Morte da cantora Haesoo acende alerta no k-pop


Exigências e pressão por resultados de uma agressiva indústria cultural podem estar por trás da angústia que leva jovens astros a encerrarem suas vidas

Por Julio Maria
Atualização:

A morte da cantora Haesoo, de 29 anos, um nome conhecido dentro do gênero oriental chamado k-trot, uma espécie de precursor do k-pop, volta a acionar um alerta na obstinada indústria da música pop sul-coreana. Haesoo deixou uma carta de despedida antes de tirar a própria vida. Sua partida abreviada já está sendo colocada em uma trágica galeria fúnebre, ao lado de outros jovens astros do k-pop que teriam se suicidado enquanto viviam as pressões de uma das máquinas de produzir estrelas das mais exigentes do mundo.

Cantora sul-coreana  Foto: Reprodução/Twitter/@allkpop

O k-pop tem sido usado pela Coreia do Sul como, mais do que música, um poderoso distribuidor cultural. Sobretudo com o sucesso do grupo BTS, que expandiu os territórios das premiações asiáticas ao ser indicado ao Grammy duas vezes – em 2021, por Dynamite (que tem o clipe com mais de 1 bilhão de acessos), e, em 2022, por Butler – a fórmula da empresa que fez a mágica acontecer com muita estratégia e disciplina foi validada e expandida. Usando a mesma cartilha, os tubarões da YG Entertainment investiram desta vez nas meninas e formaram o Blackpink, que arrebata uma das maiores plataformas de fãs do planeta desde 2018. Só no Spotify, elas já contam com quase 30 milhões de ouvintes mensais.

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Mas há um preço, e ele tem sido alto. Tudo o que é produzido pelo mundo pop sul-coreano precisa atingir um nível de perfeição que, muitas vezes, não vemos nem junto aos trabalhos das boys e girls band norte-americanas. Videoclipes com coreografias e figurinos trabalhados em cada detalhe são o produto final de uma disciplina que tem início na escolha de cada integrante. Contratados, os jovens são submetidos a regras rígidas, horas de ensaio e, naturalmente, shows. Muitos shows.

Blackpink: nada de namoros não autorizados Foto: Evan Agostini/Invision/AP / Evan Agostini/Invision/AP
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Além de assinarem contratos restritivos, com cláusulas que proíbem de tatuagens em lugares aparentes (há uma grande rejeição a elas por parte do público mais conservador no país) a cortes de cabelo sem autorização, alguns são impedidos de namorar (ou assumir namoros publicamente) e têm seu peso e seu visual mantidos sob vigilância. Depois de algum tempo, a conta começou a chegar.

Em 2019, os fãs choraram as mortes prematuras e inexplicadas de Sulli, do grupo f(X), e de Goo Hara, integrante do grupo Kara, entre 2008 e 2015. Outra partida sentida, e com a causa não revelada a pedido da família, foi de Yohan, um dos astros do grupo de TST.

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O jornalista e diretor de cinema Lee Hark-joon, responsável por um documentário da banda Nine Muses e autor do livro K-Pop Idols: Popular Culture and the Emergence of the Korean Music Industry, falou sobre o assunto ao The New York Times: “Eles vivem desde muito cedo uma vida mecânica, passando por um regime de treinamento espartano. Raramente têm a chance de desenvolver uma vida escolar ou relacionamentos sociais normais”.

Grupo BTS, regras e vigilância rígida Foto: AP Photo/Lee Jin-man

A morte da cantora Haesoo, de 29 anos, um nome conhecido dentro do gênero oriental chamado k-trot, uma espécie de precursor do k-pop, volta a acionar um alerta na obstinada indústria da música pop sul-coreana. Haesoo deixou uma carta de despedida antes de tirar a própria vida. Sua partida abreviada já está sendo colocada em uma trágica galeria fúnebre, ao lado de outros jovens astros do k-pop que teriam se suicidado enquanto viviam as pressões de uma das máquinas de produzir estrelas das mais exigentes do mundo.

