Na trilha da música: do sonho de ser popstar a projeto social para jovens


Baterista criou o Meninos do Morumbi, que já mudou a vida de mais de 14 mil crianças e adolescentes

Por Daniel Silveira

Quando o músico Flávio Pimenta, de 63 anos, resolveu se dedicar à música ainda jovem, um de seus sonhos era se tornar popstar. E estudou muito, pois “caso isso não acontecesse, ao menos conseguiria fazer direitinho”. Ele não se tornou baterista de nenhuma grande banda do show business, mas usou seu conhecimento acumulado com tantas horas de estudo para mudar a vida de mais de 14 mil crianças e adolescentes (número de 2016) que passaram pelo projeto Meninos do Morumbi nos últimos 25 anos. “Peguei meu projeto de vida (a música) e coloquei todo mundo dentro”, diz o artista.

Flávio Pimenta, músico, criador do projeto Meninos do Morumbi, que já acolheu mais de 14 mil crianças e adolescentes de diversas comunidades do entorno do bairro. Foto: WERTHER SANTANA/ ESTADÃO
continua após a publicidade

O Meninos do Morumbi começou por acaso. Um dia, em 1996, Pimenta, que é morador do bairro, estava fazendo uma caminhada na Praça Vinicius de Moraes quando três meninos o pararam pedindo dinheiro. Ele ofereceu um lanche no lugar de moedas. Quando chegaram à casa do baterista, ficaram maravilhados com os instrumentos de percussão que ele tinha e pediram que os ensinasse a tocar. Três se tornaram seis, que viraram 10, depois 30 e, de repente, não cabia mais ninguém em sua casa.

Atualmente, o Meninos tem quatro professores ensinando 250 integrantes que participam do Grupo Artístico. Mas esse número pode aumentar. Cada jovem com todos os cursos e refeições custa R$ 350 por mês à instituição, dinheiro que costuma vir de apresentações da banda em shows e eventos institucionais.

O projeto, que começou com aulas de percussão para as crianças, foi ganhando a ajuda de amigos e se tornou uma grande escola de arte, com aulas de música, dança, teatro e atividades físicas. “Começamos a fazer uma interface com as outras áreas da vida deles, caçar escola para estudar, mandar ao médico, buscar ajuda psicológica para eles e a família”, lembra o músico, que quando começou estava prestes a mudar para os Estados Unidos.

continua após a publicidade

“Tudo começou em março e minha viagem estava programada para julho. Em maio, já participavam das aulas, alimentação e atividades esportivas mais de cem jovens”, recorda. Nem precisa dizer que ele optou por seguir no Brasil... “Éramos uma banda, havíamos desenvolvido um pertencimento e uma identidade. Acabei me apaixonando por essa história.”

Dedicação e reconhecimento

E a paixão acabou por levá-lo a muitos lugares onde encontrou pessoas como o ex-presidente dos EUA, George W. Bush, que visitou a sede do projeto em 2017, a cantora Madonna, que foi até lá quando estava em turnê aqui no Brasil em 2013, ou o ex-primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair, com quem tomou um café. E não só isso, o amor à música também o levou a diversos palcos ao redor do mundo junto com os meninos e meninas do projeto. Entre eles o Royal Albert Hall, Liverpool Festival, Windsor Festival, no Reino Unido, também tocaram com a Orquestra Jovem das Américas, com o compositor David Fanshawe, no espetáculo African Sanctus, e com nomes como Jennifer Lopez, Deborah Colker, Maná, John Mayer, Sepultura, Falamansa, Sandra de Sá e Arlindo Cruz. A banda gravou com Julian, filho de John Lennon, e também participou da trilha da versão brasileira da animação A Guarda do Leão, da Disney. Isso sem mencionar os prêmios nacionais e internacionais que ganharam.

continua após a publicidade

“Eu sou um afortunado”, afirma. Mesmo envolvido com as questões administrativas da associação, como captação de recursos e parcerias, Pimenta ressalta que não precisou abandonar sua carreira artística ou de professor de música para ajudar as crianças. “Nunca faltei a um ensaio ou show”, conta, reforçando ter incluído mais de 14 mil crianças no seu projeto de vida. “Hoje, embora tenha outras atividades profissionais, os Meninos do Morumbi continuam sendo minha melhor obra e grande paixão.” 

