz muito “Pollyana”, em referência ao clássico da literatura infantojuvenil de Eleanor H. Porter. “Eu procuro uma positividade muito realista e uma positividade necessária para sobreviver, porque, se eu não fosse uma pessoa que fala do amor, que canta o amor, que traz a sua região, talvez eu não conseguisse levantar da cama. Então, é algo missionário para mim”, analisa.

Em um mundo com constantes mudanças, onde haters e fãs te observam pelas redes a cada passo – e não se seguram em dar opiniões controversas –, não há nada mais corajoso do que se manter autêntico. Orgulhar-se de suas origens é algo bonito de se ver em qualquer pessoa, e alguns artistas conseguem traduzir isso também em seus trabalhos. Em seu segundo álbum, Purakê, que chega às plataformas digitais nesta quinta, 2, Gaby Amarantos canta seu amor pelo Pará, sua terra natal, em formas de letra, ritmo e imagens. Durante entrevista em vídeo feita para o Estadão, a cantora conta como foi esse processo.

Raízes da cantora e natureza do Pará estão muito presentes nas canções Foto: Rodolfo Magalhães

“Eu queria falar desse amor em várias etapas: tem caos, tem natureza, tem renascimento e era muito importante eu poder mostrar a identidade visual dessas pessoas”, diz ela. Gaby conta que fez questão de colocar toda a riqueza da região em cada processo: a começar pela capa do álbum, na qual ela imita uma árvore, até parcerias com grandes nomes do tecnobrega. O nome do álbum, Purakê, também não foi escolhido por acaso: é uma alusão ao peixe amazonense poraquê, dotado de uma eletricidade natural que pode ser superior aos 500 volts e, em alguns casos, chegar aos 1.500 volts.

“Lembro que, quando era eu pequena e estava chegando de barco na floresta, era muito lindo, porque as árvores estavam no mesmo plano. Aí meu avô apontava para a samaumeira, minha árvore preferida – para mim, é a presença de Deus na natureza –, e falava: ‘tá vendo, aquela ali é a árvore mágica. Se você fizer um pedido para ela, vai se realizar’. Lembro que fazia pedidos de querer ser artista e ser uma coisa colorida, uma coisa brilhosa, nem entendia direito o que era ser artista, mas imaginava ser uma coisa em que me tornei”, relembra. “Pisar nessa terra, saber o nome dos frutos, das árvores, ouvir o canto dos pássaros e saber identificar, toda essa experiência amazônica é muito rica. E a gente trouxe um pouquinho disso no Purakê.”

O processo criativo foi feito a bordo de um barco, em pleno Rio Tapajós, durante uma imersão criativa que a cantora, o produtor Jaloo, o guitarrista Lucas Estrela e o marido Gareth Jones, que também é o diretor criativo do trabalho, fizeram. “Foi um álbum pensado para a Amazônia, que nasceu no meio da Floresta Amazônica e que a gente realmente acredita que vai trazer para as pessoas essa experiência, para além do que a gente imagina ser, para poder refletir, chorar, cantar, ‘bater a raba’ e passar por esse turbilhão de emoções eletrizantes”, descreve.

Purakê surge quase dez anos depois de Treme (2012), primeiro álbum da cantora, que trazia a música Ex Mai Love na faixa dois e a deixou conhecida nacionalmente, depois de ter sido tema de abertura da novela das 19h Cheias de Charme, da Rede Globo. Enquanto no primeiro a maioria das músicas era dançante e com batidas fortes, o novo álbum também traz versões mais lentas, para refletir. “Acho que é um disco que vai representar bem toda a diversidade, pra gente parar de ver a Amazônia como uma coisa só. Eu quero propor refletir sobre essa Amazônia daqui a 50 anos. Onde vamos estar?”, indaga.

Tudo começa com o que Gaby chama de “santíssima trindade musical”. Elza Soares, Dona Onete e Alcione se juntam a ela para cantar A Última Lágrima, primeira música do álbum a ser composta, que abriu caminho para novas parcerias. “Inicialmente, seria um disco solo, mas, quando ouvi a canção, pensei ‘cara, isso aqui é uma oração. A gente precisa de uma bênção para dizer que tudo vai dar certo’”, conta ela. Daí, se juntaram Liniker, Ney Matogrosso, Urias, Luedji Luna, Leona Vingativa, Viviane Batidão, entre outros.

