Marcelo D2: entenda como é a ‘experiência imersiva musical’ que o cantor promove no centro de SP


Ocupação Iboru, projeto do cantor e da produtora Luiza Machado, reúne artes visuais, música, roda de samba, moda e oficinas, que vai até o dia 29 de outubro

Por Luiza Nobre e Júlia Pereira

“Centro de Pesquisa Avançado do Novo Samba Tradicional Onde o Couro Come”. É assim que Marcelo D2 define a Ocupação Iboru, exposição artística idealizada pelo músico carioca e por sua esposa e produtora Luiza Machado, que integra o novo projeto homônimo do artista. Depois da passagem pelo Rio de Janeiro, a Ocupação Iboru chegou a São Paulo no último final de semana e fica na cidade até o próximo dia 29.

Com uma programação que reúne arte, música, moda, oficinas e rodas de conversa, a Ocupação Iboru propõe uma experiência imersiva no que D2 chama de novo samba tradicional. “A gente está procurando esse contato físico, essa troca, esse compartilhar. Quando você constrói um lugar físico, você materializa isso”, explica o músico ao Estadão.

O primeiro andar do centro cultural abriga obras inéditas de oito artistas plásticos. Com técnicas como a pintura a óleo, pintura digital e instalações, Ilustrablack, Calvet, Heloísa Hariadne, Ana Paula Sirino, Apolo Torres, Manuela Navas, Yedda Affini e De Saturno expõem trabalhos inspirados no novo disco de Marcelo D2 - e que também serviram de inspiração ao artista.

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LEIA TAMBÉM: ‘Não me interessa me tornar um artista escravo dos algoritmos’, diz Marcelo D2

Ocupação propõe uma experiência imersiva unindo arte, música, roda de samba, moda, cinema e oficinas.  Foto: Júlia Pereira/Estadão

“Todos eles têm uma história para contar e um olhar muito sensível para a história que contam. Eles retratam um universo que muito nos interessa. Falam muito da ancestralidade, de presença”, comenta Luiza Machado sobre o trabalho dos artistas.

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É também no primeiro andar que está instalada a réplica do estúdio criativo de D2. Ali, o público é convidado a acessar, através da música, o lugar onde o rap encontra o samba: na ancestralidade negra.

“Acho interessante a conexão que a exposição faz com o sincretismo religioso, isso me tocou muito, principalmente as referências a Jovelina Pérola Negra (cantora e compositora brasileira)”,

diz Lorena Moraes, 29, advogada baiana de passagem por São Paulo.

Instalação artística reproduz parte do estúdio de criação do músico Marcelo D2. Foto: Júlia Pereira
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Já no andar de cima, na sala de cinema, é onde acontece a exibição em looping do curta-metragem Iboru, que sejam ouvidas nossas súplicas, lançado em agosto. Com produção e direção do cantor e de Luiza Machado, o filme conta a história fictícia dos sambistas Clementina de Jesus (Pamela Aguiar), João da Baiana (Fernando Rubro) e Pixinguinha (Lucas Prado), conversando, há 100 anos, sobre o futuro do samba.

Quem quiser se aproximar ainda mais do trabalho de Marcelo D2 e Luiza Machado, basta acompanhar as visitas guiadas feitas pelo casal ou participar da roda de samba que vai acontecer na Ocupação na próxima quarta-feira, 25. “Quanto mais a gente fala com o público, com a galera, mais a gente aprende sobre o nosso trabalho. Esse projeto é sobre isso, é sobre compartilhar, sobre aprender. Ter esse contato, do jeito que a gente está fazendo, é muito interessante pra gente ter essa troca”, comenta D2.

A gira é gratuita e apresenta uma parte do show 'Iboru, que sejam ouvidas nossas súplicas' Foto: Júlia Pereira
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A gira, como Marcelo gosta de nomear a roda de samba, é aberta ao público e funciona por ordem de chegada, com sessões às 17h e às 19h. Além de músicas do novo álbum, como Até Clarear e Povo de Fé, escrita em parceria com Nega Duda, D2 reverencia aqueles que são os “arquitetos do samba”: Arlindo Cruz, Leci Brandão, Beth Carvalho e Zeca Pagodinho. Em forma de patuás, amuleto usado por pessoas ligadas às religiões de matrizes africanas, a exposição reserva um espaço dedicado aos mestres que inspiraram a trajetória musical do carioca.

