Os segredos dos bares 'escondidos', com senha para entrar e nada de fotos


Reservas para os estabelecimentos são feitas por links; só no dia marcado, o cliente recebe o código e o endereço do local

Por Gilberto Amendola

Três batidas na porta. Longos segundos até alguém abrir uma espécie de escaninho e perguntar: qual é a senha? Sem ela, nada feito. A voz vai se calar e você não terá acesso aos mistérios e prazeres guardados do outro lado.

Felizmente, a reportagem do Estadão tinha a senha do dia: Der Spanhol (tive medo de uma pronúncia errada colocar tudo a perder). Assim, conseguimos entrar no Exit, um dos bares secretos da cidade. Mesmo dentro da casa, a orientação é ter parcimônia com as fotos e só registrar o balcão. 

Para "encontrá-lo", o interessado deve fazer uma reserva por meio de um link no Instagram da casa (@exitbarsp). Só no dia marcado, o cliente vai receber o endereço e a senha do bar. O espaço conta com poucos lugares, boa trilha sonora e coquetelaria premiada – com uma carta do bartender Márcio Silva (uma das figuras mais influentes do mercado de bares e restaurantes, de acordo com a publicação Drinks International).

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São Paulo vive uma febre desse tipo de estabelecimento. O conceito básico vem de Speakeasy, termo usado para identificar bares e restaurantes que vendiam ou produziam bebidas alcoólicas durante a Lei Seca nos Estados Unidos (1920-1933). Na época, eles estavam conectados com a ideia de ilegalidade. Hoje, claro, esse tipo de bar vende muito mais a "brincadeira", o "teatro" e, principalmente, a ideia de exclusividade.

Entrada do Bar Exit, localizado no bairro Jardins, em São Paulo; conceito de bares 'escondidos', com senhas e localização secreta, tem se espalhado pela capital Foto: DANIEL TEIXEIRA/ ESTADAO

Mas descobrir o Exit foi até fácil perto daquilo que o SS, novo empreendimento secreto da cidade, propõe. Desta vez, o convite veio acompanhado por uma série de regras: não divulgar o endereço, sequer o nome (apenas uma abreviação), nem uma pista sobre a fachada e nada de fotos. Sigilo absoluto.

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Para chegar ao SS (abreviação do nome que não pode ser divulgado), a reportagem recebeu um WhatsApp horas antes da visita. Sem o convite dos donos, a outra hipótese de visitar o espaço é conhecer um dos 100 afortunados que, neste primeiro momento, receberam um disputado cartão dourado. Este cartão, que hoje está nas mãos de empresários, investidores e celebridades, funciona como um passe para reservas e também oferece a possibilidade de levar 4 acompanhantes por visita. Em um futuro breve, mais 400 cartões devem ser distribuídos entre pessoas escolhidas pela direção do SS.

O empreendimento fica escondido dentro de uma loja, localizada em um bairro conhecido pelos seus restaurantes e a presença de marcas caras. Dentro desta loja, o cliente ganha uma chave para acessar o que existe por trás de uma inocente brincadeira de criança (não posso revelar mais). 

Definitivamente, o SS não é apenas um bar. A fachada esconde a grandiosidade de uma construção com cerca de nove metros de pé-direito. Projetado pelo arquiteto Herbert Holdefer, a casa tem dois níveis e um visual que remete às fantasias apocalípticas ou a um futuro imaginado por um sonhador do século 18. Segundo os proprietários, o investimento foi de R$ 9 milhões.

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O espaço tem música ao vivo (jazz e pop adulto) e gastronomia assinada pelo chef Luiz Filipe Souza, do restaurante Evvai. Além disso, a coquetelaria é um marco da casa. O responsável pelos drinques autorais é a estrela peruana Aaron Diaz (dono do bar Carnaval, em Lima, no Peru, considerado um dos melhores do mundo).