'Tudo começou em março e em maio mais de 100 jovens já participavam das atividades', diz Flávio Pimenta. Foto: WERTHER SANTANA/ ESTADÃO

‘Compartilhar o seu melhor é o segredo do sucesso’, garante Flávio Pimenta

continua após a publicidade

Nos últimos 25 anos, o projeto teve muitos parceiros, todos dando o que tinham de melhor, segundo Flávio Pimenta. Qual o segredo para essa boa ideia reverberar? “Compartilhar o seu melhor para ajudar a transformar a vida do outro.” 

Ele usou o que aprendeu como músico para mudar a vida dos jovens. “Aprendi a enxergar a dor do outro e a compartilhar o que tenho com eles para que possam enxergar uma possibilidade.” Agora, o Meninos do Morumbi está se adaptando ao mundo digital. Com a pandemia, o projeto deixou de existir em um prédio e passou a ser online. As aulas ocorrem via Zoom e, quando precisam, alugam espaços para ensaios. “Passamos de morada onírica para uma aldeia onírica”, diz Pimenta.

Quando o músico Flávio Pimenta, de 63 anos, resolveu se dedicar à música ainda jovem, um de seus sonhos era se tornar popstar. E estudou muito, pois “caso isso não acontecesse, ao menos conseguiria fazer direitinho”. Ele não se tornou baterista de nenhuma grande banda do show business, mas usou seu conhecimento acumulado com tantas horas de estudo para mudar a vida de mais de 14 mil crianças e adolescentes (número de 2016) que passaram pelo projeto Meninos do Morumbi nos últimos 25 anos. “Peguei meu projeto de vida (a música) e coloquei todo mundo dentro”, diz o artista.

Flávio Pimenta, músico, criador do projeto Meninos do Morumbi, que já acolheu mais de 14 mil crianças e adolescentes de diversas comunidades do entorno do bairro. Foto: WERTHER SANTANA/ ESTADÃO

O Meninos do Morumbi começou por acaso. Um dia, em 1996, Pimenta, que é morador do bairro, estava fazendo uma caminhada na Praça Vinicius de Moraes quando três meninos o pararam pedindo dinheiro. Ele ofereceu um lanche no lugar de moedas. Quando chegaram à casa do baterista, ficaram maravilhados com os instrumentos de percussão que ele tinha e pediram que os ensinasse a tocar. Três se tornaram seis, que viraram 10, depois 30 e, de repente, não cabia mais ninguém em sua casa.

Atualmente, o Meninos tem quatro professores ensinando 250 integrantes que participam do Grupo Artístico. Mas esse número pode aumentar. Cada jovem com todos os cursos e refeições custa R$ 350 por mês à instituição, dinheiro que costuma vir de apresentações da banda em shows e eventos institucionais.

O projeto, que começou com aulas de percussão para as crianças, foi ganhando a ajuda de amigos e se tornou uma grande escola de arte, com aulas de música, dança, teatro e atividades físicas. “Começamos a fazer uma interface com as outras áreas da vida deles, caçar escola para estudar, mandar ao médico, buscar ajuda psicológica para eles e a família”, lembra o músico, que quando começou estava prestes a mudar para os Estados Unidos.

“Tudo começou em março e minha viagem estava programada para julho. Em maio, já participavam das aulas, alimentação e atividades esportivas mais de cem jovens”, recorda. Nem precisa dizer que ele optou por seguir no Brasil... “Éramos uma banda, havíamos desenvolvido um pertencimento e uma identidade. Acabei me apaixonando por essa história.”