Ocupação itinerante

Primeiro destino da Ocupação Iboru, o Rio de Janeiro contabilizou mais de 60 mil pessoas ao longo de 10 dias. Numa versão estendida, a exposição contou com uma réplica ainda maior do estúdio criativo de Marcelo D2, com a cozinha utilizada no cenário de gravação do filme e com gastronomia de terreiro. “Foi tudo muito emocionante. Filas gigantescas, o jeito que a gente recebeu a galera, as coisas que a gente fez lá dentro. Foi tudo muito emocionante, foi um lugar especial”, lembra o músico.

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Ocupação Iboru reúne artes visuais de oito artistas diferentes, inspirados no novo disco de Marcelo D2 Foto: Júlia Pereira

Já em São Paulo, a exposição chegou em uma versão reduzida, mas que não deixa de ser admirada pelo público. “Eu acho que aqui em São Paulo vai ser diferente, porque é uma pop-up, a exposição é diferente da que estava no Rio. São Paulo é uma outra cidade, a gente ainda está descobrindo o mood que a gente vai ter aqui. A gente vai fazer muito barulho aqui também”, diz D2.

Após a estadia em São Paulo, a Ocupação Iboru viaja para Salvador, onde ficará entre os dias 16 e 26 de novembro. “Salvador tem uma ancestralidade da qual a gente tem falado. Talvez lá tenha essa conexão, essa talvez seja a diferença de lá”, comenta o músico.

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‘A gente quer rodar o mundo’

Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador. E depois? “A gente vai dar uma descansada”, brinca D2.

Depois da ocupação em Salvador, os artistas devem focar na música e na agenda de shows, mas já planejam levar Iboru para outros lugares. “A gente quer rodar o mundo com esse projeto”, antecipa Luiza. “A gente tem a ideia de ir para fora do Brasil no ano que vem”, complementa o rapper.

Ocupação Iboru é gratuita e ficará em São Paulo de 21 a 29 de outubro  Foto: Júlia Pereira

Iboru não deve se limitar a apenas uma ocupação, um disco ou um filme. Segundo D2, o projeto ainda vai se destrinchar em novas manifestações artísticas. “Naturalmente, as coisas vão se abrindo. A música tem um papel muito importante, porque é o que eu sou, um músico. Mas a gente tem ideia de fazer mais um filme, já temos a ideia de um próximo disco. Esse novo samba está começando ainda, tem muita coisa por vir”, conclui.

Serviço

Ocupação Iboru - São Paulo

  • De 21 a 29 de outubro, das 10h às 18h
  • Local: Galeria Matilha Cultural - Rua Rego Freitas, n. 542, República, São Paulo-SP
  • Programação gratuita, por ordem de chegada e sujeita a lotação
  • Roda de samba: 25 de outubro, das 17h às 22h
  • Visita guiada por Marcelo D2 e Luiza Machado: dias 23, 24 e 25, durante toda a exposição

“Centro de Pesquisa Avançado do Novo Samba Tradicional Onde o Couro Come”. É assim que Marcelo D2 define a Ocupação Iboru, exposição artística idealizada pelo músico carioca e por sua esposa e produtora Luiza Machado, que integra o novo projeto homônimo do artista. Depois da passagem pelo Rio de Janeiro, a Ocupação Iboru chegou a São Paulo no último final de semana e fica na cidade até o próximo dia 29.

Com uma programação que reúne arte, música, moda, oficinas e rodas de conversa, a Ocupação Iboru propõe uma experiência imersiva no que D2 chama de novo samba tradicional. “A gente está procurando esse contato físico, essa troca, esse compartilhar. Quando você constrói um lugar físico, você materializa isso”, explica o músico ao Estadão.

