A Secretaria de Segurança Pública (SSP) divulgou um balanço dos três dias de festival Lollapalooza no fim da tarde deste domingo, 24. No total, foram recuperados 44 aparelhos celulares roubados ou furtados e, além disso, foram realizadas oito prisões, sendo três detidos procurados pela Justiça.
De acordo com a SSP, os flagrantes registrados no Lollapalooza foram obtidos devido ao uso da tecnologia de reconhecimento facial. “As imagens são transmitidas em tempo real para os órgãos policiais. Quando algum evento de interesse de segurança pública é detectado, os alertas são gerados e enviados para os policiais que estão em campo”.
Mai cedo, na madrugada deste domingo, a Polícia Militar de São Paulo prendeu em flagrante dois homens, de 32 e 34 anos, e uma mulher, de 22, durante o festival. O trio teria furtado mais de 30 celulares que foram recuperados pelos agentes. Junto deles, mais uma mulher participava da ação e conseguiu fugir dos policiais. Durante a fuga, a suspeita deixou cair o documento de identidade, que era falso, mas foi reconhecido por duas vítimas e agora ela é investigada.
Procurada pelo Estadão, a organização do festival respondeu que “conta com um Centro de Operações que monitora tudo que acontece dentro do Autódromo de Interlagos e trabalha em parceria com os órgãos públicos, responsáveis pelo policiamento no entorno”. Além disso, recomenda “para quem passou por este tipo de situação”, que procure a delegacia instalada no portão A para registrar o boletim de ocorrência (leia a íntegra abaixo).
Natália Moreno Verrastro, de 32 anos, foi uma das vítimas do grupo. A produtora de televisão relembra que estava assistindo ao show da banda 30 Seconds to Mars no palco principal do festival quando percebeu a movimentação do trio. “Eles entraram na frente, incomodando, esbarrando. Quando eles passaram, instintivamente eu coloquei a mão no bolso, era um bolso com zíper na jaqueta, aí o celular não estava lá”, relata.
A vítima relembra que foi atrás do grupo e chegou a discutir com um deles. “Ele disse que não tinha feito nada e que podia olhar. Com certeza o celular já estava com outra pessoa. Quando olhei para trás, procurando um segurança, ele fugiu”. Natália abriu um boletim de ocorrência mas não conseguiu recuperar o aparelho furtado.
Na noite de sábado, 23, durante a apresentação da banda Titãs, a reportagem do Estadão presenciou uma movimentação anormal no lado esquerdo do palco. Em seguida, um rapaz acendeu a lanterna do celular e pediu licença para quem estava em volta. Ele procurava pelo celular de sua acompanhante, mas foi em vão. Quando a menina percebeu que havia sido furtada, passou mal e desmaiou. Ela foi retirada do meio do público com o auxílio de uma terceira pessoa. Não haviam seguranças por perto nesse momento.
Segundo a Polícia Militar os suspeitos foram identificados quando uma outra vítima, relatou ter sido furtada por duas mulheres no evento. O rapaz procurou os policiais e passou a geolocalização do aparelho, que foi encontrado juntamente com mais 32 celulares dentro da mochila de um dos assaltantes.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), alguns dos celulares recuperados eram de alto valor, chegando a custar R$ 9 mil reais, três deles foram devolvidos para as vítimas.
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Fãs tranquilos
Na manhã deste domingo, 24, porém, fãs não definiram a questão da segurança como um desafio nos dias de festival. Alguns, inclusive, disseram terem se sentido mais seguros do que na edição passada.
“A revista foi muito melhor”, afirma Mariana, de 24 anos. Giovana Roque, de 25, que aguardava sozinha a chegada de uma amiga no domingo para conferir SZA também comenta: “Achei que está tranquilo, estou me sentindo segura”.
Leonardo Francis, de 27 anos , e Larissa Munhoz, de 25, ainda elogiaram o policiamento nos arredores do Autódromo de Interlagos. “Está melhor do que no ano passado, tem mais policiais”, diz Leonardo.
Leni Veiga, de 57 anos, que veio pela primeira vez ao evento no domingo, também elogiou o policiamento. “Estou gostando”, comenta.
O que diz a organização do festival?
Procurada pelo Estadão para comentar sobre a ocorrência de furtos no festival, a organização do Lollapalooza enviou a nota a seguir:
“O festival conta com um Centro de Operações que monitora tudo que acontece dentro do Autódromo de Interlagos e trabalha em parceria com os órgãos públicos, responsáveis pelo policiamento no entorno. Cerca de 1.300 profissionais atuam no recinto, na área de segurança. Além disso, uma delegacia da Polícia Civil está instalada no portão A para facilitar o registro de possíveis ocorrências e atender situações ocorridas no evento. Os celulares furtados e recuperados são levados para este local, onde ficam à disposição para serem devolvidos aos proprietários. Por isso, a recomendação é para quem passou por este tipo de situação, procure esta delegacia para registrar o boletim de ocorrência. Vale reforçar que o Achados e Perdidos funciona na Central de Serviços. Diversos itens, incluindo telefones, são encontrados no recinto e entregues neste local.”
Cabine de atendimento
A PM está atuando no festival com uma cabine exclusiva para atendimento de ocorrências. Operada por agentes do Centro de Operações da Polícia Militar de São Paulo (Copom), o objetivo é facilitar a comunicação dos operadores com os policiais no evento.
Além da cabine de operação, o Copom está trabalhando com intérpretes de inglês e espanhol para auxiliar turistas estrangeiros que estejam curtindo o festival. As chamadas que geralmente são realizadas pelo centro de operações — o conhecido 190 dos brasileiros — também podem ser feitas a partir do 911, número que centraliza o atendimento de emergência dos Estados Unidos. Da mesma forma, quem ligar para 112, contato de emergência dos países da União Europeia, também terá a ligação direcionada para o Copom de São Paulo.