Os drinques foram inspirados no movimento surrealista, principalmente nas obras do belga René Magritte. Um coquetel como Forbidden Fruit (gim, suco de maçã, Chartreuse verde, Chartreuse amarelo, suco de limão) vem em um copo que faz referência a O Filho do Homem, uma das obras mais famosas do artista. A equipe de bar é multicultural (brasileiros, chilenos e peruanos). A casa tem uma sala específica para a produção do gelo usado nos coquetéis (atração para os aficionados em coquetelaria que Diaz importou do seu premiado bar em Lima).

Os drinques autorais custam R$ 89 e R$ 99. Ou seja, a expectativa é mesmo atingir o chamado público AAA. Na noite que estive no local, cruzei com o ex-jogador de futebol Adriano Imperador e o ator Caio Castro. Não tenho fotos e nenhum deles foi incomodado por ninguém – já que todos os frequentadores da casa são convidados a tampar a câmera do celular com um adesivo (entregue logo na entrada). Pra quem gosta de postar stories ou fotos no Insta, a experiência é de autocontrole. 

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Escondidos

Nem todo bar é secreto. Alguns são apenas muito bem escondidos. Como é o caso do novo O Carrasco Bar. Trata-se de um bar dentro de um bar, um speakeasy improvável por trás de uma cortina no Guilhotina (um dos bares mais respeitados da cidade). Ele só pode ser acessado por reserva (feitas por meio de direct no @ocarrascobar). Ele tem inspiração marroquina e pode abrigar cerca de 30 pessoas. A coquetelaria é assinada pelo bartender Spencer Amereno – que também recebe os clientes. A cozinha está a cargo do chef Cassiano Oliveira. 

Quer mais bares escondidos em restaurantes? Tem o Infini (@infini.bar), escondido nos fundos do restaurante La Casserole, no Largo do Arouche. Outro exemplo é o restaurante Così, que acaba de inaugurar um espaço para coquetelaria autoral dentro de uma tabacaria quase só frequentada por associados, a Caruso Lounge (@carusolounge). 

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Para quem gostou da ideia de senhas, uma opção é o Iscondido Bar. Para entrar na casa, você precisa repetir a senha do dia – que pode ser adquirida pelo direct no @iscondido.bar. Já na pegada bar e destilaria (sem a necessidade de senhas), a opção é o São Paulo Urban Distillery. O bar, escondido dentro do bar Drosophyla (@drosophylabar), trabalha com uma marca de gim produzida no próprio local.

Nem tão escondidos assim, mas que você precisa de atenção para achar, são o Fel (@fel.sp), que fica embaixo do edifício Copan; o Bar dos Arcos (@bardosarcos), no subsolo do Teatro Municipal; o Bar do Cofre (@bardocofre), no prédio do Farol Santander; o tradicional Sub Astor (@subastor), no bar Astor da Vila Madalena; o The Punch (@thepunchsp), um bar de coquetelaria oriental em uma galeria no bairro do Paraíso; e o Nu i Cru (@nu.i.cru), dentro da Casa das Caldeiras, na Água Branca. Quem quiser sair da cidade de São Paulo, também pode descer a serra e ir a Santos. Por lá, tem o Hideout, speakeasy que só pode ser acessado via direct no @hideout.speakeasy. 

Três batidas na porta. Longos segundos até alguém abrir uma espécie de escaninho e perguntar: qual é a senha? Sem ela, nada feito. A voz vai se calar e você não terá acesso aos mistérios e prazeres guardados do outro lado.

Felizmente, a reportagem do Estadão tinha a senha do dia: Der Spanhol (tive medo de uma pronúncia errada colocar tudo a perder). Assim, conseguimos entrar no Exit, um dos bares secretos da cidade. Mesmo dentro da casa, a orientação é ter parcimônia com as fotos e só registrar o balcão. 

Para "encontrá-lo", o interessado deve fazer uma reserva por meio de um link no Instagram da casa (@exitbarsp). Só no dia marcado, o cliente vai receber o endereço e a senha do bar. O espaço conta com poucos lugares, boa trilha sonora e coquetelaria premiada – com uma carta do bartender Márcio Silva (uma das figuras mais influentes do mercado de bares e restaurantes, de acordo com a publicação Drinks International).

