O melhor da temporada de música clássica e ópera de 2025 em São Paulo; veja destaques da programação


Orquestra de Filadélfia, uma das mais importantes do mundo, será atração de peso em ano que promete excelência nos mais diferentes palcos paulistanos - sobretudo, no Teatro Cultura Artística

Por Irineu Franco Perpetuo
Atualização:

Uma das maiores orquestras do mundo, destacados solistas de diversos instrumentos, vozes aplaudidas nos principais palcos do planeta: a temporada paulistana de música clássica promete excelência e variedade em 2025.

Não parece exagero dizer que seu centro de atenções corre o sério risco de se deslocar para as imediações da Praça Roosevelt. Reinaugurado no último agosto após 16 anos, o novo Teatro Cultura Artística sedia em 2025 apresentações de algumas das mais aclamadas estrelas internacionais que visitam a cidade.

Se a música popular está em polvorosa devido à série de assinaturas que trará Patti Smith ao teatro em janeiro, as atrações na música de concerto não são menos impactantes.

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A Orquestra de Filadélfia será uma das principais atrações do circuito de música clássica no Brasil em 2025 Foto: Todd Rosenberg/Divulgação

Fãs do piano, por exemplo, poderão finalmente reverenciar ao vivo em julho o talento do russo Grigory Sokolov, além de matar as saudades de dois artistas de alta intensidade que encantaram várias vezes nossas plateias: o norueguês Leif Ove Andsnes (setembro) e a chinesa Yuja Wang – que, com a Mahler Chamber Orchestra, traz em junho dois monumentos do repertório, o segundo concerto de Chopin e o primeiro de Tchaikóvski. Vale destacar também a russa Polina Osetinskaya, que em maio acompanha o regresso ao Brasil de um nome consagrado do violino internacional: Maxim Vengerov.

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Quem também estará de volta é o grupo barroco francês Les Arts Florissants, de William Christie, com um espetáculo para lá de atraente, em setembro: The Fairy Queen, semi-ópera do britânico Henry Purcell (1659-1695) inspirada em Sonhos de uma noite de verão, de Shakespeare. A premiada encenação tem coreografia de Mourad Merzouki, destacado por sua atuação no hip-hop. A música vocal destaca ainda a primeira vinda ao Brasil, em abril, do tenor espanhol Ramón Villazón (em duo com o harpista Xavier de Maistre) e da soprano norte-americana Nadine Sierra (novembro), presença constante no Metropolitan de Nova York, assim como o regresso da carismática mezzo letã Elina Garanca (outubro).

Na música de câmara, talvez o maior destaque seja o tributo a Dmítri Chostakóvitch (1906-1975) nos 50 anos de seu falecimento, com a execução, em cinco apresentações, na última semana de junho, da integral de seus quartetos de cordas pelo Quarteto Jerusalém. O violão perdeu a série exclusiva, mas o prêmio de consolação não é pequeno: um recital do superlativo Duo Assad (junho).

Continua ainda a série dominical de Concertos Matinais a preços mais acessíveis, trazendo nomes emergentes na cena internacional e artistas brasileiros de alto nível, como o duo da soprano Marília Vargas e do pianista André Mehmari (março) e o grupo Os Músicos de Capella, liderado pelo violinista barroco e regente Luís Otávio Santos (setembro).

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O Teatro Cultura Artística está localizado na região da Consolação, em São Paulo Foto: Nelson Kon/Divulgação

O Cultura Artística ainda abriga várias apresentações da série Música pela Cura, da TUCCA – Associação para Crianças e Adolescentes com Câncer. Os destaques são o Quarteto Kronos (julho), a primeira vinda ao país do barítono norte-americano Thomas Hampson (com o Balé de Câmara de Hamburgo, em agosto) e, na música popular, o guitarrista norte-americano Pat Metheny (setembro).

Sala São Paulo terá sinfônica de peso

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Se quando o teatro da rua Nestor Pestana foi inaugurado, em 1950, ainda não havia a Sala São Paulo, a nova casa já foi pensada levando em conta a existência, a pouco mais de dois quilômetros daí, na Praça Mauá, deste palco destinado à realização de grandes concertos sinfônicos.

Celebrando seus 25 anos, a série da TUCCA traz à Sala São Paulo, em novembro, aquela que sem exagero pode ser considerada uma das melhores sinfônicas do planeta (e a primeira deste nível a vir a nosso País depois do fim da pandemia) – a Orquestra de Filadélfia, que, sob regência de seu titular, o flamejante canadense Yannick Nézet-Séguin, apresenta um programa extremamente atraente: as quatro sinfonias de Brahms, em duas apresentações. Na mesma temporada, toca ainda em agosto o trio do violoncelista Mischa Maisky.

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A Sala São Paulo abriga ainda a tradicional temporada do Mozarteum Brasileiro, que neste ano aposta essencialmente no reencontro com o público de nomes que já se apresentaram por aqui com bastante êxito: destaque para o violinista Gidon Kremer, sempre criativo nas escolhas de repertório, com sua Kremerata Baltica (abril), o pianista austríaco Rudolf Buchbinder, que há décadas visita o país tocando obras austro-germânicas (junho) e o baixo-barítono galês Bryn Terfel (novembro), que arrebatou corações na temporada de 2023.

O baixo-barítono galês Bryn Terfel na Sala São Paulo em 2023 Foto: Caue Diniz/Divulgação

Osesp aposta em Tchaikóvski

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E a dona da casa? Além de continuar a gravação da integral das sinfonias de Mahler, a Osesp aposta em um compositor muito querido do grande público: o russo Piotr Ilitch Tchaikóvski (1840-1893), apresentando todas suas sinfonias ao longo da temporada.

