Nuno Mindelis vai às raízes no Bourbon Street


'Live at the Suwalki Festival', gravado ao vivo na Polônia, mostra também o guitarrista cantando em kimbundu, dialeto angolano

Por Julio Maria
Atualização:

Nuno Mindelis, o maior guitarrista de blues em atividade no Brasil, se apresenta hoje, no Bourbon Street, para lançar um disco gravado ao vivo na Polônia, em julho de 2018. Live At The Suwalki Festival Poland traz oito faixas que reforçam a fluência de Mindelis em um fraseado ágil, limpo e vigoroso. No mesmo festival estiveram Eric Burdon (The Animals), Billy Gibbons (ZZ Top) e Mavis Staples (Staple Singers).

Nuno em show de 2013 Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO

O shuffle instrumental Texas Bound reaparece. Ela vem do disco de mesmo nome, de 1996, quando foi gravada com a Double Trouble, de Stevie Ray Vaughan. O baterista Dhieego Andrade faz a levada de um shuffle um pouco mais reta e sem o mesmo suingue de caixa dos gringos. Por outro lado, a ideia de traficar um pouco de Brasil para os poloneses pelo blues funciona bem nas mãos de Dhieego. They Call Me The Beast, do mesmo Texas Bound, faz uso da ‘Bo Diddley beat’ criada pelo bluesman Bo Diddley nos anos 1950, encaixa-se com as referências brasileiras da “african brazilian drums”, como apresenta Mindelis. Ela se junta depois aos temas A Rã, de João Donato, um trânsito pelo instrumental brasileiro de Mindelis, e a Looking Good. Há prefixos com levadas de enredo na bateria e divisão de samba do guitarrista antes de Donato. 

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Mindelis faz um tema, pela primeira vez, no dialeto angolano kimbundu. Ele nasceu em Angola há 61 anos e partiu com a família para o Brasil logo cedo, mas nunca havia cantando um blues assim. Blues e África estão ligados com mais força do que a história conta. Não exatamente na Angola, mas alguns países acima, na região do Mali, griots já haviam definido a escala pentatônica e muitos dos padrões que seriam usados pelos escravos nos Estados Unidos a partir do fim do século 19. O kimbundu volta em Nbiri Nbiri, unida a um tributo a BB King e, ao fim, uma brasileirice irresistível com Mas Que Nada, de Jorge Ben. 

SERVIÇO

​Nuno Mindelis  Bourbon Street. Rua dos Chanés, 127, tel. 5095-6100. 4ª (13), às 21h30. Couvert: R$ 50

Nuno Mindelis, o maior guitarrista de blues em atividade no Brasil, se apresenta hoje, no Bourbon Street, para lançar um disco gravado ao vivo na Polônia, em julho de 2018. Live At The Suwalki Festival Poland traz oito faixas que reforçam a fluência de Mindelis em um fraseado ágil, limpo e vigoroso. No mesmo festival estiveram Eric Burdon (The Animals), Billy Gibbons (ZZ Top) e Mavis Staples (Staple Singers).

Nuno em show de 2013 Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO

O shuffle instrumental Texas Bound reaparece. Ela vem do disco de mesmo nome, de 1996, quando foi gravada com a Double Trouble, de Stevie Ray Vaughan. O baterista Dhieego Andrade faz a levada de um shuffle um pouco mais reta e sem o mesmo suingue de caixa dos gringos. Por outro lado, a ideia de traficar um pouco de Brasil para os poloneses pelo blues funciona bem nas mãos de Dhieego. They Call Me The Beast, do mesmo Texas Bound, faz uso da ‘Bo Diddley beat’ criada pelo bluesman Bo Diddley nos anos 1950, encaixa-se com as referências brasileiras da “african brazilian drums”, como apresenta Mindelis. Ela se junta depois aos temas A Rã, de João Donato, um trânsito pelo instrumental brasileiro de Mindelis, e a Looking Good. Há prefixos com levadas de enredo na bateria e divisão de samba do guitarrista antes de Donato. 