São Paulo vive uma febre desse tipo de estabelecimento. O conceito básico vem de Speakeasy, termo usado para identificar bares e restaurantes que vendiam ou produziam bebidas alcoólicas durante a Lei Seca nos Estados Unidos (1920-1933). Na época, eles estavam conectados com a ideia de ilegalidade. Hoje, claro, esse tipo de bar vende muito mais a "brincadeira", o "teatro" e, principalmente, a ideia de exclusividade.

Entrada do Bar Exit, localizado no bairro Jardins, em São Paulo; conceito de bares 'escondidos', com senhas e localização secreta, tem se espalhado pela capital Foto: DANIEL TEIXEIRA/ ESTADAO

Mas descobrir o Exit foi até fácil perto daquilo que o SS, novo empreendimento secreto da cidade, propõe. Desta vez, o convite veio acompanhado por uma série de regras: não divulgar o endereço, sequer o nome (apenas uma abreviação), nem uma pista sobre a fachada e nada de fotos. Sigilo absoluto.

Para chegar ao SS (abreviação do nome que não pode ser divulgado), a reportagem recebeu um WhatsApp horas antes da visita. Sem o convite dos donos, a outra hipótese de visitar o espaço é conhecer um dos 100 afortunados que, neste primeiro momento, receberam um disputado cartão dourado. Este cartão, que hoje está nas mãos de empresários, investidores e celebridades, funciona como um passe para reservas e também oferece a possibilidade de levar 4 acompanhantes por visita. Em um futuro breve, mais 400 cartões devem ser distribuídos entre pessoas escolhidas pela direção do SS.

O empreendimento fica escondido dentro de uma loja, localizada em um bairro conhecido pelos seus restaurantes e a presença de marcas caras. Dentro desta loja, o cliente ganha uma chave para acessar o que existe por trás de uma inocente brincadeira de criança (não posso revelar mais). 

Definitivamente, o SS não é apenas um bar. A fachada esconde a grandiosidade de uma construção com cerca de nove metros de pé-direito. Projetado pelo arquiteto Herbert Holdefer, a casa tem dois níveis e um visual que remete às fantasias apocalípticas ou a um futuro imaginado por um sonhador do século 18. Segundo os proprietários, o investimento foi de R$ 9 milhões.

O espaço tem música ao vivo (jazz e pop adulto) e gastronomia assinada pelo chef Luiz Filipe Souza, do restaurante Evvai. Além disso, a coquetelaria é um marco da casa. O responsável pelos drinques autorais é a estrela peruana Aaron Diaz (dono do bar Carnaval, em Lima, no Peru, considerado um dos melhores do mundo).

Os drinques foram inspirados no movimento surrealista, principalmente nas obras do belga René Magritte. Um coquetel como Forbidden Fruit (gim, suco de maçã, Chartreuse verde, Chartreuse amarelo, suco de limão) vem em um copo que faz referência a O Filho do Homem, uma das obras mais famosas do artista. A equipe de bar é multicultural (brasileiros, chilenos e peruanos). A casa tem uma sala específica para a produção do gelo usado nos coquetéis (atração para os aficionados em coquetelaria que Diaz importou do seu premiado bar em Lima).

Os drinques autorais custam R$ 89 e R$ 99. Ou seja, a expectativa é mesmo atingir o chamado público AAA. Na noite que estive no local, cruzei com o ex-jogador de futebol Adriano Imperador e o ator Caio Castro. Não tenho fotos e nenhum deles foi incomodado por ninguém – já que todos os frequentadores da casa são convidados a tampar a câmera do celular com um adesivo (entregue logo na entrada). Pra quem gosta de postar stories ou fotos no Insta, a experiência é de autocontrole. 

