Paula Fernandes: ‘A sensualidade está ligada à libertação’


Na coletiva do novo EP, ‘Qual Amor Te Faz Feliz?’, Paula Fernandes fala sobre nova fase – na música e na vida pessoal –, o direito de pessoas LGBTQIA+ ao amor e provoca o mercado de música sertaneja: ‘contratem mais mulheres!’

Por Damy Coelho
Atualização:
Paula Fernandes fala sobre seu novo EP, 'Qual amor te faz feliz?' e o atual momento na carreira Foto: Instagram/@paulafernandes

“Estou como uma legítima trabalhadora de home office, usando blazer e pijamas”, brinca Paula Fernandes ao surgir na câmera durante a coletiva online o novo EP, Qual amor te faz feliz?, com lançamento nesta quinta, 13, às 21h.

A cantora parece mais segura. Assume a sensualidade desde o início da carreira atribuída a ela – naquela época, contra sua vontade. Ela ainda evitava a imprensa, diziam.

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Hoje, quer passar por cima desses estigmas. Na entrevista, sorri constantemente, não foge das perguntas e assume tratar o novo EP como um reflexo da “fase empoderada”.

No primeiro single do novo EP, Anota Aí, Paula canta sobre fazer falta na vida de um antigo amor. A superação diante de uma desilusão amorosa ganhou força no feminejo de nomes como Marília Mendonça, e também reflete no atual momento da cantora.

Nova era

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A nova fase de solteira foi inspiradora: “Estou descobrindo o prazer de ter amor-próprio. É base pra tudo que estou fazendo – até das fotos sensuais”. Ela se refere às fotos mais “ousadas” publicadas em suas redes na última semana, surpreendentes para quem a acompanha.

É uma sensualidade natural, do meu momento. Sou livre e faço o que quiser com meu corpo, dentro dos meus limites e valores. Não fiz [as fotos] pra homens, fiz para provar mostrar que faço minhas próprias escolhas. A sensualidade, para mim está ligada à libertação

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Amor sem preconceitos

Paula Fernandes tinha uma visão heteronormativa e padronizada do amor: mulher e homem formando uma família. “Na medida em que o tempo vai passando, vamos notando que não existe fórmula mágica. Nesse processo, vejo a batalha de muita gente em se assumir, ser aceita”, reflete. Hoje, ao contrário de alguns colegas do meio, vai contra discursos homofóbicos:

Este EP é a forma como vejo o amor. Estamos no momento de falar sobre libertação, sobre a luta dos casais homossexuais ou das pessoas que escolheram viver sozinhas. Não existe uma maneira adequada e imposta pra ser feliz. O projeto todo fala sobre isso.

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Paula Fernandes embarca no sertanejo pop em novo EP Foto: CAMILA CARA

O sertanejo por elas

Em 2009, quando Paula Fernandes emplacou o primeiro hit nacional, Pássaro de Fogo, aos 24 anos (ela começou a cantar aos 9), era a única representante feminina do sertanejo entre as mais tocadas nas rádios. “Entrei num mercado dominado por duplas masculinas, num sistema todo preparado para homens”, diz.

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Apesar dos avanços, diz que o cenário ainda é desfavorável às mulheres – facilmente perceptível no line up das maiores festas do gênero no país. “Sinto falta de ver uns rostinhos femininos pelos outdoors de shows que vejo por aí. É só aquela fileeeira de homem” E provoca: “Aviso aos empresários: contratem mais mulheres!”.

Para ela, a dificuldade de renovação é reflexo cultural do próprio gênero. “O sertanejo, por si só, já teve uma penetração difícil em outros estados. E, como era predominantemente masculino, foi ainda mais difícil para nós”. Sentia-se estranha por ser uma voz única, artista solo, em um gênero consagrado por duplas – Leonardo e Daniel, por exemplo, passaram a cantar solo após a morte de seus companheiros, Leandro e João Paulo, assim como aconteceu com algumas duplas caipiras.

Quando surgiu, o sertanejo universitário dominava as paradas. Com canções românticas e bucólicas, Paula era um fenômeno fora da curva.

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Desde então, vem lidando com a fama como pode. Do melhor jeito possível, claro. No fim da coletiva, revela arrepender por ter se calado enquanto especulavam sobre sua vida: “Se eu tivesse rede social naquela época, não teria me calado para críticas e fake news. Teria coragem de olhar pra câmera e dizer ‘eu não sou essa pessoa”.