O grupo começa ainda o registro dos cinco concertos de Villa-Lobos para piano e orquestra, com uma solista do quilate de Sonia Rubinsky e, mantendo uma característica implantada na gestão de seu diretor musical, o suíço Thierry Fischer, permanece atento à presença feminina, seja entre compositoras (de Louise Farrenc e Clara Schumann a Unsuk Chin e Marisa Rezende, passando por Grazyna Bacewicz, Elodie Bouny e Dobrinka Tabakova, entre outras), seja entre regentes (destacando Alondra de la Parra, Delyana Lazarova e Ruth Reinhardt).

A Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo vai apostar em um compositor muito querido do grande público: o russo Piotr Ilitch Tchaikóvski  Foto: Mario Daloia/Divulgação

Se o grupo de batutas convidadas destaca ainda Masaaki Suzuki e Vasily Petrenko (regendo, além de Shostakóvitch, a estreia mundial de Breathing Blocks, de Felipe Lara, em julho), o time de solistas é bastante expressivo, com os pianos de Cristian Budu (que assume cada vez mais seu protagonismo entre os pianistas brasileiros), Marc-André Hamelin, Simon Trpceski, Javier Perianes e Bertrand Chamayou, o clarinete exuberante de Martin Fröst e a excelência do violino de Augustin Hadelich.

A pré-temporada, em fevereiro, começa com Sagração, espetáculo de Deborah Colker; e, em dezembro, a orquestra toca, em concerto, uma das mais desafiadoras óperas de todo o repertório: Wozzeck, de Alban Berg.

Teatro Municipal volta ao repertório tradicional

Mas falar de ópera em São Paulo é falar da casa localizada a pouco mais de dois quilômetros da Sala São Paulo, na Praça Ramos de Azevedo. Se, em anos recentes, o Teatro Municipal vinha trazendo estreias e encomendas de óperas contemporâneas, 2025 marca o retorno ao repertório tradicional.

Teatro Municipal terá programação especial de óperas em 2025 Foto: Rafael Salvador/Divulgação

A temporada começa em fevereiro, com a reprise de Il Guarany, de Carlos Gomes, de 2023, com direção de Cibele Forjaz e concepção de Ailton Krenak. Em seguida vem Don Giovanni, de Mozart, em maio, e, em julho, um programa duplo com óperas pouco encenadas de compositores importantes da virada do século XIX para o XX: Le Villi, de Puccini, e Friedenstag, de Richard Strauss, com direção de André Heller-Lopes. Em setembro, é a vez de Porgy and Bess, de Gershwin e, no mês seguinte, Macbeth, de Verdi. O último item previsto, em novembro, é barroco: Les Indes Galantes, de Jean-Philippe Rameau (1683-1794), com regência de Leonardo Garcia Alarcon, especialista no repertório de música antiga, que já esteve no Brasil com o grupo Cappella Mediterranea.

Os concertos sinfônicos do Municipal lembram os 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial, com apresentações de partituras como a Sinfonia Nº 7, de Shostakóvitch, em março, e o Réquiem de Guerra, de Britten, em junho. Dignas de nota são ainda a apresentação do filme Alexandre Névski, do cineasta russo Serguei Eisenstein, com a execução ao vivo da trilha sonora de Prokófiev, em agosto, e a grandiosa Missa, de Leonard Bernstein, em dezembro, com a participação do barítono brasileiro radicado nos EUA Paulo Szot.

A temporada festeja os 35 anos da Orquestra Experimental de Repertório e os 90 do Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo, que toca na charmosa Sala do Conservatório, e foca sua celebração na música brasileira, tocando peças de compositores de diversas épocas e orientações estéticas e estreando uma obra encomendada à compositora Marisa Rezende. E o Coral Paulistano, pela primeira vez, terá uma série de assinaturas.

Ingressos: Assinaturas e avulsos

A venda de assinaturas para as temporadas segue um calendário específico de renovação e de abertura para novos assinantes, que pode ser conferido no site das instituições. No final da venda de assinaturas, ingressos individuais passam a ser comercializados.

Uma das maiores orquestras do mundo, destacados solistas de diversos instrumentos, vozes aplaudidas nos principais palcos do planeta: a temporada paulistana de música clássica promete excelência e variedade em 2025.

Não parece exagero dizer que seu centro de atenções corre o sério risco de se deslocar para as imediações da Praça Roosevelt. Reinaugurado no último agosto após 16 anos, o novo Teatro Cultura Artística sedia em 2025 apresentações de algumas das mais aclamadas estrelas internacionais que visitam a cidade.

Se a música popular está em polvorosa devido à série de assinaturas que trará Patti Smith ao teatro em janeiro, as atrações na música de concerto não são menos impactantes.

A Orquestra de Filadélfia será uma das principais atrações do circuito de música clássica no Brasil em 2025 Foto: Todd Rosenberg/Divulgação

Fãs do piano, por exemplo, poderão finalmente reverenciar ao vivo em julho o talento do russo Grigory Sokolov, além de matar as saudades de dois artistas de alta intensidade que encantaram várias vezes nossas plateias: o norueguês Leif Ove Andsnes (setembro) e a chinesa Yuja Wang – que, com a Mahler Chamber Orchestra, traz em junho dois monumentos do repertório, o segundo concerto de Chopin e o primeiro de Tchaikóvski. Vale destacar também a russa Polina Osetinskaya, que em maio acompanha o regresso ao Brasil de um nome consagrado do violino internacional: Maxim Vengerov.

Quem também estará de volta é o grupo barroco francês Les Arts Florissants, de William Christie, com um espetáculo para lá de atraente, em setembro: The Fairy Queen, semi-ópera do britânico Henry Purcell (1659-1695) inspirada em Sonhos de uma noite de verão, de Shakespeare. A premiada encenação tem coreografia de Mourad Merzouki, destacado por sua atuação no hip-hop. A música vocal destaca ainda a primeira vinda ao Brasil, em abril, do tenor espanhol Ramón Villazón (em duo com o harpista Xavier de Maistre) e da soprano norte-americana Nadine Sierra (novembro), presença constante no Metropolitan de Nova York, assim como o regresso da carismática mezzo letã Elina Garanca (outubro).

