Taylor Swift: as turbulências da ‘The Eras Tour’ até hoje


Morte de fã, interferência do Senado americano e incidente diplomático marcaram um das turnês mais lucrativas da história

Por Julia Sabbaga
Atualização:
Shows da The Eras Tour, de Taylor Swift, em Viena, foram cancelados por uma ameaça terrorista Foto: Jeff Pachoud/AFP

Os shows de Taylor Swift em Viena, que ocorreriam no decorrer desta semana, foram cancelados após a prisão de dois indivíduos acusados de planejar um ataque terrorista nesta quarta-feira, 7. Esta não é a primeira vez que uma turnê desta magnitude vira alvo de um ataque associado ao Estado Islâmico: em 2017, 22 pessoas morreram em um ataque terrorista suicida em um show de Ariana Grande em Manchester.

Considerada uma das turnês mais lucrativa da história - ela terá duração de 149 shows até o seu encerramento, em dezembro de 2024 - The Eras Tour já havia enfrentado outros contratempos anteiormente. Relembre:

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Processo contra Ticketmaster

Taylor Swift durante show em São Paulo em 24 de novembro de 2023 Foto: Taba Benedicto/Estadão
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O primeiro problema encontrado pela The Eras Tour ocorreu ainda em 2022, quando a Ticketmaster, site de venda de ingressos, e a Live Nation Entertainment, produtora das apresentações, se mostraram incapazes de lidar com uma demanda sem precedentes por ingressos. A polêmica começou na primeira hora de vendas, quando o site da Ticketmaster não aguentou a multidão e saiu do ar - deixando milhões de fãs na mão. Para piorar, muitos ingressos apareceram em outros sites de compra, por preços exorbitantes, escancarando a compra por cambistas.

Fãs se frustraram com os pronunciamentos da Ticketmaster, que não ofereceu soluções para o problema e apenas atribuiu a questão a uma “demanda astronômica”. Em uma declaração, Swift responsabilizou a Ticketmaster e mostrou empatia aos fãs, impulsionando uma investigação da empresa por parte do Departamento de Justiça dos Estados Unidos. O caso fez com que diversos congressistas nos EUA também se pronunciassem contra a fusão entre Ticketmaster e Live Nation, ocorrida em 2010, sob acusação de monopólio. Em maio deste ano, as duas se tornaram foco de um processo antitruste.

A questão também gerou a introdução de diversas novas leis no nível federal e estadual, a respeito de venda de ingressos, fraude, transparência de taxas, e outros assuntos relacionados. O processo judicial foi uma prova do alcance e influência de Taylor, nomeada pela Forbes em 2022 como uma das mulheres mais poderosas do entretenimento.

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Muitos meses depois, a The Eras Tour teve um efeito similar no Brasil. A passagem da turnê acabou criando a apelidada “Lei Taylor Swift” que pretende inibir práticas ilícitas associadas à venda de ingressos para shows.

Morte no Brasil

A jovem Ana Clara Benevides, de 23 anos, morreu durante show da Taylor Swift no Rio de Janeiro Foto: Reprodução/Instagram/@acbenevidesm
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O acontecimento mais trágico da The Eras Tour ocorreu aqui no Brasil, durante o show do dia 17 de novembro, no Rio de Janeiro, quando a fã Ana Clara Benevides, 23 anos, morreu por exaustão térmica causada pelo calor. Na primeira apresentação da cantora no País, a sensação térmica no Estádio do Engenhão, onde o show foi apresentado, era de 60 graus.

Segundo a prima de Ana, Estela Benevides, a jovem foi socorrida ao desmaiar na grade em frente ao palco e chegou a ser encaminhada ao hospital, mas não resistiu.

A T4f, organizadora do evento, foi alvo de diversas críticas pela falta de organização, infraestrutura inapropriada para o calor e escassez da oferta de água. O ocorrido fez com que a Secretaria do Consumidor do Ministério da Justiça estabelecesse a liberação de entrada do público com garrafas de água em espetáculos e obrigasse a instalação de ilhas de hidratação de fácil acesso em grandes eventos.

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A morte de Ana Clara Benevides teve seu impacto, também, na imagem de Taylor Swift no Brasil. Apesar de ter feito uma curta declaração nas redes, Swift disse que não falaria sobre a jovem no palco e foi alvo de críticas pelos fãs - principalmente por sua postura tradicionalmente tão empática. Na ocasião, fãs se organizaram para prestar auxílio para transporte do corpo de volta para Mato Grosso, e arrecadaram sozinhos R$ 30 mil reais.