Escondidos

Nem todo bar é secreto. Alguns são apenas muito bem escondidos. Como é o caso do novo O Carrasco Bar. Trata-se de um bar dentro de um bar, um speakeasy improvável por trás de uma cortina no Guilhotina (um dos bares mais respeitados da cidade). Ele só pode ser acessado por reserva (feitas por meio de direct no @ocarrascobar). Ele tem inspiração marroquina e pode abrigar cerca de 30 pessoas. A coquetelaria é assinada pelo bartender Spencer Amereno – que também recebe os clientes. A cozinha está a cargo do chef Cassiano Oliveira. 

Quer mais bares escondidos em restaurantes? Tem o Infini (@infini.bar), escondido nos fundos do restaurante La Casserole, no Largo do Arouche. Outro exemplo é o restaurante Così, que acaba de inaugurar um espaço para coquetelaria autoral dentro de uma tabacaria quase só frequentada por associados, a Caruso Lounge (@carusolounge). 

Para quem gostou da ideia de senhas, uma opção é o Iscondido Bar. Para entrar na casa, você precisa repetir a senha do dia – que pode ser adquirida pelo direct no @iscondido.bar. Já na pegada bar e destilaria (sem a necessidade de senhas), a opção é o São Paulo Urban Distillery. O bar, escondido dentro do bar Drosophyla (@drosophylabar), trabalha com uma marca de gim produzida no próprio local.

Nem tão escondidos assim, mas que você precisa de atenção para achar, são o Fel (@fel.sp), que fica embaixo do edifício Copan; o Bar dos Arcos (@bardosarcos), no subsolo do Teatro Municipal; o Bar do Cofre (@bardocofre), no prédio do Farol Santander; o tradicional Sub Astor (@subastor), no bar Astor da Vila Madalena; o The Punch (@thepunchsp), um bar de coquetelaria oriental em uma galeria no bairro do Paraíso; e o Nu i Cru (@nu.i.cru), dentro da Casa das Caldeiras, na Água Branca. Quem quiser sair da cidade de São Paulo, também pode descer a serra e ir a Santos. Por lá, tem o Hideout, speakeasy que só pode ser acessado via direct no @hideout.speakeasy. 

Três batidas na porta. Longos segundos até alguém abrir uma espécie de escaninho e perguntar: qual é a senha? Sem ela, nada feito. A voz vai se calar e você não terá acesso aos mistérios e prazeres guardados do outro lado.

Felizmente, a reportagem do Estadão tinha a senha do dia: Der Spanhol (tive medo de uma pronúncia errada colocar tudo a perder). Assim, conseguimos entrar no Exit, um dos bares secretos da cidade. Mesmo dentro da casa, a orientação é ter parcimônia com as fotos e só registrar o balcão. 

Para "encontrá-lo", o interessado deve fazer uma reserva por meio de um link no Instagram da casa (@exitbarsp). Só no dia marcado, o cliente vai receber o endereço e a senha do bar. O espaço conta com poucos lugares, boa trilha sonora e coquetelaria premiada – com uma carta do bartender Márcio Silva (uma das figuras mais influentes do mercado de bares e restaurantes, de acordo com a publicação Drinks International).

São Paulo vive uma febre desse tipo de estabelecimento. O conceito básico vem de Speakeasy, termo usado para identificar bares e restaurantes que vendiam ou produziam bebidas alcoólicas durante a Lei Seca nos Estados Unidos (1920-1933). Na época, eles estavam conectados com a ideia de ilegalidade. Hoje, claro, esse tipo de bar vende muito mais a "brincadeira", o "teatro" e, principalmente, a ideia de exclusividade.

Entrada do Bar Exit, localizado no bairro Jardins, em São Paulo; conceito de bares 'escondidos', com senhas e localização secreta, tem se espalhado pela capital Foto: DANIEL TEIXEIRA/ ESTADAO

Mas descobrir o Exit foi até fácil perto daquilo que o SS, novo empreendimento secreto da cidade, propõe. Desta vez, o convite veio acompanhado por uma série de regras: não divulgar o endereço, sequer o nome (apenas uma abreviação), nem uma pista sobre a fachada e nada de fotos. Sigilo absoluto.