Gaby Amarantos ao lado de Urias e Ney Matogrosso para o videoclipe da música 'Vênus em Escorpião' Foto: Rodolfo Magalhães

O próprio produtor Jaloo, que também é cantor, aparece na última faixa, Tchau, cantando ao lado de Gaby sobre amor tóxico. Ao ser questionada sobre a inspiração da letra, uma vez que é casada há sete anos com o “amor de sua vida”, a cantora soltou: “Amor, eu já tive muito boy lixo na minha vida, tá? Acertei agora”, disse, entre gargalhadas. “As experiências do passado me ajudam a escrever essas músicas, mas também tem muito esse lugar de observadora. A gente sabe que muitas mulheres vivem relações tóxicas, então tento ajudá-las a pelo menos perceber para poderem se libertar, como eu fiz”, coloca.

Pandemia. O período da pandemia, apesar de dolorido, foi de muitos frutos para Gaby Amarantos. “Foi um período de imersão artística para mim. No meio de todo esse caos, foi a arte que me salvou. Eu fiquei aqui compondo, lendo, estudando, fazendo cursos, podendo dedicar toda a minha vida para a minha arte.”

Tudo isso com a ajuda de seus fiéis companheiros. “O meu time, minha equipe é minha família, e minha família é minha equipe. Eu tenho um grupo de gente criativa que me ama e ama a arte, e está engajada nesse trabalho. Desde a assessoria até o Gareth, que é meu sócio (e marido), minha irmã, é todo mundo louco, apaixonado por arte”, diz.

“Aquela Gaby de 2011, ela cumpriu aquele papel naquele álbum que é tão importante para minha carreira, mas agora foram muitas vivências, muitos acontecimentos que me levaram a ter coragem de vir com uma coisa diferente. A Gaby do Treme, as pessoas já viram muito. E fica a pergunta: o que ela é além disso? E eu precisava mostrar. Mas a música Arreda, que é com a Vivi (Viviane Batidão) e a Leona, é para dizer que o Treme ainda está aqui. A gente quer colocar essa sonoridade da periferia num lugar de honra. É para dizer para as pessoas que esse estilo está vivo e também está representado”, explica. 

“São várias Gabys aqui dentro e eu precisava dar voz para todas elas, se não rola briga”, brinca a cantora, que também é compositora e apresentadora dos programas Saia Justa, no canal GNT, e do The Voice Kids Brasil, na Globo. Além disso, ela deve estrear como atriz, também na Globo, na próxima novela das 18h, Além da Ilusão, prevista para estrear em 2022.

Acima de tudo, Gaby se considera uma artista visual. Suas roupas chamativas e sua presença forte nas lutas antirracista, LGBT+ e feminista fazem com que todas as 13 canções do álbum tenham representatividade. “Não é um álbum para se ouvir, é um álbum para se ver.” 

O single Amor pra Recordar, por exemplo, um feat com Liniker, é uma homenagem para as mulheres ribeirinhas do norte do Brasil. “Esse filme é baseado na minha vida, pois, se eu não tivesse contado com o apoio das mulheres da minha família para seguir minha carreira, não teria conseguido”, afirma Gaby. Seu filho Davi, de 12 anos, sua sobrinha Ana Vitória, de 5, e sua irmã Gabriele aparecem em cenas do videoclipe. 

Já o clipe de Vênus em Escorpião, com Ney Matogrosso e Urias, cria uma leve sensação do que é estar no meio de uma queimada. “É sobre trazer cada vez mais questões da minha região, mas de um jeito muito leve. A música não fala ‘A floresta está pegando fogo’, mas sim ‘eu gosto mesmo é de amar’”, conta ela que, às vezes, se diz muito “Pollyana”, em referência ao clássico da literatura infantojuvenil de Eleanor H. Porter. “Eu procuro uma positividade muito realista e uma positividade necessária para sobreviver, porque, se eu não fosse uma pessoa que fala do amor, que canta o amor, que traz a sua região, talvez eu não conseguisse levantar da cama. Então, é algo missionário para mim”, analisa.

