O golpe tá aí...


Todos possuímos fragilidades. Não devemos julgar as alheias, só saber o que nos tira do sério

Por Leandro Karnal

Os celulares multiplicaram a chance de golpes. São de todo tipo: falsas pirâmides, ofertas de criptomoedas, oferecimento de serviços, falsos sequestros de familiares e assim por diante. Nossos sentimentos são sempre os mesmos: quando analisamos o golpe em setores que nunca nos enganariam, ficamos desolados com a ingenuidade alheia; quando se trata de algo que já fizemos ou que chega ao nosso universo de valores, somos compreensivos. Nossa empatia é narcísica, em geral.

Critiquei meu pai que quase caiu, lá por 2008, em um golpe de falso sequestro meu. “Como, pai, você, advogado, acostumado a analisar estelionatos, pode ter acreditado em uma história tão estapafúrdia?”

Ele argumentou comigo que o risco a um filho cegava quaisquer prudências e acionava um modo automático de defesa. O suposto grito de um filho apagava o título de advogado, e o risco à minha integridade o fragilizava. Aceitei que assim fosse. O amor tem razões alheias à razão em si, advertia Pascal.

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Pensando nas muitas chances de golpes, acho importante que todos tenhamos presentes as zonas desprotegidas da mente. Risco aos filhos? Inquietudes financeiras? Histórias obscuras do passado? Carências de todo tipo? Sabendo onde estão nossos fios desencapados, fica mais fácil identificar risco de choque grave. Como posso agir então?

Devo programar meu cérebro a partir do risco. A voz gritando da minha filha me desestabiliza? Vou treinar e insistir muitas vezes que, em caso de ter o alarme acionado por uma ligação repentina, tomarei duas atitudes: ligarei para ela e para uma terceira pessoa (de preferência sem o mesmo envolvimento emocional) e seguirei a crise com a orientação alheia. Devo repetir, treinar, repetir e formar meu cérebro a essa reação.

Treinar o cérebro pode minimizar o risco de se cair em um golpe Foto: Niek Verlaan/Pixabay
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Reitero comigo todos os dias: “Se minha filha estiver em risco, envolverei meu cunhado e ligarei para ela”. Treinar a reação não impede a cegueira das prudências, mas cria um botão emergencial. Ao vivo e em segredo, a família pode treinar uma palavra-passe de emergência. O nome da avó em comum, por exemplo, ou o nome de um animal de estimação conhecido de todos. A palavra-passe não deve estar no celular, pois ele pode ser clonado.

Uma pessoa com muito desejo sexual e carente pode ser enganada por um sedutor ou uma sedutora, nas redes. Alguém com ambição enorme pode ser atraído para um negócio imperdível. Todos possuímos fragilidades. Não devemos julgar as alheias, apenas aprender sobre o que nos tira do sério.

O golpe está aí: cairemos todos. Os que se prepararem internamente possuirão maior esperança de evitar trambiqueiros.

Os celulares multiplicaram a chance de golpes. São de todo tipo: falsas pirâmides, ofertas de criptomoedas, oferecimento de serviços, falsos sequestros de familiares e assim por diante. Nossos sentimentos são sempre os mesmos: quando analisamos o golpe em setores que nunca nos enganariam, ficamos desolados com a ingenuidade alheia; quando se trata de algo que já fizemos ou que chega ao nosso universo de valores, somos compreensivos. Nossa empatia é narcísica, em geral.

Critiquei meu pai que quase caiu, lá por 2008, em um golpe de falso sequestro meu. “Como, pai, você, advogado, acostumado a analisar estelionatos, pode ter acreditado em uma história tão estapafúrdia?”

Ele argumentou comigo que o risco a um filho cegava quaisquer prudências e acionava um modo automático de defesa. O suposto grito de um filho apagava o título de advogado, e o risco à minha integridade o fragilizava. Aceitei que assim fosse. O amor tem razões alheias à razão em si, advertia Pascal.

Pensando nas muitas chances de golpes, acho importante que todos tenhamos presentes as zonas desprotegidas da mente. Risco aos filhos? Inquietudes financeiras? Histórias obscuras do passado? Carências de todo tipo? Sabendo onde estão nossos fios desencapados, fica mais fácil identificar risco de choque grave. Como posso agir então?

Devo programar meu cérebro a partir do risco. A voz gritando da minha filha me desestabiliza? Vou treinar e insistir muitas vezes que, em caso de ter o alarme acionado por uma ligação repentina, tomarei duas atitudes: ligarei para ela e para uma terceira pessoa (de preferência sem o mesmo envolvimento emocional) e seguirei a crise com a orientação alheia. Devo repetir, treinar, repetir e formar meu cérebro a essa reação.