Dedicação e reconhecimento

E a paixão acabou por levá-lo a muitos lugares onde encontrou pessoas como o ex-presidente dos EUA, George W. Bush, que visitou a sede do projeto em 2017, a cantora Madonna, que foi até lá quando estava em turnê aqui no Brasil em 2013, ou o ex-primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair, com quem tomou um café. E não só isso, o amor à música também o levou a diversos palcos ao redor do mundo junto com os meninos e meninas do projeto. Entre eles o Royal Albert Hall, Liverpool Festival, Windsor Festival, no Reino Unido, também tocaram com a Orquestra Jovem das Américas, com o compositor David Fanshawe, no espetáculo African Sanctus, e com nomes como Jennifer Lopez, Deborah Colker, Maná, John Mayer, Sepultura, Falamansa, Sandra de Sá e Arlindo Cruz. A banda gravou com Julian, filho de John Lennon, e também participou da trilha da versão brasileira da animação A Guarda do Leão, da Disney. Isso sem mencionar os prêmios nacionais e internacionais que ganharam.

“Eu sou um afortunado”, afirma. Mesmo envolvido com as questões administrativas da associação, como captação de recursos e parcerias, Pimenta ressalta que não precisou abandonar sua carreira artística ou de professor de música para ajudar as crianças. “Nunca faltei a um ensaio ou show”, conta, reforçando ter incluído mais de 14 mil crianças no seu projeto de vida. “Hoje, embora tenha outras atividades profissionais, os Meninos do Morumbi continuam sendo minha melhor obra e grande paixão.” 

'Tudo começou em março e em maio mais de 100 jovens já participavam das atividades', diz Flávio Pimenta. Foto: WERTHER SANTANA/ ESTADÃO

‘Compartilhar o seu melhor é o segredo do sucesso’, garante Flávio Pimenta

Nos últimos 25 anos, o projeto teve muitos parceiros, todos dando o que tinham de melhor, segundo Flávio Pimenta. Qual o segredo para essa boa ideia reverberar? “Compartilhar o seu melhor para ajudar a transformar a vida do outro.” 

Ele usou o que aprendeu como músico para mudar a vida dos jovens. “Aprendi a enxergar a dor do outro e a compartilhar o que tenho com eles para que possam enxergar uma possibilidade.” Agora, o Meninos do Morumbi está se adaptando ao mundo digital. Com a pandemia, o projeto deixou de existir em um prédio e passou a ser online. As aulas ocorrem via Zoom e, quando precisam, alugam espaços para ensaios. “Passamos de morada onírica para uma aldeia onírica”, diz Pimenta.

Quando o músico Flávio Pimenta, de 63 anos, resolveu se dedicar à música ainda jovem, um de seus sonhos era se tornar popstar. E estudou muito, pois “caso isso não acontecesse, ao menos conseguiria fazer direitinho”. Ele não se tornou baterista de nenhuma grande banda do show business, mas usou seu conhecimento acumulado com tantas horas de estudo para mudar a vida de mais de 14 mil crianças e adolescentes (número de 2016) que passaram pelo projeto Meninos do Morumbi nos últimos 25 anos. “Peguei meu projeto de vida (a música) e coloquei todo mundo dentro”, diz o artista.

Flávio Pimenta, músico, criador do projeto Meninos do Morumbi, que já acolheu mais de 14 mil crianças e adolescentes de diversas comunidades do entorno do bairro. Foto: WERTHER SANTANA/ ESTADÃO

O Meninos do Morumbi começou por acaso. Um dia, em 1996, Pimenta, que é morador do bairro, estava fazendo uma caminhada na Praça Vinicius de Moraes quando três meninos o pararam pedindo dinheiro. Ele ofereceu um lanche no lugar de moedas. Quando chegaram à casa do baterista, ficaram maravilhados com os instrumentos de percussão que ele tinha e pediram que os ensinasse a tocar. Três se tornaram seis, que viraram 10, depois 30 e, de repente, não cabia mais ninguém em sua casa.

