Jão tem ‘noite de Taylor Swift’ e lota Allianz Parque na ‘Superturnê’; veja crítica do show


Cantor reforçou conexão com fãs e passou por repertório de todas as suas ‘eras’: Lobos, Anti-Herói, Pirata e Super; confira setlist da apresentação

Por João Abel
Atualização:

Fãs enlouquecidos. Um show que passa por todas as eras da curta, mas potente, carreira. Estrutura grandiosa e pensada nos detalhes. Pulseirinhas — as ‘da amizade’ e as de luzes coloridas. Presente para uma fã. Música ‘surpresa’ na setlist. E um repertório pop melódico. Jão teve uma verdadeira noite de Taylor Swift e iniciou a ‘Superturnê’, sua maior tour até aqui, lotando o Allianz Parque, em São Paulo, neste sábado, 20, debaixo de chuva.

O cantor separou sua apresentação em quatro atos, divididos nos elementos terra, ar, água e fogo, que representam seus álbuns: Lobos, Anti-Herói, Pirata e Super. Apesar disso, as músicas dos discos foram mescladas entre todas as partes da performance. Jão cantou as 14 faixas de seu mais recente trabalho e totalizou 28 canções na setlist em 2 horas de show.

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Jão fez pimeiro show da “Superturnê”, que passará por mais 13 cidades brasileiras. Foto: TABA BENEDICTO/ ESTADAO

As quatro ‘eras’ de João Vitor

O show tem início antes mesmo de começar. Faltando meia hora para a apresentação, Francine, uma das backing vocals de Jão, surge no telão e coloca duas canções em disputa. Aquela que gerasse o maior barulho do público entraria na setlist da noite. Entre Triste Para Sempre e Aqui, os fãs preferiram a primeira de lavada. Numa estratégia à la ‘surprise songs’ de Taylor, Jão deve reproduzir a dinâmica ao longo de toda a turnê para colocar, em cada show, uma música diferente no roteiro.

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Ele também repete a loirinha em uma contagem regressiva de 60 segundos no telão antes de surgir no palco. Loiro, como pede a estética da ‘era Super’. E, então, com a introdução de Rádio (’Eu tenho um sonho // eu quero o mundo, meu amor...’), ele inicia seu maior ato artístico até aqui. O cantor se emocionou em diversos momentos. “Esta é uma conquista muito grande da minha carreira, mas principalmente uma conquista nossa. Obrigado por acreditarem em mim. Esse show é uma celebração de quem a gente é”, agradeceu.

Com a trinca Escorpião, A Rua e Essa Eu Fiz Pro Nosso Amor, ele dá as primeiras cartadas e levanta os fãs, apesar de ainda parecer preso ao script de uma série que está no seu piloto. Um pouco travado no começo, atento aos movimentos calculados da estreia de seu novo espetáculo, Jão começa a se soltar de vez quando as melodias chicletes de Imaturo e Gameboy entram em cena.

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“Essa música eu não canto tem seis anos, porque eu prometi a mim mesmo que só iria cantar quando esse dia chegasse. Porque eu sabia que ele iria chegar”, ele anuncia antes de começar Monstros, canção de seu disco de estreia, lançado em 2018. No final da performance, uma filmagem do bebê João Vitor surge na tela e o agora quase ‘trintão’ Jão chora no palco.

O cantor, que completa 30 anos em novembro, é içado por uma corda no momento mais impactante da apresentação. Em Sinais, ele é puxado para cima, numa espécie de abdução que quase reproduz a imagem da capa do álbum Anti-Herói. E lá de cima, do topo de um prédio espelhado no enorme telão, ele canta A Última Noite. Um ato de carga dramática e teatral reforçado pela chuva que insistiu em cair no Allianz Parque durante praticamente todo o evento.

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A estrutura do show é umas das maiores já vistas para uma atração nacional. São dois telões gigantes, que se estendem do chão do palco ao topo do estádio do Palmeiras: um curvo, digno de sala IMAX, e um outro com duas faces retangulares para cada um dos lados da plateia, além de telas laterais. A extensa passarela leva o cantor em diversos momentos a uma enorme proximidade com quem está na pista (a comum, não a premium). Um colossal dragão branco, no melhor estilo Game of Thrones, completa o cenário.

O grande sucesso da carreira, Idiota, chega no terceiro ato, que também traz uma parte inédita da letra de Locadora (será que vem uma versão estendida por aí?). No ato final, Jão avisa que escreveu uma carta para entregar a um fã em cada um dos 15 shows da turnê. “Vocês sabem que eu gosto de me comunicar por cartas”, brinca o cantor.

São Paulo não é a cidade natal de Jão, mas ele já é praticamente um cidadão paulistano. Desde que saiu de Américo Brasiliense para cursar publicidade na USP e depois enveredou pela música, a capital paulista está presente nas suas letras e ganhou uma menção especial no show, com um trecho de São Paulo, 2015.

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Pilantra, parceria com Anitta, é a única música não presente em um álbum do cantor a ganhar espaço no repertório da tour. E com Me Lambe, Super e Alinhamento Milenar, ele encerrou o show de estreia da Superturnê. A segunda apresentação, que já acontece neste domingo, 21, também no Allianz, terá transmissão ao vivo pela TV no canal Multishow e pelo Globoplay.

