The Town: uma hora cantando Gal Costa foi muito para Marina Sena; leia análise


Fã de Gal, a cantora fez tributo com grandes hits, mas eles não são fáceis de se cantar

Por Danilo Casaletti
Atualização:

Não existiria Marina Sena se não tivesse existido Gal Costa (1945-2022). Isso é claro na linha evolutiva da música popular brasileira. Não apenas em relação a Marina, mas no que se refere a muitas outras cantoras que surgiram pós-1968, quando Gal mostrou seu jeito moderno de cantar e seu jeito livre no palco, impulsionada pela Tropicália.

No show Marina Sena canta Gal Costa, que abriu o último dia de The Town, neste domingo, 10, Marina provou que pegou de Gal muitas mais características comportamentais. Já em relação à voz, pouco tem em comum com o canto apurado, técnico e emocional na medida certa, de Gal.

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Fã da cantora baiana, Marina, que teve a honra de dividir a última gravação de Gal em estúdio, já vinha cantando músicas de seu ídolo em shows. São os casos de Flor de Maracujá e Nada Mais (Lately), que também estiveram no show do The Town.

Marina Sena em seu show no The Town 2023 Foto: Taba Benedicto/Estadão

Talvez isso fosse o suficiente. Uma hora cantando apenas canções de Gal foi muito na voz de Marina, a que pese a intenção da homenagem, sempre bem-vinda.

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Marina entrou no palco cantando Fruta Gogoia, a capella, remetendo ao show Fa-Tal. Emendou com Quando Você Olha Pra Ela, música de Mallu Magalhães que Gal gravou em 2016. A plateia do palco The One não embarcou ‘de primeira’ na de Marina e só se manifestou quando ela dançou sensualmente. Ou quando, ao longo do show, estendia algum agudo. O público, bastante jovem, parecia só querer agudos em shows. Perigoso.

Cantar Gal requer seriedade

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Gal não é intocável. Mas cantá-la é coisa séria para qualquer cantora. Marina se esforçou muito - e tem personalidade para isso.

Na terceira musica, porém, reconheceu que precisava respirar antes de Nada Mais. Gal, por sua vez, deslizava pelas notas. Nem se percebia em que momento ela respirava.

Marina disse ao público que estava nervosa com essa canção. Não queria errar nenhuma nota, segundo ela. Por vezes, ela usa recursos nem sempre interessantes para finalizar frases musicais.

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Em Flor de Maracujá, a música seguinte, tudo pareceu sair do eixo. Marina não foi bem em Baby e Como 2 e 2. Faltou maturidade em Força Estranha. Desafinou em Divino, Maravilhoso. Em Meu Nome é Gal, a vitoriosa foi a guitarra.

O roteiro também pareceu confuso. Nesse sentido, os tributos que Adriana Calcanhotto fez e que Felipe Catto tem feito soam mais sedutores.

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Os arranjos executados pela banda foram bastante calcados nos originais. Preguiça ou uma grande reverência?

“Vou sair uma cantora muito melhor depois desse show”, apostou Marina, ainda no palco.

Marina, que chegou ao mercado revestida pela aura cult, tem investido cada vez mais no pop mais comercial e, dessa forma, atingindo um público maior.

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Marina Sena Foto: Taba Benedicto/Estadão

Um desses movimentos foi a participação que fez no disco de Juliette, na canção Quase Não Namoro. Porém, em um cenário em que Luísa Sonza é a eleita do pop brasileiro, a gravação não rendeu grandes frutos, por ora.

Um pouco antes, Marina lançou seu segundo álbum, Vício Inerente, que também mostra sua guinada mais popular ao abraçar ritmos como o reggaeton, funk e drill.

Marina Sena e o choro antes de subir ao palco

Marina Sena se emocionou antes de subir ao palco do The Town neste domingo, 10, para cantar músicas de Gal Costa. Foi possível assistir ao momento ao vivo durante a transmissão do festival no Multishow e no Globoplay.

