Iggy Pop: 'Eu sou um destruidor profissional'


Músico participou de evento no início da primeira noite do São Paulo Fashion Week

Por Pedro Antunes

Iggy Pop só precisou de alguns minutos. O músico havia sido contratado para destruir um gigante par de óculos da Chilli Beans, no ponto na extrema direita do espaço reservado para esta edição do São Paulo Fashion Week.

Era fim da tarde desta segunda-feira, 13, e meia hora antes de Iggy chegar ao local, às 18h30, um bom número de fotógrafos, jornalistas e convidados já se reuniam ali. Tudo para ficar mais próximo do homem conhecido como padrinho do punk, que chegaria momentos depois.

Iggy surgiu com um pomposo blazer cravejado de cristais e sem camisa, como de costume, para arrebentar as lentes. Em menos de cinco minutos, liquidou a fatura: tirou fotos com aqueles que invadiram o espaço reservado a ele e foi embora. 

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Iggy Pop participou de ação promocional na SPFW Foto: JF Diorio/Estadão

Momentos depois, Iggy falou com o Estado, em um camarim preparado para ele nos bastidores do Fashion Week. Sentado num sofá, ainda com o blazer e sem camisa, ele sorri e cumprimenta. Era a primeira de uma série de entrevistas, tão rápidas quanto a velocidade do músico em destruir os óculos gigantes, e Iggy parecia estar se divertindo. Confira o bate-papo abaixo:

Iggy Pop: Chegue perto de mim porque, com esse barulho, eu sou meio surdo quando tem esse barulho todo, nesta fase da minha vida.

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Ah, sim. Quebrar esses óculos escuros gigantes é, de alguma forma, uma atitude rock and roll. Antigamente, você destruía coisas e o seu próprio corpo, mas eram outros tempos. Era possível imaginar que você, um dia, destruiria algo e ganharia dinheiro com isso?

IP: Eu nunca imaginei. Sabe, eu fiz seguro de carros no Reino Unido. Era a mesma coisa na cabeça deles (da marca): Quem seria a pior pessoa para ter seguro de um carro? Então, não, naquela época, eu pensei: Meu Deus, eu me tornei um profissional.

Sim, você é um destruidor profissional.

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IP: Sim! Eu sou. Eu comecei muito pequeno, quando eu tinha 5 anos de idade. Eu costumava correr muito rápido e caía. No meu queixo, eu colocava pontos, vezes e vezes seguidas. Na escola primária, eu já tinha aqueles pontos. E eu estive dentro de acidentes de carro, quebrei a perna no ensino médio. Sabe, eu meio que fui continuando depois disso.

Tenho só três perguntas, então vou pular de um assunto para outro, está bem?

IP: Claro, sem problema.

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O roqueiro detonou um óculos gigante no primeiro dia do evento Foto: JF Diorio/Estadão

No ano passado, você deu uma palestra cujo título era “a música de graça em uma sociedade capitalista”. É possível que as duas coisas convivam juntas? O streaming é uma saída?

IP: Acho que podem existir. Eu dizia aquilo pensando no estilo antigo de mercado de música. Na minha época, no início, tocávamos de graça. Vivíamos fazendo shows beneficentes, mas vivíamos em um país capitalista. Queríamos entrar na indústria da música de verdade. Nada é de graça. Isso é um equilíbrio delicado. Ainda há pessoas começando uma banda que tocam de graça, ou quase de graça. Mas as minhas banda favoritas se chama Girlpool. Eu não acho que elas estão nadando no dinheiro, mas você percebe como elas ficam animadas em tocar quando vão para uma turnê e tocar. Elas estiveram em Nova York e, para dar um passeio, elas pegaram um ônibus. Acho isso ótimo. Sempre haverá algo. Agora, o streaming é a nova coisa da indústria. E você não consegue vender discos porque todos querem de graça. Eu não reclamo sobre disso. O melhor é: vá fazer um show. Ou venda seguros de carro. Ou quebre um óculos. O que seja. Isso é OK, eu acho. Se você faz para valer.

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Agora, essa é uma última pergunta. Eu vi que você tem uns trabalhos na TV, rádio, a música não estava muito envolvida na sua agenda no ano passado. E agora? Quais são os planos?

IP: Eu estou fazendo muito neste ano. Eu estive trabalhando em uma gravação de um disco enorme, mas eu não posso dizer nada para você. Ainda é um segredo. Estou trabalhando neste projeto secreto. Mas também tenho uma nova banda para tocar ao vivo. Uns músicos britânicos e vou tocar meu repertório solo e os primeiros discos dos Stooges. Estreio em 19 de junho, no estádio Wembley, em Londres, com o Foo Fighters. E até agora tenho shows marcados na Europa, Canadá, Estados Unidos, no verão. E estou pedindo a todos que eu conheço durante o outono (no hemisfério sul, é a primavera) para tocar na América do Sul, antes que eu fique muito velho ou muito morto (risos).

Eu estava naquela sua passagem por São Paulo, no show do festival Claro Que É Rock, em 2005.