Em um mundo com constantes mudanças, onde haters e fãs te observam pelas redes a cada passo – e não se seguram em dar opiniões controversas –, não há nada mais corajoso do que se manter autêntico. Orgulhar-se de suas origens é algo bonito de se ver em qualquer pessoa, e alguns artistas conseguem traduzir isso também em seus trabalhos. Em seu segundo álbum, Purakê, que chega às plataformas digitais nesta quinta, 2, Gaby Amarantos canta seu amor pelo Pará, sua terra natal, em formas de letra, ritmo e imagens. Durante entrevista em vídeo feita para o Estadão, a cantora conta como foi esse processo.

Raízes da cantora e natureza do Pará estão muito presentes nas canções Foto: Rodolfo Magalhães

“Eu queria falar desse amor em várias etapas: tem caos, tem natureza, tem renascimento e era muito importante eu poder mostrar a identidade visual dessas pessoas”, diz ela. Gaby conta que fez questão de colocar toda a riqueza da região em cada processo: a começar pela capa do álbum, na qual ela imita uma árvore, até parcerias com grandes nomes do tecnobrega. O nome do álbum, Purakê, também não foi escolhido por acaso: é uma alusão ao peixe amazonense poraquê, dotado de uma eletricidade natural que pode ser superior aos 500 volts e, em alguns casos, chegar aos 1.500 volts.

“Lembro que, quando era eu pequena e estava chegando de barco na floresta, era muito lindo, porque as árvores estavam no mesmo plano. Aí meu avô apontava para a samaumeira, minha árvore preferida – para mim, é a presença de Deus na natureza –, e falava: ‘tá vendo, aquela ali é a árvore mágica. Se você fizer um pedido para ela, vai se realizar’. Lembro que fazia pedidos de querer ser artista e ser uma coisa colorida, uma coisa brilhosa, nem entendia direito o que era ser artista, mas imaginava ser uma coisa em que me tornei”, relembra. “Pisar nessa terra, saber o nome dos frutos, das árvores, ouvir o canto dos pássaros e saber identificar, toda essa experiência amazônica é muito rica. E a gente trouxe um pouquinho disso no Purakê.”

O processo criativo foi feito a bordo de um barco, em pleno Rio Tapajós, durante uma imersão criativa que a cantora, o produtor Jaloo, o guitarrista Lucas Estrela e o marido Gareth Jones, que também é o diretor criativo do trabalho, fizeram. “Foi um álbum pensado para a Amazônia, que nasceu no meio da Floresta Amazônica e que a gente realmente acredita que vai trazer para as pessoas essa experiência, para além do que a gente imagina ser, para poder refletir, chorar, cantar, ‘bater a raba’ e passar por esse turbilhão de emoções eletrizantes”, descreve.

Purakê surge quase dez anos depois de Treme (2012), primeiro álbum da cantora, que trazia a música Ex Mai Love na faixa dois e a deixou conhecida nacionalmente, depois de ter sido tema de abertura da novela das 19h Cheias de Charme, da Rede Globo. Enquanto no primeiro a maioria das músicas era dançante e com batidas fortes, o novo álbum também traz versões mais lentas, para refletir. “Acho que é um disco que vai representar bem toda a diversidade, pra gente parar de ver a Amazônia como uma coisa só. Eu quero propor refletir sobre essa Amazônia daqui a 50 anos. Onde vamos estar?”, indaga.

Tudo começa com o que Gaby chama de “santíssima trindade musical”. Elza Soares, Dona Onete e Alcione se juntam a ela para cantar A Última Lágrima, primeira música do álbum a ser composta, que abriu caminho para novas parcerias. “Inicialmente, seria um disco solo, mas, quando ouvi a canção, pensei ‘cara, isso aqui é uma oração. A gente precisa de uma bênção para dizer que tudo vai dar certo’”, conta ela. Daí, se juntaram Liniker, Ney Matogrosso, Urias, Luedji Luna, Leona Vingativa, Viviane Batidão, entre outros.