Marina Sena chora durante entrevista ao canal Multishow antes de subir ao palco do The Town para cantar setlist baseado na obra de Gal Costa Foto: Reprodução de 'The Town' (2023)/Multishow/Globoplay

Questionada pela reportagem da emissora sobre a emoção de interpretar canções da artista, que morreu no último mês de novembro, a cantora levou as mãos ao rosto para segurar as lágrimas.

“Eu que agradeço [a oportunidade de cantar], pra c***. Falando palavrão na televisão, gente, desculpa. É porque Gal Costa é muito especial pra mim. É um presente gigantesco estar fazendo esse show aqui. Acho que me preparei a vida inteira para cantar esse repertório”, disse Marina Sena.

Posteriormente, durante o show, a cantora voltou a abordar o momento ao interagir com a plateia: “É, gente... Na hora que o Multishow tava me entrevistando ali, eu já tava chorando. Agora todas as músicas tem as lágrimas descendo, mas pelo menos estou conseguindo cantar, não está aquela voz de choro”.

Assista ao momento abaixo, assim como outros momentos do show de Marina Sena, que canta setlist baseada na obra de Gal Costa.

Não existiria Marina Sena se não tivesse existido Gal Costa (1945-2022). Isso é claro na linha evolutiva da música popular brasileira. Não apenas em relação a Marina, mas no que se refere a muitas outras cantoras que surgiram pós-1968, quando Gal mostrou seu jeito moderno de cantar e seu jeito livre no palco, impulsionada pela Tropicália.

No show Marina Sena canta Gal Costa, que abriu o último dia de The Town, neste domingo, 10, Marina provou que pegou de Gal muitas mais características comportamentais. Já em relação à voz, pouco tem em comum com o canto apurado, técnico e emocional na medida certa, de Gal.

Fã da cantora baiana, Marina, que teve a honra de dividir a última gravação de Gal em estúdio, já vinha cantando músicas de seu ídolo em shows. São os casos de Flor de Maracujá e Nada Mais (Lately), que também estiveram no show do The Town.

Marina Sena em seu show no The Town 2023 Foto: Taba Benedicto/Estadão

Talvez isso fosse o suficiente. Uma hora cantando apenas canções de Gal foi muito na voz de Marina, a que pese a intenção da homenagem, sempre bem-vinda.

Marina entrou no palco cantando Fruta Gogoia, a capella, remetendo ao show Fa-Tal. Emendou com Quando Você Olha Pra Ela, música de Mallu Magalhães que Gal gravou em 2016. A plateia do palco The One não embarcou ‘de primeira’ na de Marina e só se manifestou quando ela dançou sensualmente. Ou quando, ao longo do show, estendia algum agudo. O público, bastante jovem, parecia só querer agudos em shows. Perigoso.

Cantar Gal requer seriedade

Gal não é intocável. Mas cantá-la é coisa séria para qualquer cantora. Marina se esforçou muito - e tem personalidade para isso.

Na terceira musica, porém, reconheceu que precisava respirar antes de Nada Mais. Gal, por sua vez, deslizava pelas notas. Nem se percebia em que momento ela respirava.

Marina disse ao público que estava nervosa com essa canção. Não queria errar nenhuma nota, segundo ela. Por vezes, ela usa recursos nem sempre interessantes para finalizar frases musicais.

Em Flor de Maracujá, a música seguinte, tudo pareceu sair do eixo. Marina não foi bem em Baby e Como 2 e 2. Faltou maturidade em Força Estranha. Desafinou em Divino, Maravilhoso. Em Meu Nome é Gal, a vitoriosa foi a guitarra.

O roteiro também pareceu confuso. Nesse sentido, os tributos que Adriana Calcanhotto fez e que Felipe Catto tem feito soam mais sedutores.

Os arranjos executados pela banda foram bastante calcados nos originais. Preguiça ou uma grande reverência?

“Vou sair uma cantora muito melhor depois desse show”, apostou Marina, ainda no palco.

Marina, que chegou ao mercado revestida pela aura cult, tem investido cada vez mais no pop mais comercial e, dessa forma, atingindo um público maior.

