Quando o Maglore foi escolhido por uma rádio da capital paulista para gravar um single que passaria a fazer parte da programação da emissora, o power trio não sabia que o sucesso estava apenas começando a bater à porta da banda. Com a canção Mantra, eles encantaram o produtor Rafael Ramos. “Durante a gravação, tudo fluiu bem. As coisas se encaixaram. Acho que nunca mais repetiremos aquilo. Nós nem tínhamos ensaiado”, revela o vocalista Teago Oliveira. Depois da gravação e uma boa ouvida no material do grupo, o mesmo Rafael, um dos chefões da gravadora Deck, fez o convite: “quero assinar com vocês. Topam?”. O resultado é III, lançado no início deste mês. Com músicas mais consistentes e melodias marcantes, o disco externa o amadurecimento do conjunto. A banda faz show de lançamento do novo trabalho, em São Paulo, no próximo dia 2 de agosto, no Auditório do Ibirapuera.
Antes do estrelato, entretanto, o Maglore passou por um momento de transição. A saída do tecladista Leo Brandão e do baixista Nery Leal, além da entrada de Rodrigo Damatti, da extinta Cerveja Café, mudou as diretrizes sonoras do grupo. “Nunca imaginávamos que seríamos um power trio. Não foi algo planejado. Até porque, nossa proposta musical sempre foi muito diferente”, afirma Teago. Damatti, novo integrante, assina composições como Tudo de Novo e Serena Noche. “O Rodrigo tem um volume de produção gigantesco e isso acelerou nosso processo reestruturação musical”, conclui o vocalista.
referenceFato é que com Teago Oliveira (voz e guitarra), Rodrigo Damati (baixo) e Felipe Dieder (bateria), o Maglore se consolidou como uma das grandes apostas do rock nacional para os próximos anos. Depois do aclamado Vamos pra Rua (2013), que inclui parcerias com Carlinhos Brown e Wado em Quero Agorá e Nunca Mais Vou Trabalhar, respectivamente, a banda começou a se destacar. Em 2013, os rapazes se mudaram para a capital paulista e passaram a morar juntos na chamada “Casa da Maglore”. Foi lá que eles tiveram que construir do início o que estava consolidado em Salvador - público, contatos de produtores e casas de show. “Esse relacionamento intimista nos fortaleceu como banda. A gente precisava vivenciar aquilo de maneira intensa”, afirma Teago.
Embora III tenha como característica principal a força da poesia, o novo trabalho da banda não desclassifica a sonoridade da banda como rock ‘n roll de primeira qualidade. “Não sabemos se nosso som atingiu a maturidade. Prefiro acreditar que não. A música é algo mutável”, conclui o baixista Rodrigo Damati.