Gaby Amarantos ao lado de Urias e Ney Matogrosso para o videoclipe da música 'Vênus em Escorpião' Foto: Rodolfo Magalhães

O próprio produtor Jaloo, que também é cantor, aparece na última faixa, Tchau, cantando ao lado de Gaby sobre amor tóxico. Ao ser questionada sobre a inspiração da letra, uma vez que é casada há sete anos com o “amor de sua vida”, a cantora soltou: “Amor, eu já tive muito boy lixo na minha vida, tá? Acertei agora”, disse, entre gargalhadas. “As experiências do passado me ajudam a escrever essas músicas, mas também tem muito esse lugar de observadora. A gente sabe que muitas mulheres vivem relações tóxicas, então tento ajudá-las a pelo menos perceber para poderem se libertar, como eu fiz”, coloca.

Pandemia. O período da pandemia, apesar de dolorido, foi de muitos frutos para Gaby Amarantos. “Foi um período de imersão artística para mim. No meio de todo esse caos, foi a arte que me salvou. Eu fiquei aqui compondo, lendo, estudando, fazendo cursos, podendo dedicar toda a minha vida para a minha arte.”

Tudo isso com a ajuda de seus fiéis companheiros. “O meu time, minha equipe é minha família, e minha família é minha equipe. Eu tenho um grupo de gente criativa que me ama e ama a arte, e está engajada nesse trabalho. Desde a assessoria até o Gareth, que é meu sócio (e marido), minha irmã, é todo mundo louco, apaixonado por arte”, diz.

“Aquela Gaby de 2011, ela cumpriu aquele papel naquele álbum que é tão importante para minha carreira, mas agora foram muitas vivências, muitos acontecimentos que me levaram a ter coragem de vir com uma coisa diferente. A Gaby do Treme, as pessoas já viram muito. E fica a pergunta: o que ela é além disso? E eu precisava mostrar. Mas a música Arreda, que é com a Vivi (Viviane Batidão) e a Leona, é para dizer que o Treme ainda está aqui. A gente quer colocar essa sonoridade da periferia num lugar de honra. É para dizer para as pessoas que esse estilo está vivo e também está representado”, explica. 

“São várias Gabys aqui dentro e eu precisava dar voz para todas elas, se não rola briga”, brinca a cantora, que também é compositora e apresentadora dos programas Saia Justa, no canal GNT, e do The Voice Kids Brasil, na Globo. Além disso, ela deve estrear como atriz, também na Globo, na próxima novela das 18h, Além da Ilusão, prevista para estrear em 2022.

Acima de tudo, Gaby se considera uma artista visual. Suas roupas chamativas e sua presença forte nas lutas antirracista, LGBT+ e feminista fazem com que todas as 13 canções do álbum tenham representatividade. “Não é um álbum para se ouvir, é um álbum para se ver.” 

O single Amor pra Recordar, por exemplo, um feat com Liniker, é uma homenagem para as mulheres ribeirinhas do norte do Brasil. “Esse filme é baseado na minha vida, pois, se eu não tivesse contado com o apoio das mulheres da minha família para seguir minha carreira, não teria conseguido”, afirma Gaby. Seu filho Davi, de 12 anos, sua sobrinha Ana Vitória, de 5, e sua irmã Gabriele aparecem em cenas do videoclipe. 

Já o clipe de Vênus em Escorpião, com Ney Matogrosso e Urias, cria uma leve sensação do que é estar no meio de uma queimada. “É sobre trazer cada vez mais questões da minha região, mas de um jeito muito leve. A música não fala ‘A floresta está pegando fogo’, mas sim ‘eu gosto mesmo é de amar’”, conta ela que, às vezes, se diz muito “Pollyana”, em referência ao clássico da literatura infantojuvenil de Eleanor H. Porter. “Eu procuro uma positividade muito realista e uma positividade necessária para sobreviver, porque, se eu não fosse uma pessoa que fala do amor, que canta o amor, que traz a sua região, talvez eu não conseguisse levantar da cama. Então, é algo missionário para mim”, analisa.

