O Lollapalooza 2024 chegou ao fim já na madrugada desta segunda-feira, 25, após shows da cantora americana SZA e da banda de rock Greta Van Fleet. A edição deste ano, a primeiro organizado pela Rock World, empresa dona do Rock In Rio, teve as características tradicionais do festival: público diverso, shows memoráveis (e muitos medianos), chuva e muita lama.
O evento enfrentou desafios antes mesmo de começar, com quatro cancelamentos, sendo o mais sentido o banda Paramore, substituída por Kings of Leon no sábado. Além disso, na madrugada de sexta, um incêndio atingiu uma tenda de apoio, mas logo foi controlado. Mesmo com os obstáculos, contudo, o saldo parece ter sido mais positivo do que negativo.
A organização não passou o número total de espectadores que passaram pelo evento, mas eram esperadas 240 mil pessoas. O último dia foi mais tranquilo do que os primeiros, com a garoa, que não deixava o Autódromo de Interlagos desde sexta, finalmente dando trégua. Ainda assim, a lama dificultou o trânsito entre os palcos e incomodou.
Na sexta, o “dia punk” do festival, um grande público lotou o Autódromo para ver bandas como The Offspring, Arcade Fire e Blink-182, mas sofreu com a chuva e o frio. Os brasileiros Marcelo D2 e Luísa Sonza também tocaram durante a tarde. Veja os destaques.
Já no sábado, um verso específico do clássico de Tom Jobim faz todo o sentido: “É a lama, é a lama”. Foi difícil se locomover pelo Autódromo, mas o público não desanimou e aproveitou os shows de Hozier, Thirty Seconds to Mars e Limp Bizkit. A banda Kings of Leon, que substituiu Paramore após cancelamento, e o grupo Titãs fecharam a noite. Veja os destaques.
Já no domingo, além de SZA e Greta Van Fleet, os destaques do último dia foram Sam Smith, que fez um show grandioso, e Gilberto Gil, que foi abraçado pelo público jovem e fez apresentação apoteótica.
Veja os melhores e os piores entre os principais shows do Lollapalooza Brasil 2024 escolhidos pela equipe do Estadão, de acordo com as análises ao longo do evento:
Os melhores shows do Lollapalooza Brasil 2024
Gilberto Gil
Atração alocada entre o fim de tarde e o começo da noite, Gilbetto Gil foi visto por um público jovem que estava no Lolla para atrações como Sam Smith e Sza. No entanto, foi carinhosamente abraçado pela plateia que se juntou em peso em frente ao palco Samsung. Gil, em pleno vigor, comandou a massa e fez todos cantarem sucessos como Aquele Abraço, Realce, Vamos Fugir e Palco. Um showzaço. Leia a análise aqui.
Sam Smith se apresentou no Palco Samsung Galaxy antes dos headliners, mas em apresentação digna de ter sido uma das atrações principais. Fez um show ‘sobre liberdade’, como descreveu, com tom grandioso, em que mostrou que tem potência vocal e ótimos hits. Emocionou o público e fez a plateia dançar com uma das melhores performances do festival. Leia a análise aqui.
Hozier cantou no Palco Samsung Galaxy perto do anoitecer, horário que casou com uma apresentação marcado por uma sintonia constante com a plateia. Acostumado com shows intimistas, o cantor não ignorou a energia do público brasileiro e o manteve nas mãos até o último acorde. O auge, certamente, foi seu maior sucesso, Take Me To Church, momento em que desceu para cantar com os fãs. Leia a análise aqui.
Há que se comemorar a escalação dos Titãs para o Lolla. Em dia de uma programação eclética, para um público de todas as idades, pairava a curiosidade se o som da banda ia apenas satisfazer os mais saudosistas.
No entanto, a música dos Titãs - com gosto do concreto paulistano, dos homens da selva da pedra - continuam sendo como pedradas no status quo. “Nenhuma pátria me pariu”, cantou Arnaldo Antunes em um dos primeiros números do excelente show que encerrou o segundo dia do Lolla Brasil. Leia a análise aqui.
SZA subiu pela primeira vez em um palco brasileiro neste domingo, 24, durante o Lollapalooza. A cantora pode até ter demorado para ter seu talento reconhecido, mas veio ao País no momento certo: auge da carreira e quebrando recordes.
A cantora de R&B, que, com o excelente álbum SOS, se tornou uma “diva pop”, une tudo o que há de melhor nessa denominação: a voz, o conceito, o público e, principalmente, por onde ir. Ela é a comandante de seu próprio navio.
A cantora poderia ter aproveitado mais os presentes, que tanto queria ver e tanto queriam vê-la. Foi o único elemento faltante em uma performance teatral e musicalmente perfeita. Leia a análise aqui.
De capa prateada e brilhante, Jared Leto, lider da banda, chegou como um super herói, com o punho para o alto e pedindo para os fãs pularem com a música Up In The Air. O show de luzes, a pirotecnia e até balões pretos incorporaram a apresentação e a deixaram ainda mais grandiosa. Foi um espetáculo do início ao fim, ancorado pelo carisma do vocalista. Leia a análise aqui.
Os piores shows do Lollapalooza Brasil 2024
O Kings Of Leon subiu ao palco, mais uma vez, como uma atração anunciada após a divulgação do line-up. A banda substituiu o Paramore, que cancelou a vinda em janeiro. O grupo escolheu fazer uma apresentação engessada, que, por vezes, chegou a confundir o público - logo de início, arriscaram tocar Mustang, último single lançado pela banda. Por sorte, o show terminou no auge com Sex On Fire, mas a sensação foi de um show monótono. Leia a análise aqui.
Luísa Sonza fez um show divertido, mas pouco inovador, para um público morno na tarde do primeiro dia de Lolla. A cantora chegou a homenageou Gal Costa e Marília Mendonça, e até conseguiu animar público com maiores hits, mas demorou a engatar e não abriu mão da base apresentada no The Town em 2023. Leia a análise aqui.
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