Treinar o cérebro pode minimizar o risco de se cair em um golpe Foto: Niek Verlaan/Pixabay

Reitero comigo todos os dias: “Se minha filha estiver em risco, envolverei meu cunhado e ligarei para ela”. Treinar a reação não impede a cegueira das prudências, mas cria um botão emergencial. Ao vivo e em segredo, a família pode treinar uma palavra-passe de emergência. O nome da avó em comum, por exemplo, ou o nome de um animal de estimação conhecido de todos. A palavra-passe não deve estar no celular, pois ele pode ser clonado.

Uma pessoa com muito desejo sexual e carente pode ser enganada por um sedutor ou uma sedutora, nas redes. Alguém com ambição enorme pode ser atraído para um negócio imperdível. Todos possuímos fragilidades. Não devemos julgar as alheias, apenas aprender sobre o que nos tira do sério.

O golpe está aí: cairemos todos. Os que se prepararem internamente possuirão maior esperança de evitar trambiqueiros.

Os celulares multiplicaram a chance de golpes. São de todo tipo: falsas pirâmides, ofertas de criptomoedas, oferecimento de serviços, falsos sequestros de familiares e assim por diante. Nossos sentimentos são sempre os mesmos: quando analisamos o golpe em setores que nunca nos enganariam, ficamos desolados com a ingenuidade alheia; quando se trata de algo que já fizemos ou que chega ao nosso universo de valores, somos compreensivos. Nossa empatia é narcísica, em geral.

Critiquei meu pai que quase caiu, lá por 2008, em um golpe de falso sequestro meu. “Como, pai, você, advogado, acostumado a analisar estelionatos, pode ter acreditado em uma história tão estapafúrdia?”

Ele argumentou comigo que o risco a um filho cegava quaisquer prudências e acionava um modo automático de defesa. O suposto grito de um filho apagava o título de advogado, e o risco à minha integridade o fragilizava. Aceitei que assim fosse. O amor tem razões alheias à razão em si, advertia Pascal.

Pensando nas muitas chances de golpes, acho importante que todos tenhamos presentes as zonas desprotegidas da mente. Risco aos filhos? Inquietudes financeiras? Histórias obscuras do passado? Carências de todo tipo? Sabendo onde estão nossos fios desencapados, fica mais fácil identificar risco de choque grave. Como posso agir então?

Devo programar meu cérebro a partir do risco. A voz gritando da minha filha me desestabiliza? Vou treinar e insistir muitas vezes que, em caso de ter o alarme acionado por uma ligação repentina, tomarei duas atitudes: ligarei para ela e para uma terceira pessoa (de preferência sem o mesmo envolvimento emocional) e seguirei a crise com a orientação alheia. Devo repetir, treinar, repetir e formar meu cérebro a essa reação.

Treinar o cérebro pode minimizar o risco de se cair em um golpe Foto: Niek Verlaan/Pixabay

Reitero comigo todos os dias: “Se minha filha estiver em risco, envolverei meu cunhado e ligarei para ela”. Treinar a reação não impede a cegueira das prudências, mas cria um botão emergencial. Ao vivo e em segredo, a família pode treinar uma palavra-passe de emergência. O nome da avó em comum, por exemplo, ou o nome de um animal de estimação conhecido de todos. A palavra-passe não deve estar no celular, pois ele pode ser clonado.

Uma pessoa com muito desejo sexual e carente pode ser enganada por um sedutor ou uma sedutora, nas redes. Alguém com ambição enorme pode ser atraído para um negócio imperdível. Todos possuímos fragilidades. Não devemos julgar as alheias, apenas aprender sobre o que nos tira do sério.

O golpe está aí: cairemos todos. Os que se prepararem internamente possuirão maior esperança de evitar trambiqueiros.

Os celulares multiplicaram a chance de golpes. São de todo tipo: falsas pirâmides, ofertas de criptomoedas, oferecimento de serviços, falsos sequestros de familiares e assim por diante. Nossos sentimentos são sempre os mesmos: quando analisamos o golpe em setores que nunca nos enganariam, ficamos desolados com a ingenuidade alheia; quando se trata de algo que já fizemos ou que chega ao nosso universo de valores, somos compreensivos. Nossa empatia é narcísica, em geral.

Critiquei meu pai que quase caiu, lá por 2008, em um golpe de falso sequestro meu. “Como, pai, você, advogado, acostumado a analisar estelionatos, pode ter acreditado em uma história tão estapafúrdia?”

Ele argumentou comigo que o risco a um filho cegava quaisquer prudências e acionava um modo automático de defesa. O suposto grito de um filho apagava o título de advogado, e o risco à minha integridade o fragilizava. Aceitei que assim fosse. O amor tem razões alheias à razão em si, advertia Pascal.

