Justin Bieber se redime em São Paulo com pop redondo e faz a festa dos teens 


Cantor canadense volta a se apresentar na cidade neste domingo, 2, novamente no Allianz Parque 

Por Pedro Antunes

Justin Bieber descia do teto do palco em uma espécie de gaiola de vidro. Escrevia algumas palavras nas paredes transparentes enquanto cantava Mark My Words. Assim como o astro pop, uma garotinha ia ao chão, do lado da mãe. Ficava de joelhos, os olhos cheios de lágrimas eram parcialmente escondidos por um boné preto de um tamanho maior do que sua cabeça. O adereço tinha gravado nele a palavra "Sorry", nome de uma das musicas de Purpose, disco de 2015 que redimiu, pelo pop, o garoto problema dos anos anteriores. 

É a volta de Bieber a São Paulo, quatro anos depois de uma passagem problemática. Foi na apresentação dele pela cidade que o jovem foi atingido por uma garrafa de água, abandonou o palco e deixou os fãs desesperados - ele ainda não havia cantado Baby, o maior sucesso do início da meteórica carreira. Numa cartilha distribuída pelo fã-clube do guri canadense pelas redes sociais, um código de conduta para o público sugeria que nenhum objeto fosse arremessado no palco. Ninguém queria que aquela cena se repetisse. Não, dessa vez, o encontro de Bieber com os fãs deveria ser perfeito. Para os 44 mil que lotaram o Allianz Parque na noite deste sábado, 1, e, principalmente, para a jovem de menos de 1,50 m, ainda em lágrimas lá pela terceira música da apresentação, mas já na ponta dos pés, na tentativa de ter um vislumbre que seja do canadense. 

Afinal, é disso que sobrevivem as estrelas do pop teen. Da relação particular de cada fã com determinado artista. Algo forte, tão intenso quanto os hormônios em ebulição em corpos que ainda estão crescendo e se formando. Tudo é intenso ali. Ama-se. Odeia-se. Figuras como Bieber, gostem os mais velhos e roqueiros ou não, representam esse período de transformação. 

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"Obrigado por virem aqui. Que noite linda. Que público lindo", disse Bieber, já ao fim da sexta música. Foi recebido com uma ovação ensurdecedora - impressionante como seus fãs não parecem perder a voz. Ele pede para que o público abaixe seus smartphones. "Vocês nunca sabem o que podem perder quando estão olhando tudo pela telas dos seus pequenos iPhones", falou. Curiosamente, mais celulares foram erguidos. Talvez o público não tenha entendido, o que é compreensível, dado o alto volume da gritaria a cada palavra do jovem de 24 anos. 

 E a cada "oi" dado por Bieber, é como se ele falasse diretamente para cada um dos seus fãs. Só eles sabem quantas horas passaram a ouvir àquelas canções, sozinhos ou acompanhados. Se dançaram com Baby ou mandaram suas indiretas pelas redes sociaiscom Love Yourself. Uma estrela teen tem uma relação muito particular com cada um de seus seguidores. É algo tão próximo que, estar diante do ídolo, mesmo a metros de distância, separados por grades, seguranças e uma multidão, esses momentos se tornam especiais. 

De tal forma que o que importa de Justin Bieber, por vezes, está com a boca fechada enquanto sua voz continua a soar pelas poderosas caixas de som espalhadas pelo estádio. Não estamos falando de um virtuose aqui. A música é um escape, uma forma de colocar sentimentos confusos para fora. A reportagem viu três garotas deixarem o lado direito do palco acompanhadas por bombeiros. Estavam bem, com olhos inchados de tanto chorar, mas precisavam descansar. 

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Portanto, quando Bieber diz amar aquela noite, por mais que a frase seja provavelmente repetida em todas as suas apresentações, ela tem um significado especial para esses garotos e garotas. Quando ele deixa o palco, em um mise-en-scène batido, e alguém surge no palco para dizer que ele não vai ser capaz de seguir com o show, gritos desesperados surgem de todos os lados. Era uma brincadeira, explicou ele depois, ao retornar menos de um minuto depois. Como dito acima, é tudo muito intenso. 