Na música de câmara, talvez o maior destaque seja o tributo a Dmítri Chostakóvitch (1906-1975) nos 50 anos de seu falecimento, com a execução, em cinco apresentações, na última semana de junho, da integral de seus quartetos de cordas pelo Quarteto Jerusalém. O violão perdeu a série exclusiva, mas o prêmio de consolação não é pequeno: um recital do superlativo Duo Assad (junho).

Continua ainda a série dominical de Concertos Matinais a preços mais acessíveis, trazendo nomes emergentes na cena internacional e artistas brasileiros de alto nível, como o duo da soprano Marília Vargas e do pianista André Mehmari (março) e o grupo Os Músicos de Capella, liderado pelo violinista barroco e regente Luís Otávio Santos (setembro).

O Teatro Cultura Artística está localizado na região da Consolação, em São Paulo Foto: Nelson Kon/Divulgação

O Cultura Artística ainda abriga várias apresentações da série Música pela Cura, da TUCCA – Associação para Crianças e Adolescentes com Câncer. Os destaques são o Quarteto Kronos (julho), a primeira vinda ao país do barítono norte-americano Thomas Hampson (com o Balé de Câmara de Hamburgo, em agosto) e, na música popular, o guitarrista norte-americano Pat Metheny (setembro).

Sala São Paulo terá sinfônica de peso

Se quando o teatro da rua Nestor Pestana foi inaugurado, em 1950, ainda não havia a Sala São Paulo, a nova casa já foi pensada levando em conta a existência, a pouco mais de dois quilômetros daí, na Praça Mauá, deste palco destinado à realização de grandes concertos sinfônicos.

Celebrando seus 25 anos, a série da TUCCA traz à Sala São Paulo, em novembro, aquela que sem exagero pode ser considerada uma das melhores sinfônicas do planeta (e a primeira deste nível a vir a nosso País depois do fim da pandemia) – a Orquestra de Filadélfia, que, sob regência de seu titular, o flamejante canadense Yannick Nézet-Séguin, apresenta um programa extremamente atraente: as quatro sinfonias de Brahms, em duas apresentações. Na mesma temporada, toca ainda em agosto o trio do violoncelista Mischa Maisky.

A Sala São Paulo abriga ainda a tradicional temporada do Mozarteum Brasileiro, que neste ano aposta essencialmente no reencontro com o público de nomes que já se apresentaram por aqui com bastante êxito: destaque para o violinista Gidon Kremer, sempre criativo nas escolhas de repertório, com sua Kremerata Baltica (abril), o pianista austríaco Rudolf Buchbinder, que há décadas visita o país tocando obras austro-germânicas (junho) e o baixo-barítono galês Bryn Terfel (novembro), que arrebatou corações na temporada de 2023.

O baixo-barítono galês Bryn Terfel na Sala São Paulo em 2023 Foto: Caue Diniz/Divulgação

Osesp aposta em Tchaikóvski

E a dona da casa? Além de continuar a gravação da integral das sinfonias de Mahler, a Osesp aposta em um compositor muito querido do grande público: o russo Piotr Ilitch Tchaikóvski (1840-1893), apresentando todas suas sinfonias ao longo da temporada.

O grupo começa ainda o registro dos cinco concertos de Villa-Lobos para piano e orquestra, com uma solista do quilate de Sonia Rubinsky e, mantendo uma característica implantada na gestão de seu diretor musical, o suíço Thierry Fischer, permanece atento à presença feminina, seja entre compositoras (de Louise Farrenc e Clara Schumann a Unsuk Chin e Marisa Rezende, passando por Grazyna Bacewicz, Elodie Bouny e Dobrinka Tabakova, entre outras), seja entre regentes (destacando Alondra de la Parra, Delyana Lazarova e Ruth Reinhardt).

A Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo vai apostar em um compositor muito querido do grande público: o russo Piotr Ilitch Tchaikóvski  Foto: Mario Daloia/Divulgação

Se o grupo de batutas convidadas destaca ainda Masaaki Suzuki e Vasily Petrenko (regendo, além de Shostakóvitch, a estreia mundial de Breathing Blocks, de Felipe Lara, em julho), o time de solistas é bastante expressivo, com os pianos de Cristian Budu (que assume cada vez mais seu protagonismo entre os pianistas brasileiros), Marc-André Hamelin, Simon Trpceski, Javier Perianes e Bertrand Chamayou, o clarinete exuberante de Martin Fröst e a excelência do violino de Augustin Hadelich.

A pré-temporada, em fevereiro, começa com Sagração, espetáculo de Deborah Colker; e, em dezembro, a orquestra toca, em concerto, uma das mais desafiadoras óperas de todo o repertório: Wozzeck, de Alban Berg.

Teatro Municipal volta ao repertório tradicional

Mas falar de ópera em São Paulo é falar da casa localizada a pouco mais de dois quilômetros da Sala São Paulo, na Praça Ramos de Azevedo. Se, em anos recentes, o Teatro Municipal vinha trazendo estreias e encomendas de óperas contemporâneas, 2025 marca o retorno ao repertório tradicional.

Teatro Municipal terá programação especial de óperas em 2025 Foto: Rafael Salvador/Divulgação

A temporada começa em fevereiro, com a reprise de Il Guarany, de Carlos Gomes, de 2023, com direção de Cibele Forjaz e concepção de Ailton Krenak. Em seguida vem Don Giovanni, de Mozart, em maio, e, em julho, um programa duplo com óperas pouco encenadas de compositores importantes da virada do século XIX para o XX: Le Villi, de Puccini, e Friedenstag, de Richard Strauss, com direção de André Heller-Lopes. Em setembro, é a vez de Porgy and Bess, de Gershwin e, no mês seguinte, Macbeth, de Verdi. O último item previsto, em novembro, é barroco: Les Indes Galantes, de Jean-Philippe Rameau (1683-1794), com regência de Leonardo Garcia Alarcon, especialista no repertório de música antiga, que já esteve no Brasil com o grupo Cappella Mediterranea.

