Rock in Rio: Apolítica, Ivete Sangalo contrasta com homenagem à Elza Soares


Show de excelência feito pela baiana flerta com o posicionamento social, mas a festa pura de Ivete é sua essência

Por Julio Maria
Atualização:

Ivete Sangalo veio em uma vibração alta, diferente do que havia acabado de acontecer no palco Sunset. Larissa Luz havia comandado uma homenagem grandiosa à Elza Soares, com muitas cantoras pretas representantes das bandeiras anti-preconceito e de empoderamento. Havia sido um momento de muita emoção, com imagens de Elza no telão, frases, lágrimas, consternação e canções que ela defendia. De repente, a festa que se viu no palco ao lado colocou tudo sob outra vibração.

Na guitarra, solando Sweet Child 'O Mine Foto: PEDRO KIRILOS

Ivete não tem o discurso da tomada do poder e do justiçamento, embora o tenha de forma intrínseca, e faz o espetáculo pelo espetáculo. Uma artista que chegou antes dos identitarismos e que resolveu não aderir a eles de forma explícita, ou que demorou a se manifestar, parece não conseguir mais entrar na sala. Como não era obrigada a transformar sua música em transporte sócio político, como haviam feito Daniela Mercury e Margareth Menezes, seguiu sua essência carnavalesca e, assim, conduz sua carreira. Para o bem e para o mal, a música brasileira pop de hoje não produziria outra Ivete Sangalo. Não há mais espaços para a diversão sem o filtro da consciência.

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O que Ivete levou ao Rock in Rio foi algo dos mesmos padrões das boas atrações internacionais. Ela começa tocando guitarra, solando o riff de Sweet Child ‘O Mine, e, depois, já sem o instrumento, emenda sons de temperatura sempre elevada. Tempo de Alegria, Sorte Grande, Festa, Prefixo de Verão, tudo lá em cima. Moral é um samba funk irresistível. Vieram depois Beleza Rara, a latinizada Mexe a Cabeça, Dançando, A Galera e Céu do Boca. Ivete, em ótima forma, fez a festa esperada com uma excelência de muito respeito a seu público.

Apolítica, apesar das frases que solta em meio às músicas, como “o país não precisa de armas”, Ivete não pode ser cobrada a mudar o rumo de sua essência. É uma questão geracional que daria um livro. Seu grande instante foi lembrar de quando dedicou sua primeira passagem pelo Rock in Rio ao filho que tem se tornado músico, Marcelo Sangalo, e chamá-lo agora para tocar ao piano Quando a Chuva Passar. “Toda mãe tem o direito de ver seus filhos crescer sem medo”, disse. Se é bandeira que querem, ela tem as suas, ainda que as erga de forma um tanto forçada.

Ivete Sangalo veio em uma vibração alta, diferente do que havia acabado de acontecer no palco Sunset. Larissa Luz havia comandado uma homenagem grandiosa à Elza Soares, com muitas cantoras pretas representantes das bandeiras anti-preconceito e de empoderamento. Havia sido um momento de muita emoção, com imagens de Elza no telão, frases, lágrimas, consternação e canções que ela defendia. De repente, a festa que se viu no palco ao lado colocou tudo sob outra vibração.

Na guitarra, solando Sweet Child 'O Mine Foto: PEDRO KIRILOS

Ivete não tem o discurso da tomada do poder e do justiçamento, embora o tenha de forma intrínseca, e faz o espetáculo pelo espetáculo. Uma artista que chegou antes dos identitarismos e que resolveu não aderir a eles de forma explícita, ou que demorou a se manifestar, parece não conseguir mais entrar na sala. Como não era obrigada a transformar sua música em transporte sócio político, como haviam feito Daniela Mercury e Margareth Menezes, seguiu sua essência carnavalesca e, assim, conduz sua carreira. Para o bem e para o mal, a música brasileira pop de hoje não produziria outra Ivete Sangalo. Não há mais espaços para a diversão sem o filtro da consciência.

O que Ivete levou ao Rock in Rio foi algo dos mesmos padrões das boas atrações internacionais. Ela começa tocando guitarra, solando o riff de Sweet Child ‘O Mine, e, depois, já sem o instrumento, emenda sons de temperatura sempre elevada. Tempo de Alegria, Sorte Grande, Festa, Prefixo de Verão, tudo lá em cima. Moral é um samba funk irresistível. Vieram depois Beleza Rara, a latinizada Mexe a Cabeça, Dançando, A Galera e Céu do Boca. Ivete, em ótima forma, fez a festa esperada com uma excelência de muito respeito a seu público.

Apolítica, apesar das frases que solta em meio às músicas, como “o país não precisa de armas”, Ivete não pode ser cobrada a mudar o rumo de sua essência. É uma questão geracional que daria um livro. Seu grande instante foi lembrar de quando dedicou sua primeira passagem pelo Rock in Rio ao filho que tem se tornado músico, Marcelo Sangalo, e chamá-lo agora para tocar ao piano Quando a Chuva Passar. “Toda mãe tem o direito de ver seus filhos crescer sem medo”, disse. Se é bandeira que querem, ela tem as suas, ainda que as erga de forma um tanto forçada.

Ivete Sangalo veio em uma vibração alta, diferente do que havia acabado de acontecer no palco Sunset. Larissa Luz havia comandado uma homenagem grandiosa à Elza Soares, com muitas cantoras pretas representantes das bandeiras anti-preconceito e de empoderamento. Havia sido um momento de muita emoção, com imagens de Elza no telão, frases, lágrimas, consternação e canções que ela defendia. De repente, a festa que se viu no palco ao lado colocou tudo sob outra vibração.

Na guitarra, solando Sweet Child 'O Mine Foto: PEDRO KIRILOS

Ivete não tem o discurso da tomada do poder e do justiçamento, embora o tenha de forma intrínseca, e faz o espetáculo pelo espetáculo. Uma artista que chegou antes dos identitarismos e que resolveu não aderir a eles de forma explícita, ou que demorou a se manifestar, parece não conseguir mais entrar na sala. Como não era obrigada a transformar sua música em transporte sócio político, como haviam feito Daniela Mercury e Margareth Menezes, seguiu sua essência carnavalesca e, assim, conduz sua carreira. Para o bem e para o mal, a música brasileira pop de hoje não produziria outra Ivete Sangalo. Não há mais espaços para a diversão sem o filtro da consciência.

O que Ivete levou ao Rock in Rio foi algo dos mesmos padrões das boas atrações internacionais. Ela começa tocando guitarra, solando o riff de Sweet Child ‘O Mine, e, depois, já sem o instrumento, emenda sons de temperatura sempre elevada. Tempo de Alegria, Sorte Grande, Festa, Prefixo de Verão, tudo lá em cima. Moral é um samba funk irresistível. Vieram depois Beleza Rara, a latinizada Mexe a Cabeça, Dançando, A Galera e Céu do Boca. Ivete, em ótima forma, fez a festa esperada com uma excelência de muito respeito a seu público.

Apolítica, apesar das frases que solta em meio às músicas, como “o país não precisa de armas”, Ivete não pode ser cobrada a mudar o rumo de sua essência. É uma questão geracional que daria um livro. Seu grande instante foi lembrar de quando dedicou sua primeira passagem pelo Rock in Rio ao filho que tem se tornado músico, Marcelo Sangalo, e chamá-lo agora para tocar ao piano Quando a Chuva Passar. “Toda mãe tem o direito de ver seus filhos crescer sem medo”, disse. Se é bandeira que querem, ela tem as suas, ainda que as erga de forma um tanto forçada.

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