De forma pragmática, trata-se de um grande show. Grande em proporção. Um incontável número de bailarinos dançam pelo palco em quase todas as músicas. Seus corpos maleáveis fazem contorcionismos impressionantes enquanto Bieber arrisca alguns passos de dança. Há uma plataforma para que Bieber caminhe pelo miolo do gramado do Allianz Parque e, lá, ele até toca bateria - é bom lembrar que assim que ele foi descoberto, em um vídeo de YouTube, com as baquetas em punho. Como baterista, bom, ele não desaponta, embora também não encante. Tudo, essa grandiosidade toda, é também o que faz a máquina do showbiz girar. Fogos de artifício e canhões de luz colorem o espaço a todo o momento. 

Purpose, o disco de 2015, resgatou Bieber de um poço que parecia não ter fundo. Suas canções não amadureciam e, ele, também não. Era uma derrapada seguida de outra fora dos palcos. Neles, o jovem também não desempenhava um bom papel. Com um time de primeira de produtores e compositores, lançou uma safra de canções que falam sobre amadurecimento e arrependimento. Pede desculpas pelos erros, se diz mudado. Para quem o viu nas outras passagens por São Paulo, em 2011 e 2013, isso também é muito claro.

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Do novo álbum vem grande parte das canções da noite. Children, Company, Love Yourself, Mark My Words, The Feeling, What Do You Mean? e Sorry, que encerra o show no bis, mostram exatamente o que bons produtores fizeram por Bieber. Colocaram-o no caminho certo, num flerte com o eletrônico, com o dubstep feito para sacudir o esqueleto. Há pouco espaço para algumas poucas músicas antigas, aquelas essenciais, como Baby, das quais ele não pode fugir ainda - no futuro, quem sabe. 

Na sexta-feira, 31, um repórter de mais de 40 anos questionou a reportagem: "A música não está piorando? Veja só o Justin Bieber, por exemplo". E a grande questão aqui não tem nada a ver com a música. Esta é tão plastificada quanto o pop dos anos 1980 ou 1990. Mudaram as tendências, as influências e a tecnologia, mas ainda se trata de um produto para as massas. Tudo à gosto do freguês. 

Embora tudo pareça ensaiado demais, Bieber entrega o espetáculo. "É uma das melhores noites da minha vida. Se você está longe, não se preocupe. Eu consigo ver cada um de vocês", diz, em mais um de seus discursos. Pode soar genérico - e soa, acredite -, mas essa frase não foi dita para mim, repórter, ou qualquer pai, acompanhante ou maiores de 30 anos de idade. Foi dita para gente como aquela garotinha do início desse texto, que, ao fim do show, já tinha o boné nas mãos. Com os cabelos bagunçados, pulava ao som de What Do You Mean?. Para ela, aquelas palavras significaram um mundo. E ela dormiria satisfeita naquela noite. 

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Justin Bieber volta ao Allianz Parque para a segunda apresentação em São Paulo neste domingo, 2. Os ingressos, segundo a assessoria de imprensa da produtora do show, já estão esgotados. 

Justin Bieber descia do teto do palco em uma espécie de gaiola de vidro. Escrevia algumas palavras nas paredes transparentes enquanto cantava Mark My Words. Assim como o astro pop, uma garotinha ia ao chão, do lado da mãe. Ficava de joelhos, os olhos cheios de lágrimas eram parcialmente escondidos por um boné preto de um tamanho maior do que sua cabeça. O adereço tinha gravado nele a palavra "Sorry", nome de uma das musicas de Purpose, disco de 2015 que redimiu, pelo pop, o garoto problema dos anos anteriores. 

É a volta de Bieber a São Paulo, quatro anos depois de uma passagem problemática. Foi na apresentação dele pela cidade que o jovem foi atingido por uma garrafa de água, abandonou o palco e deixou os fãs desesperados - ele ainda não havia cantado Baby, o maior sucesso do início da meteórica carreira. Numa cartilha distribuída pelo fã-clube do guri canadense pelas redes sociais, um código de conduta para o público sugeria que nenhum objeto fosse arremessado no palco. Ninguém queria que aquela cena se repetisse. Não, dessa vez, o encontro de Bieber com os fãs deveria ser perfeito. Para os 44 mil que lotaram o Allianz Parque na noite deste sábado, 1, e, principalmente, para a jovem de menos de 1,50 m, ainda em lágrimas lá pela terceira música da apresentação, mas já na ponta dos pés, na tentativa de ter um vislumbre que seja do canadense. 