Os concertos sinfônicos do Municipal lembram os 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial, com apresentações de partituras como a Sinfonia Nº 7, de Shostakóvitch, em março, e o Réquiem de Guerra, de Britten, em junho. Dignas de nota são ainda a apresentação do filme Alexandre Névski, do cineasta russo Serguei Eisenstein, com a execução ao vivo da trilha sonora de Prokófiev, em agosto, e a grandiosa Missa, de Leonard Bernstein, em dezembro, com a participação do barítono brasileiro radicado nos EUA Paulo Szot.

A temporada festeja os 35 anos da Orquestra Experimental de Repertório e os 90 do Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo, que toca na charmosa Sala do Conservatório, e foca sua celebração na música brasileira, tocando peças de compositores de diversas épocas e orientações estéticas e estreando uma obra encomendada à compositora Marisa Rezende. E o Coral Paulistano, pela primeira vez, terá uma série de assinaturas.

Ingressos: Assinaturas e avulsos

A venda de assinaturas para as temporadas segue um calendário específico de renovação e de abertura para novos assinantes, que pode ser conferido no site das instituições. No final da venda de assinaturas, ingressos individuais passam a ser comercializados.

Uma das maiores orquestras do mundo, destacados solistas de diversos instrumentos, vozes aplaudidas nos principais palcos do planeta: a temporada paulistana de música clássica promete excelência e variedade em 2025.

Não parece exagero dizer que seu centro de atenções corre o sério risco de se deslocar para as imediações da Praça Roosevelt. Reinaugurado no último agosto após 16 anos, o novo Teatro Cultura Artística sedia em 2025 apresentações de algumas das mais aclamadas estrelas internacionais que visitam a cidade.

Se a música popular está em polvorosa devido à série de assinaturas que trará Patti Smith ao teatro em janeiro, as atrações na música de concerto não são menos impactantes.

A Orquestra de Filadélfia será uma das principais atrações do circuito de música clássica no Brasil em 2025 Foto: Todd Rosenberg/Divulgação

Fãs do piano, por exemplo, poderão finalmente reverenciar ao vivo em julho o talento do russo Grigory Sokolov, além de matar as saudades de dois artistas de alta intensidade que encantaram várias vezes nossas plateias: o norueguês Leif Ove Andsnes (setembro) e a chinesa Yuja Wang – que, com a Mahler Chamber Orchestra, traz em junho dois monumentos do repertório, o segundo concerto de Chopin e o primeiro de Tchaikóvski. Vale destacar também a russa Polina Osetinskaya, que em maio acompanha o regresso ao Brasil de um nome consagrado do violino internacional: Maxim Vengerov.

Quem também estará de volta é o grupo barroco francês Les Arts Florissants, de William Christie, com um espetáculo para lá de atraente, em setembro: The Fairy Queen, semi-ópera do britânico Henry Purcell (1659-1695) inspirada em Sonhos de uma noite de verão, de Shakespeare. A premiada encenação tem coreografia de Mourad Merzouki, destacado por sua atuação no hip-hop. A música vocal destaca ainda a primeira vinda ao Brasil, em abril, do tenor espanhol Ramón Villazón (em duo com o harpista Xavier de Maistre) e da soprano norte-americana Nadine Sierra (novembro), presença constante no Metropolitan de Nova York, assim como o regresso da carismática mezzo letã Elina Garanca (outubro).

Na música de câmara, talvez o maior destaque seja o tributo a Dmítri Chostakóvitch (1906-1975) nos 50 anos de seu falecimento, com a execução, em cinco apresentações, na última semana de junho, da integral de seus quartetos de cordas pelo Quarteto Jerusalém. O violão perdeu a série exclusiva, mas o prêmio de consolação não é pequeno: um recital do superlativo Duo Assad (junho).

Continua ainda a série dominical de Concertos Matinais a preços mais acessíveis, trazendo nomes emergentes na cena internacional e artistas brasileiros de alto nível, como o duo da soprano Marília Vargas e do pianista André Mehmari (março) e o grupo Os Músicos de Capella, liderado pelo violinista barroco e regente Luís Otávio Santos (setembro).

O Teatro Cultura Artística está localizado na região da Consolação, em São Paulo Foto: Nelson Kon/Divulgação

O Cultura Artística ainda abriga várias apresentações da série Música pela Cura, da TUCCA – Associação para Crianças e Adolescentes com Câncer. Os destaques são o Quarteto Kronos (julho), a primeira vinda ao país do barítono norte-americano Thomas Hampson (com o Balé de Câmara de Hamburgo, em agosto) e, na música popular, o guitarrista norte-americano Pat Metheny (setembro).

Sala São Paulo terá sinfônica de peso

Se quando o teatro da rua Nestor Pestana foi inaugurado, em 1950, ainda não havia a Sala São Paulo, a nova casa já foi pensada levando em conta a existência, a pouco mais de dois quilômetros daí, na Praça Mauá, deste palco destinado à realização de grandes concertos sinfônicos.

Celebrando seus 25 anos, a série da TUCCA traz à Sala São Paulo, em novembro, aquela que sem exagero pode ser considerada uma das melhores sinfônicas do planeta (e a primeira deste nível a vir a nosso País depois do fim da pandemia) – a Orquestra de Filadélfia, que, sob regência de seu titular, o flamejante canadense Yannick Nézet-Séguin, apresenta um programa extremamente atraente: as quatro sinfonias de Brahms, em duas apresentações. Na mesma temporada, toca ainda em agosto o trio do violoncelista Mischa Maisky.