Allianz Parque recebeu primeiro show da Superturnê, de Jão Foto: TABA BENEDICTO/ ESTADAO

Rápida ascensão

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A carreira nos palcos é realmente meteórica. Em 2019, depois de colocar para jogo seus dois primeiros álbuns de estúdio, Jão já consolidava uma interessante base de fãs, e começou a tocar nas rádios. As plateias ainda eram discretas. Naquele ano, na mesma São Paulo em que hoje deu o pontapé de sua maior turnê, ele cantou para 4 mil pessoas na Áudio, conhecida casa de shows da zona oeste.

O ponto de virada foi seu terceiro disco, Pirata, lançado em 2021, e o hit Idiota, que virou single no início do ano seguinte. Em março de 2022, entupiu o palco secundário do Lollapalooza e esgotou seis noites no Espaço das Américas. Ao final daquele ano, num show de graça para 25 mil no Anhangabaú, antecipou: ‘Ano que vem tem turnê no Allianz Parque’.

A tour atrasou um pouco e veio apenas em 2024, após o lançamento do quarto álbum, Super. Mas ela chegou e, depois de São Paulo, ainda vai rodar por mais 13 cidades ao longo do ano. Veja as datas:

Entre as críticas e a autoaceitação

Em 2023, Super foi recebido com um estrondoso sucesso entre os fãs. Lançado em agosto, o álbum bateu àquela altura o recorde de reproduções no dia de estreia no Spotify, com 8 milhões de streams nas primeiras 24 horas. Entre a crítica especializada, gerou opiniões controversas. Foi classificado como clichê e irregular pelo Estadão.

Se o trabalho de estúdio foi criticado, o show no The Town, algumas semanas depois, acabou elogiado pela confiança do artista em cima do palco e considerado um dos melhores do festival.

É fato. Jão está cada dia mais seguro nas apresentações ao vivo e com a autoestima lá em cima. Entre um repertório que pode soar monotemático e a inquestionável conexão com os milhões de fãs, ele vai se equilibrando nessa difícil corda bamba. Uma corda, que pelo menos nesse momento da carreira, ele parece caminhar com bastante firmeza. Jão gosta do pedestal em que foi colocado e sua audiência adora o que ele entrega. É o ícone pop masculino nacional que muitas gerações de brasileiros sempre pediram.

Se algumas das letras podem ser encaradas como falta de maturidade, a mesma maturidade parece sobrar para o gerenciamento de carreira e relacionamento com o público.

Veja a setlist do show

Vai a algum dos próximos shows da turnê? Então anote aí a lista completa de músicas. Ao todo, Jão cantou 14 músicas de Super, 6 de Pirata, 3 de Anti-Herói e 4 de Lobos, além de um feat com Anitta.

  1. Escorpião
  2. A Rua
  3. Essa Eu Fiz Pro Nosso Amor
  4. Doce
  5. Imaturo
  6. Gameboy
  7. Rádio
  8. Monstros
  9. Eu Vou Morrer Sozinho
  10. Sinais
  11. A Última Noite
  12. Acontece
  13. Julho
  14. Santo
  15. Idiota
  16. Lábia
  17. Locadora
  18. Triste Para Sempre (escolhida pelo público)
  19. Meninos e Meninas
  20. Olhos Vermelhos
  21. Eu Posso Ser Como Você
  22. Se o Problema Era Você, Por Que Doeu Em Mim?
  23. Maria
  24. São Paulo, 2015
  25. Pilantra
  26. Me Lambe
  27. Super
  28. Alinhamento Milenar

Fãs enlouquecidos. Um show que passa por todas as eras da curta, mas potente, carreira. Estrutura grandiosa e pensada nos detalhes. Pulseirinhas — as ‘da amizade’ e as de luzes coloridas. Presente para uma fã. Música ‘surpresa’ na setlist. E um repertório pop melódico. Jão teve uma verdadeira noite de Taylor Swift e iniciou a ‘Superturnê’, sua maior tour até aqui, lotando o Allianz Parque, em São Paulo, neste sábado, 20, debaixo de chuva.

O cantor separou sua apresentação em quatro atos, divididos nos elementos terra, ar, água e fogo, que representam seus álbuns: Lobos, Anti-Herói, Pirata e Super. Apesar disso, as músicas dos discos foram mescladas entre todas as partes da performance. Jão cantou as 14 faixas de seu mais recente trabalho e totalizou 28 canções na setlist em 2 horas de show.

Jão fez pimeiro show da “Superturnê”, que passará por mais 13 cidades brasileiras. Foto: TABA BENEDICTO/ ESTADAO

As quatro ‘eras’ de João Vitor

O show tem início antes mesmo de começar. Faltando meia hora para a apresentação, Francine, uma das backing vocals de Jão, surge no telão e coloca duas canções em disputa. Aquela que gerasse o maior barulho do público entraria na setlist da noite. Entre Triste Para Sempre e Aqui, os fãs preferiram a primeira de lavada. Numa estratégia à la ‘surprise songs’ de Taylor, Jão deve reproduzir a dinâmica ao longo de toda a turnê para colocar, em cada show, uma música diferente no roteiro.