A família de Ana Clara Benevides foi convidada pela equipe de Swift a comparecer ao último show no Brasil, em São Paulo. A foto da cantora ao lado dos familiares circulou online.

Familiares de Ana Clara Benevides em show da cantora Taylor Swift Foto: Reprodução/X/@jnflesch
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Shows exclusivos em Singapura

Além do obstáculo econômico da Ticketmaster, a The Eras Tour sofreu também um problema sociopolítico. Em março de 2024, Swift passou pelo sudeste asiático para nada menos que seis shows em Singapura – e só em Singapura. O movimento foi um acordo com o governo, que pagou por exclusividade para impulsionar sua economia no pós-pandemia, mas o valor por apresentação nunca foi revelado.

O anúncio da preferência pelo território frustrou tanto fãs quanto líderes de nações vizinhas, como Tailândia e Filipinas. Em março, o Primeiro Ministro da Tailândia, Srettha Thavisin, chegou a acusar Singapura de pagar US$ 3 milhões por apresentação. Taylor Swift não se pronunciou sobre o acordo feito e o valor específico nunca foi revelado.

Ameaça em Viena

Fãs de Taylor Swift se reúnem em Viena após cancelamento dos shows da cantora Foto: Heinz-peter Bader/AP

Já entrando na reta final da Eras Tour, a mais recente complicação encontrada por Taylor Swift foi a ameaça terrorista nos seus shows em Viena, na Áustria. A possibilidade de atentado não é inédita no mundo pop: como mencionado anteriormente, o show de Ariana Grande em Manchester, em maio de 2017, foi alvo de um ataque suicida que resultou na morte de 22 pessoas. Em um show na mesma cidade, em 2018, Swift chegou a dedicar um momento do show para homenagear as vítimas.

Desta vez, no entanto, as autoridades austríacas agiram rápido na prisão de dois adolescentes que eram suspeitos de planejar o ataque. Em uma coletiva de imprensa, o chefe de segurança pública da Áustria, Franz Ruf, divulgou que o principal suspeito, de 19 anos, confessou os planos, que incluíam usar explosivos e armas para matar o maior número possível de pessoas do show. “Durante nossas investigações, identificamos ações preparatórias e notamos que o indivíduo de 19 anos tinha um foco particular nos shows de Taylor Swift em Viena”, explicou Ruf, dizendo que o suspeito, austríaco, havia se aliado ao Estado Islâmico.

A ameaça ocorre pouco mais de uma semana depois de outro fato trágico, mas não relacionado a The Eras Tour. No dia 29 de julho, duas crianças morreram e 11 pessoas ficaram feridas após ataque com faca durante workshop temático sobre Taylor Swift em Southport, na Inglaterra.

Ruf garantiu que não há ameaça iminente após a prisão dos suspeitos, mas os três shows em Viena foram cancelados pela produtora Barracuda Music. Nas redes, fãs de Taylor Swift demonstraram pesar no cancelamento, mas usaram a oportunidade para demonstrar seu amor pela cantora e organizar eventos menores paralelos nas mesmas datas.

A The Eras Tour dura até o fim do ano e será encerrada em Vancouver, no dia 8 de dezembro.

Shows da The Eras Tour, de Taylor Swift, em Viena, foram cancelados por uma ameaça terrorista Foto: Jeff Pachoud/AFP

Os shows de Taylor Swift em Viena, que ocorreriam no decorrer desta semana, foram cancelados após a prisão de dois indivíduos acusados de planejar um ataque terrorista nesta quarta-feira, 7. Esta não é a primeira vez que uma turnê desta magnitude vira alvo de um ataque associado ao Estado Islâmico: em 2017, 22 pessoas morreram em um ataque terrorista suicida em um show de Ariana Grande em Manchester.

Considerada uma das turnês mais lucrativa da história - ela terá duração de 149 shows até o seu encerramento, em dezembro de 2024 - The Eras Tour já havia enfrentado outros contratempos anteiormente. Relembre:

Processo contra Ticketmaster

Taylor Swift durante show em São Paulo em 24 de novembro de 2023 Foto: Taba Benedicto/Estadão

O primeiro problema encontrado pela The Eras Tour ocorreu ainda em 2022, quando a Ticketmaster, site de venda de ingressos, e a Live Nation Entertainment, produtora das apresentações, se mostraram incapazes de lidar com uma demanda sem precedentes por ingressos. A polêmica começou na primeira hora de vendas, quando o site da Ticketmaster não aguentou a multidão e saiu do ar - deixando milhões de fãs na mão. Para piorar, muitos ingressos apareceram em outros sites de compra, por preços exorbitantes, escancarando a compra por cambistas.