A Sala São Paulo abriga ainda a tradicional temporada do Mozarteum Brasileiro, que neste ano aposta essencialmente no reencontro com o público de nomes que já se apresentaram por aqui com bastante êxito: destaque para o violinista Gidon Kremer, sempre criativo nas escolhas de repertório, com sua Kremerata Baltica (abril), o pianista austríaco Rudolf Buchbinder, que há décadas visita o país tocando obras austro-germânicas (junho) e o baixo-barítono galês Bryn Terfel (novembro), que arrebatou corações na temporada de 2023.

O baixo-barítono galês Bryn Terfel na Sala São Paulo em 2023 Foto: Caue Diniz/Divulgação

Osesp aposta em Tchaikóvski

E a dona da casa? Além de continuar a gravação da integral das sinfonias de Mahler, a Osesp aposta em um compositor muito querido do grande público: o russo Piotr Ilitch Tchaikóvski (1840-1893), apresentando todas suas sinfonias ao longo da temporada.

O grupo começa ainda o registro dos cinco concertos de Villa-Lobos para piano e orquestra, com uma solista do quilate de Sonia Rubinsky e, mantendo uma característica implantada na gestão de seu diretor musical, o suíço Thierry Fischer, permanece atento à presença feminina, seja entre compositoras (de Louise Farrenc e Clara Schumann a Unsuk Chin e Marisa Rezende, passando por Grazyna Bacewicz, Elodie Bouny e Dobrinka Tabakova, entre outras), seja entre regentes (destacando Alondra de la Parra, Delyana Lazarova e Ruth Reinhardt).

A Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo vai apostar em um compositor muito querido do grande público: o russo Piotr Ilitch Tchaikóvski  Foto: Mario Daloia/Divulgação

Se o grupo de batutas convidadas destaca ainda Masaaki Suzuki e Vasily Petrenko (regendo, além de Shostakóvitch, a estreia mundial de Breathing Blocks, de Felipe Lara, em julho), o time de solistas é bastante expressivo, com os pianos de Cristian Budu (que assume cada vez mais seu protagonismo entre os pianistas brasileiros), Marc-André Hamelin, Simon Trpceski, Javier Perianes e Bertrand Chamayou, o clarinete exuberante de Martin Fröst e a excelência do violino de Augustin Hadelich.

A pré-temporada, em fevereiro, começa com Sagração, espetáculo de Deborah Colker; e, em dezembro, a orquestra toca, em concerto, uma das mais desafiadoras óperas de todo o repertório: Wozzeck, de Alban Berg.

Teatro Municipal volta ao repertório tradicional

Mas falar de ópera em São Paulo é falar da casa localizada a pouco mais de dois quilômetros da Sala São Paulo, na Praça Ramos de Azevedo. Se, em anos recentes, o Teatro Municipal vinha trazendo estreias e encomendas de óperas contemporâneas, 2025 marca o retorno ao repertório tradicional.

Teatro Municipal terá programação especial de óperas em 2025 Foto: Rafael Salvador/Divulgação

A temporada começa em fevereiro, com a reprise de Il Guarany, de Carlos Gomes, de 2023, com direção de Cibele Forjaz e concepção de Ailton Krenak. Em seguida vem Don Giovanni, de Mozart, em maio, e, em julho, um programa duplo com óperas pouco encenadas de compositores importantes da virada do século XIX para o XX: Le Villi, de Puccini, e Friedenstag, de Richard Strauss, com direção de André Heller-Lopes. Em setembro, é a vez de Porgy and Bess, de Gershwin e, no mês seguinte, Macbeth, de Verdi. O último item previsto, em novembro, é barroco: Les Indes Galantes, de Jean-Philippe Rameau (1683-1794), com regência de Leonardo Garcia Alarcon, especialista no repertório de música antiga, que já esteve no Brasil com o grupo Cappella Mediterranea.

Os concertos sinfônicos do Municipal lembram os 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial, com apresentações de partituras como a Sinfonia Nº 7, de Shostakóvitch, em março, e o Réquiem de Guerra, de Britten, em junho. Dignas de nota são ainda a apresentação do filme Alexandre Névski, do cineasta russo Serguei Eisenstein, com a execução ao vivo da trilha sonora de Prokófiev, em agosto, e a grandiosa Missa, de Leonard Bernstein, em dezembro, com a participação do barítono brasileiro radicado nos EUA Paulo Szot.

A temporada festeja os 35 anos da Orquestra Experimental de Repertório e os 90 do Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo, que toca na charmosa Sala do Conservatório, e foca sua celebração na música brasileira, tocando peças de compositores de diversas épocas e orientações estéticas e estreando uma obra encomendada à compositora Marisa Rezende. E o Coral Paulistano, pela primeira vez, terá uma série de assinaturas.

Ingressos: Assinaturas e avulsos

A venda de assinaturas para as temporadas segue um calendário específico de renovação e de abertura para novos assinantes, que pode ser conferido no site das instituições. No final da venda de assinaturas, ingressos individuais passam a ser comercializados.

Uma das maiores orquestras do mundo, destacados solistas de diversos instrumentos, vozes aplaudidas nos principais palcos do planeta: a temporada paulistana de música clássica promete excelência e variedade em 2025.

Não parece exagero dizer que seu centro de atenções corre o sério risco de se deslocar para as imediações da Praça Roosevelt. Reinaugurado no último agosto após 16 anos, o novo Teatro Cultura Artística sedia em 2025 apresentações de algumas das mais aclamadas estrelas internacionais que visitam a cidade.

Se a música popular está em polvorosa devido à série de assinaturas que trará Patti Smith ao teatro em janeiro, as atrações na música de concerto não são menos impactantes.