Ele também repete a loirinha em uma contagem regressiva de 60 segundos no telão antes de surgir no palco. Loiro, como pede a estética da ‘era Super’. E, então, com a introdução de Rádio (’Eu tenho um sonho // eu quero o mundo, meu amor...’), ele inicia seu maior ato artístico até aqui. O cantor se emocionou em diversos momentos. “Esta é uma conquista muito grande da minha carreira, mas principalmente uma conquista nossa. Obrigado por acreditarem em mim. Esse show é uma celebração de quem a gente é”, agradeceu.

Com a trinca Escorpião, A Rua e Essa Eu Fiz Pro Nosso Amor, ele dá as primeiras cartadas e levanta os fãs, apesar de ainda parecer preso ao script de uma série que está no seu piloto. Um pouco travado no começo, atento aos movimentos calculados da estreia de seu novo espetáculo, Jão começa a se soltar de vez quando as melodias chicletes de Imaturo e Gameboy entram em cena.

“Essa música eu não canto tem seis anos, porque eu prometi a mim mesmo que só iria cantar quando esse dia chegasse. Porque eu sabia que ele iria chegar”, ele anuncia antes de começar Monstros, canção de seu disco de estreia, lançado em 2018. No final da performance, uma filmagem do bebê João Vitor surge na tela e o agora quase ‘trintão’ Jão chora no palco.

O cantor, que completa 30 anos em novembro, é içado por uma corda no momento mais impactante da apresentação. Em Sinais, ele é puxado para cima, numa espécie de abdução que quase reproduz a imagem da capa do álbum Anti-Herói. E lá de cima, do topo de um prédio espelhado no enorme telão, ele canta A Última Noite. Um ato de carga dramática e teatral reforçado pela chuva que insistiu em cair no Allianz Parque durante praticamente todo o evento.

A estrutura do show é umas das maiores já vistas para uma atração nacional. São dois telões gigantes, que se estendem do chão do palco ao topo do estádio do Palmeiras: um curvo, digno de sala IMAX, e um outro com duas faces retangulares para cada um dos lados da plateia, além de telas laterais. A extensa passarela leva o cantor em diversos momentos a uma enorme proximidade com quem está na pista (a comum, não a premium). Um colossal dragão branco, no melhor estilo Game of Thrones, completa o cenário.

O grande sucesso da carreira, Idiota, chega no terceiro ato, que também traz uma parte inédita da letra de Locadora (será que vem uma versão estendida por aí?). No ato final, Jão avisa que escreveu uma carta para entregar a um fã em cada um dos 15 shows da turnê. “Vocês sabem que eu gosto de me comunicar por cartas”, brinca o cantor.

São Paulo não é a cidade natal de Jão, mas ele já é praticamente um cidadão paulistano. Desde que saiu de Américo Brasiliense para cursar publicidade na USP e depois enveredou pela música, a capital paulista está presente nas suas letras e ganhou uma menção especial no show, com um trecho de São Paulo, 2015.

Pilantra, parceria com Anitta, é a única música não presente em um álbum do cantor a ganhar espaço no repertório da tour. E com Me Lambe, Super e Alinhamento Milenar, ele encerrou o show de estreia da Superturnê. A segunda apresentação, que já acontece neste domingo, 21, também no Allianz, terá transmissão ao vivo pela TV no canal Multishow e pelo Globoplay.

Allianz Parque recebeu primeiro show da Superturnê, de Jão Foto: TABA BENEDICTO/ ESTADAO

Rápida ascensão

A carreira nos palcos é realmente meteórica. Em 2019, depois de colocar para jogo seus dois primeiros álbuns de estúdio, Jão já consolidava uma interessante base de fãs, e começou a tocar nas rádios. As plateias ainda eram discretas. Naquele ano, na mesma São Paulo em que hoje deu o pontapé de sua maior turnê, ele cantou para 4 mil pessoas na Áudio, conhecida casa de shows da zona oeste.

O ponto de virada foi seu terceiro disco, Pirata, lançado em 2021, e o hit Idiota, que virou single no início do ano seguinte. Em março de 2022, entupiu o palco secundário do Lollapalooza e esgotou seis noites no Espaço das Américas. Ao final daquele ano, num show de graça para 25 mil no Anhangabaú, antecipou: ‘Ano que vem tem turnê no Allianz Parque’.

A tour atrasou um pouco e veio apenas em 2024, após o lançamento do quarto álbum, Super. Mas ela chegou e, depois de São Paulo, ainda vai rodar por mais 13 cidades ao longo do ano. Veja as datas:

Entre as críticas e a autoaceitação

Em 2023, Super foi recebido com um estrondoso sucesso entre os fãs. Lançado em agosto, o álbum bateu àquela altura o recorde de reproduções no dia de estreia no Spotify, com 8 milhões de streams nas primeiras 24 horas. Entre a crítica especializada, gerou opiniões controversas. Foi classificado como clichê e irregular pelo Estadão.

Se o trabalho de estúdio foi criticado, o show no The Town, algumas semanas depois, acabou elogiado pela confiança do artista em cima do palco e considerado um dos melhores do festival.

É fato. Jão está cada dia mais seguro nas apresentações ao vivo e com a autoestima lá em cima. Entre um repertório que pode soar monotemático e a inquestionável conexão com os milhões de fãs, ele vai se equilibrando nessa difícil corda bamba. Uma corda, que pelo menos nesse momento da carreira, ele parece caminhar com bastante firmeza. Jão gosta do pedestal em que foi colocado e sua audiência adora o que ele entrega. É o ícone pop masculino nacional que muitas gerações de brasileiros sempre pediram.