E como é Paula Fernandes? “Eu sou discreta, introspectiva. Como pelas beiradas, como todo mineiro”, diz. Nessa nova era, parece querer tomar as rédeas da própria imagem.

Paula Fernandes fala sobre seu novo EP, 'Qual amor te faz feliz?' e o atual momento na carreira Foto: Instagram/@paulafernandes

“Estou como uma legítima trabalhadora de home office, usando blazer e pijamas”, brinca Paula Fernandes ao surgir na câmera durante a coletiva online o novo EP, Qual amor te faz feliz?, com lançamento nesta quinta, 13, às 21h.

A cantora parece mais segura. Assume a sensualidade desde o início da carreira atribuída a ela – naquela época, contra sua vontade. Ela ainda evitava a imprensa, diziam.

Hoje, quer passar por cima desses estigmas. Na entrevista, sorri constantemente, não foge das perguntas e assume tratar o novo EP como um reflexo da “fase empoderada”.

No primeiro single do novo EP, Anota Aí, Paula canta sobre fazer falta na vida de um antigo amor. A superação diante de uma desilusão amorosa ganhou força no feminejo de nomes como Marília Mendonça, e também reflete no atual momento da cantora.

Nova era

A nova fase de solteira foi inspiradora: “Estou descobrindo o prazer de ter amor-próprio. É base pra tudo que estou fazendo – até das fotos sensuais”. Ela se refere às fotos mais “ousadas” publicadas em suas redes na última semana, surpreendentes para quem a acompanha.

É uma sensualidade natural, do meu momento. Sou livre e faço o que quiser com meu corpo, dentro dos meus limites e valores. Não fiz [as fotos] pra homens, fiz para provar mostrar que faço minhas próprias escolhas. A sensualidade, para mim está ligada à libertação

Amor sem preconceitos

Paula Fernandes tinha uma visão heteronormativa e padronizada do amor: mulher e homem formando uma família. “Na medida em que o tempo vai passando, vamos notando que não existe fórmula mágica. Nesse processo, vejo a batalha de muita gente em se assumir, ser aceita”, reflete. Hoje, ao contrário de alguns colegas do meio, vai contra discursos homofóbicos:

Este EP é a forma como vejo o amor. Estamos no momento de falar sobre libertação, sobre a luta dos casais homossexuais ou das pessoas que escolheram viver sozinhas. Não existe uma maneira adequada e imposta pra ser feliz. O projeto todo fala sobre isso.

Paula Fernandes embarca no sertanejo pop em novo EP Foto: CAMILA CARA

O sertanejo por elas

Em 2009, quando Paula Fernandes emplacou o primeiro hit nacional, Pássaro de Fogo, aos 24 anos (ela começou a cantar aos 9), era a única representante feminina do sertanejo entre as mais tocadas nas rádios. “Entrei num mercado dominado por duplas masculinas, num sistema todo preparado para homens”, diz.

Apesar dos avanços, diz que o cenário ainda é desfavorável às mulheres – facilmente perceptível no line up das maiores festas do gênero no país. “Sinto falta de ver uns rostinhos femininos pelos outdoors de shows que vejo por aí. É só aquela fileeeira de homem” E provoca: “Aviso aos empresários: contratem mais mulheres!”.

Para ela, a dificuldade de renovação é reflexo cultural do próprio gênero. “O sertanejo, por si só, já teve uma penetração difícil em outros estados. E, como era predominantemente masculino, foi ainda mais difícil para nós”. Sentia-se estranha por ser uma voz única, artista solo, em um gênero consagrado por duplas – Leonardo e Daniel, por exemplo, passaram a cantar solo após a morte de seus companheiros, Leandro e João Paulo, assim como aconteceu com algumas duplas caipiras.

Quando surgiu, o sertanejo universitário dominava as paradas. Com canções românticas e bucólicas, Paula era um fenômeno fora da curva.

Desde então, vem lidando com a fama como pode. Do melhor jeito possível, claro. No fim da coletiva, revela arrepender por ter se calado enquanto especulavam sobre sua vida: “Se eu tivesse rede social naquela época, não teria me calado para críticas e fake news. Teria coragem de olhar pra câmera e dizer ‘eu não sou essa pessoa”.