Fãs se frustraram com os pronunciamentos da Ticketmaster, que não ofereceu soluções para o problema e apenas atribuiu a questão a uma “demanda astronômica”. Em uma declaração, Swift responsabilizou a Ticketmaster e mostrou empatia aos fãs, impulsionando uma investigação da empresa por parte do Departamento de Justiça dos Estados Unidos. O caso fez com que diversos congressistas nos EUA também se pronunciassem contra a fusão entre Ticketmaster e Live Nation, ocorrida em 2010, sob acusação de monopólio. Em maio deste ano, as duas se tornaram foco de um processo antitruste.

A questão também gerou a introdução de diversas novas leis no nível federal e estadual, a respeito de venda de ingressos, fraude, transparência de taxas, e outros assuntos relacionados. O processo judicial foi uma prova do alcance e influência de Taylor, nomeada pela Forbes em 2022 como uma das mulheres mais poderosas do entretenimento.

Muitos meses depois, a The Eras Tour teve um efeito similar no Brasil. A passagem da turnê acabou criando a apelidada “Lei Taylor Swift” que pretende inibir práticas ilícitas associadas à venda de ingressos para shows.

Morte no Brasil

A jovem Ana Clara Benevides, de 23 anos, morreu durante show da Taylor Swift no Rio de Janeiro Foto: Reprodução/Instagram/@acbenevidesm

O acontecimento mais trágico da The Eras Tour ocorreu aqui no Brasil, durante o show do dia 17 de novembro, no Rio de Janeiro, quando a fã Ana Clara Benevides, 23 anos, morreu por exaustão térmica causada pelo calor. Na primeira apresentação da cantora no País, a sensação térmica no Estádio do Engenhão, onde o show foi apresentado, era de 60 graus.

Segundo a prima de Ana, Estela Benevides, a jovem foi socorrida ao desmaiar na grade em frente ao palco e chegou a ser encaminhada ao hospital, mas não resistiu.

A T4f, organizadora do evento, foi alvo de diversas críticas pela falta de organização, infraestrutura inapropriada para o calor e escassez da oferta de água. O ocorrido fez com que a Secretaria do Consumidor do Ministério da Justiça estabelecesse a liberação de entrada do público com garrafas de água em espetáculos e obrigasse a instalação de ilhas de hidratação de fácil acesso em grandes eventos.

A morte de Ana Clara Benevides teve seu impacto, também, na imagem de Taylor Swift no Brasil. Apesar de ter feito uma curta declaração nas redes, Swift disse que não falaria sobre a jovem no palco e foi alvo de críticas pelos fãs - principalmente por sua postura tradicionalmente tão empática. Na ocasião, fãs se organizaram para prestar auxílio para transporte do corpo de volta para Mato Grosso, e arrecadaram sozinhos R$ 30 mil reais.

A família de Ana Clara Benevides foi convidada pela equipe de Swift a comparecer ao último show no Brasil, em São Paulo. A foto da cantora ao lado dos familiares circulou online.

Familiares de Ana Clara Benevides em show da cantora Taylor Swift Foto: Reprodução/X/@jnflesch

Shows exclusivos em Singapura

Além do obstáculo econômico da Ticketmaster, a The Eras Tour sofreu também um problema sociopolítico. Em março de 2024, Swift passou pelo sudeste asiático para nada menos que seis shows em Singapura – e só em Singapura. O movimento foi um acordo com o governo, que pagou por exclusividade para impulsionar sua economia no pós-pandemia, mas o valor por apresentação nunca foi revelado.

O anúncio da preferência pelo território frustrou tanto fãs quanto líderes de nações vizinhas, como Tailândia e Filipinas. Em março, o Primeiro Ministro da Tailândia, Srettha Thavisin, chegou a acusar Singapura de pagar US$ 3 milhões por apresentação. Taylor Swift não se pronunciou sobre o acordo feito e o valor específico nunca foi revelado.

Ameaça em Viena

Fãs de Taylor Swift se reúnem em Viena após cancelamento dos shows da cantora Foto: Heinz-peter Bader/AP

Já entrando na reta final da Eras Tour, a mais recente complicação encontrada por Taylor Swift foi a ameaça terrorista nos seus shows em Viena, na Áustria. A possibilidade de atentado não é inédita no mundo pop: como mencionado anteriormente, o show de Ariana Grande em Manchester, em maio de 2017, foi alvo de um ataque suicida que resultou na morte de 22 pessoas. Em um show na mesma cidade, em 2018, Swift chegou a dedicar um momento do show para homenagear as vítimas.