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Ah, sim. Uau. Esse foi um dos bons shows da minha vida. 

Iggy Pop só precisou de alguns minutos. O músico havia sido contratado para destruir um gigante par de óculos da Chilli Beans, no ponto na extrema direita do espaço reservado para esta edição do São Paulo Fashion Week.

Era fim da tarde desta segunda-feira, 13, e meia hora antes de Iggy chegar ao local, às 18h30, um bom número de fotógrafos, jornalistas e convidados já se reuniam ali. Tudo para ficar mais próximo do homem conhecido como padrinho do punk, que chegaria momentos depois.

Iggy surgiu com um pomposo blazer cravejado de cristais e sem camisa, como de costume, para arrebentar as lentes. Em menos de cinco minutos, liquidou a fatura: tirou fotos com aqueles que invadiram o espaço reservado a ele e foi embora. 

Iggy Pop participou de ação promocional na SPFW Foto: JF Diorio/Estadão

Momentos depois, Iggy falou com o Estado, em um camarim preparado para ele nos bastidores do Fashion Week. Sentado num sofá, ainda com o blazer e sem camisa, ele sorri e cumprimenta. Era a primeira de uma série de entrevistas, tão rápidas quanto a velocidade do músico em destruir os óculos gigantes, e Iggy parecia estar se divertindo. Confira o bate-papo abaixo:

Iggy Pop: Chegue perto de mim porque, com esse barulho, eu sou meio surdo quando tem esse barulho todo, nesta fase da minha vida.

Ah, sim. Quebrar esses óculos escuros gigantes é, de alguma forma, uma atitude rock and roll. Antigamente, você destruía coisas e o seu próprio corpo, mas eram outros tempos. Era possível imaginar que você, um dia, destruiria algo e ganharia dinheiro com isso?

IP: Eu nunca imaginei. Sabe, eu fiz seguro de carros no Reino Unido. Era a mesma coisa na cabeça deles (da marca): Quem seria a pior pessoa para ter seguro de um carro? Então, não, naquela época, eu pensei: Meu Deus, eu me tornei um profissional.

Sim, você é um destruidor profissional.

IP: Sim! Eu sou. Eu comecei muito pequeno, quando eu tinha 5 anos de idade. Eu costumava correr muito rápido e caía. No meu queixo, eu colocava pontos, vezes e vezes seguidas. Na escola primária, eu já tinha aqueles pontos. E eu estive dentro de acidentes de carro, quebrei a perna no ensino médio. Sabe, eu meio que fui continuando depois disso.

Tenho só três perguntas, então vou pular de um assunto para outro, está bem?

IP: Claro, sem problema.

O roqueiro detonou um óculos gigante no primeiro dia do evento Foto: JF Diorio/Estadão

No ano passado, você deu uma palestra cujo título era “a música de graça em uma sociedade capitalista”. É possível que as duas coisas convivam juntas? O streaming é uma saída?

IP: Acho que podem existir. Eu dizia aquilo pensando no estilo antigo de mercado de música. Na minha época, no início, tocávamos de graça. Vivíamos fazendo shows beneficentes, mas vivíamos em um país capitalista. Queríamos entrar na indústria da música de verdade. Nada é de graça. Isso é um equilíbrio delicado. Ainda há pessoas começando uma banda que tocam de graça, ou quase de graça. Mas as minhas banda favoritas se chama Girlpool. Eu não acho que elas estão nadando no dinheiro, mas você percebe como elas ficam animadas em tocar quando vão para uma turnê e tocar. Elas estiveram em Nova York e, para dar um passeio, elas pegaram um ônibus. Acho isso ótimo. Sempre haverá algo. Agora, o streaming é a nova coisa da indústria. E você não consegue vender discos porque todos querem de graça. Eu não reclamo sobre disso. O melhor é: vá fazer um show. Ou venda seguros de carro. Ou quebre um óculos. O que seja. Isso é OK, eu acho. Se você faz para valer.

Agora, essa é uma última pergunta. Eu vi que você tem uns trabalhos na TV, rádio, a música não estava muito envolvida na sua agenda no ano passado. E agora? Quais são os planos?

IP: Eu estou fazendo muito neste ano. Eu estive trabalhando em uma gravação de um disco enorme, mas eu não posso dizer nada para você. Ainda é um segredo. Estou trabalhando neste projeto secreto. Mas também tenho uma nova banda para tocar ao vivo. Uns músicos britânicos e vou tocar meu repertório solo e os primeiros discos dos Stooges. Estreio em 19 de junho, no estádio Wembley, em Londres, com o Foo Fighters. E até agora tenho shows marcados na Europa, Canadá, Estados Unidos, no verão. E estou pedindo a todos que eu conheço durante o outono (no hemisfério sul, é a primavera) para tocar na América do Sul, antes que eu fique muito velho ou muito morto (risos).

Eu estava naquela sua passagem por São Paulo, no show do festival Claro Que É Rock, em 2005.