E como é Paula Fernandes? “Eu sou discreta, introspectiva. Como pelas beiradas, como todo mineiro”, diz. Nessa nova era, parece querer tomar as rédeas da própria imagem.

Paula Fernandes fala sobre seu novo EP, 'Qual amor te faz feliz?' e o atual momento na carreira Foto: Instagram/@paulafernandes

“Estou como uma legítima trabalhadora de home office, usando blazer e pijamas”, brinca Paula Fernandes ao surgir na câmera durante a coletiva online o novo EP, Qual amor te faz feliz?, com lançamento nesta quinta, 13, às 21h.

A cantora parece mais segura. Assume a sensualidade desde o início da carreira atribuída a ela – naquela época, contra sua vontade. Ela ainda evitava a imprensa, diziam.

Hoje, quer passar por cima desses estigmas. Na entrevista, sorri constantemente, não foge das perguntas e assume tratar o novo EP como um reflexo da “fase empoderada”.

No primeiro single do novo EP, Anota Aí, Paula canta sobre fazer falta na vida de um antigo amor. A superação diante de uma desilusão amorosa ganhou força no feminejo de nomes como Marília Mendonça, e também reflete no atual momento da cantora.

Nova era

A nova fase de solteira foi inspiradora: “Estou descobrindo o prazer de ter amor-próprio. É base pra tudo que estou fazendo – até das fotos sensuais”. Ela se refere às fotos mais “ousadas” publicadas em suas redes na última semana, surpreendentes para quem a acompanha.

É uma sensualidade natural, do meu momento. Sou livre e faço o que quiser com meu corpo, dentro dos meus limites e valores. Não fiz [as fotos] pra homens, fiz para provar mostrar que faço minhas próprias escolhas. A sensualidade, para mim está ligada à libertação

Amor sem preconceitos

Paula Fernandes tinha uma visão heteronormativa e padronizada do amor: mulher e homem formando uma família. “Na medida em que o tempo vai passando, vamos notando que não existe fórmula mágica. Nesse processo, vejo a batalha de muita gente em se assumir, ser aceita”, reflete. Hoje, ao contrário de alguns colegas do meio, vai contra discursos homofóbicos:

Este EP é a forma como vejo o amor. Estamos no momento de falar sobre libertação, sobre a luta dos casais homossexuais ou das pessoas que escolheram viver sozinhas. Não existe uma maneira adequada e imposta pra ser feliz. O projeto todo fala sobre isso.

Paula Fernandes embarca no sertanejo pop em novo EP Foto: CAMILA CARA

O sertanejo por elas

Em 2009, quando Paula Fernandes emplacou o primeiro hit nacional, Pássaro de Fogo, aos 24 anos (ela começou a cantar aos 9), era a única representante feminina do sertanejo entre as mais tocadas nas rádios. “Entrei num mercado dominado por duplas masculinas, num sistema todo preparado para homens”, diz.

Apesar dos avanços, diz que o cenário ainda é desfavorável às mulheres – facilmente perceptível no line up das maiores festas do gênero no país. “Sinto falta de ver uns rostinhos femininos pelos outdoors de shows que vejo por aí. É só aquela fileeeira de homem” E provoca: “Aviso aos empresários: contratem mais mulheres!”.

Para ela, a dificuldade de renovação é reflexo cultural do próprio gênero. “O sertanejo, por si só, já teve uma penetração difícil em outros estados. E, como era predominantemente masculino, foi ainda mais difícil para nós”. Sentia-se estranha por ser uma voz única, artista solo, em um gênero consagrado por duplas – Leonardo e Daniel, por exemplo, passaram a cantar solo após a morte de seus companheiros, Leandro e João Paulo, assim como aconteceu com algumas duplas caipiras.

Quando surgiu, o sertanejo universitário dominava as paradas. Com canções românticas e bucólicas, Paula era um fenômeno fora da curva.

Desde então, vem lidando com a fama como pode. Do melhor jeito possível, claro. No fim da coletiva, revela arrepender por ter se calado enquanto especulavam sobre sua vida: “Se eu tivesse rede social naquela época, não teria me calado para críticas e fake news. Teria coragem de olhar pra câmera e dizer ‘eu não sou essa pessoa”.