Em um mundo com constantes mudanças, onde haters e fãs te observam pelas redes a cada passo – e não se seguram em dar opiniões controversas –, não há nada mais corajoso do que se manter autêntico. Orgulhar-se de suas origens é algo bonito de se ver em qualquer pessoa, e alguns artistas conseguem traduzir isso também em seus trabalhos. Em seu segundo álbum, Purakê, que chega às plataformas digitais nesta quinta, 2, Gaby Amarantos canta seu amor pelo Pará, sua terra natal, em formas de letra, ritmo e imagens. Durante entrevista em vídeo feita para o Estadão, a cantora conta como foi esse processo.

Raízes da cantora e natureza do Pará estão muito presentes nas canções Foto: Rodolfo Magalhães

“Eu queria falar desse amor em várias etapas: tem caos, tem natureza, tem renascimento e era muito importante eu poder mostrar a identidade visual dessas pessoas”, diz ela. Gaby conta que fez questão de colocar toda a riqueza da região em cada processo: a começar pela capa do álbum, na qual ela imita uma árvore, até parcerias com grandes nomes do tecnobrega. O nome do álbum, Purakê, também não foi escolhido por acaso: é uma alusão ao peixe amazonense poraquê, dotado de uma eletricidade natural que pode ser superior aos 500 volts e, em alguns casos, chegar aos 1.500 volts.

“Lembro que, quando era eu pequena e estava chegando de barco na floresta, era muito lindo, porque as árvores estavam no mesmo plano. Aí meu avô apontava para a samaumeira, minha árvore preferida – para mim, é a presença de Deus na natureza –, e falava: ‘tá vendo, aquela ali é a árvore mágica. Se você fizer um pedido para ela, vai se realizar’. Lembro que fazia pedidos de querer ser artista e ser uma coisa colorida, uma coisa brilhosa, nem entendia direito o que era ser artista, mas imaginava ser uma coisa em que me tornei”, relembra. “Pisar nessa terra, saber o nome dos frutos, das árvores, ouvir o canto dos pássaros e saber identificar, toda essa experiência amazônica é muito rica. E a gente trouxe um pouquinho disso no Purakê.”

O processo criativo foi feito a bordo de um barco, em pleno Rio Tapajós, durante uma imersão criativa que a cantora, o produtor Jaloo, o guitarrista Lucas Estrela e o marido Gareth Jones, que também é o diretor criativo do trabalho, fizeram. “Foi um álbum pensado para a Amazônia, que nasceu no meio da Floresta Amazônica e que a gente realmente acredita que vai trazer para as pessoas essa experiência, para além do que a gente imagina ser, para poder refletir, chorar, cantar, ‘bater a raba’ e passar por esse turbilhão de emoções eletrizantes”, descreve.

Purakê surge quase dez anos depois de Treme (2012), primeiro álbum da cantora, que trazia a música Ex Mai Love na faixa dois e a deixou conhecida nacionalmente, depois de ter sido tema de abertura da novela das 19h Cheias de Charme, da Rede Globo. Enquanto no primeiro a maioria das músicas era dançante e com batidas fortes, o novo álbum também traz versões mais lentas, para refletir. “Acho que é um disco que vai representar bem toda a diversidade, pra gente parar de ver a Amazônia como uma coisa só. Eu quero propor refletir sobre essa Amazônia daqui a 50 anos. Onde vamos estar?”, indaga.

Tudo começa com o que Gaby chama de “santíssima trindade musical”. Elza Soares, Dona Onete e Alcione se juntam a ela para cantar A Última Lágrima, primeira música do álbum a ser composta, que abriu caminho para novas parcerias. “Inicialmente, seria um disco solo, mas, quando ouvi a canção, pensei ‘cara, isso aqui é uma oração. A gente precisa de uma bênção para dizer que tudo vai dar certo’”, conta ela. Daí, se juntaram Liniker, Ney Matogrosso, Urias, Luedji Luna, Leona Vingativa, Viviane Batidão, entre outros.