Se algumas das letras podem ser encaradas como falta de maturidade, a mesma maturidade parece sobrar para o gerenciamento de carreira e relacionamento com o público.

Veja a setlist do show

Vai a algum dos próximos shows da turnê? Então anote aí a lista completa de músicas. Ao todo, Jão cantou 14 músicas de Super, 6 de Pirata, 3 de Anti-Herói e 4 de Lobos, além de um feat com Anitta.

  1. Escorpião
  2. A Rua
  3. Essa Eu Fiz Pro Nosso Amor
  4. Doce
  5. Imaturo
  6. Gameboy
  7. Rádio
  8. Monstros
  9. Eu Vou Morrer Sozinho
  10. Sinais
  11. A Última Noite
  12. Acontece
  13. Julho
  14. Santo
  15. Idiota
  16. Lábia
  17. Locadora
  18. Triste Para Sempre (escolhida pelo público)
  19. Meninos e Meninas
  20. Olhos Vermelhos
  21. Eu Posso Ser Como Você
  22. Se o Problema Era Você, Por Que Doeu Em Mim?
  23. Maria
  24. São Paulo, 2015
  25. Pilantra
  26. Me Lambe
  27. Super
  28. Alinhamento Milenar

Fãs enlouquecidos. Um show que passa por todas as eras da curta, mas potente, carreira. Estrutura grandiosa e pensada nos detalhes. Pulseirinhas — as ‘da amizade’ e as de luzes coloridas. Presente para uma fã. Música ‘surpresa’ na setlist. E um repertório pop melódico. Jão teve uma verdadeira noite de Taylor Swift e iniciou a ‘Superturnê’, sua maior tour até aqui, lotando o Allianz Parque, em São Paulo, neste sábado, 20, debaixo de chuva.

O cantor separou sua apresentação em quatro atos, divididos nos elementos terra, ar, água e fogo, que representam seus álbuns: Lobos, Anti-Herói, Pirata e Super. Apesar disso, as músicas dos discos foram mescladas entre todas as partes da performance. Jão cantou as 14 faixas de seu mais recente trabalho e totalizou 28 canções na setlist em 2 horas de show.

Jão fez pimeiro show da “Superturnê”, que passará por mais 13 cidades brasileiras. Foto: TABA BENEDICTO/ ESTADAO

As quatro ‘eras’ de João Vitor

O show tem início antes mesmo de começar. Faltando meia hora para a apresentação, Francine, uma das backing vocals de Jão, surge no telão e coloca duas canções em disputa. Aquela que gerasse o maior barulho do público entraria na setlist da noite. Entre Triste Para Sempre e Aqui, os fãs preferiram a primeira de lavada. Numa estratégia à la ‘surprise songs’ de Taylor, Jão deve reproduzir a dinâmica ao longo de toda a turnê para colocar, em cada show, uma música diferente no roteiro.

Ele também repete a loirinha em uma contagem regressiva de 60 segundos no telão antes de surgir no palco. Loiro, como pede a estética da ‘era Super’. E, então, com a introdução de Rádio (’Eu tenho um sonho // eu quero o mundo, meu amor...’), ele inicia seu maior ato artístico até aqui. O cantor se emocionou em diversos momentos. “Esta é uma conquista muito grande da minha carreira, mas principalmente uma conquista nossa. Obrigado por acreditarem em mim. Esse show é uma celebração de quem a gente é”, agradeceu.

Com a trinca Escorpião, A Rua e Essa Eu Fiz Pro Nosso Amor, ele dá as primeiras cartadas e levanta os fãs, apesar de ainda parecer preso ao script de uma série que está no seu piloto. Um pouco travado no começo, atento aos movimentos calculados da estreia de seu novo espetáculo, Jão começa a se soltar de vez quando as melodias chicletes de Imaturo e Gameboy entram em cena.

“Essa música eu não canto tem seis anos, porque eu prometi a mim mesmo que só iria cantar quando esse dia chegasse. Porque eu sabia que ele iria chegar”, ele anuncia antes de começar Monstros, canção de seu disco de estreia, lançado em 2018. No final da performance, uma filmagem do bebê João Vitor surge na tela e o agora quase ‘trintão’ Jão chora no palco.

O cantor, que completa 30 anos em novembro, é içado por uma corda no momento mais impactante da apresentação. Em Sinais, ele é puxado para cima, numa espécie de abdução que quase reproduz a imagem da capa do álbum Anti-Herói. E lá de cima, do topo de um prédio espelhado no enorme telão, ele canta A Última Noite. Um ato de carga dramática e teatral reforçado pela chuva que insistiu em cair no Allianz Parque durante praticamente todo o evento.

A estrutura do show é umas das maiores já vistas para uma atração nacional. São dois telões gigantes, que se estendem do chão do palco ao topo do estádio do Palmeiras: um curvo, digno de sala IMAX, e um outro com duas faces retangulares para cada um dos lados da plateia, além de telas laterais. A extensa passarela leva o cantor em diversos momentos a uma enorme proximidade com quem está na pista (a comum, não a premium). Um colossal dragão branco, no melhor estilo Game of Thrones, completa o cenário.