Desta vez, no entanto, as autoridades austríacas agiram rápido na prisão de dois adolescentes que eram suspeitos de planejar o ataque. Em uma coletiva de imprensa, o chefe de segurança pública da Áustria, Franz Ruf, divulgou que o principal suspeito, de 19 anos, confessou os planos, que incluíam usar explosivos e armas para matar o maior número possível de pessoas do show. “Durante nossas investigações, identificamos ações preparatórias e notamos que o indivíduo de 19 anos tinha um foco particular nos shows de Taylor Swift em Viena”, explicou Ruf, dizendo que o suspeito, austríaco, havia se aliado ao Estado Islâmico.

A ameaça ocorre pouco mais de uma semana depois de outro fato trágico, mas não relacionado a The Eras Tour. No dia 29 de julho, duas crianças morreram e 11 pessoas ficaram feridas após ataque com faca durante workshop temático sobre Taylor Swift em Southport, na Inglaterra.

Ruf garantiu que não há ameaça iminente após a prisão dos suspeitos, mas os três shows em Viena foram cancelados pela produtora Barracuda Music. Nas redes, fãs de Taylor Swift demonstraram pesar no cancelamento, mas usaram a oportunidade para demonstrar seu amor pela cantora e organizar eventos menores paralelos nas mesmas datas.

A The Eras Tour dura até o fim do ano e será encerrada em Vancouver, no dia 8 de dezembro.

Shows da The Eras Tour, de Taylor Swift, em Viena, foram cancelados por uma ameaça terrorista Foto: Jeff Pachoud/AFP

Os shows de Taylor Swift em Viena, que ocorreriam no decorrer desta semana, foram cancelados após a prisão de dois indivíduos acusados de planejar um ataque terrorista nesta quarta-feira, 7. Esta não é a primeira vez que uma turnê desta magnitude vira alvo de um ataque associado ao Estado Islâmico: em 2017, 22 pessoas morreram em um ataque terrorista suicida em um show de Ariana Grande em Manchester.

Considerada uma das turnês mais lucrativa da história - ela terá duração de 149 shows até o seu encerramento, em dezembro de 2024 - The Eras Tour já havia enfrentado outros contratempos anteiormente. Relembre:

Processo contra Ticketmaster

Taylor Swift durante show em São Paulo em 24 de novembro de 2023 Foto: Taba Benedicto/Estadão

O primeiro problema encontrado pela The Eras Tour ocorreu ainda em 2022, quando a Ticketmaster, site de venda de ingressos, e a Live Nation Entertainment, produtora das apresentações, se mostraram incapazes de lidar com uma demanda sem precedentes por ingressos. A polêmica começou na primeira hora de vendas, quando o site da Ticketmaster não aguentou a multidão e saiu do ar - deixando milhões de fãs na mão. Para piorar, muitos ingressos apareceram em outros sites de compra, por preços exorbitantes, escancarando a compra por cambistas.

Fãs se frustraram com os pronunciamentos da Ticketmaster, que não ofereceu soluções para o problema e apenas atribuiu a questão a uma “demanda astronômica”. Em uma declaração, Swift responsabilizou a Ticketmaster e mostrou empatia aos fãs, impulsionando uma investigação da empresa por parte do Departamento de Justiça dos Estados Unidos. O caso fez com que diversos congressistas nos EUA também se pronunciassem contra a fusão entre Ticketmaster e Live Nation, ocorrida em 2010, sob acusação de monopólio. Em maio deste ano, as duas se tornaram foco de um processo antitruste.

A questão também gerou a introdução de diversas novas leis no nível federal e estadual, a respeito de venda de ingressos, fraude, transparência de taxas, e outros assuntos relacionados. O processo judicial foi uma prova do alcance e influência de Taylor, nomeada pela Forbes em 2022 como uma das mulheres mais poderosas do entretenimento.

Muitos meses depois, a The Eras Tour teve um efeito similar no Brasil. A passagem da turnê acabou criando a apelidada “Lei Taylor Swift” que pretende inibir práticas ilícitas associadas à venda de ingressos para shows.