Afinal, é disso que sobrevivem as estrelas do pop teen. Da relação particular de cada fã com determinado artista. Algo forte, tão intenso quanto os hormônios em ebulição em corpos que ainda estão crescendo e se formando. Tudo é intenso ali. Ama-se. Odeia-se. Figuras como Bieber, gostem os mais velhos e roqueiros ou não, representam esse período de transformação. 

"Obrigado por virem aqui. Que noite linda. Que público lindo", disse Bieber, já ao fim da sexta música. Foi recebido com uma ovação ensurdecedora - impressionante como seus fãs não parecem perder a voz. Ele pede para que o público abaixe seus smartphones. "Vocês nunca sabem o que podem perder quando estão olhando tudo pela telas dos seus pequenos iPhones", falou. Curiosamente, mais celulares foram erguidos. Talvez o público não tenha entendido, o que é compreensível, dado o alto volume da gritaria a cada palavra do jovem de 24 anos. 

 E a cada "oi" dado por Bieber, é como se ele falasse diretamente para cada um dos seus fãs. Só eles sabem quantas horas passaram a ouvir àquelas canções, sozinhos ou acompanhados. Se dançaram com Baby ou mandaram suas indiretas pelas redes sociaiscom Love Yourself. Uma estrela teen tem uma relação muito particular com cada um de seus seguidores. É algo tão próximo que, estar diante do ídolo, mesmo a metros de distância, separados por grades, seguranças e uma multidão, esses momentos se tornam especiais. 

De tal forma que o que importa de Justin Bieber, por vezes, está com a boca fechada enquanto sua voz continua a soar pelas poderosas caixas de som espalhadas pelo estádio. Não estamos falando de um virtuose aqui. A música é um escape, uma forma de colocar sentimentos confusos para fora. A reportagem viu três garotas deixarem o lado direito do palco acompanhadas por bombeiros. Estavam bem, com olhos inchados de tanto chorar, mas precisavam descansar. 

Portanto, quando Bieber diz amar aquela noite, por mais que a frase seja provavelmente repetida em todas as suas apresentações, ela tem um significado especial para esses garotos e garotas. Quando ele deixa o palco, em um mise-en-scène batido, e alguém surge no palco para dizer que ele não vai ser capaz de seguir com o show, gritos desesperados surgem de todos os lados. Era uma brincadeira, explicou ele depois, ao retornar menos de um minuto depois. Como dito acima, é tudo muito intenso. 

De forma pragmática, trata-se de um grande show. Grande em proporção. Um incontável número de bailarinos dançam pelo palco em quase todas as músicas. Seus corpos maleáveis fazem contorcionismos impressionantes enquanto Bieber arrisca alguns passos de dança. Há uma plataforma para que Bieber caminhe pelo miolo do gramado do Allianz Parque e, lá, ele até toca bateria - é bom lembrar que assim que ele foi descoberto, em um vídeo de YouTube, com as baquetas em punho. Como baterista, bom, ele não desaponta, embora também não encante. Tudo, essa grandiosidade toda, é também o que faz a máquina do showbiz girar. Fogos de artifício e canhões de luz colorem o espaço a todo o momento. 

Purpose, o disco de 2015, resgatou Bieber de um poço que parecia não ter fundo. Suas canções não amadureciam e, ele, também não. Era uma derrapada seguida de outra fora dos palcos. Neles, o jovem também não desempenhava um bom papel. Com um time de primeira de produtores e compositores, lançou uma safra de canções que falam sobre amadurecimento e arrependimento. Pede desculpas pelos erros, se diz mudado. Para quem o viu nas outras passagens por São Paulo, em 2011 e 2013, isso também é muito claro.

Do novo álbum vem grande parte das canções da noite. Children, Company, Love Yourself, Mark My Words, The Feeling, What Do You Mean? e Sorry, que encerra o show no bis, mostram exatamente o que bons produtores fizeram por Bieber. Colocaram-o no caminho certo, num flerte com o eletrônico, com o dubstep feito para sacudir o esqueleto. Há pouco espaço para algumas poucas músicas antigas, aquelas essenciais, como Baby, das quais ele não pode fugir ainda - no futuro, quem sabe. 