Mindelis faz um tema, pela primeira vez, no dialeto angolano kimbundu. Ele nasceu em Angola há 61 anos e partiu com a família para o Brasil logo cedo, mas nunca havia cantando um blues assim. Blues e África estão ligados com mais força do que a história conta. Não exatamente na Angola, mas alguns países acima, na região do Mali, griots já haviam definido a escala pentatônica e muitos dos padrões que seriam usados pelos escravos nos Estados Unidos a partir do fim do século 19. O kimbundu volta em Nbiri Nbiri, unida a um tributo a BB King e, ao fim, uma brasileirice irresistível com Mas Que Nada, de Jorge Ben. 

SERVIÇO

​Nuno Mindelis  Bourbon Street. Rua dos Chanés, 127, tel. 5095-6100. 4ª (13), às 21h30. Couvert: R$ 50

Nuno Mindelis, o maior guitarrista de blues em atividade no Brasil, se apresenta hoje, no Bourbon Street, para lançar um disco gravado ao vivo na Polônia, em julho de 2018. Live At The Suwalki Festival Poland traz oito faixas que reforçam a fluência de Mindelis em um fraseado ágil, limpo e vigoroso. No mesmo festival estiveram Eric Burdon (The Animals), Billy Gibbons (ZZ Top) e Mavis Staples (Staple Singers).

Nuno em show de 2013 Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO

O shuffle instrumental Texas Bound reaparece. Ela vem do disco de mesmo nome, de 1996, quando foi gravada com a Double Trouble, de Stevie Ray Vaughan. O baterista Dhieego Andrade faz a levada de um shuffle um pouco mais reta e sem o mesmo suingue de caixa dos gringos. Por outro lado, a ideia de traficar um pouco de Brasil para os poloneses pelo blues funciona bem nas mãos de Dhieego. They Call Me The Beast, do mesmo Texas Bound, faz uso da ‘Bo Diddley beat’ criada pelo bluesman Bo Diddley nos anos 1950, encaixa-se com as referências brasileiras da “african brazilian drums”, como apresenta Mindelis. Ela se junta depois aos temas A Rã, de João Donato, um trânsito pelo instrumental brasileiro de Mindelis, e a Looking Good. Há prefixos com levadas de enredo na bateria e divisão de samba do guitarrista antes de Donato. 

Mindelis faz um tema, pela primeira vez, no dialeto angolano kimbundu. Ele nasceu em Angola há 61 anos e partiu com a família para o Brasil logo cedo, mas nunca havia cantando um blues assim. Blues e África estão ligados com mais força do que a história conta. Não exatamente na Angola, mas alguns países acima, na região do Mali, griots já haviam definido a escala pentatônica e muitos dos padrões que seriam usados pelos escravos nos Estados Unidos a partir do fim do século 19. O kimbundu volta em Nbiri Nbiri, unida a um tributo a BB King e, ao fim, uma brasileirice irresistível com Mas Que Nada, de Jorge Ben. 

SERVIÇO

​Nuno Mindelis  Bourbon Street. Rua dos Chanés, 127, tel. 5095-6100. 4ª (13), às 21h30. Couvert: R$ 50

Nuno Mindelis, o maior guitarrista de blues em atividade no Brasil, se apresenta hoje, no Bourbon Street, para lançar um disco gravado ao vivo na Polônia, em julho de 2018. Live At The Suwalki Festival Poland traz oito faixas que reforçam a fluência de Mindelis em um fraseado ágil, limpo e vigoroso. No mesmo festival estiveram Eric Burdon (The Animals), Billy Gibbons (ZZ Top) e Mavis Staples (Staple Singers).