Marina Sena Foto: Taba Benedicto/Estadão

Um desses movimentos foi a participação que fez no disco de Juliette, na canção Quase Não Namoro. Porém, em um cenário em que Luísa Sonza é a eleita do pop brasileiro, a gravação não rendeu grandes frutos, por ora.

Um pouco antes, Marina lançou seu segundo álbum, Vício Inerente, que também mostra sua guinada mais popular ao abraçar ritmos como o reggaeton, funk e drill.

Marina Sena e o choro antes de subir ao palco

Marina Sena se emocionou antes de subir ao palco do The Town neste domingo, 10, para cantar músicas de Gal Costa. Foi possível assistir ao momento ao vivo durante a transmissão do festival no Multishow e no Globoplay.

Marina Sena chora durante entrevista ao canal Multishow antes de subir ao palco do The Town para cantar setlist baseado na obra de Gal Costa Foto: Reprodução de 'The Town' (2023)/Multishow/Globoplay

Questionada pela reportagem da emissora sobre a emoção de interpretar canções da artista, que morreu no último mês de novembro, a cantora levou as mãos ao rosto para segurar as lágrimas.

“Eu que agradeço [a oportunidade de cantar], pra c***. Falando palavrão na televisão, gente, desculpa. É porque Gal Costa é muito especial pra mim. É um presente gigantesco estar fazendo esse show aqui. Acho que me preparei a vida inteira para cantar esse repertório”, disse Marina Sena.

Posteriormente, durante o show, a cantora voltou a abordar o momento ao interagir com a plateia: “É, gente... Na hora que o Multishow tava me entrevistando ali, eu já tava chorando. Agora todas as músicas tem as lágrimas descendo, mas pelo menos estou conseguindo cantar, não está aquela voz de choro”.

Assista ao momento abaixo, assim como outros momentos do show de Marina Sena, que canta setlist baseada na obra de Gal Costa.

Não existiria Marina Sena se não tivesse existido Gal Costa (1945-2022). Isso é claro na linha evolutiva da música popular brasileira. Não apenas em relação a Marina, mas no que se refere a muitas outras cantoras que surgiram pós-1968, quando Gal mostrou seu jeito moderno de cantar e seu jeito livre no palco, impulsionada pela Tropicália.

No show Marina Sena canta Gal Costa, que abriu o último dia de The Town, neste domingo, 10, Marina provou que pegou de Gal muitas mais características comportamentais. Já em relação à voz, pouco tem em comum com o canto apurado, técnico e emocional na medida certa, de Gal.

Fã da cantora baiana, Marina, que teve a honra de dividir a última gravação de Gal em estúdio, já vinha cantando músicas de seu ídolo em shows. São os casos de Flor de Maracujá e Nada Mais (Lately), que também estiveram no show do The Town.

Marina Sena em seu show no The Town 2023 Foto: Taba Benedicto/Estadão

Talvez isso fosse o suficiente. Uma hora cantando apenas canções de Gal foi muito na voz de Marina, a que pese a intenção da homenagem, sempre bem-vinda.

Marina entrou no palco cantando Fruta Gogoia, a capella, remetendo ao show Fa-Tal. Emendou com Quando Você Olha Pra Ela, música de Mallu Magalhães que Gal gravou em 2016. A plateia do palco The One não embarcou ‘de primeira’ na de Marina e só se manifestou quando ela dançou sensualmente. Ou quando, ao longo do show, estendia algum agudo. O público, bastante jovem, parecia só querer agudos em shows. Perigoso.

Cantar Gal requer seriedade

Gal não é intocável. Mas cantá-la é coisa séria para qualquer cantora. Marina se esforçou muito - e tem personalidade para isso.

Na terceira musica, porém, reconheceu que precisava respirar antes de Nada Mais. Gal, por sua vez, deslizava pelas notas. Nem se percebia em que momento ela respirava.

Marina disse ao público que estava nervosa com essa canção. Não queria errar nenhuma nota, segundo ela. Por vezes, ela usa recursos nem sempre interessantes para finalizar frases musicais.

