'The Lockdown Sessions': Elton John lança álbum feito na pandemia


Entre as 16 músicas - 10 delas inéditas - estão colaborações com nomes como Charlie Puth, Stevie Wonder, Nicki Minaj, Miley Cyrus e Gorillaz

Por Julio Maria

Elton John repete por várias vezes que não pensava em fazer nenhuma gravação durante a pandemia de 2020. Não havia clima em tempos de mortes e isolamentos. Mas, aos poucos, pessoas começam a chegar a seu lado e foi como se um novo álbum se desenhasse naturalmente. Ele conheceu primeiro, em um restaurante de Los Angeles, o jovem cantor e compositor Charlie Puth. Puth, 29 anos, cheio de charme e carisma, com parte de sua sobrancelha direita arrancada por uma mordida de cachorro na infância, ainda não parece ter algo que o diferencie do pop mediano. Mas ninguém, nem Elton John, se importa com isso. Puth falou de seu estúdio, declamou-se ao ídolo e o convenceu a fazerem algo juntos.

Elton John durante show no Montreux Jazz Festival, em 29 de junho de 2019, na Suíça Foto: Denis Balibouse/Reuters

Dua Lipa veio em seguida, também em um jantar. Ali, eles falaram de colaborações, trocaram elogios e, meses depois, saiu Cold Heart, um remix feito pelo trio Pnau, o coletivo dos produtores Nick Littlemore, Peter Mayes e Sam Littlemore, para a voz de Dua e Elton. Sinal dos tempos: mais do que qualquer entrega de uma ou duas vozes, o que vale no império das feats (as colaborações) é a produção. O remix com trechos de Sacrifice (1989), Kiss The Bride (de 1983) e Rocket Man (de 1972) foi apresentado com um clipe que, até neste domingo, 17, no YouTube, tinha mais de 41 milhões de visualizações.

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As outras costuras foram sendo feitas e o álbum despontou. The Lockdown Sessions, gravado com os artistas em isolamento, está previsto para sair na sexta-feira, 22, em CD e plataformas digitais. São 16 músicas, dez delas surpreendentemente inéditas, pensadas como colaborações feitas por Elton John a artistas do naipe de, além de Charlie Puth e Dua Lipa, Brandi Carlile, Eddie Vedder, Gorillaz, Lil Nas X, Miley Cyrus, Nicki Minaj, Rina Sawayama, SG Lewis, Stevie Nicks, Stevie Wonder, Surfaces, Years & Years e Young Thug. Uma espécie de passado e presente, diversão e estratégia, pesquisa e reverência, ócio e posicionamento.

Elton John, 74 anos, falou em um vídeo aberto à imprensa sobre suas sessões de isolamento. Aberto, mas controlado. Dentro de um estúdio, ele respondeu a apenas três perguntas das milhares enviadas por profissionais do mundo em uma sala de Zoom, incluindo a reportagem do Estadão. Tudo extremamente pensado para evitar vazamentos. As músicas novas só puderam ser escutadas pelos jornalistas em partes e no dia da entrevista. Fora isso, só no dia 22.

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The Lockdown Sessions foi gravado nos últimos 18 meses. Elton havia feito uma pausa na turnê Farewell Yellow Brick Road e se divertia apresentando o programa de rádio Apple Music Rocket Hour, discutindo música com o marido, David Furnish, ou com Eminem. “A última coisa que eu esperava durante o lockdown era fazer um álbum. Mas, à medida que a pandemia avançava, projetos pontuais continuavam surgindo. Todas as faixas em que trabalhei eram realmente interessantes e diversas, coisas diferentes de tudo pelo que sou conhecido e que me tiraram da zona de conforto para um território novo. E eu percebi que havia algo estranhamente familiar em trabalhar assim. No início da minha carreira, fui músico de estúdio. Trabalhar com diferentes artistas durante o lockdown me fez lembrar disso. Eu estava fechando um círculo: voltava a ser um músico de estúdio. E ainda era o máximo”, disse Elton antes da entrevista, em um comunicado enviado por sua gravadora.

Ao falar sobre o disco, repetiu o discurso. Questionado, falou sobre a força da cena queer, ou do pop LGBT+. Citou com empolgação especial o jovem Jake Wesley Rogers dizendo “procurem saber, ele logo será grande” e disse, tirando onda: “Nós somos muitos, mas não vamos machucar vocês”. Elton contou que ouve muita gente nova, que vai considerar o fim o dia em que acreditar que não precisa saber mais nada, lembrou que a primeira canção que o deixou tonto foi Secret Love, com Doris Day, e que não para de buscar pelo novo, por artistas desconhecidos. “Ainda faço minhas listas dos CDs e dos vinis que quero comprar e fico atento. O Spotify lança 30 mil músicas por semana.”

