Rock in Rio: Alok faz espetáculo com set fatiado demais


Oferecendo apenas tira-gostos de hits poderosos, DJ optou por mostrar mais temas do que criar os vínculos tribais de quando se deixa o som correr solto

Por Julio Maria
Atualização:

Alok, o DJ e produtor com mais de 20 milhões, tanto de seguidores no Instagram quanto de audições no Spotify, abriu o Palco Mundo neste sábado, às 18h, com muitos sinais que fazem entender porque ele está lá. Há pelos menos três edições que o Rock in Rio deu à música eletrônica status de atração principal. Originalmente, nos anos de 1985 e de 1991, ela, a eletrônica, nem existia como força de massa. Depois, nos anos 2000, ganhou uma tenda própria. Agora, com o transe tribal da plateia, algo mais poderoso do que a própria noite do metal, Alok ganha relevância de entetainer.

Alok no Palco Mundo Foto: EFE/ Antonio Lacerda

Mesmo sabendo usar sua expansiva presença de palco – Alok interfere o tempo todo com frases como “tem alguém cansado aí?” e “tira o pé do chão” (ok, nada muito original) e deixa muitas vezes o set para caminhar até a frente da plateia – um palco Mundo parece enorme para ele sozinho. Não há músicos a seu lado, mas as duas mãos nas laterais e o telão tentam dar conta de alguma cenografia. 

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A regra de Alok no comando parecia clara: muita adrenalina concentrada em pouco tempo. E isso tem dois lados. O bom: ele jogou para a plateia o tempo todo, sem respiros, fazendo a pista se tornar uma danceteria dos anos 90 com The Rhythm of The Night ligada a Work It para, dois segundos depois, tudo ser transformado em uma rave dos anos 2020, com os graves bem mais pesados de um trance psicodélico. O ruim: sua vontade de mostrar um arsenal incessante e frenético deixa tudo condensado demais, fatiado demais, sem a possibilidade de chegar ao ponto do mantra que qualquer pista do Baixo Augusta garante. Não dá pra ouvir trechos muito curtos de explosivos como a união de Deep Down, Jungle Bay e Destination Calabria ou Sometimes Move Your Body e Begin, que ele junta com Sweet Child O Mine. Tudo é bom demais para virar apenas pílulas. Estar no comando é sempre uma escolha, e Alok escolhe o mostrar mais. Fica um set quente, mas interrompido, e talvez seja este um problema de formato. O palco Mundo só admite o espetáculo, não a coadjuvância. E um DJ que deixa o som rolar é um coadjuvante. O lugar dele é no palco New Dance Order, o eletrônico.

O que Alok faz é espetáculo, não discotecagem, e isso fica claro no meio do show, quando pede para a produção do Rock in Rio apagar todas as luzes da Cidade do Rock. “Eu prometo que vai valer a pena”, ele diz, mas a ideia é maior do que o efeito. Alok pede às pessoas que acendam as luzes de seus celulares e os coloquem para cima e para baixo, conforme seu comando. Vira um mar de luzes dançantes, mas um tanto descoordenadas. 

Tudo certo. Alok já havia feito um grande show, e resolveu colocar Ilusão Cracolândia, um tema que precisava ser cantado ali, em frente a tantos jovens, para alertar sobre as ilusões do uso do crack e o inferno dos que estão na cracolândia. Um momento afetivo e paternal. Depois, ele pede que a plateia cante Vale Vale com ele, e a cena dos braços erguidos com tamanha energia é impagável.

Alok, o DJ e produtor com mais de 20 milhões, tanto de seguidores no Instagram quanto de audições no Spotify, abriu o Palco Mundo neste sábado, às 18h, com muitos sinais que fazem entender porque ele está lá. Há pelos menos três edições que o Rock in Rio deu à música eletrônica status de atração principal. Originalmente, nos anos de 1985 e de 1991, ela, a eletrônica, nem existia como força de massa. Depois, nos anos 2000, ganhou uma tenda própria. Agora, com o transe tribal da plateia, algo mais poderoso do que a própria noite do metal, Alok ganha relevância de entetainer.

Alok no Palco Mundo Foto: EFE/ Antonio Lacerda

Mesmo sabendo usar sua expansiva presença de palco – Alok interfere o tempo todo com frases como “tem alguém cansado aí?” e “tira o pé do chão” (ok, nada muito original) e deixa muitas vezes o set para caminhar até a frente da plateia – um palco Mundo parece enorme para ele sozinho. Não há músicos a seu lado, mas as duas mãos nas laterais e o telão tentam dar conta de alguma cenografia. 