Nuno em show de 2013 Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO

O shuffle instrumental Texas Bound reaparece. Ela vem do disco de mesmo nome, de 1996, quando foi gravada com a Double Trouble, de Stevie Ray Vaughan. O baterista Dhieego Andrade faz a levada de um shuffle um pouco mais reta e sem o mesmo suingue de caixa dos gringos. Por outro lado, a ideia de traficar um pouco de Brasil para os poloneses pelo blues funciona bem nas mãos de Dhieego. They Call Me The Beast, do mesmo Texas Bound, faz uso da ‘Bo Diddley beat’ criada pelo bluesman Bo Diddley nos anos 1950, encaixa-se com as referências brasileiras da “african brazilian drums”, como apresenta Mindelis. Ela se junta depois aos temas A Rã, de João Donato, um trânsito pelo instrumental brasileiro de Mindelis, e a Looking Good. Há prefixos com levadas de enredo na bateria e divisão de samba do guitarrista antes de Donato. 

Mindelis faz um tema, pela primeira vez, no dialeto angolano kimbundu. Ele nasceu em Angola há 61 anos e partiu com a família para o Brasil logo cedo, mas nunca havia cantando um blues assim. Blues e África estão ligados com mais força do que a história conta. Não exatamente na Angola, mas alguns países acima, na região do Mali, griots já haviam definido a escala pentatônica e muitos dos padrões que seriam usados pelos escravos nos Estados Unidos a partir do fim do século 19. O kimbundu volta em Nbiri Nbiri, unida a um tributo a BB King e, ao fim, uma brasileirice irresistível com Mas Que Nada, de Jorge Ben. 

SERVIÇO

​Nuno Mindelis  Bourbon Street. Rua dos Chanés, 127, tel. 5095-6100. 4ª (13), às 21h30. Couvert: R$ 50

Nuno Mindelis, o maior guitarrista de blues em atividade no Brasil, se apresenta hoje, no Bourbon Street, para lançar um disco gravado ao vivo na Polônia, em julho de 2018. Live At The Suwalki Festival Poland traz oito faixas que reforçam a fluência de Mindelis em um fraseado ágil, limpo e vigoroso. No mesmo festival estiveram Eric Burdon (The Animals), Billy Gibbons (ZZ Top) e Mavis Staples (Staple Singers).

Nuno em show de 2013 Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO

O shuffle instrumental Texas Bound reaparece. Ela vem do disco de mesmo nome, de 1996, quando foi gravada com a Double Trouble, de Stevie Ray Vaughan. O baterista Dhieego Andrade faz a levada de um shuffle um pouco mais reta e sem o mesmo suingue de caixa dos gringos. Por outro lado, a ideia de traficar um pouco de Brasil para os poloneses pelo blues funciona bem nas mãos de Dhieego. They Call Me The Beast, do mesmo Texas Bound, faz uso da ‘Bo Diddley beat’ criada pelo bluesman Bo Diddley nos anos 1950, encaixa-se com as referências brasileiras da “african brazilian drums”, como apresenta Mindelis. Ela se junta depois aos temas A Rã, de João Donato, um trânsito pelo instrumental brasileiro de Mindelis, e a Looking Good. Há prefixos com levadas de enredo na bateria e divisão de samba do guitarrista antes de Donato. 

Mindelis faz um tema, pela primeira vez, no dialeto angolano kimbundu. Ele nasceu em Angola há 61 anos e partiu com a família para o Brasil logo cedo, mas nunca havia cantando um blues assim. Blues e África estão ligados com mais força do que a história conta. Não exatamente na Angola, mas alguns países acima, na região do Mali, griots já haviam definido a escala pentatônica e muitos dos padrões que seriam usados pelos escravos nos Estados Unidos a partir do fim do século 19. O kimbundu volta em Nbiri Nbiri, unida a um tributo a BB King e, ao fim, uma brasileirice irresistível com Mas Que Nada, de Jorge Ben. 

SERVIÇO

​Nuno Mindelis  Bourbon Street. Rua dos Chanés, 127, tel. 5095-6100. 4ª (13), às 21h30. Couvert: R$ 50

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