Os boatos eram de que Ludmilla faria um dos melhores shows de sua carreira, afinal o investimento foi de R$ 3 milhões - um milhão a mais do que o show do Rock in Rio, que foi considerado o melhor de todo o evento.
No festival carioca, ainda que não fosse no Palco Mundo, Ludmilla levou convidados, fez discurso antirracista, abusou das pirotecnias. Basicamente, mostrou que o palco principal é o artista quem faz.
Assim, a expectativa era alta. E os primeiros minutos realmente animaram o público que lotava o espaço do palco Skyline. Pontualmente às 16h05, um cofre dourado abriu revelando a cantora com um look coberto de joias. A música de abertura escolhida foi Hoje, hit de 2014, que fala sobre promessas de uma grande noite.
Ludmilla
A cantora tocou funk, versões de voz e piano, R&B, pagode e até dançou um reggae. A mistura de estilos também se fez presente na clara inspiração da cantora em artistas internacionais. Mas a melhor parte do seu show foi quando relembrou seus hits antigos ou cantou os famosos pagodes do Numanice, e se permitiu ser ela mesma, sem chapéus à lá Beyoncé ou brincadeiras com a câmera no estilo Rosalía.
O show de câmeras, aliás, foi comandado por uma diretora de fotografia de Hollywood, Camila Cornelsen. A impressão era que a filmadora era coreografada e estrategicamente se aproximava, afastava ou até tremia a partir do que os dançarinos faziam no palco. Eram mais de 30. Todos com passos ensinados pela coreógrafa internacional, Nicole Kirkland, que já trabalhou com Saweetie e Chris Brown.
De acordo com a cantora foram mais de 150 horas de treinamento. E durante as intermissões eles puderam colocar isso completamente à prova. Na primeira, foram oito minutos de pura dança sensual enquanto Ludmilla aproveitava para trocar de roupa. No som, músicas mais lentas do seu novo álbum, Vilã.
Na volta, a energia do publico era mais baixa, mas foi logo mudada quando Ludmilla cantou Maldivas na versão pagode. O ânimo durou pouco, uma vez que houve outra pausa para troca de roupa - e mais danças. A espera foi um pouco menor e com surpresa: a cantora voltou acompanhada de Lulu Santos. Juntos, cantaram Toda Forma de Amor, música de Lulu.
Lud terminou seu show com a energia que prometeu. Cantou hits antigos, dançou, interagiu com o público e desfilou bastante na passarela. A festa realmente tinha chegado. Ou melhor, a favela. Favela Chegou fechou o show da artista.
Mc Beyoncé, que foi seu primeiro nome artístico, cantava Fala Mal de Mim, música que a artista repetiu no palco do The Town e foi bastante cantada pelo público.
Na parte inspirada na Beyoncé atual, ela mostrou a habilidade já conhecida na dança, trocou de figurino duas vezes, mas não animou o público em todos os momentos. Talvez a inspiração nessa primeira Beyoncé era o que o povo mais queria. Muito mais do que algo internacional.
Veja o que Ludmilla tocou no The Town:
- Hoje
- Sou Má
- Onda diferente
- Socadona
- Deixa de onda/ Deixa todo mundo louco
- Só sinto raiva
- Malvadona
- Sintomas de prazer
- Brigas demais
- Eu não quero mais
- Maldivas
- Momento surpresa
- Rainha da favela
- Verdinha
- Funks antigas: Cheguei/Dindin/24 horas por dia/Fala mal de mim/Não encosta/Favela chegou