A Orquestra de Filadélfia será uma das principais atrações do circuito de música clássica no Brasil em 2025 Foto: Todd Rosenberg/Divulgação

Fãs do piano, por exemplo, poderão finalmente reverenciar ao vivo em julho o talento do russo Grigory Sokolov, além de matar as saudades de dois artistas de alta intensidade que encantaram várias vezes nossas plateias: o norueguês Leif Ove Andsnes (setembro) e a chinesa Yuja Wang – que, com a Mahler Chamber Orchestra, traz em junho dois monumentos do repertório, o segundo concerto de Chopin e o primeiro de Tchaikóvski. Vale destacar também a russa Polina Osetinskaya, que em maio acompanha o regresso ao Brasil de um nome consagrado do violino internacional: Maxim Vengerov.

Quem também estará de volta é o grupo barroco francês Les Arts Florissants, de William Christie, com um espetáculo para lá de atraente, em setembro: The Fairy Queen, semi-ópera do britânico Henry Purcell (1659-1695) inspirada em Sonhos de uma noite de verão, de Shakespeare. A premiada encenação tem coreografia de Mourad Merzouki, destacado por sua atuação no hip-hop. A música vocal destaca ainda a primeira vinda ao Brasil, em abril, do tenor espanhol Ramón Villazón (em duo com o harpista Xavier de Maistre) e da soprano norte-americana Nadine Sierra (novembro), presença constante no Metropolitan de Nova York, assim como o regresso da carismática mezzo letã Elina Garanca (outubro).

Na música de câmara, talvez o maior destaque seja o tributo a Dmítri Chostakóvitch (1906-1975) nos 50 anos de seu falecimento, com a execução, em cinco apresentações, na última semana de junho, da integral de seus quartetos de cordas pelo Quarteto Jerusalém. O violão perdeu a série exclusiva, mas o prêmio de consolação não é pequeno: um recital do superlativo Duo Assad (junho).

Continua ainda a série dominical de Concertos Matinais a preços mais acessíveis, trazendo nomes emergentes na cena internacional e artistas brasileiros de alto nível, como o duo da soprano Marília Vargas e do pianista André Mehmari (março) e o grupo Os Músicos de Capella, liderado pelo violinista barroco e regente Luís Otávio Santos (setembro).

O Teatro Cultura Artística está localizado na região da Consolação, em São Paulo Foto: Nelson Kon/Divulgação

O Cultura Artística ainda abriga várias apresentações da série Música pela Cura, da TUCCA – Associação para Crianças e Adolescentes com Câncer. Os destaques são o Quarteto Kronos (julho), a primeira vinda ao país do barítono norte-americano Thomas Hampson (com o Balé de Câmara de Hamburgo, em agosto) e, na música popular, o guitarrista norte-americano Pat Metheny (setembro).

Sala São Paulo terá sinfônica de peso

Se quando o teatro da rua Nestor Pestana foi inaugurado, em 1950, ainda não havia a Sala São Paulo, a nova casa já foi pensada levando em conta a existência, a pouco mais de dois quilômetros daí, na Praça Mauá, deste palco destinado à realização de grandes concertos sinfônicos.

Celebrando seus 25 anos, a série da TUCCA traz à Sala São Paulo, em novembro, aquela que sem exagero pode ser considerada uma das melhores sinfônicas do planeta (e a primeira deste nível a vir a nosso País depois do fim da pandemia) – a Orquestra de Filadélfia, que, sob regência de seu titular, o flamejante canadense Yannick Nézet-Séguin, apresenta um programa extremamente atraente: as quatro sinfonias de Brahms, em duas apresentações. Na mesma temporada, toca ainda em agosto o trio do violoncelista Mischa Maisky.

A Sala São Paulo abriga ainda a tradicional temporada do Mozarteum Brasileiro, que neste ano aposta essencialmente no reencontro com o público de nomes que já se apresentaram por aqui com bastante êxito: destaque para o violinista Gidon Kremer, sempre criativo nas escolhas de repertório, com sua Kremerata Baltica (abril), o pianista austríaco Rudolf Buchbinder, que há décadas visita o país tocando obras austro-germânicas (junho) e o baixo-barítono galês Bryn Terfel (novembro), que arrebatou corações na temporada de 2023.

O baixo-barítono galês Bryn Terfel na Sala São Paulo em 2023 Foto: Caue Diniz/Divulgação

Osesp aposta em Tchaikóvski

E a dona da casa? Além de continuar a gravação da integral das sinfonias de Mahler, a Osesp aposta em um compositor muito querido do grande público: o russo Piotr Ilitch Tchaikóvski (1840-1893), apresentando todas suas sinfonias ao longo da temporada.

O grupo começa ainda o registro dos cinco concertos de Villa-Lobos para piano e orquestra, com uma solista do quilate de Sonia Rubinsky e, mantendo uma característica implantada na gestão de seu diretor musical, o suíço Thierry Fischer, permanece atento à presença feminina, seja entre compositoras (de Louise Farrenc e Clara Schumann a Unsuk Chin e Marisa Rezende, passando por Grazyna Bacewicz, Elodie Bouny e Dobrinka Tabakova, entre outras), seja entre regentes (destacando Alondra de la Parra, Delyana Lazarova e Ruth Reinhardt).

A Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo vai apostar em um compositor muito querido do grande público: o russo Piotr Ilitch Tchaikóvski  Foto: Mario Daloia/Divulgação

Se o grupo de batutas convidadas destaca ainda Masaaki Suzuki e Vasily Petrenko (regendo, além de Shostakóvitch, a estreia mundial de Breathing Blocks, de Felipe Lara, em julho), o time de solistas é bastante expressivo, com os pianos de Cristian Budu (que assume cada vez mais seu protagonismo entre os pianistas brasileiros), Marc-André Hamelin, Simon Trpceski, Javier Perianes e Bertrand Chamayou, o clarinete exuberante de Martin Fröst e a excelência do violino de Augustin Hadelich.

A pré-temporada, em fevereiro, começa com Sagração, espetáculo de Deborah Colker; e, em dezembro, a orquestra toca, em concerto, uma das mais desafiadoras óperas de todo o repertório: Wozzeck, de Alban Berg.