Na sexta-feira, 31, um repórter de mais de 40 anos questionou a reportagem: "A música não está piorando? Veja só o Justin Bieber, por exemplo". E a grande questão aqui não tem nada a ver com a música. Esta é tão plastificada quanto o pop dos anos 1980 ou 1990. Mudaram as tendências, as influências e a tecnologia, mas ainda se trata de um produto para as massas. Tudo à gosto do freguês. 

Embora tudo pareça ensaiado demais, Bieber entrega o espetáculo. "É uma das melhores noites da minha vida. Se você está longe, não se preocupe. Eu consigo ver cada um de vocês", diz, em mais um de seus discursos. Pode soar genérico - e soa, acredite -, mas essa frase não foi dita para mim, repórter, ou qualquer pai, acompanhante ou maiores de 30 anos de idade. Foi dita para gente como aquela garotinha do início desse texto, que, ao fim do show, já tinha o boné nas mãos. Com os cabelos bagunçados, pulava ao som de What Do You Mean?. Para ela, aquelas palavras significaram um mundo. E ela dormiria satisfeita naquela noite. 

Justin Bieber volta ao Allianz Parque para a segunda apresentação em São Paulo neste domingo, 2. Os ingressos, segundo a assessoria de imprensa da produtora do show, já estão esgotados. 

Justin Bieber descia do teto do palco em uma espécie de gaiola de vidro. Escrevia algumas palavras nas paredes transparentes enquanto cantava Mark My Words. Assim como o astro pop, uma garotinha ia ao chão, do lado da mãe. Ficava de joelhos, os olhos cheios de lágrimas eram parcialmente escondidos por um boné preto de um tamanho maior do que sua cabeça. O adereço tinha gravado nele a palavra "Sorry", nome de uma das musicas de Purpose, disco de 2015 que redimiu, pelo pop, o garoto problema dos anos anteriores. 

É a volta de Bieber a São Paulo, quatro anos depois de uma passagem problemática. Foi na apresentação dele pela cidade que o jovem foi atingido por uma garrafa de água, abandonou o palco e deixou os fãs desesperados - ele ainda não havia cantado Baby, o maior sucesso do início da meteórica carreira. Numa cartilha distribuída pelo fã-clube do guri canadense pelas redes sociais, um código de conduta para o público sugeria que nenhum objeto fosse arremessado no palco. Ninguém queria que aquela cena se repetisse. Não, dessa vez, o encontro de Bieber com os fãs deveria ser perfeito. Para os 44 mil que lotaram o Allianz Parque na noite deste sábado, 1, e, principalmente, para a jovem de menos de 1,50 m, ainda em lágrimas lá pela terceira música da apresentação, mas já na ponta dos pés, na tentativa de ter um vislumbre que seja do canadense. 

Afinal, é disso que sobrevivem as estrelas do pop teen. Da relação particular de cada fã com determinado artista. Algo forte, tão intenso quanto os hormônios em ebulição em corpos que ainda estão crescendo e se formando. Tudo é intenso ali. Ama-se. Odeia-se. Figuras como Bieber, gostem os mais velhos e roqueiros ou não, representam esse período de transformação. 

"Obrigado por virem aqui. Que noite linda. Que público lindo", disse Bieber, já ao fim da sexta música. Foi recebido com uma ovação ensurdecedora - impressionante como seus fãs não parecem perder a voz. Ele pede para que o público abaixe seus smartphones. "Vocês nunca sabem o que podem perder quando estão olhando tudo pela telas dos seus pequenos iPhones", falou. Curiosamente, mais celulares foram erguidos. Talvez o público não tenha entendido, o que é compreensível, dado o alto volume da gritaria a cada palavra do jovem de 24 anos. 

 E a cada "oi" dado por Bieber, é como se ele falasse diretamente para cada um dos seus fãs. Só eles sabem quantas horas passaram a ouvir àquelas canções, sozinhos ou acompanhados. Se dançaram com Baby ou mandaram suas indiretas pelas redes sociaiscom Love Yourself. Uma estrela teen tem uma relação muito particular com cada um de seus seguidores. É algo tão próximo que, estar diante do ídolo, mesmo a metros de distância, separados por grades, seguranças e uma multidão, esses momentos se tornam especiais. 