Gaby Amarantos ao lado de Urias e Ney Matogrosso para o videoclipe da música 'Vênus em Escorpião' Foto: Rodolfo Magalhães

O próprio produtor Jaloo, que também é cantor, aparece na última faixa, Tchau, cantando ao lado de Gaby sobre amor tóxico. Ao ser questionada sobre a inspiração da letra, uma vez que é casada há sete anos com o “amor de sua vida”, a cantora soltou: “Amor, eu já tive muito boy lixo na minha vida, tá? Acertei agora”, disse, entre gargalhadas. “As experiências do passado me ajudam a escrever essas músicas, mas também tem muito esse lugar de observadora. A gente sabe que muitas mulheres vivem relações tóxicas, então tento ajudá-las a pelo menos perceber para poderem se libertar, como eu fiz”, coloca.

Pandemia. O período da pandemia, apesar de dolorido, foi de muitos frutos para Gaby Amarantos. “Foi um período de imersão artística para mim. No meio de todo esse caos, foi a arte que me salvou. Eu fiquei aqui compondo, lendo, estudando, fazendo cursos, podendo dedicar toda a minha vida para a minha arte.”

Tudo isso com a ajuda de seus fiéis companheiros. “O meu time, minha equipe é minha família, e minha família é minha equipe. Eu tenho um grupo de gente criativa que me ama e ama a arte, e está engajada nesse trabalho. Desde a assessoria até o Gareth, que é meu sócio (e marido), minha irmã, é todo mundo louco, apaixonado por arte”, diz.

“Aquela Gaby de 2011, ela cumpriu aquele papel naquele álbum que é tão importante para minha carreira, mas agora foram muitas vivências, muitos acontecimentos que me levaram a ter coragem de vir com uma coisa diferente. A Gaby do Treme, as pessoas já viram muito. E fica a pergunta: o que ela é além disso? E eu precisava mostrar. Mas a música Arreda, que é com a Vivi (Viviane Batidão) e a Leona, é para dizer que o Treme ainda está aqui. A gente quer colocar essa sonoridade da periferia num lugar de honra. É para dizer para as pessoas que esse estilo está vivo e também está representado”, explica. 

“São várias Gabys aqui dentro e eu precisava dar voz para todas elas, se não rola briga”, brinca a cantora, que também é compositora e apresentadora dos programas Saia Justa, no canal GNT, e do The Voice Kids Brasil, na Globo. Além disso, ela deve estrear como atriz, também na Globo, na próxima novela das 18h, Além da Ilusão, prevista para estrear em 2022.

Acima de tudo, Gaby se considera uma artista visual. Suas roupas chamativas e sua presença forte nas lutas antirracista, LGBT+ e feminista fazem com que todas as 13 canções do álbum tenham representatividade. “Não é um álbum para se ouvir, é um álbum para se ver.” 

O single Amor pra Recordar, por exemplo, um feat com Liniker, é uma homenagem para as mulheres ribeirinhas do norte do Brasil. “Esse filme é baseado na minha vida, pois, se eu não tivesse contado com o apoio das mulheres da minha família para seguir minha carreira, não teria conseguido”, afirma Gaby. Seu filho Davi, de 12 anos, sua sobrinha Ana Vitória, de 5, e sua irmã Gabriele aparecem em cenas do videoclipe. 

Já o clipe de Vênus em Escorpião, com Ney Matogrosso e Urias, cria uma leve sensação do que é estar no meio de uma queimada. “É sobre trazer cada vez mais questões da minha região, mas de um jeito muito leve. A música não fala ‘A floresta está pegando fogo’, mas sim ‘eu gosto mesmo é de amar’”, conta ela que, às vezes, se diz muito “Pollyana”, em referência ao clássico da literatura infantojuvenil de Eleanor H. Porter. “Eu procuro uma positividade muito realista e uma positividade necessária para sobreviver, porque, se eu não fosse uma pessoa que fala do amor, que canta o amor, que traz a sua região, talvez eu não conseguisse levantar da cama. Então, é algo missionário para mim”, analisa.