Pensando nas muitas chances de golpes, acho importante que todos tenhamos presentes as zonas desprotegidas da mente. Risco aos filhos? Inquietudes financeiras? Histórias obscuras do passado? Carências de todo tipo? Sabendo onde estão nossos fios desencapados, fica mais fácil identificar risco de choque grave. Como posso agir então?

Devo programar meu cérebro a partir do risco. A voz gritando da minha filha me desestabiliza? Vou treinar e insistir muitas vezes que, em caso de ter o alarme acionado por uma ligação repentina, tomarei duas atitudes: ligarei para ela e para uma terceira pessoa (de preferência sem o mesmo envolvimento emocional) e seguirei a crise com a orientação alheia. Devo repetir, treinar, repetir e formar meu cérebro a essa reação.

Treinar o cérebro pode minimizar o risco de se cair em um golpe Foto: Niek Verlaan/Pixabay

Reitero comigo todos os dias: “Se minha filha estiver em risco, envolverei meu cunhado e ligarei para ela”. Treinar a reação não impede a cegueira das prudências, mas cria um botão emergencial. Ao vivo e em segredo, a família pode treinar uma palavra-passe de emergência. O nome da avó em comum, por exemplo, ou o nome de um animal de estimação conhecido de todos. A palavra-passe não deve estar no celular, pois ele pode ser clonado.

Uma pessoa com muito desejo sexual e carente pode ser enganada por um sedutor ou uma sedutora, nas redes. Alguém com ambição enorme pode ser atraído para um negócio imperdível. Todos possuímos fragilidades. Não devemos julgar as alheias, apenas aprender sobre o que nos tira do sério.

O golpe está aí: cairemos todos. Os que se prepararem internamente possuirão maior esperança de evitar trambiqueiros.

Os celulares multiplicaram a chance de golpes. São de todo tipo: falsas pirâmides, ofertas de criptomoedas, oferecimento de serviços, falsos sequestros de familiares e assim por diante. Nossos sentimentos são sempre os mesmos: quando analisamos o golpe em setores que nunca nos enganariam, ficamos desolados com a ingenuidade alheia; quando se trata de algo que já fizemos ou que chega ao nosso universo de valores, somos compreensivos. Nossa empatia é narcísica, em geral.

Critiquei meu pai que quase caiu, lá por 2008, em um golpe de falso sequestro meu. “Como, pai, você, advogado, acostumado a analisar estelionatos, pode ter acreditado em uma história tão estapafúrdia?”

Ele argumentou comigo que o risco a um filho cegava quaisquer prudências e acionava um modo automático de defesa. O suposto grito de um filho apagava o título de advogado, e o risco à minha integridade o fragilizava. Aceitei que assim fosse. O amor tem razões alheias à razão em si, advertia Pascal.

Pensando nas muitas chances de golpes, acho importante que todos tenhamos presentes as zonas desprotegidas da mente. Risco aos filhos? Inquietudes financeiras? Histórias obscuras do passado? Carências de todo tipo? Sabendo onde estão nossos fios desencapados, fica mais fácil identificar risco de choque grave. Como posso agir então?

Devo programar meu cérebro a partir do risco. A voz gritando da minha filha me desestabiliza? Vou treinar e insistir muitas vezes que, em caso de ter o alarme acionado por uma ligação repentina, tomarei duas atitudes: ligarei para ela e para uma terceira pessoa (de preferência sem o mesmo envolvimento emocional) e seguirei a crise com a orientação alheia. Devo repetir, treinar, repetir e formar meu cérebro a essa reação.

Treinar o cérebro pode minimizar o risco de se cair em um golpe Foto: Niek Verlaan/Pixabay

Reitero comigo todos os dias: “Se minha filha estiver em risco, envolverei meu cunhado e ligarei para ela”. Treinar a reação não impede a cegueira das prudências, mas cria um botão emergencial. Ao vivo e em segredo, a família pode treinar uma palavra-passe de emergência. O nome da avó em comum, por exemplo, ou o nome de um animal de estimação conhecido de todos. A palavra-passe não deve estar no celular, pois ele pode ser clonado.

Uma pessoa com muito desejo sexual e carente pode ser enganada por um sedutor ou uma sedutora, nas redes. Alguém com ambição enorme pode ser atraído para um negócio imperdível. Todos possuímos fragilidades. Não devemos julgar as alheias, apenas aprender sobre o que nos tira do sério.

O golpe está aí: cairemos todos. Os que se prepararem internamente possuirão maior esperança de evitar trambiqueiros.

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