Morte no Brasil

A jovem Ana Clara Benevides, de 23 anos, morreu durante show da Taylor Swift no Rio de Janeiro Foto: Reprodução/Instagram/@acbenevidesm

O acontecimento mais trágico da The Eras Tour ocorreu aqui no Brasil, durante o show do dia 17 de novembro, no Rio de Janeiro, quando a fã Ana Clara Benevides, 23 anos, morreu por exaustão térmica causada pelo calor. Na primeira apresentação da cantora no País, a sensação térmica no Estádio do Engenhão, onde o show foi apresentado, era de 60 graus.

Segundo a prima de Ana, Estela Benevides, a jovem foi socorrida ao desmaiar na grade em frente ao palco e chegou a ser encaminhada ao hospital, mas não resistiu.

A T4f, organizadora do evento, foi alvo de diversas críticas pela falta de organização, infraestrutura inapropriada para o calor e escassez da oferta de água. O ocorrido fez com que a Secretaria do Consumidor do Ministério da Justiça estabelecesse a liberação de entrada do público com garrafas de água em espetáculos e obrigasse a instalação de ilhas de hidratação de fácil acesso em grandes eventos.

A morte de Ana Clara Benevides teve seu impacto, também, na imagem de Taylor Swift no Brasil. Apesar de ter feito uma curta declaração nas redes, Swift disse que não falaria sobre a jovem no palco e foi alvo de críticas pelos fãs - principalmente por sua postura tradicionalmente tão empática. Na ocasião, fãs se organizaram para prestar auxílio para transporte do corpo de volta para Mato Grosso, e arrecadaram sozinhos R$ 30 mil reais.

A família de Ana Clara Benevides foi convidada pela equipe de Swift a comparecer ao último show no Brasil, em São Paulo. A foto da cantora ao lado dos familiares circulou online.

Familiares de Ana Clara Benevides em show da cantora Taylor Swift Foto: Reprodução/X/@jnflesch

Shows exclusivos em Singapura

Além do obstáculo econômico da Ticketmaster, a The Eras Tour sofreu também um problema sociopolítico. Em março de 2024, Swift passou pelo sudeste asiático para nada menos que seis shows em Singapura – e só em Singapura. O movimento foi um acordo com o governo, que pagou por exclusividade para impulsionar sua economia no pós-pandemia, mas o valor por apresentação nunca foi revelado.

O anúncio da preferência pelo território frustrou tanto fãs quanto líderes de nações vizinhas, como Tailândia e Filipinas. Em março, o Primeiro Ministro da Tailândia, Srettha Thavisin, chegou a acusar Singapura de pagar US$ 3 milhões por apresentação. Taylor Swift não se pronunciou sobre o acordo feito e o valor específico nunca foi revelado.

Ameaça em Viena

Fãs de Taylor Swift se reúnem em Viena após cancelamento dos shows da cantora Foto: Heinz-peter Bader/AP

Já entrando na reta final da Eras Tour, a mais recente complicação encontrada por Taylor Swift foi a ameaça terrorista nos seus shows em Viena, na Áustria. A possibilidade de atentado não é inédita no mundo pop: como mencionado anteriormente, o show de Ariana Grande em Manchester, em maio de 2017, foi alvo de um ataque suicida que resultou na morte de 22 pessoas. Em um show na mesma cidade, em 2018, Swift chegou a dedicar um momento do show para homenagear as vítimas.

Desta vez, no entanto, as autoridades austríacas agiram rápido na prisão de dois adolescentes que eram suspeitos de planejar o ataque. Em uma coletiva de imprensa, o chefe de segurança pública da Áustria, Franz Ruf, divulgou que o principal suspeito, de 19 anos, confessou os planos, que incluíam usar explosivos e armas para matar o maior número possível de pessoas do show. “Durante nossas investigações, identificamos ações preparatórias e notamos que o indivíduo de 19 anos tinha um foco particular nos shows de Taylor Swift em Viena”, explicou Ruf, dizendo que o suspeito, austríaco, havia se aliado ao Estado Islâmico.

A ameaça ocorre pouco mais de uma semana depois de outro fato trágico, mas não relacionado a The Eras Tour. No dia 29 de julho, duas crianças morreram e 11 pessoas ficaram feridas após ataque com faca durante workshop temático sobre Taylor Swift em Southport, na Inglaterra.

Ruf garantiu que não há ameaça iminente após a prisão dos suspeitos, mas os três shows em Viena foram cancelados pela produtora Barracuda Music. Nas redes, fãs de Taylor Swift demonstraram pesar no cancelamento, mas usaram a oportunidade para demonstrar seu amor pela cantora e organizar eventos menores paralelos nas mesmas datas.

A The Eras Tour dura até o fim do ano e será encerrada em Vancouver, no dia 8 de dezembro.

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