Ah, sim. Uau. Esse foi um dos bons shows da minha vida. 

Iggy Pop só precisou de alguns minutos. O músico havia sido contratado para destruir um gigante par de óculos da Chilli Beans, no ponto na extrema direita do espaço reservado para esta edição do São Paulo Fashion Week.

Era fim da tarde desta segunda-feira, 13, e meia hora antes de Iggy chegar ao local, às 18h30, um bom número de fotógrafos, jornalistas e convidados já se reuniam ali. Tudo para ficar mais próximo do homem conhecido como padrinho do punk, que chegaria momentos depois.

Iggy surgiu com um pomposo blazer cravejado de cristais e sem camisa, como de costume, para arrebentar as lentes. Em menos de cinco minutos, liquidou a fatura: tirou fotos com aqueles que invadiram o espaço reservado a ele e foi embora. 

Iggy Pop participou de ação promocional na SPFW Foto: JF Diorio/Estadão

Momentos depois, Iggy falou com o Estado, em um camarim preparado para ele nos bastidores do Fashion Week. Sentado num sofá, ainda com o blazer e sem camisa, ele sorri e cumprimenta. Era a primeira de uma série de entrevistas, tão rápidas quanto a velocidade do músico em destruir os óculos gigantes, e Iggy parecia estar se divertindo. Confira o bate-papo abaixo:

Iggy Pop: Chegue perto de mim porque, com esse barulho, eu sou meio surdo quando tem esse barulho todo, nesta fase da minha vida.

Ah, sim. Quebrar esses óculos escuros gigantes é, de alguma forma, uma atitude rock and roll. Antigamente, você destruía coisas e o seu próprio corpo, mas eram outros tempos. Era possível imaginar que você, um dia, destruiria algo e ganharia dinheiro com isso?

IP: Eu nunca imaginei. Sabe, eu fiz seguro de carros no Reino Unido. Era a mesma coisa na cabeça deles (da marca): Quem seria a pior pessoa para ter seguro de um carro? Então, não, naquela época, eu pensei: Meu Deus, eu me tornei um profissional.

Sim, você é um destruidor profissional.

IP: Sim! Eu sou. Eu comecei muito pequeno, quando eu tinha 5 anos de idade. Eu costumava correr muito rápido e caía. No meu queixo, eu colocava pontos, vezes e vezes seguidas. Na escola primária, eu já tinha aqueles pontos. E eu estive dentro de acidentes de carro, quebrei a perna no ensino médio. Sabe, eu meio que fui continuando depois disso.

Tenho só três perguntas, então vou pular de um assunto para outro, está bem?

IP: Claro, sem problema.

O roqueiro detonou um óculos gigante no primeiro dia do evento Foto: JF Diorio/Estadão

No ano passado, você deu uma palestra cujo título era “a música de graça em uma sociedade capitalista”. É possível que as duas coisas convivam juntas? O streaming é uma saída?

IP: Acho que podem existir. Eu dizia aquilo pensando no estilo antigo de mercado de música. Na minha época, no início, tocávamos de graça. Vivíamos fazendo shows beneficentes, mas vivíamos em um país capitalista. Queríamos entrar na indústria da música de verdade. Nada é de graça. Isso é um equilíbrio delicado. Ainda há pessoas começando uma banda que tocam de graça, ou quase de graça. Mas as minhas banda favoritas se chama Girlpool. Eu não acho que elas estão nadando no dinheiro, mas você percebe como elas ficam animadas em tocar quando vão para uma turnê e tocar. Elas estiveram em Nova York e, para dar um passeio, elas pegaram um ônibus. Acho isso ótimo. Sempre haverá algo. Agora, o streaming é a nova coisa da indústria. E você não consegue vender discos porque todos querem de graça. Eu não reclamo sobre disso. O melhor é: vá fazer um show. Ou venda seguros de carro. Ou quebre um óculos. O que seja. Isso é OK, eu acho. Se você faz para valer.

Agora, essa é uma última pergunta. Eu vi que você tem uns trabalhos na TV, rádio, a música não estava muito envolvida na sua agenda no ano passado. E agora? Quais são os planos?

IP: Eu estou fazendo muito neste ano. Eu estive trabalhando em uma gravação de um disco enorme, mas eu não posso dizer nada para você. Ainda é um segredo. Estou trabalhando neste projeto secreto. Mas também tenho uma nova banda para tocar ao vivo. Uns músicos britânicos e vou tocar meu repertório solo e os primeiros discos dos Stooges. Estreio em 19 de junho, no estádio Wembley, em Londres, com o Foo Fighters. E até agora tenho shows marcados na Europa, Canadá, Estados Unidos, no verão. E estou pedindo a todos que eu conheço durante o outono (no hemisfério sul, é a primavera) para tocar na América do Sul, antes que eu fique muito velho ou muito morto (risos).

Eu estava naquela sua passagem por São Paulo, no show do festival Claro Que É Rock, em 2005.

Ah, sim. Uau. Esse foi um dos bons shows da minha vida. 

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