O primeiro andar do centro cultural abriga obras inéditas de oito artistas plásticos. Com técnicas como a pintura a óleo, pintura digital e instalações, Ilustrablack, Calvet, Heloísa Hariadne, Ana Paula Sirino, Apolo Torres, Manuela Navas, Yedda Affini e De Saturno expõem trabalhos inspirados no novo disco de Marcelo D2 - e que também serviram de inspiração ao artista.

LEIA TAMBÉM: ‘Não me interessa me tornar um artista escravo dos algoritmos’, diz Marcelo D2

Ocupação propõe uma experiência imersiva unindo arte, música, roda de samba, moda, cinema e oficinas.  Foto: Júlia Pereira/Estadão

“Todos eles têm uma história para contar e um olhar muito sensível para a história que contam. Eles retratam um universo que muito nos interessa. Falam muito da ancestralidade, de presença”, comenta Luiza Machado sobre o trabalho dos artistas.

É também no primeiro andar que está instalada a réplica do estúdio criativo de D2. Ali, o público é convidado a acessar, através da música, o lugar onde o rap encontra o samba: na ancestralidade negra.

“Acho interessante a conexão que a exposição faz com o sincretismo religioso, isso me tocou muito, principalmente as referências a Jovelina Pérola Negra (cantora e compositora brasileira)”,

diz Lorena Moraes, 29, advogada baiana de passagem por São Paulo.

Instalação artística reproduz parte do estúdio de criação do músico Marcelo D2. Foto: Júlia Pereira

Já no andar de cima, na sala de cinema, é onde acontece a exibição em looping do curta-metragem Iboru, que sejam ouvidas nossas súplicas, lançado em agosto. Com produção e direção do cantor e de Luiza Machado, o filme conta a história fictícia dos sambistas Clementina de Jesus (Pamela Aguiar), João da Baiana (Fernando Rubro) e Pixinguinha (Lucas Prado), conversando, há 100 anos, sobre o futuro do samba.

Quem quiser se aproximar ainda mais do trabalho de Marcelo D2 e Luiza Machado, basta acompanhar as visitas guiadas feitas pelo casal ou participar da roda de samba que vai acontecer na Ocupação na próxima quarta-feira, 25. “Quanto mais a gente fala com o público, com a galera, mais a gente aprende sobre o nosso trabalho. Esse projeto é sobre isso, é sobre compartilhar, sobre aprender. Ter esse contato, do jeito que a gente está fazendo, é muito interessante pra gente ter essa troca”, comenta D2.

A gira é gratuita e apresenta uma parte do show 'Iboru, que sejam ouvidas nossas súplicas' Foto: Júlia Pereira

A gira, como Marcelo gosta de nomear a roda de samba, é aberta ao público e funciona por ordem de chegada, com sessões às 17h e às 19h. Além de músicas do novo álbum, como Até Clarear e Povo de Fé, escrita em parceria com Nega Duda, D2 reverencia aqueles que são os “arquitetos do samba”: Arlindo Cruz, Leci Brandão, Beth Carvalho e Zeca Pagodinho. Em forma de patuás, amuleto usado por pessoas ligadas às religiões de matrizes africanas, a exposição reserva um espaço dedicado aos mestres que inspiraram a trajetória musical do carioca.

Ocupação itinerante

Primeiro destino da Ocupação Iboru, o Rio de Janeiro contabilizou mais de 60 mil pessoas ao longo de 10 dias. Numa versão estendida, a exposição contou com uma réplica ainda maior do estúdio criativo de Marcelo D2, com a cozinha utilizada no cenário de gravação do filme e com gastronomia de terreiro. “Foi tudo muito emocionante. Filas gigantescas, o jeito que a gente recebeu a galera, as coisas que a gente fez lá dentro. Foi tudo muito emocionante, foi um lugar especial”, lembra o músico.