De tal forma que o que importa de Justin Bieber, por vezes, está com a boca fechada enquanto sua voz continua a soar pelas poderosas caixas de som espalhadas pelo estádio. Não estamos falando de um virtuose aqui. A música é um escape, uma forma de colocar sentimentos confusos para fora. A reportagem viu três garotas deixarem o lado direito do palco acompanhadas por bombeiros. Estavam bem, com olhos inchados de tanto chorar, mas precisavam descansar. 

Portanto, quando Bieber diz amar aquela noite, por mais que a frase seja provavelmente repetida em todas as suas apresentações, ela tem um significado especial para esses garotos e garotas. Quando ele deixa o palco, em um mise-en-scène batido, e alguém surge no palco para dizer que ele não vai ser capaz de seguir com o show, gritos desesperados surgem de todos os lados. Era uma brincadeira, explicou ele depois, ao retornar menos de um minuto depois. Como dito acima, é tudo muito intenso. 

De forma pragmática, trata-se de um grande show. Grande em proporção. Um incontável número de bailarinos dançam pelo palco em quase todas as músicas. Seus corpos maleáveis fazem contorcionismos impressionantes enquanto Bieber arrisca alguns passos de dança. Há uma plataforma para que Bieber caminhe pelo miolo do gramado do Allianz Parque e, lá, ele até toca bateria - é bom lembrar que assim que ele foi descoberto, em um vídeo de YouTube, com as baquetas em punho. Como baterista, bom, ele não desaponta, embora também não encante. Tudo, essa grandiosidade toda, é também o que faz a máquina do showbiz girar. Fogos de artifício e canhões de luz colorem o espaço a todo o momento. 

Purpose, o disco de 2015, resgatou Bieber de um poço que parecia não ter fundo. Suas canções não amadureciam e, ele, também não. Era uma derrapada seguida de outra fora dos palcos. Neles, o jovem também não desempenhava um bom papel. Com um time de primeira de produtores e compositores, lançou uma safra de canções que falam sobre amadurecimento e arrependimento. Pede desculpas pelos erros, se diz mudado. Para quem o viu nas outras passagens por São Paulo, em 2011 e 2013, isso também é muito claro.

Do novo álbum vem grande parte das canções da noite. Children, Company, Love Yourself, Mark My Words, The Feeling, What Do You Mean? e Sorry, que encerra o show no bis, mostram exatamente o que bons produtores fizeram por Bieber. Colocaram-o no caminho certo, num flerte com o eletrônico, com o dubstep feito para sacudir o esqueleto. Há pouco espaço para algumas poucas músicas antigas, aquelas essenciais, como Baby, das quais ele não pode fugir ainda - no futuro, quem sabe. 

Na sexta-feira, 31, um repórter de mais de 40 anos questionou a reportagem: "A música não está piorando? Veja só o Justin Bieber, por exemplo". E a grande questão aqui não tem nada a ver com a música. Esta é tão plastificada quanto o pop dos anos 1980 ou 1990. Mudaram as tendências, as influências e a tecnologia, mas ainda se trata de um produto para as massas. Tudo à gosto do freguês. 

Embora tudo pareça ensaiado demais, Bieber entrega o espetáculo. "É uma das melhores noites da minha vida. Se você está longe, não se preocupe. Eu consigo ver cada um de vocês", diz, em mais um de seus discursos. Pode soar genérico - e soa, acredite -, mas essa frase não foi dita para mim, repórter, ou qualquer pai, acompanhante ou maiores de 30 anos de idade. Foi dita para gente como aquela garotinha do início desse texto, que, ao fim do show, já tinha o boné nas mãos. Com os cabelos bagunçados, pulava ao som de What Do You Mean?. Para ela, aquelas palavras significaram um mundo. E ela dormiria satisfeita naquela noite. 

Justin Bieber volta ao Allianz Parque para a segunda apresentação em São Paulo neste domingo, 2. Os ingressos, segundo a assessoria de imprensa da produtora do show, já estão esgotados. 

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