Em Flor de Maracujá, a música seguinte, tudo pareceu sair do eixo. Marina não foi bem em Baby e Como 2 e 2. Faltou maturidade em Força Estranha. Desafinou em Divino, Maravilhoso. Em Meu Nome é Gal, a vitoriosa foi a guitarra.

O roteiro também pareceu confuso. Nesse sentido, os tributos que Adriana Calcanhotto fez e que Felipe Catto tem feito soam mais sedutores.

Os arranjos executados pela banda foram bastante calcados nos originais. Preguiça ou uma grande reverência?

“Vou sair uma cantora muito melhor depois desse show”, apostou Marina, ainda no palco.

Marina, que chegou ao mercado revestida pela aura cult, tem investido cada vez mais no pop mais comercial e, dessa forma, atingindo um público maior.

Marina Sena Foto: Taba Benedicto/Estadão

Um desses movimentos foi a participação que fez no disco de Juliette, na canção Quase Não Namoro. Porém, em um cenário em que Luísa Sonza é a eleita do pop brasileiro, a gravação não rendeu grandes frutos, por ora.

Um pouco antes, Marina lançou seu segundo álbum, Vício Inerente, que também mostra sua guinada mais popular ao abraçar ritmos como o reggaeton, funk e drill.

Marina Sena e o choro antes de subir ao palco

Marina Sena se emocionou antes de subir ao palco do The Town neste domingo, 10, para cantar músicas de Gal Costa. Foi possível assistir ao momento ao vivo durante a transmissão do festival no Multishow e no Globoplay.

Marina Sena chora durante entrevista ao canal Multishow antes de subir ao palco do The Town para cantar setlist baseado na obra de Gal Costa Foto: Reprodução de 'The Town' (2023)/Multishow/Globoplay

Questionada pela reportagem da emissora sobre a emoção de interpretar canções da artista, que morreu no último mês de novembro, a cantora levou as mãos ao rosto para segurar as lágrimas.

“Eu que agradeço [a oportunidade de cantar], pra c***. Falando palavrão na televisão, gente, desculpa. É porque Gal Costa é muito especial pra mim. É um presente gigantesco estar fazendo esse show aqui. Acho que me preparei a vida inteira para cantar esse repertório”, disse Marina Sena.

Posteriormente, durante o show, a cantora voltou a abordar o momento ao interagir com a plateia: “É, gente... Na hora que o Multishow tava me entrevistando ali, eu já tava chorando. Agora todas as músicas tem as lágrimas descendo, mas pelo menos estou conseguindo cantar, não está aquela voz de choro”.

Assista ao momento abaixo, assim como outros momentos do show de Marina Sena, que canta setlist baseada na obra de Gal Costa.

Não existiria Marina Sena se não tivesse existido Gal Costa (1945-2022). Isso é claro na linha evolutiva da música popular brasileira. Não apenas em relação a Marina, mas no que se refere a muitas outras cantoras que surgiram pós-1968, quando Gal mostrou seu jeito moderno de cantar e seu jeito livre no palco, impulsionada pela Tropicália.

No show Marina Sena canta Gal Costa, que abriu o último dia de The Town, neste domingo, 10, Marina provou que pegou de Gal muitas mais características comportamentais. Já em relação à voz, pouco tem em comum com o canto apurado, técnico e emocional na medida certa, de Gal.

Fã da cantora baiana, Marina, que teve a honra de dividir a última gravação de Gal em estúdio, já vinha cantando músicas de seu ídolo em shows. São os casos de Flor de Maracujá e Nada Mais (Lately), que também estiveram no show do The Town.

Marina Sena em seu show no The Town 2023 Foto: Taba Benedicto/Estadão

Talvez isso fosse o suficiente. Uma hora cantando apenas canções de Gal foi muito na voz de Marina, a que pese a intenção da homenagem, sempre bem-vinda.

Marina entrou no palco cantando Fruta Gogoia, a capella, remetendo ao show Fa-Tal. Emendou com Quando Você Olha Pra Ela, música de Mallu Magalhães que Gal gravou em 2016. A plateia do palco The One não embarcou ‘de primeira’ na de Marina e só se manifestou quando ela dançou sensualmente. Ou quando, ao longo do show, estendia algum agudo. O público, bastante jovem, parecia só querer agudos em shows. Perigoso.