Ocupação Iboru reúne artes visuais de oito artistas diferentes, inspirados no novo disco de Marcelo D2 Foto: Júlia Pereira

Já em São Paulo, a exposição chegou em uma versão reduzida, mas que não deixa de ser admirada pelo público. “Eu acho que aqui em São Paulo vai ser diferente, porque é uma pop-up, a exposição é diferente da que estava no Rio. São Paulo é uma outra cidade, a gente ainda está descobrindo o mood que a gente vai ter aqui. A gente vai fazer muito barulho aqui também”, diz D2.

Após a estadia em São Paulo, a Ocupação Iboru viaja para Salvador, onde ficará entre os dias 16 e 26 de novembro. “Salvador tem uma ancestralidade da qual a gente tem falado. Talvez lá tenha essa conexão, essa talvez seja a diferença de lá”, comenta o músico.

‘A gente quer rodar o mundo’

Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador. E depois? “A gente vai dar uma descansada”, brinca D2.

Depois da ocupação em Salvador, os artistas devem focar na música e na agenda de shows, mas já planejam levar Iboru para outros lugares. “A gente quer rodar o mundo com esse projeto”, antecipa Luiza. “A gente tem a ideia de ir para fora do Brasil no ano que vem”, complementa o rapper.

Ocupação Iboru é gratuita e ficará em São Paulo de 21 a 29 de outubro  Foto: Júlia Pereira

Iboru não deve se limitar a apenas uma ocupação, um disco ou um filme. Segundo D2, o projeto ainda vai se destrinchar em novas manifestações artísticas. “Naturalmente, as coisas vão se abrindo. A música tem um papel muito importante, porque é o que eu sou, um músico. Mas a gente tem ideia de fazer mais um filme, já temos a ideia de um próximo disco. Esse novo samba está começando ainda, tem muita coisa por vir”, conclui.

Serviço

Ocupação Iboru - São Paulo

  • De 21 a 29 de outubro, das 10h às 18h
  • Local: Galeria Matilha Cultural - Rua Rego Freitas, n. 542, República, São Paulo-SP
  • Programação gratuita, por ordem de chegada e sujeita a lotação
  • Roda de samba: 25 de outubro, das 17h às 22h
  • Visita guiada por Marcelo D2 e Luiza Machado: dias 23, 24 e 25, durante toda a exposição

“Centro de Pesquisa Avançado do Novo Samba Tradicional Onde o Couro Come”. É assim que Marcelo D2 define a Ocupação Iboru, exposição artística idealizada pelo músico carioca e por sua esposa e produtora Luiza Machado, que integra o novo projeto homônimo do artista. Depois da passagem pelo Rio de Janeiro, a Ocupação Iboru chegou a São Paulo no último final de semana e fica na cidade até o próximo dia 29.

Com uma programação que reúne arte, música, moda, oficinas e rodas de conversa, a Ocupação Iboru propõe uma experiência imersiva no que D2 chama de novo samba tradicional. “A gente está procurando esse contato físico, essa troca, esse compartilhar. Quando você constrói um lugar físico, você materializa isso”, explica o músico ao Estadão.

O primeiro andar do centro cultural abriga obras inéditas de oito artistas plásticos. Com técnicas como a pintura a óleo, pintura digital e instalações, Ilustrablack, Calvet, Heloísa Hariadne, Ana Paula Sirino, Apolo Torres, Manuela Navas, Yedda Affini e De Saturno expõem trabalhos inspirados no novo disco de Marcelo D2 - e que também serviram de inspiração ao artista.

LEIA TAMBÉM: ‘Não me interessa me tornar um artista escravo dos algoritmos’, diz Marcelo D2

Ocupação propõe uma experiência imersiva unindo arte, música, roda de samba, moda, cinema e oficinas.  Foto: Júlia Pereira/Estadão

“Todos eles têm uma história para contar e um olhar muito sensível para a história que contam. Eles retratam um universo que muito nos interessa. Falam muito da ancestralidade, de presença”, comenta Luiza Machado sobre o trabalho dos artistas.

É também no primeiro andar que está instalada a réplica do estúdio criativo de D2. Ali, o público é convidado a acessar, através da música, o lugar onde o rap encontra o samba: na ancestralidade negra.