Para chegar ao SS (abreviação do nome que não pode ser divulgado), a reportagem recebeu um WhatsApp horas antes da visita. Sem o convite dos donos, a outra hipótese de visitar o espaço é conhecer um dos 100 afortunados que, neste primeiro momento, receberam um disputado cartão dourado. Este cartão, que hoje está nas mãos de empresários, investidores e celebridades, funciona como um passe para reservas e também oferece a possibilidade de levar 4 acompanhantes por visita. Em um futuro breve, mais 400 cartões devem ser distribuídos entre pessoas escolhidas pela direção do SS.

O empreendimento fica escondido dentro de uma loja, localizada em um bairro conhecido pelos seus restaurantes e a presença de marcas caras. Dentro desta loja, o cliente ganha uma chave para acessar o que existe por trás de uma inocente brincadeira de criança (não posso revelar mais). 

Definitivamente, o SS não é apenas um bar. A fachada esconde a grandiosidade de uma construção com cerca de nove metros de pé-direito. Projetado pelo arquiteto Herbert Holdefer, a casa tem dois níveis e um visual que remete às fantasias apocalípticas ou a um futuro imaginado por um sonhador do século 18. Segundo os proprietários, o investimento foi de R$ 9 milhões.

O espaço tem música ao vivo (jazz e pop adulto) e gastronomia assinada pelo chef Luiz Filipe Souza, do restaurante Evvai. Além disso, a coquetelaria é um marco da casa. O responsável pelos drinques autorais é a estrela peruana Aaron Diaz (dono do bar Carnaval, em Lima, no Peru, considerado um dos melhores do mundo).

Os drinques foram inspirados no movimento surrealista, principalmente nas obras do belga René Magritte. Um coquetel como Forbidden Fruit (gim, suco de maçã, Chartreuse verde, Chartreuse amarelo, suco de limão) vem em um copo que faz referência a O Filho do Homem, uma das obras mais famosas do artista. A equipe de bar é multicultural (brasileiros, chilenos e peruanos). A casa tem uma sala específica para a produção do gelo usado nos coquetéis (atração para os aficionados em coquetelaria que Diaz importou do seu premiado bar em Lima).

Os drinques autorais custam R$ 89 e R$ 99. Ou seja, a expectativa é mesmo atingir o chamado público AAA. Na noite que estive no local, cruzei com o ex-jogador de futebol Adriano Imperador e o ator Caio Castro. Não tenho fotos e nenhum deles foi incomodado por ninguém – já que todos os frequentadores da casa são convidados a tampar a câmera do celular com um adesivo (entregue logo na entrada). Pra quem gosta de postar stories ou fotos no Insta, a experiência é de autocontrole. 

Escondidos

Nem todo bar é secreto. Alguns são apenas muito bem escondidos. Como é o caso do novo O Carrasco Bar. Trata-se de um bar dentro de um bar, um speakeasy improvável por trás de uma cortina no Guilhotina (um dos bares mais respeitados da cidade). Ele só pode ser acessado por reserva (feitas por meio de direct no @ocarrascobar). Ele tem inspiração marroquina e pode abrigar cerca de 30 pessoas. A coquetelaria é assinada pelo bartender Spencer Amereno – que também recebe os clientes. A cozinha está a cargo do chef Cassiano Oliveira. 

Quer mais bares escondidos em restaurantes? Tem o Infini (@infini.bar), escondido nos fundos do restaurante La Casserole, no Largo do Arouche. Outro exemplo é o restaurante Così, que acaba de inaugurar um espaço para coquetelaria autoral dentro de uma tabacaria quase só frequentada por associados, a Caruso Lounge (@carusolounge). 

Para quem gostou da ideia de senhas, uma opção é o Iscondido Bar. Para entrar na casa, você precisa repetir a senha do dia – que pode ser adquirida pelo direct no @iscondido.bar. Já na pegada bar e destilaria (sem a necessidade de senhas), a opção é o São Paulo Urban Distillery. O bar, escondido dentro do bar Drosophyla (@drosophylabar), trabalha com uma marca de gim produzida no próprio local.