A regra de Alok no comando parecia clara: muita adrenalina concentrada em pouco tempo. E isso tem dois lados. O bom: ele jogou para a plateia o tempo todo, sem respiros, fazendo a pista se tornar uma danceteria dos anos 90 com The Rhythm of The Night ligada a Work It para, dois segundos depois, tudo ser transformado em uma rave dos anos 2020, com os graves bem mais pesados de um trance psicodélico. O ruim: sua vontade de mostrar um arsenal incessante e frenético deixa tudo condensado demais, fatiado demais, sem a possibilidade de chegar ao ponto do mantra que qualquer pista do Baixo Augusta garante. Não dá pra ouvir trechos muito curtos de explosivos como a união de Deep Down, Jungle Bay e Destination Calabria ou Sometimes Move Your Body e Begin, que ele junta com Sweet Child O Mine. Tudo é bom demais para virar apenas pílulas. Estar no comando é sempre uma escolha, e Alok escolhe o mostrar mais. Fica um set quente, mas interrompido, e talvez seja este um problema de formato. O palco Mundo só admite o espetáculo, não a coadjuvância. E um DJ que deixa o som rolar é um coadjuvante. O lugar dele é no palco New Dance Order, o eletrônico.

O que Alok faz é espetáculo, não discotecagem, e isso fica claro no meio do show, quando pede para a produção do Rock in Rio apagar todas as luzes da Cidade do Rock. “Eu prometo que vai valer a pena”, ele diz, mas a ideia é maior do que o efeito. Alok pede às pessoas que acendam as luzes de seus celulares e os coloquem para cima e para baixo, conforme seu comando. Vira um mar de luzes dançantes, mas um tanto descoordenadas. 

Tudo certo. Alok já havia feito um grande show, e resolveu colocar Ilusão Cracolândia, um tema que precisava ser cantado ali, em frente a tantos jovens, para alertar sobre as ilusões do uso do crack e o inferno dos que estão na cracolândia. Um momento afetivo e paternal. Depois, ele pede que a plateia cante Vale Vale com ele, e a cena dos braços erguidos com tamanha energia é impagável.

Alok, o DJ e produtor com mais de 20 milhões, tanto de seguidores no Instagram quanto de audições no Spotify, abriu o Palco Mundo neste sábado, às 18h, com muitos sinais que fazem entender porque ele está lá. Há pelos menos três edições que o Rock in Rio deu à música eletrônica status de atração principal. Originalmente, nos anos de 1985 e de 1991, ela, a eletrônica, nem existia como força de massa. Depois, nos anos 2000, ganhou uma tenda própria. Agora, com o transe tribal da plateia, algo mais poderoso do que a própria noite do metal, Alok ganha relevância de entetainer.

Alok no Palco Mundo Foto: EFE/ Antonio Lacerda

Mesmo sabendo usar sua expansiva presença de palco – Alok interfere o tempo todo com frases como “tem alguém cansado aí?” e “tira o pé do chão” (ok, nada muito original) e deixa muitas vezes o set para caminhar até a frente da plateia – um palco Mundo parece enorme para ele sozinho. Não há músicos a seu lado, mas as duas mãos nas laterais e o telão tentam dar conta de alguma cenografia. 

A regra de Alok no comando parecia clara: muita adrenalina concentrada em pouco tempo. E isso tem dois lados. O bom: ele jogou para a plateia o tempo todo, sem respiros, fazendo a pista se tornar uma danceteria dos anos 90 com The Rhythm of The Night ligada a Work It para, dois segundos depois, tudo ser transformado em uma rave dos anos 2020, com os graves bem mais pesados de um trance psicodélico. O ruim: sua vontade de mostrar um arsenal incessante e frenético deixa tudo condensado demais, fatiado demais, sem a possibilidade de chegar ao ponto do mantra que qualquer pista do Baixo Augusta garante. Não dá pra ouvir trechos muito curtos de explosivos como a união de Deep Down, Jungle Bay e Destination Calabria ou Sometimes Move Your Body e Begin, que ele junta com Sweet Child O Mine. Tudo é bom demais para virar apenas pílulas. Estar no comando é sempre uma escolha, e Alok escolhe o mostrar mais. Fica um set quente, mas interrompido, e talvez seja este um problema de formato. O palco Mundo só admite o espetáculo, não a coadjuvância. E um DJ que deixa o som rolar é um coadjuvante. O lugar dele é no palco New Dance Order, o eletrônico.

O que Alok faz é espetáculo, não discotecagem, e isso fica claro no meio do show, quando pede para a produção do Rock in Rio apagar todas as luzes da Cidade do Rock. “Eu prometo que vai valer a pena”, ele diz, mas a ideia é maior do que o efeito. Alok pede às pessoas que acendam as luzes de seus celulares e os coloquem para cima e para baixo, conforme seu comando. Vira um mar de luzes dançantes, mas um tanto descoordenadas. 

Tudo certo. Alok já havia feito um grande show, e resolveu colocar Ilusão Cracolândia, um tema que precisava ser cantado ali, em frente a tantos jovens, para alertar sobre as ilusões do uso do crack e o inferno dos que estão na cracolândia. Um momento afetivo e paternal. Depois, ele pede que a plateia cante Vale Vale com ele, e a cena dos braços erguidos com tamanha energia é impagável.

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