Em um mundo com constantes mudanças, onde haters e fãs te observam pelas redes a cada passo – e não se seguram em dar opiniões controversas –, não há nada mais corajoso do que se manter autêntico. Orgulhar-se de suas origens é algo bonito de se ver em qualquer pessoa, e alguns artistas conseguem traduzir isso também em seus trabalhos. Em seu segundo álbum, Purakê, que chega às plataformas digitais nesta quinta, 2, Gaby Amarantos canta seu amor pelo Pará, sua terra natal, em formas de letra, ritmo e imagens. Durante entrevista em vídeo feita para o Estadão, a cantora conta como foi esse processo.

Raízes da cantora e natureza do Pará estão muito presentes nas canções Foto: Rodolfo Magalhães

“Eu queria falar desse amor em várias etapas: tem caos, tem natureza, tem renascimento e era muito importante eu poder mostrar a identidade visual dessas pessoas”, diz ela. Gaby conta que fez questão de colocar toda a riqueza da região em cada processo: a começar pela capa do álbum, na qual ela imita uma árvore, até parcerias com grandes nomes do tecnobrega. O nome do álbum, Purakê, também não foi escolhido por acaso: é uma alusão ao peixe amazonense poraquê, dotado de uma eletricidade natural que pode ser superior aos 500 volts e, em alguns casos, chegar aos 1.500 volts.

“Lembro que, quando era eu pequena e estava chegando de barco na floresta, era muito lindo, porque as árvores estavam no mesmo plano. Aí meu avô apontava para a samaumeira, minha árvore preferida – para mim, é a presença de Deus na natureza –, e falava: ‘tá vendo, aquela ali é a árvore mágica. Se você fizer um pedido para ela, vai se realizar’. Lembro que fazia pedidos de querer ser artista e ser uma coisa colorida, uma coisa brilhosa, nem entendia direito o que era ser artista, mas imaginava ser uma coisa em que me tornei”, relembra. “Pisar nessa terra, saber o nome dos frutos, das árvores, ouvir o canto dos pássaros e saber identificar, toda essa experiência amazônica é muito rica. E a gente trouxe um pouquinho disso no Purakê.”

O processo criativo foi feito a bordo de um barco, em pleno Rio Tapajós, durante uma imersão criativa que a cantora, o produtor Jaloo, o guitarrista Lucas Estrela e o marido Gareth Jones, que também é o diretor criativo do trabalho, fizeram. “Foi um álbum pensado para a Amazônia, que nasceu no meio da Floresta Amazônica e que a gente realmente acredita que vai trazer para as pessoas essa experiência, para além do que a gente imagina ser, para poder refletir, chorar, cantar, ‘bater a raba’ e passar por esse turbilhão de emoções eletrizantes”, descreve.

Purakê surge quase dez anos depois de Treme (2012), primeiro álbum da cantora, que trazia a música Ex Mai Love na faixa dois e a deixou conhecida nacionalmente, depois de ter sido tema de abertura da novela das 19h Cheias de Charme, da Rede Globo. Enquanto no primeiro a maioria das músicas era dançante e com batidas fortes, o novo álbum também traz versões mais lentas, para refletir. “Acho que é um disco que vai representar bem toda a diversidade, pra gente parar de ver a Amazônia como uma coisa só. Eu quero propor refletir sobre essa Amazônia daqui a 50 anos. Onde vamos estar?”, indaga.

Tudo começa com o que Gaby chama de “santíssima trindade musical”. Elza Soares, Dona Onete e Alcione se juntam a ela para cantar A Última Lágrima, primeira música do álbum a ser composta, que abriu caminho para novas parcerias. “Inicialmente, seria um disco solo, mas, quando ouvi a canção, pensei ‘cara, isso aqui é uma oração. A gente precisa de uma bênção para dizer que tudo vai dar certo’”, conta ela. Daí, se juntaram Liniker, Ney Matogrosso, Urias, Luedji Luna, Leona Vingativa, Viviane Batidão, entre outros.

