O rapper estadunidense Tyler, The Creator usou a canção Duplo Sentido, lançada em 1973 por Gilberto Gil, em um comercial de sua marca de roupas, Golf Le Fleur, sem a autorização do cantor brasileiro. Segundo Gil, Tyler ligou para ele para pedir desculpas e tentar resolver a questão.
A informação foi confirmada nesta quarta-feira, 13, em uma publicação do cantor com a filha, Flora Gil. O artista afirmou que o vídeo ainda não foi tirado do ar, o que considera “grave” - leia na íntegra abaixo.
A propaganda foi compartilhada no dia 6 de dezembro para divulgar a nova coleção de roupas da marca de luxo de Tyler. O vídeo tem mais de quatro minutos e toca a música quase completa. Assista:
Nos stories do Instagram, Gil também compartilhou uma publicação do produtor musical Evandro Fióti, irmão de Emicida, que falava sobre o caso. “Amo o querido. Mas ele usou uma música inteira do Gilberto Gil sem qualquer diálogo prévio e negociação de direitos autorais?”, escreveu.
“Não dá pra alegar desconhecimento. Custo acreditar que, se fosse o contrário, a resolução seria amistosa. Isso não é valorizar o Brasil. Nem os criadores. Espero que tudo se resolva de forma justa e equilibrada. Mas que vacilo”, completou.
Veja o texto de Gil e Flora na íntegra:
“O rapper americano Tyler, também conhecido como ‘Tyler, The Creator’ pelo estilo inovador e criativo que já lhe rendeu ao menos dois Grammys e um Video Music Awards e seu ingresso como empresário do mundo da moda, escolheu a música Duplo Sentido, de autoria de Gilberto Gil, para impulsionar a campanha de sua linha de artigos de luxo Golf Le Fleur.
O vídeo Season 2 Golf Le Fleur foi lançado na semana passada e viralizou nas redes sociais do mundo todo, mas não contou com a autorização prévia de Gilberto Gil e tampouco da Sony Publishing , que administra a obra do autor. O rapper, que diz ser fã de Gilberto Gil, já ligou para ele para tentar resolver a questão e pediu desculpas pelo uso da música sem autorização oficial.
O vídeo ainda não sofreu takedown nas plataformas e continua disponível, o que é grave”.