Teatro São Pedro encerra ciclo com óperas de Kurt Weill e Bertolt Brecht


‘O Voo através do Oceano’ e ‘Aquele Que Diz Sim’ têm direção de Ira Levin e Alexandre Dal Fara

Por João Luiz Sampaio

Não espere do maestro Ira Levin que ele abrace o óbvio. À frente nos últimos anos de teatros como os municipais de São Paulo e Rio, além do Teatro Colón de Buenos Aires, ele tem sempre surpreendido com suas escolhas de repertório. “Eu já preparei uma lista de 85 óperas que poderiam ser feitas por aqui, que mereceriam atenção”, ele diz. “Eu gosto da ideia de poder pensar em muitas possibilidades.”

Foi esse o espírito que levou à formatação, pelo Teatro São Pedro, de um ciclo de montagens dedicado a óperas de Kurt Weill e Bertolt Brecht. A primeira, em 2021, foi Os Sete Pecados Capitais; no ano passado, A ópera dos três vinténs; e, agora, sobe ao palco a partir de hoje, dia 11, a dobradinha O voo através do oceano e Aquele Que Diz Sim. Levin assina a direção musical e Alexandre Dal Farra, a direção cênica.

As óperas 'O voo através do oceano' e 'Aquele que diz sim', de Kurt Weill, que serão apresentadas no Teatro São Pedro. Foto: Heloisa Bortz
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“Poder realizar um ciclo é sempre uma experiência diferente e especial. Isso te dá a oportunidade de olhar para os autores de maneira mais completa e complexa”, explica o maestro ­- além de formar um time de trabalho que pode, ao longo dos anos, desenvolver e refinar sua colaboração. Não se trata apenas dos diretores, mas da equipe criativa - figurinistas, cenógrafos, designers de luz - e também dos cantores.

O Voo através do Oceano e Aquele Que Diz Sim foram criadas em 1929 e 1930, respectivamente. A primeira tem como base peça de Brecht sobre Charles Lindbergh, aviador americano responsável pelo primeiro voo transatlântico solo. Já Aquele Que Diz Sim trata de um menino que quer acompanhar o professor em uma expedição para trazer da cidade um medicamento destinado à sua mãe doente - a peça pertence ao gênero schuloper, ou ópera escolar, criado para apresentações por alunos.

“Ela é extremamente forte para uma schuloper, não é algo feito para ser apresentado no Dia das Crianças”, diz Levin. “O modo como a peça termina... É uma obra muito poderosa, forte. Impressiona, em ambos os casos, o real ritmo da ação, sua intensidade. E, em Aquele Que Diz Sim, a escrita de Weill para o coro.”

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Óperas serão apresentadas no Teatro São Pedro. Foto: Heloisa Bortz

Para Alexandre Dal Farra, as duas obras tratam da capacidade de dizer sim, de sustentar o que ele define como uma “espécie de ingenuidade, no bom sentido da palavra”. “Tem uma frase que eu acho muito forte no Voo através do oceano, um verso, em que o Brecht se refere ao avião que atravessa o oceano pela primeira vez na história como a nossa ingenuidade de aço. E eu acho que de certa forma essas duas obras falam sobre isso, sobre sustentar essa ingenuidade de aço”, diz o diretor.

O elenco de O voo através do oceano é formado por Flavio Leite, Vitor Bispo e Anderson Barbosa. Em Aquele Que Diz Sim, cantam Manuela Freua, Luciano Bueno, Vitor Bispo, Mar Oliveira, Vitorio Scarpi e Rafael Siano. Camila Refinetti e Stéphanie Fretin assinam a cenografia; Wagner Antônio, a iluminação; Awa Guimarães, os figurinos; e Tiça Camargo, o visagismo.

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Levin volta ao São Pedro em julho para dar continuidade a outro ciclo, iniciado antes da pandemia e dedicado às óperas do checo Leos Janácek. Depois de Katia Kabanova e O Caso Makropulos, o teatro vai apresentar A raposinha astuta, mais uma vez com direção cênica de André Heller-Lopes.

Não espere do maestro Ira Levin que ele abrace o óbvio. À frente nos últimos anos de teatros como os municipais de São Paulo e Rio, além do Teatro Colón de Buenos Aires, ele tem sempre surpreendido com suas escolhas de repertório. “Eu já preparei uma lista de 85 óperas que poderiam ser feitas por aqui, que mereceriam atenção”, ele diz. “Eu gosto da ideia de poder pensar em muitas possibilidades.”

Foi esse o espírito que levou à formatação, pelo Teatro São Pedro, de um ciclo de montagens dedicado a óperas de Kurt Weill e Bertolt Brecht. A primeira, em 2021, foi Os Sete Pecados Capitais; no ano passado, A ópera dos três vinténs; e, agora, sobe ao palco a partir de hoje, dia 11, a dobradinha O voo através do oceano e Aquele Que Diz Sim. Levin assina a direção musical e Alexandre Dal Farra, a direção cênica.

As óperas 'O voo através do oceano' e 'Aquele que diz sim', de Kurt Weill, que serão apresentadas no Teatro São Pedro. Foto: Heloisa Bortz

“Poder realizar um ciclo é sempre uma experiência diferente e especial. Isso te dá a oportunidade de olhar para os autores de maneira mais completa e complexa”, explica o maestro ­- além de formar um time de trabalho que pode, ao longo dos anos, desenvolver e refinar sua colaboração. Não se trata apenas dos diretores, mas da equipe criativa - figurinistas, cenógrafos, designers de luz - e também dos cantores.