Gaby Amarantos ao lado de Urias e Ney Matogrosso para o videoclipe da música 'Vênus em Escorpião' Foto: Rodolfo Magalhães

O próprio produtor Jaloo, que também é cantor, aparece na última faixa, Tchau, cantando ao lado de Gaby sobre amor tóxico. Ao ser questionada sobre a inspiração da letra, uma vez que é casada há sete anos com o “amor de sua vida”, a cantora soltou: “Amor, eu já tive muito boy lixo na minha vida, tá? Acertei agora”, disse, entre gargalhadas. “As experiências do passado me ajudam a escrever essas músicas, mas também tem muito esse lugar de observadora. A gente sabe que muitas mulheres vivem relações tóxicas, então tento ajudá-las a pelo menos perceber para poderem se libertar, como eu fiz”, coloca.

Pandemia. O período da pandemia, apesar de dolorido, foi de muitos frutos para Gaby Amarantos. “Foi um período de imersão artística para mim. No meio de todo esse caos, foi a arte que me salvou. Eu fiquei aqui compondo, lendo, estudando, fazendo cursos, podendo dedicar toda a minha vida para a minha arte.”

Tudo isso com a ajuda de seus fiéis companheiros. “O meu time, minha equipe é minha família, e minha família é minha equipe. Eu tenho um grupo de gente criativa que me ama e ama a arte, e está engajada nesse trabalho. Desde a assessoria até o Gareth, que é meu sócio (e marido), minha irmã, é todo mundo louco, apaixonado por arte”, diz.

“Aquela Gaby de 2011, ela cumpriu aquele papel naquele álbum que é tão importante para minha carreira, mas agora foram muitas vivências, muitos acontecimentos que me levaram a ter coragem de vir com uma coisa diferente. A Gaby do Treme, as pessoas já viram muito. E fica a pergunta: o que ela é além disso? E eu precisava mostrar. Mas a música Arreda, que é com a Vivi (Viviane Batidão) e a Leona, é para dizer que o Treme ainda está aqui. A gente quer colocar essa sonoridade da periferia num lugar de honra. É para dizer para as pessoas que esse estilo está vivo e também está representado”, explica. 

“São várias Gabys aqui dentro e eu precisava dar voz para todas elas, se não rola briga”, brinca a cantora, que também é compositora e apresentadora dos programas Saia Justa, no canal GNT, e do The Voice Kids Brasil, na Globo. Além disso, ela deve estrear como atriz, também na Globo, na próxima novela das 18h, Além da Ilusão, prevista para estrear em 2022.

Acima de tudo, Gaby se considera uma artista visual. Suas roupas chamativas e sua presença forte nas lutas antirracista, LGBT+ e feminista fazem com que todas as 13 canções do álbum tenham representatividade. “Não é um álbum para se ouvir, é um álbum para se ver.” 

O single Amor pra Recordar, por exemplo, um feat com Liniker, é uma homenagem para as mulheres ribeirinhas do norte do Brasil. “Esse filme é baseado na minha vida, pois, se eu não tivesse contado com o apoio das mulheres da minha família para seguir minha carreira, não teria conseguido”, afirma Gaby. Seu filho Davi, de 12 anos, sua sobrinha Ana Vitória, de 5, e sua irmã Gabriele aparecem em cenas do videoclipe. 

Já o clipe de Vênus em Escorpião, com Ney Matogrosso e Urias, cria uma leve sensação do que é estar no meio de uma queimada. “É sobre trazer cada vez mais questões da minha região, mas de um jeito muito leve. A música não fala ‘A floresta está pegando fogo’, mas sim ‘eu gosto mesmo é de amar’”, conta ela que, às vezes, se diz muito “Pollyana”, em referência ao clássico da literatura infantojuvenil de Eleanor H. Porter. “Eu procuro uma positividade muito realista e uma positividade necessária para sobreviver, porque, se eu não fosse uma pessoa que fala do amor, que canta o amor, que traz a sua região, talvez eu não conseguisse levantar da cama. Então, é algo missionário para mim”, analisa.

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