Cantora sul-coreana  Foto: Reprodução/Twitter/@allkpop

O k-pop tem sido usado pela Coreia do Sul como, mais do que música, um poderoso distribuidor cultural. Sobretudo com o sucesso do grupo BTS, que expandiu os territórios das premiações asiáticas ao ser indicado ao Grammy duas vezes – em 2021, por Dynamite (que tem o clipe com mais de 1 bilhão de acessos), e, em 2022, por Butler – a fórmula da empresa que fez a mágica acontecer com muita estratégia e disciplina foi validada e expandida. Usando a mesma cartilha, os tubarões da YG Entertainment investiram desta vez nas meninas e formaram o Blackpink, que arrebata uma das maiores plataformas de fãs do planeta desde 2018. Só no Spotify, elas já contam com quase 30 milhões de ouvintes mensais.

Mas há um preço, e ele tem sido alto. Tudo o que é produzido pelo mundo pop sul-coreano precisa atingir um nível de perfeição que, muitas vezes, não vemos nem junto aos trabalhos das boys e girls band norte-americanas. Videoclipes com coreografias e figurinos trabalhados em cada detalhe são o produto final de uma disciplina que tem início na escolha de cada integrante. Contratados, os jovens são submetidos a regras rígidas, horas de ensaio e, naturalmente, shows. Muitos shows.

Blackpink: nada de namoros não autorizados Foto: Evan Agostini/Invision/AP / Evan Agostini/Invision/AP

Além de assinarem contratos restritivos, com cláusulas que proíbem de tatuagens em lugares aparentes (há uma grande rejeição a elas por parte do público mais conservador no país) a cortes de cabelo sem autorização, alguns são impedidos de namorar (ou assumir namoros publicamente) e têm seu peso e seu visual mantidos sob vigilância. Depois de algum tempo, a conta começou a chegar.

Em 2019, os fãs choraram as mortes prematuras e inexplicadas de Sulli, do grupo f(X), e de Goo Hara, integrante do grupo Kara, entre 2008 e 2015. Outra partida sentida, e com a causa não revelada a pedido da família, foi de Yohan, um dos astros do grupo de TST.

O jornalista e diretor de cinema Lee Hark-joon, responsável por um documentário da banda Nine Muses e autor do livro K-Pop Idols: Popular Culture and the Emergence of the Korean Music Industry, falou sobre o assunto ao The New York Times: “Eles vivem desde muito cedo uma vida mecânica, passando por um regime de treinamento espartano. Raramente têm a chance de desenvolver uma vida escolar ou relacionamentos sociais normais”.

Grupo BTS, regras e vigilância rígida Foto: AP Photo/Lee Jin-man

A morte da cantora Haesoo, de 29 anos, um nome conhecido dentro do gênero oriental chamado k-trot, uma espécie de precursor do k-pop, volta a acionar um alerta na obstinada indústria da música pop sul-coreana. Haesoo deixou uma carta de despedida antes de tirar a própria vida. Sua partida abreviada já está sendo colocada em uma trágica galeria fúnebre, ao lado de outros jovens astros do k-pop que teriam se suicidado enquanto viviam as pressões de uma das máquinas de produzir estrelas das mais exigentes do mundo.

Cantora sul-coreana  Foto: Reprodução/Twitter/@allkpop

O k-pop tem sido usado pela Coreia do Sul como, mais do que música, um poderoso distribuidor cultural. Sobretudo com o sucesso do grupo BTS, que expandiu os territórios das premiações asiáticas ao ser indicado ao Grammy duas vezes – em 2021, por Dynamite (que tem o clipe com mais de 1 bilhão de acessos), e, em 2022, por Butler – a fórmula da empresa que fez a mágica acontecer com muita estratégia e disciplina foi validada e expandida. Usando a mesma cartilha, os tubarões da YG Entertainment investiram desta vez nas meninas e formaram o Blackpink, que arrebata uma das maiores plataformas de fãs do planeta desde 2018. Só no Spotify, elas já contam com quase 30 milhões de ouvintes mensais.

Mas há um preço, e ele tem sido alto. Tudo o que é produzido pelo mundo pop sul-coreano precisa atingir um nível de perfeição que, muitas vezes, não vemos nem junto aos trabalhos das boys e girls band norte-americanas. Videoclipes com coreografias e figurinos trabalhados em cada detalhe são o produto final de uma disciplina que tem início na escolha de cada integrante. Contratados, os jovens são submetidos a regras rígidas, horas de ensaio e, naturalmente, shows. Muitos shows.