Teatro Municipal volta ao repertório tradicional

Mas falar de ópera em São Paulo é falar da casa localizada a pouco mais de dois quilômetros da Sala São Paulo, na Praça Ramos de Azevedo. Se, em anos recentes, o Teatro Municipal vinha trazendo estreias e encomendas de óperas contemporâneas, 2025 marca o retorno ao repertório tradicional.

Teatro Municipal terá programação especial de óperas em 2025 Foto: Rafael Salvador/Divulgação

A temporada começa em fevereiro, com a reprise de Il Guarany, de Carlos Gomes, de 2023, com direção de Cibele Forjaz e concepção de Ailton Krenak. Em seguida vem Don Giovanni, de Mozart, em maio, e, em julho, um programa duplo com óperas pouco encenadas de compositores importantes da virada do século XIX para o XX: Le Villi, de Puccini, e Friedenstag, de Richard Strauss, com direção de André Heller-Lopes. Em setembro, é a vez de Porgy and Bess, de Gershwin e, no mês seguinte, Macbeth, de Verdi. O último item previsto, em novembro, é barroco: Les Indes Galantes, de Jean-Philippe Rameau (1683-1794), com regência de Leonardo Garcia Alarcon, especialista no repertório de música antiga, que já esteve no Brasil com o grupo Cappella Mediterranea.

Os concertos sinfônicos do Municipal lembram os 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial, com apresentações de partituras como a Sinfonia Nº 7, de Shostakóvitch, em março, e o Réquiem de Guerra, de Britten, em junho. Dignas de nota são ainda a apresentação do filme Alexandre Névski, do cineasta russo Serguei Eisenstein, com a execução ao vivo da trilha sonora de Prokófiev, em agosto, e a grandiosa Missa, de Leonard Bernstein, em dezembro, com a participação do barítono brasileiro radicado nos EUA Paulo Szot.

A temporada festeja os 35 anos da Orquestra Experimental de Repertório e os 90 do Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo, que toca na charmosa Sala do Conservatório, e foca sua celebração na música brasileira, tocando peças de compositores de diversas épocas e orientações estéticas e estreando uma obra encomendada à compositora Marisa Rezende. E o Coral Paulistano, pela primeira vez, terá uma série de assinaturas.

Ingressos: Assinaturas e avulsos

A venda de assinaturas para as temporadas segue um calendário específico de renovação e de abertura para novos assinantes, que pode ser conferido no site das instituições. No final da venda de assinaturas, ingressos individuais passam a ser comercializados.

Uma das maiores orquestras do mundo, destacados solistas de diversos instrumentos, vozes aplaudidas nos principais palcos do planeta: a temporada paulistana de música clássica promete excelência e variedade em 2025.

Não parece exagero dizer que seu centro de atenções corre o sério risco de se deslocar para as imediações da Praça Roosevelt. Reinaugurado no último agosto após 16 anos, o novo Teatro Cultura Artística sedia em 2025 apresentações de algumas das mais aclamadas estrelas internacionais que visitam a cidade.

Se a música popular está em polvorosa devido à série de assinaturas que trará Patti Smith ao teatro em janeiro, as atrações na música de concerto não são menos impactantes.

A Orquestra de Filadélfia será uma das principais atrações do circuito de música clássica no Brasil em 2025 Foto: Todd Rosenberg/Divulgação

Fãs do piano, por exemplo, poderão finalmente reverenciar ao vivo em julho o talento do russo Grigory Sokolov, além de matar as saudades de dois artistas de alta intensidade que encantaram várias vezes nossas plateias: o norueguês Leif Ove Andsnes (setembro) e a chinesa Yuja Wang – que, com a Mahler Chamber Orchestra, traz em junho dois monumentos do repertório, o segundo concerto de Chopin e o primeiro de Tchaikóvski. Vale destacar também a russa Polina Osetinskaya, que em maio acompanha o regresso ao Brasil de um nome consagrado do violino internacional: Maxim Vengerov.

Quem também estará de volta é o grupo barroco francês Les Arts Florissants, de William Christie, com um espetáculo para lá de atraente, em setembro: The Fairy Queen, semi-ópera do britânico Henry Purcell (1659-1695) inspirada em Sonhos de uma noite de verão, de Shakespeare. A premiada encenação tem coreografia de Mourad Merzouki, destacado por sua atuação no hip-hop. A música vocal destaca ainda a primeira vinda ao Brasil, em abril, do tenor espanhol Ramón Villazón (em duo com o harpista Xavier de Maistre) e da soprano norte-americana Nadine Sierra (novembro), presença constante no Metropolitan de Nova York, assim como o regresso da carismática mezzo letã Elina Garanca (outubro).

Na música de câmara, talvez o maior destaque seja o tributo a Dmítri Chostakóvitch (1906-1975) nos 50 anos de seu falecimento, com a execução, em cinco apresentações, na última semana de junho, da integral de seus quartetos de cordas pelo Quarteto Jerusalém. O violão perdeu a série exclusiva, mas o prêmio de consolação não é pequeno: um recital do superlativo Duo Assad (junho).

Continua ainda a série dominical de Concertos Matinais a preços mais acessíveis, trazendo nomes emergentes na cena internacional e artistas brasileiros de alto nível, como o duo da soprano Marília Vargas e do pianista André Mehmari (março) e o grupo Os Músicos de Capella, liderado pelo violinista barroco e regente Luís Otávio Santos (setembro).

O Teatro Cultura Artística está localizado na região da Consolação, em São Paulo Foto: Nelson Kon/Divulgação

O Cultura Artística ainda abriga várias apresentações da série Música pela Cura, da TUCCA – Associação para Crianças e Adolescentes com Câncer. Os destaques são o Quarteto Kronos (julho), a primeira vinda ao país do barítono norte-americano Thomas Hampson (com o Balé de Câmara de Hamburgo, em agosto) e, na música popular, o guitarrista norte-americano Pat Metheny (setembro).

