SZA subiu pela primeira vez em um palco brasileiro neste domingo, 24, durante o Lollapalooza. A cantora pode até ter demorado para ter seu talento reconhecido, mas veio ao País no momento certo: auge da carreira e quebrando recordes.
A sensação que fica após a passagem da artista é a de que faltou pouco para fazer história. Com uma line-up carente de atrações principais femininas no festival, SZA poderia ter feito uma visita que fizesse jus ao impacto da artista.
Desde o início, a cantora deixa clara sua intenção: ela quer contar uma história: a sua história. Não há metáfora melhor para SZA do que o oceano. É ele que dá o tom da apresentação e do último álbum da artista, o excelente SOS, aclamado pela crítica.
Como o vai e vem das ondas, SZA ora pede socorro, ora resgata o público de se afogar em meio à imprevisibilidade da vida. A apresentação é visivelmente bem ensaiada, o que, por consequência, significa um risco de soar tensa. Foi o que aconteceu.
A artista faz pouquíssimas interações com os presentes, se concentra nas transições entre as músicas e em seu jogo de palco. SZA poderia ter aproveitado muito mais a plateia, que tanto queria ver e tanto queria vê-la.
A cantora de R&B, que, com SOS, se tornou uma “diva pop”, une tudo o que há de melhor nessa denominação: a voz, o conceito, o público e, principalmente, por onde ir. Ela é a comandante de seu próprio navio.
Às vezes, porém, deixar as águas fluírem pode ser a melhor opção. O sabor que permanece é agridoce.