Blackpink: nada de namoros não autorizados Foto: Evan Agostini/Invision/AP / Evan Agostini/Invision/AP

Além de assinarem contratos restritivos, com cláusulas que proíbem de tatuagens em lugares aparentes (há uma grande rejeição a elas por parte do público mais conservador no país) a cortes de cabelo sem autorização, alguns são impedidos de namorar (ou assumir namoros publicamente) e têm seu peso e seu visual mantidos sob vigilância. Depois de algum tempo, a conta começou a chegar.

Em 2019, os fãs choraram as mortes prematuras e inexplicadas de Sulli, do grupo f(X), e de Goo Hara, integrante do grupo Kara, entre 2008 e 2015. Outra partida sentida, e com a causa não revelada a pedido da família, foi de Yohan, um dos astros do grupo de TST.

O jornalista e diretor de cinema Lee Hark-joon, responsável por um documentário da banda Nine Muses e autor do livro K-Pop Idols: Popular Culture and the Emergence of the Korean Music Industry, falou sobre o assunto ao The New York Times: “Eles vivem desde muito cedo uma vida mecânica, passando por um regime de treinamento espartano. Raramente têm a chance de desenvolver uma vida escolar ou relacionamentos sociais normais”.

Grupo BTS, regras e vigilância rígida Foto: AP Photo/Lee Jin-man

A morte da cantora Haesoo, de 29 anos, um nome conhecido dentro do gênero oriental chamado k-trot, uma espécie de precursor do k-pop, volta a acionar um alerta na obstinada indústria da música pop sul-coreana. Haesoo deixou uma carta de despedida antes de tirar a própria vida. Sua partida abreviada já está sendo colocada em uma trágica galeria fúnebre, ao lado de outros jovens astros do k-pop que teriam se suicidado enquanto viviam as pressões de uma das máquinas de produzir estrelas das mais exigentes do mundo.

Cantora sul-coreana  Foto: Reprodução/Twitter/@allkpop

O k-pop tem sido usado pela Coreia do Sul como, mais do que música, um poderoso distribuidor cultural. Sobretudo com o sucesso do grupo BTS, que expandiu os territórios das premiações asiáticas ao ser indicado ao Grammy duas vezes – em 2021, por Dynamite (que tem o clipe com mais de 1 bilhão de acessos), e, em 2022, por Butler – a fórmula da empresa que fez a mágica acontecer com muita estratégia e disciplina foi validada e expandida. Usando a mesma cartilha, os tubarões da YG Entertainment investiram desta vez nas meninas e formaram o Blackpink, que arrebata uma das maiores plataformas de fãs do planeta desde 2018. Só no Spotify, elas já contam com quase 30 milhões de ouvintes mensais.

Mas há um preço, e ele tem sido alto. Tudo o que é produzido pelo mundo pop sul-coreano precisa atingir um nível de perfeição que, muitas vezes, não vemos nem junto aos trabalhos das boys e girls band norte-americanas. Videoclipes com coreografias e figurinos trabalhados em cada detalhe são o produto final de uma disciplina que tem início na escolha de cada integrante. Contratados, os jovens são submetidos a regras rígidas, horas de ensaio e, naturalmente, shows. Muitos shows.

Blackpink: nada de namoros não autorizados Foto: Evan Agostini/Invision/AP / Evan Agostini/Invision/AP

Além de assinarem contratos restritivos, com cláusulas que proíbem de tatuagens em lugares aparentes (há uma grande rejeição a elas por parte do público mais conservador no país) a cortes de cabelo sem autorização, alguns são impedidos de namorar (ou assumir namoros publicamente) e têm seu peso e seu visual mantidos sob vigilância. Depois de algum tempo, a conta começou a chegar.

Em 2019, os fãs choraram as mortes prematuras e inexplicadas de Sulli, do grupo f(X), e de Goo Hara, integrante do grupo Kara, entre 2008 e 2015. Outra partida sentida, e com a causa não revelada a pedido da família, foi de Yohan, um dos astros do grupo de TST.

O jornalista e diretor de cinema Lee Hark-joon, responsável por um documentário da banda Nine Muses e autor do livro K-Pop Idols: Popular Culture and the Emergence of the Korean Music Industry, falou sobre o assunto ao The New York Times: “Eles vivem desde muito cedo uma vida mecânica, passando por um regime de treinamento espartano. Raramente têm a chance de desenvolver uma vida escolar ou relacionamentos sociais normais”.

Grupo BTS, regras e vigilância rígida Foto: AP Photo/Lee Jin-man
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