Taylor Swift: um belo disco e a sábia manipulação da ‘cota hater’


Não se engane: ao aparecer em um clipe pesando-se em uma balança que a ‘desaprova’ como ‘fat’ (gorda) a cantora age sob o benefício da dúvida e chega onde quer

Por Julio Maria

Há algo de curioso rolando no pop galáctico. Enfim, os números estratosféricos relacionados à massa de audições, compra de álbuns e quebra de recordes começam a corresponder, de alguma forma, à qualidade do que tem saído dos estúdios – como se (e que isso não seja excesso de otimismo) um novo padrão começasse a ser estabelecido fora das demandas algorítmicas do Spotify. Taylor Swift, depois de pelo menos Harry Styles, Björk, Beyoncé e Demi Lovato elevarem-se recentemente em belos álbuns “orgânicos”, ou sem orientações prévias, ressurge com um disco sólido, delicado, com algo de incorruptível, adulto, na melhor das considerações, e milionário.

Taylor Swift em show de 2019 Foto: (Krista Schlueter/The New York Times

Os artistas estão se arriscando para além de suas caixinhas, e Taylor é mais uma a fazer isso. Midnights saiu na sexta, dia 21, rompendo com a linhagem que ela havia estabelecido em 2020, com os álbuns Folklore e Evermore, que já haviam sido vitoriosos. Midnights se tornou o álbum mais vendido de 2022 superando Harry’s House, de Harry Styles, com 800 mil cópias em uma semana. Sim, a venda de cópias de álbuns ainda existe, e os gringos ainda a contabilizam. A busca da cantora agora é pela identificação imediata, ou a sororidade, com a parte menos expansiva de sua audiência, aquela feliz mas contida, esperançosa mas reflexiva, entregue mas contestadora.

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E o lugar disso não são os violões de aço nem o rock, mas o synth-pop, o chill-out, o eletro pop e todas as flutuações que essa linguagem proporciona. Taylor Swift faz uma trilha sonora para se sonhar um sonho que também pode vir em forma de tormenta. Isso se dá ao menos em uma bela canção, Bigger Than The Whole Sky, cantada com tamanha pungência que os fãs, baseados em sabe-se lá qual fonte, entenderam que ela havia sido inspirada em um aborto espontâneo sofrido (a gravidez e o aborto são um chute) por Taylor. Sinal de que a canção atingiu mesmo o útero de suas fãs. Lana Del Rey faz uma participação em outra faixa, Snow on the Beach, sem deixar nenhum brilho por isso. Sua passagem é quase imperceptível. Outras canções oscilam no álbum. Para cima da linha, apontam Midnight Rain e uma voz robótica corajosa, Sweet Nothing e seu sensível piano lullabye e Lavander Haze e todo seu poder de permanência eterna.

Mas nada passa incólume aos contra-fãs de 2022, e o assunto maior do que se pode considerar extra-musical aconteceu com Anti-Hero. Essa delícia de faixa tem um clipe que pode ter sido o escorregão de Taylor, se é que aquela cena na qual ela sobe em uma balança para pesar-se diante do fantasma que a atormenta não foi algo propositalmente construído para dar assunto nas redes. Taylor se pesa e a balança para em “fat” (gorda), o que ela recebe com uma expressão de reprovação. “Gordofobia!”, gritou a patrulha. “Mas o que ela queria era justamente chamar a atenção para as pessoas consideradas gordas e fora dos estereótipos de beleza”, escreveram as defensoras. O jogo é esse. Se movimentar dentre de um campo seguro, capaz de atrair haters na mesma proporção que anti haters. Não há mais álbuns de sucesso sem isso.

Há algo de curioso rolando no pop galáctico. Enfim, os números estratosféricos relacionados à massa de audições, compra de álbuns e quebra de recordes começam a corresponder, de alguma forma, à qualidade do que tem saído dos estúdios – como se (e que isso não seja excesso de otimismo) um novo padrão começasse a ser estabelecido fora das demandas algorítmicas do Spotify. Taylor Swift, depois de pelo menos Harry Styles, Björk, Beyoncé e Demi Lovato elevarem-se recentemente em belos álbuns “orgânicos”, ou sem orientações prévias, ressurge com um disco sólido, delicado, com algo de incorruptível, adulto, na melhor das considerações, e milionário.