O Voo através do Oceano e Aquele Que Diz Sim foram criadas em 1929 e 1930, respectivamente. A primeira tem como base peça de Brecht sobre Charles Lindbergh, aviador americano responsável pelo primeiro voo transatlântico solo. Já Aquele Que Diz Sim trata de um menino que quer acompanhar o professor em uma expedição para trazer da cidade um medicamento destinado à sua mãe doente - a peça pertence ao gênero schuloper, ou ópera escolar, criado para apresentações por alunos.

“Ela é extremamente forte para uma schuloper, não é algo feito para ser apresentado no Dia das Crianças”, diz Levin. “O modo como a peça termina... É uma obra muito poderosa, forte. Impressiona, em ambos os casos, o real ritmo da ação, sua intensidade. E, em Aquele Que Diz Sim, a escrita de Weill para o coro.”

Óperas serão apresentadas no Teatro São Pedro. Foto: Heloisa Bortz

Para Alexandre Dal Farra, as duas obras tratam da capacidade de dizer sim, de sustentar o que ele define como uma “espécie de ingenuidade, no bom sentido da palavra”. “Tem uma frase que eu acho muito forte no Voo através do oceano, um verso, em que o Brecht se refere ao avião que atravessa o oceano pela primeira vez na história como a nossa ingenuidade de aço. E eu acho que de certa forma essas duas obras falam sobre isso, sobre sustentar essa ingenuidade de aço”, diz o diretor.

O elenco de O voo através do oceano é formado por Flavio Leite, Vitor Bispo e Anderson Barbosa. Em Aquele Que Diz Sim, cantam Manuela Freua, Luciano Bueno, Vitor Bispo, Mar Oliveira, Vitorio Scarpi e Rafael Siano. Camila Refinetti e Stéphanie Fretin assinam a cenografia; Wagner Antônio, a iluminação; Awa Guimarães, os figurinos; e Tiça Camargo, o visagismo.

Levin volta ao São Pedro em julho para dar continuidade a outro ciclo, iniciado antes da pandemia e dedicado às óperas do checo Leos Janácek. Depois de Katia Kabanova e O Caso Makropulos, o teatro vai apresentar A raposinha astuta, mais uma vez com direção cênica de André Heller-Lopes.

Não espere do maestro Ira Levin que ele abrace o óbvio. À frente nos últimos anos de teatros como os municipais de São Paulo e Rio, além do Teatro Colón de Buenos Aires, ele tem sempre surpreendido com suas escolhas de repertório. “Eu já preparei uma lista de 85 óperas que poderiam ser feitas por aqui, que mereceriam atenção”, ele diz. “Eu gosto da ideia de poder pensar em muitas possibilidades.”

Foi esse o espírito que levou à formatação, pelo Teatro São Pedro, de um ciclo de montagens dedicado a óperas de Kurt Weill e Bertolt Brecht. A primeira, em 2021, foi Os Sete Pecados Capitais; no ano passado, A ópera dos três vinténs; e, agora, sobe ao palco a partir de hoje, dia 11, a dobradinha O voo através do oceano e Aquele Que Diz Sim. Levin assina a direção musical e Alexandre Dal Farra, a direção cênica.

As óperas 'O voo através do oceano' e 'Aquele que diz sim', de Kurt Weill, que serão apresentadas no Teatro São Pedro. Foto: Heloisa Bortz

“Poder realizar um ciclo é sempre uma experiência diferente e especial. Isso te dá a oportunidade de olhar para os autores de maneira mais completa e complexa”, explica o maestro ­- além de formar um time de trabalho que pode, ao longo dos anos, desenvolver e refinar sua colaboração. Não se trata apenas dos diretores, mas da equipe criativa - figurinistas, cenógrafos, designers de luz - e também dos cantores.

O Voo através do Oceano e Aquele Que Diz Sim foram criadas em 1929 e 1930, respectivamente. A primeira tem como base peça de Brecht sobre Charles Lindbergh, aviador americano responsável pelo primeiro voo transatlântico solo. Já Aquele Que Diz Sim trata de um menino que quer acompanhar o professor em uma expedição para trazer da cidade um medicamento destinado à sua mãe doente - a peça pertence ao gênero schuloper, ou ópera escolar, criado para apresentações por alunos.

“Ela é extremamente forte para uma schuloper, não é algo feito para ser apresentado no Dia das Crianças”, diz Levin. “O modo como a peça termina... É uma obra muito poderosa, forte. Impressiona, em ambos os casos, o real ritmo da ação, sua intensidade. E, em Aquele Que Diz Sim, a escrita de Weill para o coro.”

Óperas serão apresentadas no Teatro São Pedro. Foto: Heloisa Bortz

Para Alexandre Dal Farra, as duas obras tratam da capacidade de dizer sim, de sustentar o que ele define como uma “espécie de ingenuidade, no bom sentido da palavra”. “Tem uma frase que eu acho muito forte no Voo através do oceano, um verso, em que o Brecht se refere ao avião que atravessa o oceano pela primeira vez na história como a nossa ingenuidade de aço. E eu acho que de certa forma essas duas obras falam sobre isso, sobre sustentar essa ingenuidade de aço”, diz o diretor.

O elenco de O voo através do oceano é formado por Flavio Leite, Vitor Bispo e Anderson Barbosa. Em Aquele Que Diz Sim, cantam Manuela Freua, Luciano Bueno, Vitor Bispo, Mar Oliveira, Vitorio Scarpi e Rafael Siano. Camila Refinetti e Stéphanie Fretin assinam a cenografia; Wagner Antônio, a iluminação; Awa Guimarães, os figurinos; e Tiça Camargo, o visagismo.

Levin volta ao São Pedro em julho para dar continuidade a outro ciclo, iniciado antes da pandemia e dedicado às óperas do checo Leos Janácek. Depois de Katia Kabanova e O Caso Makropulos, o teatro vai apresentar A raposinha astuta, mais uma vez com direção cênica de André Heller-Lopes.

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