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Elton falou ainda do prazer em gravar com Stevie Nicks, do Fleetwood Mac, e lembrou que colaborações não são novidade a um homem que já fez trabalhos com Ray Charles, Aretha Franklin e John Lennon e que só não fez nada ainda com Billie Eilish porque não está na hora: “Ela ainda está se descobrindo, encontrando seu caminho”.

Elton John repete por várias vezes que não pensava em fazer nenhuma gravação durante a pandemia de 2020. Não havia clima em tempos de mortes e isolamentos. Mas, aos poucos, pessoas começam a chegar a seu lado e foi como se um novo álbum se desenhasse naturalmente. Ele conheceu primeiro, em um restaurante de Los Angeles, o jovem cantor e compositor Charlie Puth. Puth, 29 anos, cheio de charme e carisma, com parte de sua sobrancelha direita arrancada por uma mordida de cachorro na infância, ainda não parece ter algo que o diferencie do pop mediano. Mas ninguém, nem Elton John, se importa com isso. Puth falou de seu estúdio, declamou-se ao ídolo e o convenceu a fazerem algo juntos.

Elton John durante show no Montreux Jazz Festival, em 29 de junho de 2019, na Suíça Foto: Denis Balibouse/Reuters

Dua Lipa veio em seguida, também em um jantar. Ali, eles falaram de colaborações, trocaram elogios e, meses depois, saiu Cold Heart, um remix feito pelo trio Pnau, o coletivo dos produtores Nick Littlemore, Peter Mayes e Sam Littlemore, para a voz de Dua e Elton. Sinal dos tempos: mais do que qualquer entrega de uma ou duas vozes, o que vale no império das feats (as colaborações) é a produção. O remix com trechos de Sacrifice (1989), Kiss The Bride (de 1983) e Rocket Man (de 1972) foi apresentado com um clipe que, até neste domingo, 17, no YouTube, tinha mais de 41 milhões de visualizações.

As outras costuras foram sendo feitas e o álbum despontou. The Lockdown Sessions, gravado com os artistas em isolamento, está previsto para sair na sexta-feira, 22, em CD e plataformas digitais. São 16 músicas, dez delas surpreendentemente inéditas, pensadas como colaborações feitas por Elton John a artistas do naipe de, além de Charlie Puth e Dua Lipa, Brandi Carlile, Eddie Vedder, Gorillaz, Lil Nas X, Miley Cyrus, Nicki Minaj, Rina Sawayama, SG Lewis, Stevie Nicks, Stevie Wonder, Surfaces, Years & Years e Young Thug. Uma espécie de passado e presente, diversão e estratégia, pesquisa e reverência, ócio e posicionamento.

Elton John, 74 anos, falou em um vídeo aberto à imprensa sobre suas sessões de isolamento. Aberto, mas controlado. Dentro de um estúdio, ele respondeu a apenas três perguntas das milhares enviadas por profissionais do mundo em uma sala de Zoom, incluindo a reportagem do Estadão. Tudo extremamente pensado para evitar vazamentos. As músicas novas só puderam ser escutadas pelos jornalistas em partes e no dia da entrevista. Fora isso, só no dia 22.

The Lockdown Sessions foi gravado nos últimos 18 meses. Elton havia feito uma pausa na turnê Farewell Yellow Brick Road e se divertia apresentando o programa de rádio Apple Music Rocket Hour, discutindo música com o marido, David Furnish, ou com Eminem. “A última coisa que eu esperava durante o lockdown era fazer um álbum. Mas, à medida que a pandemia avançava, projetos pontuais continuavam surgindo. Todas as faixas em que trabalhei eram realmente interessantes e diversas, coisas diferentes de tudo pelo que sou conhecido e que me tiraram da zona de conforto para um território novo. E eu percebi que havia algo estranhamente familiar em trabalhar assim. No início da minha carreira, fui músico de estúdio. Trabalhar com diferentes artistas durante o lockdown me fez lembrar disso. Eu estava fechando um círculo: voltava a ser um músico de estúdio. E ainda era o máximo”, disse Elton antes da entrevista, em um comunicado enviado por sua gravadora.

Ao falar sobre o disco, repetiu o discurso. Questionado, falou sobre a força da cena queer, ou do pop LGBT+. Citou com empolgação especial o jovem Jake Wesley Rogers dizendo “procurem saber, ele logo será grande” e disse, tirando onda: “Nós somos muitos, mas não vamos machucar vocês”. Elton contou que ouve muita gente nova, que vai considerar o fim o dia em que acreditar que não precisa saber mais nada, lembrou que a primeira canção que o deixou tonto foi Secret Love, com Doris Day, e que não para de buscar pelo novo, por artistas desconhecidos. “Ainda faço minhas listas dos CDs e dos vinis que quero comprar e fico atento. O Spotify lança 30 mil músicas por semana.”

Elton falou ainda do prazer em gravar com Stevie Nicks, do Fleetwood Mac, e lembrou que colaborações não são novidade a um homem que já fez trabalhos com Ray Charles, Aretha Franklin e John Lennon e que só não fez nada ainda com Billie Eilish porque não está na hora: “Ela ainda está se descobrindo, encontrando seu caminho”.