O grande sucesso da carreira, Idiota, chega no terceiro ato, que também traz uma parte inédita da letra de Locadora (será que vem uma versão estendida por aí?). No ato final, Jão avisa que escreveu uma carta para entregar a um fã em cada um dos 15 shows da turnê. “Vocês sabem que eu gosto de me comunicar por cartas”, brinca o cantor.

São Paulo não é a cidade natal de Jão, mas ele já é praticamente um cidadão paulistano. Desde que saiu de Américo Brasiliense para cursar publicidade na USP e depois enveredou pela música, a capital paulista está presente nas suas letras e ganhou uma menção especial no show, com um trecho de São Paulo, 2015.

Pilantra, parceria com Anitta, é a única música não presente em um álbum do cantor a ganhar espaço no repertório da tour. E com Me Lambe, Super e Alinhamento Milenar, ele encerrou o show de estreia da Superturnê. A segunda apresentação, que já acontece neste domingo, 21, também no Allianz, terá transmissão ao vivo pela TV no canal Multishow e pelo Globoplay.

Allianz Parque recebeu primeiro show da Superturnê, de Jão Foto: TABA BENEDICTO/ ESTADAO

Rápida ascensão

A carreira nos palcos é realmente meteórica. Em 2019, depois de colocar para jogo seus dois primeiros álbuns de estúdio, Jão já consolidava uma interessante base de fãs, e começou a tocar nas rádios. As plateias ainda eram discretas. Naquele ano, na mesma São Paulo em que hoje deu o pontapé de sua maior turnê, ele cantou para 4 mil pessoas na Áudio, conhecida casa de shows da zona oeste.

O ponto de virada foi seu terceiro disco, Pirata, lançado em 2021, e o hit Idiota, que virou single no início do ano seguinte. Em março de 2022, entupiu o palco secundário do Lollapalooza e esgotou seis noites no Espaço das Américas. Ao final daquele ano, num show de graça para 25 mil no Anhangabaú, antecipou: ‘Ano que vem tem turnê no Allianz Parque’.

A tour atrasou um pouco e veio apenas em 2024, após o lançamento do quarto álbum, Super. Mas ela chegou e, depois de São Paulo, ainda vai rodar por mais 13 cidades ao longo do ano. Veja as datas:

Entre as críticas e a autoaceitação

Em 2023, Super foi recebido com um estrondoso sucesso entre os fãs. Lançado em agosto, o álbum bateu àquela altura o recorde de reproduções no dia de estreia no Spotify, com 8 milhões de streams nas primeiras 24 horas. Entre a crítica especializada, gerou opiniões controversas. Foi classificado como clichê e irregular pelo Estadão.

Se o trabalho de estúdio foi criticado, o show no The Town, algumas semanas depois, acabou elogiado pela confiança do artista em cima do palco e considerado um dos melhores do festival.

É fato. Jão está cada dia mais seguro nas apresentações ao vivo e com a autoestima lá em cima. Entre um repertório que pode soar monotemático e a inquestionável conexão com os milhões de fãs, ele vai se equilibrando nessa difícil corda bamba. Uma corda, que pelo menos nesse momento da carreira, ele parece caminhar com bastante firmeza. Jão gosta do pedestal em que foi colocado e sua audiência adora o que ele entrega. É o ícone pop masculino nacional que muitas gerações de brasileiros sempre pediram.

Se algumas das letras podem ser encaradas como falta de maturidade, a mesma maturidade parece sobrar para o gerenciamento de carreira e relacionamento com o público.

Veja a setlist do show

Vai a algum dos próximos shows da turnê? Então anote aí a lista completa de músicas. Ao todo, Jão cantou 14 músicas de Super, 6 de Pirata, 3 de Anti-Herói e 4 de Lobos, além de um feat com Anitta.

  1. Escorpião
  2. A Rua
  3. Essa Eu Fiz Pro Nosso Amor
  4. Doce
  5. Imaturo
  6. Gameboy
  7. Rádio
  8. Monstros
  9. Eu Vou Morrer Sozinho
  10. Sinais
  11. A Última Noite
  12. Acontece
  13. Julho
  14. Santo
  15. Idiota
  16. Lábia
  17. Locadora
  18. Triste Para Sempre (escolhida pelo público)
  19. Meninos e Meninas
  20. Olhos Vermelhos
  21. Eu Posso Ser Como Você
  22. Se o Problema Era Você, Por Que Doeu Em Mim?
  23. Maria
  24. São Paulo, 2015
  25. Pilantra
  26. Me Lambe
  27. Super
  28. Alinhamento Milenar

Fãs enlouquecidos. Um show que passa por todas as eras da curta, mas potente, carreira. Estrutura grandiosa e pensada nos detalhes. Pulseirinhas — as ‘da amizade’ e as de luzes coloridas. Presente para uma fã. Música ‘surpresa’ na setlist. E um repertório pop melódico. Jão teve uma verdadeira noite de Taylor Swift e iniciou a ‘Superturnê’, sua maior tour até aqui, lotando o Allianz Parque, em São Paulo, neste sábado, 20, debaixo de chuva.

O cantor separou sua apresentação em quatro atos, divididos nos elementos terra, ar, água e fogo, que representam seus álbuns: Lobos, Anti-Herói, Pirata e Super. Apesar disso, as músicas dos discos foram mescladas entre todas as partes da performance. Jão cantou as 14 faixas de seu mais recente trabalho e totalizou 28 canções na setlist em 2 horas de show.