Taylor Swift em show de 2019 Foto: (Krista Schlueter/The New York Times

Os artistas estão se arriscando para além de suas caixinhas, e Taylor é mais uma a fazer isso. Midnights saiu na sexta, dia 21, rompendo com a linhagem que ela havia estabelecido em 2020, com os álbuns Folklore e Evermore, que já haviam sido vitoriosos. Midnights se tornou o álbum mais vendido de 2022 superando Harry’s House, de Harry Styles, com 800 mil cópias em uma semana. Sim, a venda de cópias de álbuns ainda existe, e os gringos ainda a contabilizam. A busca da cantora agora é pela identificação imediata, ou a sororidade, com a parte menos expansiva de sua audiência, aquela feliz mas contida, esperançosa mas reflexiva, entregue mas contestadora.

E o lugar disso não são os violões de aço nem o rock, mas o synth-pop, o chill-out, o eletro pop e todas as flutuações que essa linguagem proporciona. Taylor Swift faz uma trilha sonora para se sonhar um sonho que também pode vir em forma de tormenta. Isso se dá ao menos em uma bela canção, Bigger Than The Whole Sky, cantada com tamanha pungência que os fãs, baseados em sabe-se lá qual fonte, entenderam que ela havia sido inspirada em um aborto espontâneo sofrido (a gravidez e o aborto são um chute) por Taylor. Sinal de que a canção atingiu mesmo o útero de suas fãs. Lana Del Rey faz uma participação em outra faixa, Snow on the Beach, sem deixar nenhum brilho por isso. Sua passagem é quase imperceptível. Outras canções oscilam no álbum. Para cima da linha, apontam Midnight Rain e uma voz robótica corajosa, Sweet Nothing e seu sensível piano lullabye e Lavander Haze e todo seu poder de permanência eterna.

Mas nada passa incólume aos contra-fãs de 2022, e o assunto maior do que se pode considerar extra-musical aconteceu com Anti-Hero. Essa delícia de faixa tem um clipe que pode ter sido o escorregão de Taylor, se é que aquela cena na qual ela sobe em uma balança para pesar-se diante do fantasma que a atormenta não foi algo propositalmente construído para dar assunto nas redes. Taylor se pesa e a balança para em “fat” (gorda), o que ela recebe com uma expressão de reprovação. “Gordofobia!”, gritou a patrulha. “Mas o que ela queria era justamente chamar a atenção para as pessoas consideradas gordas e fora dos estereótipos de beleza”, escreveram as defensoras. O jogo é esse. Se movimentar dentre de um campo seguro, capaz de atrair haters na mesma proporção que anti haters. Não há mais álbuns de sucesso sem isso.

Há algo de curioso rolando no pop galáctico. Enfim, os números estratosféricos relacionados à massa de audições, compra de álbuns e quebra de recordes começam a corresponder, de alguma forma, à qualidade do que tem saído dos estúdios – como se (e que isso não seja excesso de otimismo) um novo padrão começasse a ser estabelecido fora das demandas algorítmicas do Spotify. Taylor Swift, depois de pelo menos Harry Styles, Björk, Beyoncé e Demi Lovato elevarem-se recentemente em belos álbuns “orgânicos”, ou sem orientações prévias, ressurge com um disco sólido, delicado, com algo de incorruptível, adulto, na melhor das considerações, e milionário.

Taylor Swift em show de 2019 Foto: (Krista Schlueter/The New York Times

Os artistas estão se arriscando para além de suas caixinhas, e Taylor é mais uma a fazer isso. Midnights saiu na sexta, dia 21, rompendo com a linhagem que ela havia estabelecido em 2020, com os álbuns Folklore e Evermore, que já haviam sido vitoriosos. Midnights se tornou o álbum mais vendido de 2022 superando Harry’s House, de Harry Styles, com 800 mil cópias em uma semana. Sim, a venda de cópias de álbuns ainda existe, e os gringos ainda a contabilizam. A busca da cantora agora é pela identificação imediata, ou a sororidade, com a parte menos expansiva de sua audiência, aquela feliz mas contida, esperançosa mas reflexiva, entregue mas contestadora.