“Acho interessante a conexão que a exposição faz com o sincretismo religioso, isso me tocou muito, principalmente as referências a Jovelina Pérola Negra (cantora e compositora brasileira)”,

diz Lorena Moraes, 29, advogada baiana de passagem por São Paulo.

Instalação artística reproduz parte do estúdio de criação do músico Marcelo D2. Foto: Júlia Pereira

Já no andar de cima, na sala de cinema, é onde acontece a exibição em looping do curta-metragem Iboru, que sejam ouvidas nossas súplicas, lançado em agosto. Com produção e direção do cantor e de Luiza Machado, o filme conta a história fictícia dos sambistas Clementina de Jesus (Pamela Aguiar), João da Baiana (Fernando Rubro) e Pixinguinha (Lucas Prado), conversando, há 100 anos, sobre o futuro do samba.

Quem quiser se aproximar ainda mais do trabalho de Marcelo D2 e Luiza Machado, basta acompanhar as visitas guiadas feitas pelo casal ou participar da roda de samba que vai acontecer na Ocupação na próxima quarta-feira, 25. “Quanto mais a gente fala com o público, com a galera, mais a gente aprende sobre o nosso trabalho. Esse projeto é sobre isso, é sobre compartilhar, sobre aprender. Ter esse contato, do jeito que a gente está fazendo, é muito interessante pra gente ter essa troca”, comenta D2.

A gira é gratuita e apresenta uma parte do show 'Iboru, que sejam ouvidas nossas súplicas' Foto: Júlia Pereira

A gira, como Marcelo gosta de nomear a roda de samba, é aberta ao público e funciona por ordem de chegada, com sessões às 17h e às 19h. Além de músicas do novo álbum, como Até Clarear e Povo de Fé, escrita em parceria com Nega Duda, D2 reverencia aqueles que são os “arquitetos do samba”: Arlindo Cruz, Leci Brandão, Beth Carvalho e Zeca Pagodinho. Em forma de patuás, amuleto usado por pessoas ligadas às religiões de matrizes africanas, a exposição reserva um espaço dedicado aos mestres que inspiraram a trajetória musical do carioca.

Ocupação itinerante

Primeiro destino da Ocupação Iboru, o Rio de Janeiro contabilizou mais de 60 mil pessoas ao longo de 10 dias. Numa versão estendida, a exposição contou com uma réplica ainda maior do estúdio criativo de Marcelo D2, com a cozinha utilizada no cenário de gravação do filme e com gastronomia de terreiro. “Foi tudo muito emocionante. Filas gigantescas, o jeito que a gente recebeu a galera, as coisas que a gente fez lá dentro. Foi tudo muito emocionante, foi um lugar especial”, lembra o músico.

Ocupação Iboru reúne artes visuais de oito artistas diferentes, inspirados no novo disco de Marcelo D2 Foto: Júlia Pereira

Já em São Paulo, a exposição chegou em uma versão reduzida, mas que não deixa de ser admirada pelo público. “Eu acho que aqui em São Paulo vai ser diferente, porque é uma pop-up, a exposição é diferente da que estava no Rio. São Paulo é uma outra cidade, a gente ainda está descobrindo o mood que a gente vai ter aqui. A gente vai fazer muito barulho aqui também”, diz D2.

Após a estadia em São Paulo, a Ocupação Iboru viaja para Salvador, onde ficará entre os dias 16 e 26 de novembro. “Salvador tem uma ancestralidade da qual a gente tem falado. Talvez lá tenha essa conexão, essa talvez seja a diferença de lá”, comenta o músico.

‘A gente quer rodar o mundo’

Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador. E depois? “A gente vai dar uma descansada”, brinca D2.

Depois da ocupação em Salvador, os artistas devem focar na música e na agenda de shows, mas já planejam levar Iboru para outros lugares. “A gente quer rodar o mundo com esse projeto”, antecipa Luiza. “A gente tem a ideia de ir para fora do Brasil no ano que vem”, complementa o rapper.