E como é Paula Fernandes? “Eu sou discreta, introspectiva. Como pelas beiradas, como todo mineiro”, diz. Nessa nova era, parece querer tomar as rédeas da própria imagem.

Paula Fernandes fala sobre seu novo EP, 'Qual amor te faz feliz?' e o atual momento na carreira Foto: Instagram/@paulafernandes

“Estou como uma legítima trabalhadora de home office, usando blazer e pijamas”, brinca Paula Fernandes ao surgir na câmera durante a coletiva online o novo EP, Qual amor te faz feliz?, com lançamento nesta quinta, 13, às 21h.

A cantora parece mais segura. Assume a sensualidade desde o início da carreira atribuída a ela – naquela época, contra sua vontade. Ela ainda evitava a imprensa, diziam.

Hoje, quer passar por cima desses estigmas. Na entrevista, sorri constantemente, não foge das perguntas e assume tratar o novo EP como um reflexo da “fase empoderada”.

No primeiro single do novo EP, Anota Aí, Paula canta sobre fazer falta na vida de um antigo amor. A superação diante de uma desilusão amorosa ganhou força no feminejo de nomes como Marília Mendonça, e também reflete no atual momento da cantora.

Nova era

A nova fase de solteira foi inspiradora: “Estou descobrindo o prazer de ter amor-próprio. É base pra tudo que estou fazendo – até das fotos sensuais”. Ela se refere às fotos mais “ousadas” publicadas em suas redes na última semana, surpreendentes para quem a acompanha.

É uma sensualidade natural, do meu momento. Sou livre e faço o que quiser com meu corpo, dentro dos meus limites e valores. Não fiz [as fotos] pra homens, fiz para provar mostrar que faço minhas próprias escolhas. A sensualidade, para mim está ligada à libertação

Amor sem preconceitos

Paula Fernandes tinha uma visão heteronormativa e padronizada do amor: mulher e homem formando uma família. “Na medida em que o tempo vai passando, vamos notando que não existe fórmula mágica. Nesse processo, vejo a batalha de muita gente em se assumir, ser aceita”, reflete. Hoje, ao contrário de alguns colegas do meio, vai contra discursos homofóbicos:

Este EP é a forma como vejo o amor. Estamos no momento de falar sobre libertação, sobre a luta dos casais homossexuais ou das pessoas que escolheram viver sozinhas. Não existe uma maneira adequada e imposta pra ser feliz. O projeto todo fala sobre isso.

Paula Fernandes embarca no sertanejo pop em novo EP Foto: CAMILA CARA

O sertanejo por elas

Em 2009, quando Paula Fernandes emplacou o primeiro hit nacional, Pássaro de Fogo, aos 24 anos (ela começou a cantar aos 9), era a única representante feminina do sertanejo entre as mais tocadas nas rádios. “Entrei num mercado dominado por duplas masculinas, num sistema todo preparado para homens”, diz.

Apesar dos avanços, diz que o cenário ainda é desfavorável às mulheres – facilmente perceptível no line up das maiores festas do gênero no país. “Sinto falta de ver uns rostinhos femininos pelos outdoors de shows que vejo por aí. É só aquela fileeeira de homem” E provoca: “Aviso aos empresários: contratem mais mulheres!”.

Para ela, a dificuldade de renovação é reflexo cultural do próprio gênero. “O sertanejo, por si só, já teve uma penetração difícil em outros estados. E, como era predominantemente masculino, foi ainda mais difícil para nós”. Sentia-se estranha por ser uma voz única, artista solo, em um gênero consagrado por duplas – Leonardo e Daniel, por exemplo, passaram a cantar solo após a morte de seus companheiros, Leandro e João Paulo, assim como aconteceu com algumas duplas caipiras.

Quando surgiu, o sertanejo universitário dominava as paradas. Com canções românticas e bucólicas, Paula era um fenômeno fora da curva.

Desde então, vem lidando com a fama como pode. Do melhor jeito possível, claro. No fim da coletiva, revela arrepender por ter se calado enquanto especulavam sobre sua vida: “Se eu tivesse rede social naquela época, não teria me calado para críticas e fake news. Teria coragem de olhar pra câmera e dizer ‘eu não sou essa pessoa”.

E como é Paula Fernandes? “Eu sou discreta, introspectiva. Como pelas beiradas, como todo mineiro”, diz. Nessa nova era, parece querer tomar as rédeas da própria imagem.