Nem tão escondidos assim, mas que você precisa de atenção para achar, são o Fel (@fel.sp), que fica embaixo do edifício Copan; o Bar dos Arcos (@bardosarcos), no subsolo do Teatro Municipal; o Bar do Cofre (@bardocofre), no prédio do Farol Santander; o tradicional Sub Astor (@subastor), no bar Astor da Vila Madalena; o The Punch (@thepunchsp), um bar de coquetelaria oriental em uma galeria no bairro do Paraíso; e o Nu i Cru (@nu.i.cru), dentro da Casa das Caldeiras, na Água Branca. Quem quiser sair da cidade de São Paulo, também pode descer a serra e ir a Santos. Por lá, tem o Hideout, speakeasy que só pode ser acessado via direct no @hideout.speakeasy. 

Três batidas na porta. Longos segundos até alguém abrir uma espécie de escaninho e perguntar: qual é a senha? Sem ela, nada feito. A voz vai se calar e você não terá acesso aos mistérios e prazeres guardados do outro lado.

Felizmente, a reportagem do Estadão tinha a senha do dia: Der Spanhol (tive medo de uma pronúncia errada colocar tudo a perder). Assim, conseguimos entrar no Exit, um dos bares secretos da cidade. Mesmo dentro da casa, a orientação é ter parcimônia com as fotos e só registrar o balcão. 

Para "encontrá-lo", o interessado deve fazer uma reserva por meio de um link no Instagram da casa (@exitbarsp). Só no dia marcado, o cliente vai receber o endereço e a senha do bar. O espaço conta com poucos lugares, boa trilha sonora e coquetelaria premiada – com uma carta do bartender Márcio Silva (uma das figuras mais influentes do mercado de bares e restaurantes, de acordo com a publicação Drinks International).

São Paulo vive uma febre desse tipo de estabelecimento. O conceito básico vem de Speakeasy, termo usado para identificar bares e restaurantes que vendiam ou produziam bebidas alcoólicas durante a Lei Seca nos Estados Unidos (1920-1933). Na época, eles estavam conectados com a ideia de ilegalidade. Hoje, claro, esse tipo de bar vende muito mais a "brincadeira", o "teatro" e, principalmente, a ideia de exclusividade.

Entrada do Bar Exit, localizado no bairro Jardins, em São Paulo; conceito de bares 'escondidos', com senhas e localização secreta, tem se espalhado pela capital Foto: DANIEL TEIXEIRA/ ESTADAO

Mas descobrir o Exit foi até fácil perto daquilo que o SS, novo empreendimento secreto da cidade, propõe. Desta vez, o convite veio acompanhado por uma série de regras: não divulgar o endereço, sequer o nome (apenas uma abreviação), nem uma pista sobre a fachada e nada de fotos. Sigilo absoluto.

Para chegar ao SS (abreviação do nome que não pode ser divulgado), a reportagem recebeu um WhatsApp horas antes da visita. Sem o convite dos donos, a outra hipótese de visitar o espaço é conhecer um dos 100 afortunados que, neste primeiro momento, receberam um disputado cartão dourado. Este cartão, que hoje está nas mãos de empresários, investidores e celebridades, funciona como um passe para reservas e também oferece a possibilidade de levar 4 acompanhantes por visita. Em um futuro breve, mais 400 cartões devem ser distribuídos entre pessoas escolhidas pela direção do SS.

O empreendimento fica escondido dentro de uma loja, localizada em um bairro conhecido pelos seus restaurantes e a presença de marcas caras. Dentro desta loja, o cliente ganha uma chave para acessar o que existe por trás de uma inocente brincadeira de criança (não posso revelar mais). 

Definitivamente, o SS não é apenas um bar. A fachada esconde a grandiosidade de uma construção com cerca de nove metros de pé-direito. Projetado pelo arquiteto Herbert Holdefer, a casa tem dois níveis e um visual que remete às fantasias apocalípticas ou a um futuro imaginado por um sonhador do século 18. Segundo os proprietários, o investimento foi de R$ 9 milhões.