Sala São Paulo terá sinfônica de peso

Se quando o teatro da rua Nestor Pestana foi inaugurado, em 1950, ainda não havia a Sala São Paulo, a nova casa já foi pensada levando em conta a existência, a pouco mais de dois quilômetros daí, na Praça Mauá, deste palco destinado à realização de grandes concertos sinfônicos.

Celebrando seus 25 anos, a série da TUCCA traz à Sala São Paulo, em novembro, aquela que sem exagero pode ser considerada uma das melhores sinfônicas do planeta (e a primeira deste nível a vir a nosso País depois do fim da pandemia) – a Orquestra de Filadélfia, que, sob regência de seu titular, o flamejante canadense Yannick Nézet-Séguin, apresenta um programa extremamente atraente: as quatro sinfonias de Brahms, em duas apresentações. Na mesma temporada, toca ainda em agosto o trio do violoncelista Mischa Maisky.

A Sala São Paulo abriga ainda a tradicional temporada do Mozarteum Brasileiro, que neste ano aposta essencialmente no reencontro com o público de nomes que já se apresentaram por aqui com bastante êxito: destaque para o violinista Gidon Kremer, sempre criativo nas escolhas de repertório, com sua Kremerata Baltica (abril), o pianista austríaco Rudolf Buchbinder, que há décadas visita o país tocando obras austro-germânicas (junho) e o baixo-barítono galês Bryn Terfel (novembro), que arrebatou corações na temporada de 2023.

O baixo-barítono galês Bryn Terfel na Sala São Paulo em 2023 Foto: Caue Diniz/Divulgação

Osesp aposta em Tchaikóvski

E a dona da casa? Além de continuar a gravação da integral das sinfonias de Mahler, a Osesp aposta em um compositor muito querido do grande público: o russo Piotr Ilitch Tchaikóvski (1840-1893), apresentando todas suas sinfonias ao longo da temporada.

O grupo começa ainda o registro dos cinco concertos de Villa-Lobos para piano e orquestra, com uma solista do quilate de Sonia Rubinsky e, mantendo uma característica implantada na gestão de seu diretor musical, o suíço Thierry Fischer, permanece atento à presença feminina, seja entre compositoras (de Louise Farrenc e Clara Schumann a Unsuk Chin e Marisa Rezende, passando por Grazyna Bacewicz, Elodie Bouny e Dobrinka Tabakova, entre outras), seja entre regentes (destacando Alondra de la Parra, Delyana Lazarova e Ruth Reinhardt).

A Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo vai apostar em um compositor muito querido do grande público: o russo Piotr Ilitch Tchaikóvski  Foto: Mario Daloia/Divulgação

Se o grupo de batutas convidadas destaca ainda Masaaki Suzuki e Vasily Petrenko (regendo, além de Shostakóvitch, a estreia mundial de Breathing Blocks, de Felipe Lara, em julho), o time de solistas é bastante expressivo, com os pianos de Cristian Budu (que assume cada vez mais seu protagonismo entre os pianistas brasileiros), Marc-André Hamelin, Simon Trpceski, Javier Perianes e Bertrand Chamayou, o clarinete exuberante de Martin Fröst e a excelência do violino de Augustin Hadelich.

A pré-temporada, em fevereiro, começa com Sagração, espetáculo de Deborah Colker; e, em dezembro, a orquestra toca, em concerto, uma das mais desafiadoras óperas de todo o repertório: Wozzeck, de Alban Berg.

Teatro Municipal volta ao repertório tradicional

Mas falar de ópera em São Paulo é falar da casa localizada a pouco mais de dois quilômetros da Sala São Paulo, na Praça Ramos de Azevedo. Se, em anos recentes, o Teatro Municipal vinha trazendo estreias e encomendas de óperas contemporâneas, 2025 marca o retorno ao repertório tradicional.

Teatro Municipal terá programação especial de óperas em 2025 Foto: Rafael Salvador/Divulgação

A temporada começa em fevereiro, com a reprise de Il Guarany, de Carlos Gomes, de 2023, com direção de Cibele Forjaz e concepção de Ailton Krenak. Em seguida vem Don Giovanni, de Mozart, em maio, e, em julho, um programa duplo com óperas pouco encenadas de compositores importantes da virada do século XIX para o XX: Le Villi, de Puccini, e Friedenstag, de Richard Strauss, com direção de André Heller-Lopes. Em setembro, é a vez de Porgy and Bess, de Gershwin e, no mês seguinte, Macbeth, de Verdi. O último item previsto, em novembro, é barroco: Les Indes Galantes, de Jean-Philippe Rameau (1683-1794), com regência de Leonardo Garcia Alarcon, especialista no repertório de música antiga, que já esteve no Brasil com o grupo Cappella Mediterranea.

Os concertos sinfônicos do Municipal lembram os 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial, com apresentações de partituras como a Sinfonia Nº 7, de Shostakóvitch, em março, e o Réquiem de Guerra, de Britten, em junho. Dignas de nota são ainda a apresentação do filme Alexandre Névski, do cineasta russo Serguei Eisenstein, com a execução ao vivo da trilha sonora de Prokófiev, em agosto, e a grandiosa Missa, de Leonard Bernstein, em dezembro, com a participação do barítono brasileiro radicado nos EUA Paulo Szot.

A temporada festeja os 35 anos da Orquestra Experimental de Repertório e os 90 do Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo, que toca na charmosa Sala do Conservatório, e foca sua celebração na música brasileira, tocando peças de compositores de diversas épocas e orientações estéticas e estreando uma obra encomendada à compositora Marisa Rezende. E o Coral Paulistano, pela primeira vez, terá uma série de assinaturas.

Ingressos: Assinaturas e avulsos

A venda de assinaturas para as temporadas segue um calendário específico de renovação e de abertura para novos assinantes, que pode ser conferido no site das instituições. No final da venda de assinaturas, ingressos individuais passam a ser comercializados.

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