E o lugar disso não são os violões de aço nem o rock, mas o synth-pop, o chill-out, o eletro pop e todas as flutuações que essa linguagem proporciona. Taylor Swift faz uma trilha sonora para se sonhar um sonho que também pode vir em forma de tormenta. Isso se dá ao menos em uma bela canção, Bigger Than The Whole Sky, cantada com tamanha pungência que os fãs, baseados em sabe-se lá qual fonte, entenderam que ela havia sido inspirada em um aborto espontâneo sofrido (a gravidez e o aborto são um chute) por Taylor. Sinal de que a canção atingiu mesmo o útero de suas fãs. Lana Del Rey faz uma participação em outra faixa, Snow on the Beach, sem deixar nenhum brilho por isso. Sua passagem é quase imperceptível. Outras canções oscilam no álbum. Para cima da linha, apontam Midnight Rain e uma voz robótica corajosa, Sweet Nothing e seu sensível piano lullabye e Lavander Haze e todo seu poder de permanência eterna.

Mas nada passa incólume aos contra-fãs de 2022, e o assunto maior do que se pode considerar extra-musical aconteceu com Anti-Hero. Essa delícia de faixa tem um clipe que pode ter sido o escorregão de Taylor, se é que aquela cena na qual ela sobe em uma balança para pesar-se diante do fantasma que a atormenta não foi algo propositalmente construído para dar assunto nas redes. Taylor se pesa e a balança para em “fat” (gorda), o que ela recebe com uma expressão de reprovação. “Gordofobia!”, gritou a patrulha. “Mas o que ela queria era justamente chamar a atenção para as pessoas consideradas gordas e fora dos estereótipos de beleza”, escreveram as defensoras. O jogo é esse. Se movimentar dentre de um campo seguro, capaz de atrair haters na mesma proporção que anti haters. Não há mais álbuns de sucesso sem isso.

Há algo de curioso rolando no pop galáctico. Enfim, os números estratosféricos relacionados à massa de audições, compra de álbuns e quebra de recordes começam a corresponder, de alguma forma, à qualidade do que tem saído dos estúdios – como se (e que isso não seja excesso de otimismo) um novo padrão começasse a ser estabelecido fora das demandas algorítmicas do Spotify. Taylor Swift, depois de pelo menos Harry Styles, Björk, Beyoncé e Demi Lovato elevarem-se recentemente em belos álbuns “orgânicos”, ou sem orientações prévias, ressurge com um disco sólido, delicado, com algo de incorruptível, adulto, na melhor das considerações, e milionário.

Taylor Swift em show de 2019 Foto: (Krista Schlueter/The New York Times

Os artistas estão se arriscando para além de suas caixinhas, e Taylor é mais uma a fazer isso. Midnights saiu na sexta, dia 21, rompendo com a linhagem que ela havia estabelecido em 2020, com os álbuns Folklore e Evermore, que já haviam sido vitoriosos. Midnights se tornou o álbum mais vendido de 2022 superando Harry’s House, de Harry Styles, com 800 mil cópias em uma semana. Sim, a venda de cópias de álbuns ainda existe, e os gringos ainda a contabilizam. A busca da cantora agora é pela identificação imediata, ou a sororidade, com a parte menos expansiva de sua audiência, aquela feliz mas contida, esperançosa mas reflexiva, entregue mas contestadora.

E o lugar disso não são os violões de aço nem o rock, mas o synth-pop, o chill-out, o eletro pop e todas as flutuações que essa linguagem proporciona. Taylor Swift faz uma trilha sonora para se sonhar um sonho que também pode vir em forma de tormenta. Isso se dá ao menos em uma bela canção, Bigger Than The Whole Sky, cantada com tamanha pungência que os fãs, baseados em sabe-se lá qual fonte, entenderam que ela havia sido inspirada em um aborto espontâneo sofrido (a gravidez e o aborto são um chute) por Taylor. Sinal de que a canção atingiu mesmo o útero de suas fãs. Lana Del Rey faz uma participação em outra faixa, Snow on the Beach, sem deixar nenhum brilho por isso. Sua passagem é quase imperceptível. Outras canções oscilam no álbum. Para cima da linha, apontam Midnight Rain e uma voz robótica corajosa, Sweet Nothing e seu sensível piano lullabye e Lavander Haze e todo seu poder de permanência eterna.

