MOSCOU - O cantor britânico Sting cancelou o show previsto para esta segunda-feira, 04, na capital do Cazaquistão, Astana, após ser informado pela Anistia Internacional (AI) sobre o abuso contra os direitos dos trabalhadores da indústria petrolífera do país centro-asiático.
"As greves de fome, os trabalhadores presos e dezenas de milhares em greve representam um piquete virtual que não tenho intenção de romper", afirmou o ex-cantor do lendário grupo britânico The Police em seu site.
Em maio, centenas de trabalhadores da petrolífera Ozen Munai Gaz reuniram-se na cidade de Aktau, às margens do mar Cáspio, para protestar contra os cortes dos salários.
Alguns deles foram detidos e demitidos após o bloqueio de estradas locais em sinal de protesto, informa a agência RIA Novosti.
Sting declarou seu apoio à causa dos trabalhadores dizendo que "os trabalhadores e suas famílias precisam de nosso apoio e da atenção da mídia internacional na esperança de uma mudança positiva", em comunicado oficial.
Em 2009, Sting foi criticado por apresentar-se no Uzbequistão, considerado pela AI como o estado que mais reprime os direitos humanos entre os países da antiga União Soviética.
A Anistia Internacional anunciou que se não tivesse cancelado o show, Sting teria contradito tudo o que apoiou ao longo dos últimos 40 anos como defensor dos direitos humanos.
Os organizadores do concerto já se comprometeram em devolver o dinheiro arrecadado com a venda de 5 mil ingressos, alguns a US$ 690 (cerca de R$ 1 mil).
O show previsto para esta segunda-feira, 04, faz parte da turnê Symphonicity, na qual o cantor apresenta grandes sucessos das últimas três décadas adaptados à música sinfônica.