Por Natalia CANO
Peso Pluma se identifica com o Homem-Aranha, um apelido do artista que saltou da ficção para o auge do sucesso depois de globalizar o ‘corrido’, gênero musical típico do México.
Mas, além de sua rápida ascensão e demonstração de versatilidade, esse super-herói da música urbana tem de enfrentar a suspeita de que suas composições romantizam a cultura do narcotráfico.
Verdade ou não, Peso Pluma não se cansa de bater recordes em plataformas digitais, a ponto de o ex-presidente dos EUA Barack Obama incluir o hit “La Bebé” em sua famosa ‘playlist’ anual.
Em fevereiro, ele ganhou o Grammy de melhor álbum de música mexicana por seu álbum “Génesis”.
Seu próximo feito acontecerá nesta sexta-feira, 12, quando ele chega ao Coachella como o primeiro artista regional mexicano a ser a atração principal do maior festival de música dos Estados Unidos, realizado em Indio, na Califórnia.
“Ele mesmo se identifica com o Homem-Aranha, e é também por isso que tem o ‘Double P’ (de Peter Parker, o personagem que se transforma em Homem-Aranha) em seu nome artístico. Ele se vê como uma espécie de super-herói, o novo herói da música mexicana”, disse à AFP Uriel Waizel, líder da equipe editorial da plataforma Spotify México.
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Aos 24 anos, Hassan Emilio Kabande Laija - seu nome verdadeiro - se apresentará no Coachella depois de ser considerado pela revista Rolling Stone como “o maior novo artista do planeta”, e com a façanha de globalizar o gênero regional com seus corridos tumbados, que misturam esse ritmo tradicional mexicano com rap e hip hop.
Peso Pluma levou um ano para se tornar um dos artistas mais esperados no Coachella, nos dias 12 e 19 de abril. Em 2023, ele se apresentou como convidado da americana Becky G, mas “desta vez o México vai agitar a casa”, comemorou o artista há alguns dias, enquanto caminhava pelo tapete vermelho em Los Angeles.
Seu papel de protagonista no Coachella vem depois da controvérsia que o afastou do festival chileno de Viña del Mar em janeiro. A polêmica se concentrou no fato de que algumas pessoas consideraram suas músicas uma apologia ao tráfico de drogas.
Peso Pluma se recusou a se apresentar, alegando “motivos pessoais, uma desculpa que coincidiu com o fim de seu relacionamento com a cantora argentina Nicki Nicole devido a uma suposta infidelidade dele.
Em 14 de outubro passado, o cantor cancelou um show em Tijuana, após o aparecimento de cartazes com mensagens que ameaçavam assassiná-lo caso se apresentasse nesta cidade, na fronteira com os Estados Unidos.
Mas em 29 de março, retornou, triunfante, ao México para o Festival Pa’l Norte, em Monterrey,
Peso Pluma apresenta uma variedade de estilos, desde o sierreño romântico até canções dançantes de reggaeton, mas também canta corridos tumbados, um subgênero que geralmente trata de armas e drogas.
O ritmo é tão controverso que o presidente mexicano Andrés Manuel López Obrador pediu aos jovens que considerassem outros gêneros e propôs sua própria ‘playlist’.
Mas o artista justifica suas letras com a “realidade” mexicana. “É o que eu vejo. É o meu trabalho, é o que eu expresso”, disse ele ao Soy Grupero em 2022.