Mas nada passa incólume aos contra-fãs de 2022, e o assunto maior do que se pode considerar extra-musical aconteceu com Anti-Hero. Essa delícia de faixa tem um clipe que pode ter sido o escorregão de Taylor, se é que aquela cena na qual ela sobe em uma balança para pesar-se diante do fantasma que a atormenta não foi algo propositalmente construído para dar assunto nas redes. Taylor se pesa e a balança para em “fat” (gorda), o que ela recebe com uma expressão de reprovação. “Gordofobia!”, gritou a patrulha. “Mas o que ela queria era justamente chamar a atenção para as pessoas consideradas gordas e fora dos estereótipos de beleza”, escreveram as defensoras. O jogo é esse. Se movimentar dentre de um campo seguro, capaz de atrair haters na mesma proporção que anti haters. Não há mais álbuns de sucesso sem isso.

Há algo de curioso rolando no pop galáctico. Enfim, os números estratosféricos relacionados à massa de audições, compra de álbuns e quebra de recordes começam a corresponder, de alguma forma, à qualidade do que tem saído dos estúdios – como se (e que isso não seja excesso de otimismo) um novo padrão começasse a ser estabelecido fora das demandas algorítmicas do Spotify. Taylor Swift, depois de pelo menos Harry Styles, Björk, Beyoncé e Demi Lovato elevarem-se recentemente em belos álbuns “orgânicos”, ou sem orientações prévias, ressurge com um disco sólido, delicado, com algo de incorruptível, adulto, na melhor das considerações, e milionário.

Taylor Swift em show de 2019 Foto: (Krista Schlueter/The New York Times

Os artistas estão se arriscando para além de suas caixinhas, e Taylor é mais uma a fazer isso. Midnights saiu na sexta, dia 21, rompendo com a linhagem que ela havia estabelecido em 2020, com os álbuns Folklore e Evermore, que já haviam sido vitoriosos. Midnights se tornou o álbum mais vendido de 2022 superando Harry’s House, de Harry Styles, com 800 mil cópias em uma semana. Sim, a venda de cópias de álbuns ainda existe, e os gringos ainda a contabilizam. A busca da cantora agora é pela identificação imediata, ou a sororidade, com a parte menos expansiva de sua audiência, aquela feliz mas contida, esperançosa mas reflexiva, entregue mas contestadora.

E o lugar disso não são os violões de aço nem o rock, mas o synth-pop, o chill-out, o eletro pop e todas as flutuações que essa linguagem proporciona. Taylor Swift faz uma trilha sonora para se sonhar um sonho que também pode vir em forma de tormenta. Isso se dá ao menos em uma bela canção, Bigger Than The Whole Sky, cantada com tamanha pungência que os fãs, baseados em sabe-se lá qual fonte, entenderam que ela havia sido inspirada em um aborto espontâneo sofrido (a gravidez e o aborto são um chute) por Taylor. Sinal de que a canção atingiu mesmo o útero de suas fãs. Lana Del Rey faz uma participação em outra faixa, Snow on the Beach, sem deixar nenhum brilho por isso. Sua passagem é quase imperceptível. Outras canções oscilam no álbum. Para cima da linha, apontam Midnight Rain e uma voz robótica corajosa, Sweet Nothing e seu sensível piano lullabye e Lavander Haze e todo seu poder de permanência eterna.

Mas nada passa incólume aos contra-fãs de 2022, e o assunto maior do que se pode considerar extra-musical aconteceu com Anti-Hero. Essa delícia de faixa tem um clipe que pode ter sido o escorregão de Taylor, se é que aquela cena na qual ela sobe em uma balança para pesar-se diante do fantasma que a atormenta não foi algo propositalmente construído para dar assunto nas redes. Taylor se pesa e a balança para em “fat” (gorda), o que ela recebe com uma expressão de reprovação. “Gordofobia!”, gritou a patrulha. “Mas o que ela queria era justamente chamar a atenção para as pessoas consideradas gordas e fora dos estereótipos de beleza”, escreveram as defensoras. O jogo é esse. Se movimentar dentre de um campo seguro, capaz de atrair haters na mesma proporção que anti haters. Não há mais álbuns de sucesso sem isso.

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