Uma das guitarras mais famosas do líder do Grateful Dead, Jerry Garcia, arrecadou na quarta-feira mais de três milhões de dólares em um leilão na quarta-feira em apoio a um grupo de defesa dos direitos civis.
O comprador original, Dan Pritzker, decidiu colocar o instrumento novamente em leilão e anunciou que o dinheiro seria destinado ao Southern Poverty Law Center, que atua na justiça contra supremacistas brancos e outros grupos de ódio.
Pritzker, um filantropo fã de música e herdeiro da família de Chicago conhecida pela rede de hotéis Hyatt, havia comprado a guitarra - conhecida como Wolf - por 789.500 dólares na casa de leilões Guernsey's em 2002.
Em um concerto de caridade em Nova York, Brian Halligan, diretor executivo e cofundador da empresa de marketing HubSpot, comprou a Wolf por 1,932 milhão de dólares, incluindo a comissão. Um benfeitor anônimo igualou sua oferta - sem comissão - de 1,6 milhão, elevando a doação total ao Southern Poverty Law Center a 3,2 milhões de dólares.
O Southern Poverty Law Center expressou preocupação com o aumento dos crimes de ódio, especialmente dirigidos a imigrantes e muçulmanos, desde que o presidente Donald Trump iniciou sua campanha em 2015.
Halligan, co-autor de um livro sobre as estratégias de marketing do Greatful Dead e fã do grupo de rock, prometeu cuidar bem da guitarra e emprestar o instrumento a pedidos.
"Não tenho o plano de vendê-la ou negociá-la. De alguma maneira não tem preço", disse à AFP sobre a guitarra, produzida pelo luthier Doug Irwin e que acompanhou Garcia até sua morte em 1995.
Formado na região de San Francisco, o Grateful Dead se tornou uma das bandas mais emblemáticas da era hippie, atraindo milhares fãs, os "Deadhead", que encontraram um senso de comunidade ao viajar de show em show para apreciar o jam rock em constante evolução do grupo.
Apesar do preço do leilão da Wolf, a guitarra não conseguiu igualar o recorde da Gibson com a qual John Lennon tocou "Love Me Do" e outras canções dos Beatles, leiloada em 2015 por US$ 2,4 milhões.