Atualmente, o Meninos tem quatro professores ensinando 250 integrantes que participam do Grupo Artístico. Mas esse número pode aumentar. Cada jovem com todos os cursos e refeições custa R$ 350 por mês à instituição, dinheiro que costuma vir de apresentações da banda em shows e eventos institucionais.

O projeto, que começou com aulas de percussão para as crianças, foi ganhando a ajuda de amigos e se tornou uma grande escola de arte, com aulas de música, dança, teatro e atividades físicas. “Começamos a fazer uma interface com as outras áreas da vida deles, caçar escola para estudar, mandar ao médico, buscar ajuda psicológica para eles e a família”, lembra o músico, que quando começou estava prestes a mudar para os Estados Unidos.

“Tudo começou em março e minha viagem estava programada para julho. Em maio, já participavam das aulas, alimentação e atividades esportivas mais de cem jovens”, recorda. Nem precisa dizer que ele optou por seguir no Brasil... “Éramos uma banda, havíamos desenvolvido um pertencimento e uma identidade. Acabei me apaixonando por essa história.”

Dedicação e reconhecimento

E a paixão acabou por levá-lo a muitos lugares onde encontrou pessoas como o ex-presidente dos EUA, George W. Bush, que visitou a sede do projeto em 2017, a cantora Madonna, que foi até lá quando estava em turnê aqui no Brasil em 2013, ou o ex-primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair, com quem tomou um café. E não só isso, o amor à música também o levou a diversos palcos ao redor do mundo junto com os meninos e meninas do projeto. Entre eles o Royal Albert Hall, Liverpool Festival, Windsor Festival, no Reino Unido, também tocaram com a Orquestra Jovem das Américas, com o compositor David Fanshawe, no espetáculo African Sanctus, e com nomes como Jennifer Lopez, Deborah Colker, Maná, John Mayer, Sepultura, Falamansa, Sandra de Sá e Arlindo Cruz. A banda gravou com Julian, filho de John Lennon, e também participou da trilha da versão brasileira da animação A Guarda do Leão, da Disney. Isso sem mencionar os prêmios nacionais e internacionais que ganharam.

“Eu sou um afortunado”, afirma. Mesmo envolvido com as questões administrativas da associação, como captação de recursos e parcerias, Pimenta ressalta que não precisou abandonar sua carreira artística ou de professor de música para ajudar as crianças. “Nunca faltei a um ensaio ou show”, conta, reforçando ter incluído mais de 14 mil crianças no seu projeto de vida. “Hoje, embora tenha outras atividades profissionais, os Meninos do Morumbi continuam sendo minha melhor obra e grande paixão.” 

'Tudo começou em março e em maio mais de 100 jovens já participavam das atividades', diz Flávio Pimenta. Foto: WERTHER SANTANA/ ESTADÃO

‘Compartilhar o seu melhor é o segredo do sucesso’, garante Flávio Pimenta

Nos últimos 25 anos, o projeto teve muitos parceiros, todos dando o que tinham de melhor, segundo Flávio Pimenta. Qual o segredo para essa boa ideia reverberar? “Compartilhar o seu melhor para ajudar a transformar a vida do outro.” 

Ele usou o que aprendeu como músico para mudar a vida dos jovens. “Aprendi a enxergar a dor do outro e a compartilhar o que tenho com eles para que possam enxergar uma possibilidade.” Agora, o Meninos do Morumbi está se adaptando ao mundo digital. Com a pandemia, o projeto deixou de existir em um prédio e passou a ser online. As aulas ocorrem via Zoom e, quando precisam, alugam espaços para ensaios. “Passamos de morada onírica para uma aldeia onírica”, diz Pimenta.

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.