Elton John repete por várias vezes que não pensava em fazer nenhuma gravação durante a pandemia de 2020. Não havia clima em tempos de mortes e isolamentos. Mas, aos poucos, pessoas começam a chegar a seu lado e foi como se um novo álbum se desenhasse naturalmente. Ele conheceu primeiro, em um restaurante de Los Angeles, o jovem cantor e compositor Charlie Puth. Puth, 29 anos, cheio de charme e carisma, com parte de sua sobrancelha direita arrancada por uma mordida de cachorro na infância, ainda não parece ter algo que o diferencie do pop mediano. Mas ninguém, nem Elton John, se importa com isso. Puth falou de seu estúdio, declamou-se ao ídolo e o convenceu a fazerem algo juntos.

Elton John durante show no Montreux Jazz Festival, em 29 de junho de 2019, na Suíça Foto: Denis Balibouse/Reuters

Dua Lipa veio em seguida, também em um jantar. Ali, eles falaram de colaborações, trocaram elogios e, meses depois, saiu Cold Heart, um remix feito pelo trio Pnau, o coletivo dos produtores Nick Littlemore, Peter Mayes e Sam Littlemore, para a voz de Dua e Elton. Sinal dos tempos: mais do que qualquer entrega de uma ou duas vozes, o que vale no império das feats (as colaborações) é a produção. O remix com trechos de Sacrifice (1989), Kiss The Bride (de 1983) e Rocket Man (de 1972) foi apresentado com um clipe que, até neste domingo, 17, no YouTube, tinha mais de 41 milhões de visualizações.

As outras costuras foram sendo feitas e o álbum despontou. The Lockdown Sessions, gravado com os artistas em isolamento, está previsto para sair na sexta-feira, 22, em CD e plataformas digitais. São 16 músicas, dez delas surpreendentemente inéditas, pensadas como colaborações feitas por Elton John a artistas do naipe de, além de Charlie Puth e Dua Lipa, Brandi Carlile, Eddie Vedder, Gorillaz, Lil Nas X, Miley Cyrus, Nicki Minaj, Rina Sawayama, SG Lewis, Stevie Nicks, Stevie Wonder, Surfaces, Years & Years e Young Thug. Uma espécie de passado e presente, diversão e estratégia, pesquisa e reverência, ócio e posicionamento.

Elton John, 74 anos, falou em um vídeo aberto à imprensa sobre suas sessões de isolamento. Aberto, mas controlado. Dentro de um estúdio, ele respondeu a apenas três perguntas das milhares enviadas por profissionais do mundo em uma sala de Zoom, incluindo a reportagem do Estadão. Tudo extremamente pensado para evitar vazamentos. As músicas novas só puderam ser escutadas pelos jornalistas em partes e no dia da entrevista. Fora isso, só no dia 22.

The Lockdown Sessions foi gravado nos últimos 18 meses. Elton havia feito uma pausa na turnê Farewell Yellow Brick Road e se divertia apresentando o programa de rádio Apple Music Rocket Hour, discutindo música com o marido, David Furnish, ou com Eminem. “A última coisa que eu esperava durante o lockdown era fazer um álbum. Mas, à medida que a pandemia avançava, projetos pontuais continuavam surgindo. Todas as faixas em que trabalhei eram realmente interessantes e diversas, coisas diferentes de tudo pelo que sou conhecido e que me tiraram da zona de conforto para um território novo. E eu percebi que havia algo estranhamente familiar em trabalhar assim. No início da minha carreira, fui músico de estúdio. Trabalhar com diferentes artistas durante o lockdown me fez lembrar disso. Eu estava fechando um círculo: voltava a ser um músico de estúdio. E ainda era o máximo”, disse Elton antes da entrevista, em um comunicado enviado por sua gravadora.

Ao falar sobre o disco, repetiu o discurso. Questionado, falou sobre a força da cena queer, ou do pop LGBT+. Citou com empolgação especial o jovem Jake Wesley Rogers dizendo “procurem saber, ele logo será grande” e disse, tirando onda: “Nós somos muitos, mas não vamos machucar vocês”. Elton contou que ouve muita gente nova, que vai considerar o fim o dia em que acreditar que não precisa saber mais nada, lembrou que a primeira canção que o deixou tonto foi Secret Love, com Doris Day, e que não para de buscar pelo novo, por artistas desconhecidos. “Ainda faço minhas listas dos CDs e dos vinis que quero comprar e fico atento. O Spotify lança 30 mil músicas por semana.”

Elton falou ainda do prazer em gravar com Stevie Nicks, do Fleetwood Mac, e lembrou que colaborações não são novidade a um homem que já fez trabalhos com Ray Charles, Aretha Franklin e John Lennon e que só não fez nada ainda com Billie Eilish porque não está na hora: “Ela ainda está se descobrindo, encontrando seu caminho”.

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