Ocupação Iboru é gratuita e ficará em São Paulo de 21 a 29 de outubro  Foto: Júlia Pereira

Iboru não deve se limitar a apenas uma ocupação, um disco ou um filme. Segundo D2, o projeto ainda vai se destrinchar em novas manifestações artísticas. “Naturalmente, as coisas vão se abrindo. A música tem um papel muito importante, porque é o que eu sou, um músico. Mas a gente tem ideia de fazer mais um filme, já temos a ideia de um próximo disco. Esse novo samba está começando ainda, tem muita coisa por vir”, conclui.

Serviço

Ocupação Iboru - São Paulo

  • De 21 a 29 de outubro, das 10h às 18h
  • Local: Galeria Matilha Cultural - Rua Rego Freitas, n. 542, República, São Paulo-SP
  • Programação gratuita, por ordem de chegada e sujeita a lotação
  • Roda de samba: 25 de outubro, das 17h às 22h
  • Visita guiada por Marcelo D2 e Luiza Machado: dias 23, 24 e 25, durante toda a exposição

“Centro de Pesquisa Avançado do Novo Samba Tradicional Onde o Couro Come”. É assim que Marcelo D2 define a Ocupação Iboru, exposição artística idealizada pelo músico carioca e por sua esposa e produtora Luiza Machado, que integra o novo projeto homônimo do artista. Depois da passagem pelo Rio de Janeiro, a Ocupação Iboru chegou a São Paulo no último final de semana e fica na cidade até o próximo dia 29.

Com uma programação que reúne arte, música, moda, oficinas e rodas de conversa, a Ocupação Iboru propõe uma experiência imersiva no que D2 chama de novo samba tradicional. “A gente está procurando esse contato físico, essa troca, esse compartilhar. Quando você constrói um lugar físico, você materializa isso”, explica o músico ao Estadão.

O primeiro andar do centro cultural abriga obras inéditas de oito artistas plásticos. Com técnicas como a pintura a óleo, pintura digital e instalações, Ilustrablack, Calvet, Heloísa Hariadne, Ana Paula Sirino, Apolo Torres, Manuela Navas, Yedda Affini e De Saturno expõem trabalhos inspirados no novo disco de Marcelo D2 - e que também serviram de inspiração ao artista.

LEIA TAMBÉM: ‘Não me interessa me tornar um artista escravo dos algoritmos’, diz Marcelo D2

Ocupação propõe uma experiência imersiva unindo arte, música, roda de samba, moda, cinema e oficinas.  Foto: Júlia Pereira/Estadão

“Todos eles têm uma história para contar e um olhar muito sensível para a história que contam. Eles retratam um universo que muito nos interessa. Falam muito da ancestralidade, de presença”, comenta Luiza Machado sobre o trabalho dos artistas.

É também no primeiro andar que está instalada a réplica do estúdio criativo de D2. Ali, o público é convidado a acessar, através da música, o lugar onde o rap encontra o samba: na ancestralidade negra.

“Acho interessante a conexão que a exposição faz com o sincretismo religioso, isso me tocou muito, principalmente as referências a Jovelina Pérola Negra (cantora e compositora brasileira)”,

diz Lorena Moraes, 29, advogada baiana de passagem por São Paulo.

Instalação artística reproduz parte do estúdio de criação do músico Marcelo D2. Foto: Júlia Pereira

Já no andar de cima, na sala de cinema, é onde acontece a exibição em looping do curta-metragem Iboru, que sejam ouvidas nossas súplicas, lançado em agosto. Com produção e direção do cantor e de Luiza Machado, o filme conta a história fictícia dos sambistas Clementina de Jesus (Pamela Aguiar), João da Baiana (Fernando Rubro) e Pixinguinha (Lucas Prado), conversando, há 100 anos, sobre o futuro do samba.