Cantar Gal requer seriedade

Gal não é intocável. Mas cantá-la é coisa séria para qualquer cantora. Marina se esforçou muito - e tem personalidade para isso.

Na terceira musica, porém, reconheceu que precisava respirar antes de Nada Mais. Gal, por sua vez, deslizava pelas notas. Nem se percebia em que momento ela respirava.

Marina disse ao público que estava nervosa com essa canção. Não queria errar nenhuma nota, segundo ela. Por vezes, ela usa recursos nem sempre interessantes para finalizar frases musicais.

Em Flor de Maracujá, a música seguinte, tudo pareceu sair do eixo. Marina não foi bem em Baby e Como 2 e 2. Faltou maturidade em Força Estranha. Desafinou em Divino, Maravilhoso. Em Meu Nome é Gal, a vitoriosa foi a guitarra.

O roteiro também pareceu confuso. Nesse sentido, os tributos que Adriana Calcanhotto fez e que Felipe Catto tem feito soam mais sedutores.

Os arranjos executados pela banda foram bastante calcados nos originais. Preguiça ou uma grande reverência?

“Vou sair uma cantora muito melhor depois desse show”, apostou Marina, ainda no palco.

Marina, que chegou ao mercado revestida pela aura cult, tem investido cada vez mais no pop mais comercial e, dessa forma, atingindo um público maior.

Marina Sena Foto: Taba Benedicto/Estadão

Um desses movimentos foi a participação que fez no disco de Juliette, na canção Quase Não Namoro. Porém, em um cenário em que Luísa Sonza é a eleita do pop brasileiro, a gravação não rendeu grandes frutos, por ora.

Um pouco antes, Marina lançou seu segundo álbum, Vício Inerente, que também mostra sua guinada mais popular ao abraçar ritmos como o reggaeton, funk e drill.

Marina Sena e o choro antes de subir ao palco

Marina Sena se emocionou antes de subir ao palco do The Town neste domingo, 10, para cantar músicas de Gal Costa. Foi possível assistir ao momento ao vivo durante a transmissão do festival no Multishow e no Globoplay.

Marina Sena chora durante entrevista ao canal Multishow antes de subir ao palco do The Town para cantar setlist baseado na obra de Gal Costa Foto: Reprodução de 'The Town' (2023)/Multishow/Globoplay

Questionada pela reportagem da emissora sobre a emoção de interpretar canções da artista, que morreu no último mês de novembro, a cantora levou as mãos ao rosto para segurar as lágrimas.

“Eu que agradeço [a oportunidade de cantar], pra c***. Falando palavrão na televisão, gente, desculpa. É porque Gal Costa é muito especial pra mim. É um presente gigantesco estar fazendo esse show aqui. Acho que me preparei a vida inteira para cantar esse repertório”, disse Marina Sena.

Posteriormente, durante o show, a cantora voltou a abordar o momento ao interagir com a plateia: “É, gente... Na hora que o Multishow tava me entrevistando ali, eu já tava chorando. Agora todas as músicas tem as lágrimas descendo, mas pelo menos estou conseguindo cantar, não está aquela voz de choro”.

Assista ao momento abaixo, assim como outros momentos do show de Marina Sena, que canta setlist baseada na obra de Gal Costa.

Não existiria Marina Sena se não tivesse existido Gal Costa (1945-2022). Isso é claro na linha evolutiva da música popular brasileira. Não apenas em relação a Marina, mas no que se refere a muitas outras cantoras que surgiram pós-1968, quando Gal mostrou seu jeito moderno de cantar e seu jeito livre no palco, impulsionada pela Tropicália.

No show Marina Sena canta Gal Costa, que abriu o último dia de The Town, neste domingo, 10, Marina provou que pegou de Gal muitas mais características comportamentais. Já em relação à voz, pouco tem em comum com o canto apurado, técnico e emocional na medida certa, de Gal.