Paula Fernandes fala sobre seu novo EP, 'Qual amor te faz feliz?' e o atual momento na carreira Foto: Instagram/@paulafernandes

“Estou como uma legítima trabalhadora de home office, usando blazer e pijamas”, brinca Paula Fernandes ao surgir na câmera durante a coletiva online o novo EP, Qual amor te faz feliz?, com lançamento nesta quinta, 13, às 21h.

A cantora parece mais segura. Assume a sensualidade desde o início da carreira atribuída a ela – naquela época, contra sua vontade. Ela ainda evitava a imprensa, diziam.

Hoje, quer passar por cima desses estigmas. Na entrevista, sorri constantemente, não foge das perguntas e assume tratar o novo EP como um reflexo da “fase empoderada”.

No primeiro single do novo EP, Anota Aí, Paula canta sobre fazer falta na vida de um antigo amor. A superação diante de uma desilusão amorosa ganhou força no feminejo de nomes como Marília Mendonça, e também reflete no atual momento da cantora.

Nova era

A nova fase de solteira foi inspiradora: “Estou descobrindo o prazer de ter amor-próprio. É base pra tudo que estou fazendo – até das fotos sensuais”. Ela se refere às fotos mais “ousadas” publicadas em suas redes na última semana, surpreendentes para quem a acompanha.

É uma sensualidade natural, do meu momento. Sou livre e faço o que quiser com meu corpo, dentro dos meus limites e valores. Não fiz [as fotos] pra homens, fiz para provar mostrar que faço minhas próprias escolhas. A sensualidade, para mim está ligada à libertação

Amor sem preconceitos

Paula Fernandes tinha uma visão heteronormativa e padronizada do amor: mulher e homem formando uma família. “Na medida em que o tempo vai passando, vamos notando que não existe fórmula mágica. Nesse processo, vejo a batalha de muita gente em se assumir, ser aceita”, reflete. Hoje, ao contrário de alguns colegas do meio, vai contra discursos homofóbicos:

Este EP é a forma como vejo o amor. Estamos no momento de falar sobre libertação, sobre a luta dos casais homossexuais ou das pessoas que escolheram viver sozinhas. Não existe uma maneira adequada e imposta pra ser feliz. O projeto todo fala sobre isso.

Paula Fernandes embarca no sertanejo pop em novo EP Foto: CAMILA CARA

O sertanejo por elas

Em 2009, quando Paula Fernandes emplacou o primeiro hit nacional, Pássaro de Fogo, aos 24 anos (ela começou a cantar aos 9), era a única representante feminina do sertanejo entre as mais tocadas nas rádios. “Entrei num mercado dominado por duplas masculinas, num sistema todo preparado para homens”, diz.

Apesar dos avanços, diz que o cenário ainda é desfavorável às mulheres – facilmente perceptível no line up das maiores festas do gênero no país. “Sinto falta de ver uns rostinhos femininos pelos outdoors de shows que vejo por aí. É só aquela fileeeira de homem” E provoca: “Aviso aos empresários: contratem mais mulheres!”.

Para ela, a dificuldade de renovação é reflexo cultural do próprio gênero. “O sertanejo, por si só, já teve uma penetração difícil em outros estados. E, como era predominantemente masculino, foi ainda mais difícil para nós”. Sentia-se estranha por ser uma voz única, artista solo, em um gênero consagrado por duplas – Leonardo e Daniel, por exemplo, passaram a cantar solo após a morte de seus companheiros, Leandro e João Paulo, assim como aconteceu com algumas duplas caipiras.

Quando surgiu, o sertanejo universitário dominava as paradas. Com canções românticas e bucólicas, Paula era um fenômeno fora da curva.

Desde então, vem lidando com a fama como pode. Do melhor jeito possível, claro. No fim da coletiva, revela arrepender por ter se calado enquanto especulavam sobre sua vida: “Se eu tivesse rede social naquela época, não teria me calado para críticas e fake news. Teria coragem de olhar pra câmera e dizer ‘eu não sou essa pessoa”.

E como é Paula Fernandes? “Eu sou discreta, introspectiva. Como pelas beiradas, como todo mineiro”, diz. Nessa nova era, parece querer tomar as rédeas da própria imagem.

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