Jão fez pimeiro show da “Superturnê”, que passará por mais 13 cidades brasileiras. Foto: TABA BENEDICTO/ ESTADAO

As quatro ‘eras’ de João Vitor

O show tem início antes mesmo de começar. Faltando meia hora para a apresentação, Francine, uma das backing vocals de Jão, surge no telão e coloca duas canções em disputa. Aquela que gerasse o maior barulho do público entraria na setlist da noite. Entre Triste Para Sempre e Aqui, os fãs preferiram a primeira de lavada. Numa estratégia à la ‘surprise songs’ de Taylor, Jão deve reproduzir a dinâmica ao longo de toda a turnê para colocar, em cada show, uma música diferente no roteiro.

Ele também repete a loirinha em uma contagem regressiva de 60 segundos no telão antes de surgir no palco. Loiro, como pede a estética da ‘era Super’. E, então, com a introdução de Rádio (’Eu tenho um sonho // eu quero o mundo, meu amor...’), ele inicia seu maior ato artístico até aqui. O cantor se emocionou em diversos momentos. “Esta é uma conquista muito grande da minha carreira, mas principalmente uma conquista nossa. Obrigado por acreditarem em mim. Esse show é uma celebração de quem a gente é”, agradeceu.

Com a trinca Escorpião, A Rua e Essa Eu Fiz Pro Nosso Amor, ele dá as primeiras cartadas e levanta os fãs, apesar de ainda parecer preso ao script de uma série que está no seu piloto. Um pouco travado no começo, atento aos movimentos calculados da estreia de seu novo espetáculo, Jão começa a se soltar de vez quando as melodias chicletes de Imaturo e Gameboy entram em cena.

“Essa música eu não canto tem seis anos, porque eu prometi a mim mesmo que só iria cantar quando esse dia chegasse. Porque eu sabia que ele iria chegar”, ele anuncia antes de começar Monstros, canção de seu disco de estreia, lançado em 2018. No final da performance, uma filmagem do bebê João Vitor surge na tela e o agora quase ‘trintão’ Jão chora no palco.

O cantor, que completa 30 anos em novembro, é içado por uma corda no momento mais impactante da apresentação. Em Sinais, ele é puxado para cima, numa espécie de abdução que quase reproduz a imagem da capa do álbum Anti-Herói. E lá de cima, do topo de um prédio espelhado no enorme telão, ele canta A Última Noite. Um ato de carga dramática e teatral reforçado pela chuva que insistiu em cair no Allianz Parque durante praticamente todo o evento.

A estrutura do show é umas das maiores já vistas para uma atração nacional. São dois telões gigantes, que se estendem do chão do palco ao topo do estádio do Palmeiras: um curvo, digno de sala IMAX, e um outro com duas faces retangulares para cada um dos lados da plateia, além de telas laterais. A extensa passarela leva o cantor em diversos momentos a uma enorme proximidade com quem está na pista (a comum, não a premium). Um colossal dragão branco, no melhor estilo Game of Thrones, completa o cenário.

O grande sucesso da carreira, Idiota, chega no terceiro ato, que também traz uma parte inédita da letra de Locadora (será que vem uma versão estendida por aí?). No ato final, Jão avisa que escreveu uma carta para entregar a um fã em cada um dos 15 shows da turnê. “Vocês sabem que eu gosto de me comunicar por cartas”, brinca o cantor.

São Paulo não é a cidade natal de Jão, mas ele já é praticamente um cidadão paulistano. Desde que saiu de Américo Brasiliense para cursar publicidade na USP e depois enveredou pela música, a capital paulista está presente nas suas letras e ganhou uma menção especial no show, com um trecho de São Paulo, 2015.

Pilantra, parceria com Anitta, é a única música não presente em um álbum do cantor a ganhar espaço no repertório da tour. E com Me Lambe, Super e Alinhamento Milenar, ele encerrou o show de estreia da Superturnê. A segunda apresentação, que já acontece neste domingo, 21, também no Allianz, terá transmissão ao vivo pela TV no canal Multishow e pelo Globoplay.

Allianz Parque recebeu primeiro show da Superturnê, de Jão Foto: TABA BENEDICTO/ ESTADAO

Rápida ascensão

A carreira nos palcos é realmente meteórica. Em 2019, depois de colocar para jogo seus dois primeiros álbuns de estúdio, Jão já consolidava uma interessante base de fãs, e começou a tocar nas rádios. As plateias ainda eram discretas. Naquele ano, na mesma São Paulo em que hoje deu o pontapé de sua maior turnê, ele cantou para 4 mil pessoas na Áudio, conhecida casa de shows da zona oeste.

O ponto de virada foi seu terceiro disco, Pirata, lançado em 2021, e o hit Idiota, que virou single no início do ano seguinte. Em março de 2022, entupiu o palco secundário do Lollapalooza e esgotou seis noites no Espaço das Américas. Ao final daquele ano, num show de graça para 25 mil no Anhangabaú, antecipou: ‘Ano que vem tem turnê no Allianz Parque’.

A tour atrasou um pouco e veio apenas em 2024, após o lançamento do quarto álbum, Super. Mas ela chegou e, depois de São Paulo, ainda vai rodar por mais 13 cidades ao longo do ano. Veja as datas:

Entre as críticas e a autoaceitação

Em 2023, Super foi recebido com um estrondoso sucesso entre os fãs. Lançado em agosto, o álbum bateu àquela altura o recorde de reproduções no dia de estreia no Spotify, com 8 milhões de streams nas primeiras 24 horas. Entre a crítica especializada, gerou opiniões controversas. Foi classificado como clichê e irregular pelo Estadão.