Quem quiser se aproximar ainda mais do trabalho de Marcelo D2 e Luiza Machado, basta acompanhar as visitas guiadas feitas pelo casal ou participar da roda de samba que vai acontecer na Ocupação na próxima quarta-feira, 25. “Quanto mais a gente fala com o público, com a galera, mais a gente aprende sobre o nosso trabalho. Esse projeto é sobre isso, é sobre compartilhar, sobre aprender. Ter esse contato, do jeito que a gente está fazendo, é muito interessante pra gente ter essa troca”, comenta D2.

A gira é gratuita e apresenta uma parte do show 'Iboru, que sejam ouvidas nossas súplicas' Foto: Júlia Pereira

A gira, como Marcelo gosta de nomear a roda de samba, é aberta ao público e funciona por ordem de chegada, com sessões às 17h e às 19h. Além de músicas do novo álbum, como Até Clarear e Povo de Fé, escrita em parceria com Nega Duda, D2 reverencia aqueles que são os “arquitetos do samba”: Arlindo Cruz, Leci Brandão, Beth Carvalho e Zeca Pagodinho. Em forma de patuás, amuleto usado por pessoas ligadas às religiões de matrizes africanas, a exposição reserva um espaço dedicado aos mestres que inspiraram a trajetória musical do carioca.

Ocupação itinerante

Primeiro destino da Ocupação Iboru, o Rio de Janeiro contabilizou mais de 60 mil pessoas ao longo de 10 dias. Numa versão estendida, a exposição contou com uma réplica ainda maior do estúdio criativo de Marcelo D2, com a cozinha utilizada no cenário de gravação do filme e com gastronomia de terreiro. “Foi tudo muito emocionante. Filas gigantescas, o jeito que a gente recebeu a galera, as coisas que a gente fez lá dentro. Foi tudo muito emocionante, foi um lugar especial”, lembra o músico.

Ocupação Iboru reúne artes visuais de oito artistas diferentes, inspirados no novo disco de Marcelo D2 Foto: Júlia Pereira

Já em São Paulo, a exposição chegou em uma versão reduzida, mas que não deixa de ser admirada pelo público. “Eu acho que aqui em São Paulo vai ser diferente, porque é uma pop-up, a exposição é diferente da que estava no Rio. São Paulo é uma outra cidade, a gente ainda está descobrindo o mood que a gente vai ter aqui. A gente vai fazer muito barulho aqui também”, diz D2.

Após a estadia em São Paulo, a Ocupação Iboru viaja para Salvador, onde ficará entre os dias 16 e 26 de novembro. “Salvador tem uma ancestralidade da qual a gente tem falado. Talvez lá tenha essa conexão, essa talvez seja a diferença de lá”, comenta o músico.

‘A gente quer rodar o mundo’

Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador. E depois? “A gente vai dar uma descansada”, brinca D2.

Depois da ocupação em Salvador, os artistas devem focar na música e na agenda de shows, mas já planejam levar Iboru para outros lugares. “A gente quer rodar o mundo com esse projeto”, antecipa Luiza. “A gente tem a ideia de ir para fora do Brasil no ano que vem”, complementa o rapper.

Ocupação Iboru é gratuita e ficará em São Paulo de 21 a 29 de outubro  Foto: Júlia Pereira

Iboru não deve se limitar a apenas uma ocupação, um disco ou um filme. Segundo D2, o projeto ainda vai se destrinchar em novas manifestações artísticas. “Naturalmente, as coisas vão se abrindo. A música tem um papel muito importante, porque é o que eu sou, um músico. Mas a gente tem ideia de fazer mais um filme, já temos a ideia de um próximo disco. Esse novo samba está começando ainda, tem muita coisa por vir”, conclui.

Serviço

Ocupação Iboru - São Paulo

  • De 21 a 29 de outubro, das 10h às 18h
  • Local: Galeria Matilha Cultural - Rua Rego Freitas, n. 542, República, São Paulo-SP
  • Programação gratuita, por ordem de chegada e sujeita a lotação
  • Roda de samba: 25 de outubro, das 17h às 22h
  • Visita guiada por Marcelo D2 e Luiza Machado: dias 23, 24 e 25, durante toda a exposição

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