Fã da cantora baiana, Marina, que teve a honra de dividir a última gravação de Gal em estúdio, já vinha cantando músicas de seu ídolo em shows. São os casos de Flor de Maracujá e Nada Mais (Lately), que também estiveram no show do The Town.

Marina Sena em seu show no The Town 2023 Foto: Taba Benedicto/Estadão

Talvez isso fosse o suficiente. Uma hora cantando apenas canções de Gal foi muito na voz de Marina, a que pese a intenção da homenagem, sempre bem-vinda.

Marina entrou no palco cantando Fruta Gogoia, a capella, remetendo ao show Fa-Tal. Emendou com Quando Você Olha Pra Ela, música de Mallu Magalhães que Gal gravou em 2016. A plateia do palco The One não embarcou ‘de primeira’ na de Marina e só se manifestou quando ela dançou sensualmente. Ou quando, ao longo do show, estendia algum agudo. O público, bastante jovem, parecia só querer agudos em shows. Perigoso.

Cantar Gal requer seriedade

Gal não é intocável. Mas cantá-la é coisa séria para qualquer cantora. Marina se esforçou muito - e tem personalidade para isso.

Na terceira musica, porém, reconheceu que precisava respirar antes de Nada Mais. Gal, por sua vez, deslizava pelas notas. Nem se percebia em que momento ela respirava.

Marina disse ao público que estava nervosa com essa canção. Não queria errar nenhuma nota, segundo ela. Por vezes, ela usa recursos nem sempre interessantes para finalizar frases musicais.

Em Flor de Maracujá, a música seguinte, tudo pareceu sair do eixo. Marina não foi bem em Baby e Como 2 e 2. Faltou maturidade em Força Estranha. Desafinou em Divino, Maravilhoso. Em Meu Nome é Gal, a vitoriosa foi a guitarra.

O roteiro também pareceu confuso. Nesse sentido, os tributos que Adriana Calcanhotto fez e que Felipe Catto tem feito soam mais sedutores.

Os arranjos executados pela banda foram bastante calcados nos originais. Preguiça ou uma grande reverência?

“Vou sair uma cantora muito melhor depois desse show”, apostou Marina, ainda no palco.

Marina, que chegou ao mercado revestida pela aura cult, tem investido cada vez mais no pop mais comercial e, dessa forma, atingindo um público maior.

Marina Sena Foto: Taba Benedicto/Estadão

Um desses movimentos foi a participação que fez no disco de Juliette, na canção Quase Não Namoro. Porém, em um cenário em que Luísa Sonza é a eleita do pop brasileiro, a gravação não rendeu grandes frutos, por ora.

Um pouco antes, Marina lançou seu segundo álbum, Vício Inerente, que também mostra sua guinada mais popular ao abraçar ritmos como o reggaeton, funk e drill.

Marina Sena e o choro antes de subir ao palco

Marina Sena se emocionou antes de subir ao palco do The Town neste domingo, 10, para cantar músicas de Gal Costa. Foi possível assistir ao momento ao vivo durante a transmissão do festival no Multishow e no Globoplay.

Marina Sena chora durante entrevista ao canal Multishow antes de subir ao palco do The Town para cantar setlist baseado na obra de Gal Costa Foto: Reprodução de 'The Town' (2023)/Multishow/Globoplay

Questionada pela reportagem da emissora sobre a emoção de interpretar canções da artista, que morreu no último mês de novembro, a cantora levou as mãos ao rosto para segurar as lágrimas.

“Eu que agradeço [a oportunidade de cantar], pra c***. Falando palavrão na televisão, gente, desculpa. É porque Gal Costa é muito especial pra mim. É um presente gigantesco estar fazendo esse show aqui. Acho que me preparei a vida inteira para cantar esse repertório”, disse Marina Sena.

Posteriormente, durante o show, a cantora voltou a abordar o momento ao interagir com a plateia: “É, gente... Na hora que o Multishow tava me entrevistando ali, eu já tava chorando. Agora todas as músicas tem as lágrimas descendo, mas pelo menos estou conseguindo cantar, não está aquela voz de choro”.

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