O espaço tem música ao vivo (jazz e pop adulto) e gastronomia assinada pelo chef Luiz Filipe Souza, do restaurante Evvai. Além disso, a coquetelaria é um marco da casa. O responsável pelos drinques autorais é a estrela peruana Aaron Diaz (dono do bar Carnaval, em Lima, no Peru, considerado um dos melhores do mundo).

Os drinques foram inspirados no movimento surrealista, principalmente nas obras do belga René Magritte. Um coquetel como Forbidden Fruit (gim, suco de maçã, Chartreuse verde, Chartreuse amarelo, suco de limão) vem em um copo que faz referência a O Filho do Homem, uma das obras mais famosas do artista. A equipe de bar é multicultural (brasileiros, chilenos e peruanos). A casa tem uma sala específica para a produção do gelo usado nos coquetéis (atração para os aficionados em coquetelaria que Diaz importou do seu premiado bar em Lima).

Os drinques autorais custam R$ 89 e R$ 99. Ou seja, a expectativa é mesmo atingir o chamado público AAA. Na noite que estive no local, cruzei com o ex-jogador de futebol Adriano Imperador e o ator Caio Castro. Não tenho fotos e nenhum deles foi incomodado por ninguém – já que todos os frequentadores da casa são convidados a tampar a câmera do celular com um adesivo (entregue logo na entrada). Pra quem gosta de postar stories ou fotos no Insta, a experiência é de autocontrole. 

Escondidos

Nem todo bar é secreto. Alguns são apenas muito bem escondidos. Como é o caso do novo O Carrasco Bar. Trata-se de um bar dentro de um bar, um speakeasy improvável por trás de uma cortina no Guilhotina (um dos bares mais respeitados da cidade). Ele só pode ser acessado por reserva (feitas por meio de direct no @ocarrascobar). Ele tem inspiração marroquina e pode abrigar cerca de 30 pessoas. A coquetelaria é assinada pelo bartender Spencer Amereno – que também recebe os clientes. A cozinha está a cargo do chef Cassiano Oliveira. 

Quer mais bares escondidos em restaurantes? Tem o Infini (@infini.bar), escondido nos fundos do restaurante La Casserole, no Largo do Arouche. Outro exemplo é o restaurante Così, que acaba de inaugurar um espaço para coquetelaria autoral dentro de uma tabacaria quase só frequentada por associados, a Caruso Lounge (@carusolounge). 

Para quem gostou da ideia de senhas, uma opção é o Iscondido Bar. Para entrar na casa, você precisa repetir a senha do dia – que pode ser adquirida pelo direct no @iscondido.bar. Já na pegada bar e destilaria (sem a necessidade de senhas), a opção é o São Paulo Urban Distillery. O bar, escondido dentro do bar Drosophyla (@drosophylabar), trabalha com uma marca de gim produzida no próprio local.

Nem tão escondidos assim, mas que você precisa de atenção para achar, são o Fel (@fel.sp), que fica embaixo do edifício Copan; o Bar dos Arcos (@bardosarcos), no subsolo do Teatro Municipal; o Bar do Cofre (@bardocofre), no prédio do Farol Santander; o tradicional Sub Astor (@subastor), no bar Astor da Vila Madalena; o The Punch (@thepunchsp), um bar de coquetelaria oriental em uma galeria no bairro do Paraíso; e o Nu i Cru (@nu.i.cru), dentro da Casa das Caldeiras, na Água Branca. Quem quiser sair da cidade de São Paulo, também pode descer a serra e ir a Santos. Por lá, tem o Hideout, speakeasy que só pode ser acessado via direct no @hideout.speakeasy. 

Três batidas na porta. Longos segundos até alguém abrir uma espécie de escaninho e perguntar: qual é a senha? Sem ela, nada feito. A voz vai se calar e você não terá acesso aos mistérios e prazeres guardados do outro lado.