Se o trabalho de estúdio foi criticado, o show no The Town, algumas semanas depois, acabou elogiado pela confiança do artista em cima do palco e considerado um dos melhores do festival.

É fato. Jão está cada dia mais seguro nas apresentações ao vivo e com a autoestima lá em cima. Entre um repertório que pode soar monotemático e a inquestionável conexão com os milhões de fãs, ele vai se equilibrando nessa difícil corda bamba. Uma corda, que pelo menos nesse momento da carreira, ele parece caminhar com bastante firmeza. Jão gosta do pedestal em que foi colocado e sua audiência adora o que ele entrega. É o ícone pop masculino nacional que muitas gerações de brasileiros sempre pediram.

Se algumas das letras podem ser encaradas como falta de maturidade, a mesma maturidade parece sobrar para o gerenciamento de carreira e relacionamento com o público.

Veja a setlist do show

Vai a algum dos próximos shows da turnê? Então anote aí a lista completa de músicas. Ao todo, Jão cantou 14 músicas de Super, 6 de Pirata, 3 de Anti-Herói e 4 de Lobos, além de um feat com Anitta.

  1. Escorpião
  2. A Rua
  3. Essa Eu Fiz Pro Nosso Amor
  4. Doce
  5. Imaturo
  6. Gameboy
  7. Rádio
  8. Monstros
  9. Eu Vou Morrer Sozinho
  10. Sinais
  11. A Última Noite
  12. Acontece
  13. Julho
  14. Santo
  15. Idiota
  16. Lábia
  17. Locadora
  18. Triste Para Sempre (escolhida pelo público)
  19. Meninos e Meninas
  20. Olhos Vermelhos
  21. Eu Posso Ser Como Você
  22. Se o Problema Era Você, Por Que Doeu Em Mim?
  23. Maria
  24. São Paulo, 2015
  25. Pilantra
  26. Me Lambe
  27. Super
  28. Alinhamento Milenar

Fãs enlouquecidos. Um show que passa por todas as eras da curta, mas potente, carreira. Estrutura grandiosa e pensada nos detalhes. Pulseirinhas — as ‘da amizade’ e as de luzes coloridas. Presente para uma fã. Música ‘surpresa’ na setlist. E um repertório pop melódico. Jão teve uma verdadeira noite de Taylor Swift e iniciou a ‘Superturnê’, sua maior tour até aqui, lotando o Allianz Parque, em São Paulo, neste sábado, 20, debaixo de chuva.

O cantor separou sua apresentação em quatro atos, divididos nos elementos terra, ar, água e fogo, que representam seus álbuns: Lobos, Anti-Herói, Pirata e Super. Apesar disso, as músicas dos discos foram mescladas entre todas as partes da performance. Jão cantou as 14 faixas de seu mais recente trabalho e totalizou 28 canções na setlist em 2 horas de show.

Jão fez pimeiro show da “Superturnê”, que passará por mais 13 cidades brasileiras. Foto: TABA BENEDICTO/ ESTADAO

As quatro ‘eras’ de João Vitor

O show tem início antes mesmo de começar. Faltando meia hora para a apresentação, Francine, uma das backing vocals de Jão, surge no telão e coloca duas canções em disputa. Aquela que gerasse o maior barulho do público entraria na setlist da noite. Entre Triste Para Sempre e Aqui, os fãs preferiram a primeira de lavada. Numa estratégia à la ‘surprise songs’ de Taylor, Jão deve reproduzir a dinâmica ao longo de toda a turnê para colocar, em cada show, uma música diferente no roteiro.

Ele também repete a loirinha em uma contagem regressiva de 60 segundos no telão antes de surgir no palco. Loiro, como pede a estética da ‘era Super’. E, então, com a introdução de Rádio (’Eu tenho um sonho // eu quero o mundo, meu amor...’), ele inicia seu maior ato artístico até aqui. O cantor se emocionou em diversos momentos. “Esta é uma conquista muito grande da minha carreira, mas principalmente uma conquista nossa. Obrigado por acreditarem em mim. Esse show é uma celebração de quem a gente é”, agradeceu.

Com a trinca Escorpião, A Rua e Essa Eu Fiz Pro Nosso Amor, ele dá as primeiras cartadas e levanta os fãs, apesar de ainda parecer preso ao script de uma série que está no seu piloto. Um pouco travado no começo, atento aos movimentos calculados da estreia de seu novo espetáculo, Jão começa a se soltar de vez quando as melodias chicletes de Imaturo e Gameboy entram em cena.

“Essa música eu não canto tem seis anos, porque eu prometi a mim mesmo que só iria cantar quando esse dia chegasse. Porque eu sabia que ele iria chegar”, ele anuncia antes de começar Monstros, canção de seu disco de estreia, lançado em 2018. No final da performance, uma filmagem do bebê João Vitor surge na tela e o agora quase ‘trintão’ Jão chora no palco.

O cantor, que completa 30 anos em novembro, é içado por uma corda no momento mais impactante da apresentação. Em Sinais, ele é puxado para cima, numa espécie de abdução que quase reproduz a imagem da capa do álbum Anti-Herói. E lá de cima, do topo de um prédio espelhado no enorme telão, ele canta A Última Noite. Um ato de carga dramática e teatral reforçado pela chuva que insistiu em cair no Allianz Parque durante praticamente todo o evento.

A estrutura do show é umas das maiores já vistas para uma atração nacional. São dois telões gigantes, que se estendem do chão do palco ao topo do estádio do Palmeiras: um curvo, digno de sala IMAX, e um outro com duas faces retangulares para cada um dos lados da plateia, além de telas laterais. A extensa passarela leva o cantor em diversos momentos a uma enorme proximidade com quem está na pista (a comum, não a premium). Um colossal dragão branco, no melhor estilo Game of Thrones, completa o cenário.

O grande sucesso da carreira, Idiota, chega no terceiro ato, que também traz uma parte inédita da letra de Locadora (será que vem uma versão estendida por aí?). No ato final, Jão avisa que escreveu uma carta para entregar a um fã em cada um dos 15 shows da turnê. “Vocês sabem que eu gosto de me comunicar por cartas”, brinca o cantor.

São Paulo não é a cidade natal de Jão, mas ele já é praticamente um cidadão paulistano. Desde que saiu de Américo Brasiliense para cursar publicidade na USP e depois enveredou pela música, a capital paulista está presente nas suas letras e ganhou uma menção especial no show, com um trecho de São Paulo, 2015.

Pilantra, parceria com Anitta, é a única música não presente em um álbum do cantor a ganhar espaço no repertório da tour. E com Me Lambe, Super e Alinhamento Milenar, ele encerrou o show de estreia da Superturnê. A segunda apresentação, que já acontece neste domingo, 21, também no Allianz, terá transmissão ao vivo pela TV no canal Multishow e pelo Globoplay.

Allianz Parque recebeu primeiro show da Superturnê, de Jão Foto: TABA BENEDICTO/ ESTADAO

Rápida ascensão

A carreira nos palcos é realmente meteórica. Em 2019, depois de colocar para jogo seus dois primeiros álbuns de estúdio, Jão já consolidava uma interessante base de fãs, e começou a tocar nas rádios. As plateias ainda eram discretas. Naquele ano, na mesma São Paulo em que hoje deu o pontapé de sua maior turnê, ele cantou para 4 mil pessoas na Áudio, conhecida casa de shows da zona oeste.

O ponto de virada foi seu terceiro disco, Pirata, lançado em 2021, e o hit Idiota, que virou single no início do ano seguinte. Em março de 2022, entupiu o palco secundário do Lollapalooza e esgotou seis noites no Espaço das Américas. Ao final daquele ano, num show de graça para 25 mil no Anhangabaú, antecipou: ‘Ano que vem tem turnê no Allianz Parque’.

A tour atrasou um pouco e veio apenas em 2024, após o lançamento do quarto álbum, Super. Mas ela chegou e, depois de São Paulo, ainda vai rodar por mais 13 cidades ao longo do ano. Veja as datas:

Entre as críticas e a autoaceitação

Em 2023, Super foi recebido com um estrondoso sucesso entre os fãs. Lançado em agosto, o álbum bateu àquela altura o recorde de reproduções no dia de estreia no Spotify, com 8 milhões de streams nas primeiras 24 horas. Entre a crítica especializada, gerou opiniões controversas. Foi classificado como clichê e irregular pelo Estadão.

Se o trabalho de estúdio foi criticado, o show no The Town, algumas semanas depois, acabou elogiado pela confiança do artista em cima do palco e considerado um dos melhores do festival.

É fato. Jão está cada dia mais seguro nas apresentações ao vivo e com a autoestima lá em cima. Entre um repertório que pode soar monotemático e a inquestionável conexão com os milhões de fãs, ele vai se equilibrando nessa difícil corda bamba. Uma corda, que pelo menos nesse momento da carreira, ele parece caminhar com bastante firmeza. Jão gosta do pedestal em que foi colocado e sua audiência adora o que ele entrega. É o ícone pop masculino nacional que muitas gerações de brasileiros sempre pediram.

Se algumas das letras podem ser encaradas como falta de maturidade, a mesma maturidade parece sobrar para o gerenciamento de carreira e relacionamento com o público.

Veja a setlist do show

Vai a algum dos próximos shows da turnê? Então anote aí a lista completa de músicas. Ao todo, Jão cantou 14 músicas de Super, 6 de Pirata, 3 de Anti-Herói e 4 de Lobos, além de um feat com Anitta.

  1. Escorpião
  2. A Rua
  3. Essa Eu Fiz Pro Nosso Amor
  4. Doce
  5. Imaturo
  6. Gameboy
  7. Rádio
  8. Monstros
  9. Eu Vou Morrer Sozinho
  10. Sinais
  11. A Última Noite
  12. Acontece
  13. Julho
  14. Santo
  15. Idiota
  16. Lábia
  17. Locadora
  18. Triste Para Sempre (escolhida pelo público)
  19. Meninos e Meninas
  20. Olhos Vermelhos
  21. Eu Posso Ser Como Você
  22. Se o Problema Era Você, Por Que Doeu Em Mim?
  23. Maria
  24. São Paulo, 2015
  25. Pilantra
  26. Me Lambe
  27. Super
  28. Alinhamento Milenar
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