Felizmente, a reportagem do Estadão tinha a senha do dia: Der Spanhol (tive medo de uma pronúncia errada colocar tudo a perder). Assim, conseguimos entrar no Exit, um dos bares secretos da cidade. Mesmo dentro da casa, a orientação é ter parcimônia com as fotos e só registrar o balcão. 

Para "encontrá-lo", o interessado deve fazer uma reserva por meio de um link no Instagram da casa (@exitbarsp). Só no dia marcado, o cliente vai receber o endereço e a senha do bar. O espaço conta com poucos lugares, boa trilha sonora e coquetelaria premiada – com uma carta do bartender Márcio Silva (uma das figuras mais influentes do mercado de bares e restaurantes, de acordo com a publicação Drinks International).

São Paulo vive uma febre desse tipo de estabelecimento. O conceito básico vem de Speakeasy, termo usado para identificar bares e restaurantes que vendiam ou produziam bebidas alcoólicas durante a Lei Seca nos Estados Unidos (1920-1933). Na época, eles estavam conectados com a ideia de ilegalidade. Hoje, claro, esse tipo de bar vende muito mais a "brincadeira", o "teatro" e, principalmente, a ideia de exclusividade.

Entrada do Bar Exit, localizado no bairro Jardins, em São Paulo; conceito de bares 'escondidos', com senhas e localização secreta, tem se espalhado pela capital Foto: DANIEL TEIXEIRA/ ESTADAO

Mas descobrir o Exit foi até fácil perto daquilo que o SS, novo empreendimento secreto da cidade, propõe. Desta vez, o convite veio acompanhado por uma série de regras: não divulgar o endereço, sequer o nome (apenas uma abreviação), nem uma pista sobre a fachada e nada de fotos. Sigilo absoluto.

Para chegar ao SS (abreviação do nome que não pode ser divulgado), a reportagem recebeu um WhatsApp horas antes da visita. Sem o convite dos donos, a outra hipótese de visitar o espaço é conhecer um dos 100 afortunados que, neste primeiro momento, receberam um disputado cartão dourado. Este cartão, que hoje está nas mãos de empresários, investidores e celebridades, funciona como um passe para reservas e também oferece a possibilidade de levar 4 acompanhantes por visita. Em um futuro breve, mais 400 cartões devem ser distribuídos entre pessoas escolhidas pela direção do SS.

O empreendimento fica escondido dentro de uma loja, localizada em um bairro conhecido pelos seus restaurantes e a presença de marcas caras. Dentro desta loja, o cliente ganha uma chave para acessar o que existe por trás de uma inocente brincadeira de criança (não posso revelar mais). 

Definitivamente, o SS não é apenas um bar. A fachada esconde a grandiosidade de uma construção com cerca de nove metros de pé-direito. Projetado pelo arquiteto Herbert Holdefer, a casa tem dois níveis e um visual que remete às fantasias apocalípticas ou a um futuro imaginado por um sonhador do século 18. Segundo os proprietários, o investimento foi de R$ 9 milhões.

O espaço tem música ao vivo (jazz e pop adulto) e gastronomia assinada pelo chef Luiz Filipe Souza, do restaurante Evvai. Além disso, a coquetelaria é um marco da casa. O responsável pelos drinques autorais é a estrela peruana Aaron Diaz (dono do bar Carnaval, em Lima, no Peru, considerado um dos melhores do mundo).

Os drinques foram inspirados no movimento surrealista, principalmente nas obras do belga René Magritte. Um coquetel como Forbidden Fruit (gim, suco de maçã, Chartreuse verde, Chartreuse amarelo, suco de limão) vem em um copo que faz referência a O Filho do Homem, uma das obras mais famosas do artista. A equipe de bar é multicultural (brasileiros, chilenos e peruanos). A casa tem uma sala específica para a produção do gelo usado nos coquetéis (atração para os aficionados em coquetelaria que Diaz importou do seu premiado bar em Lima).

Os drinques autorais custam R$ 89 e R$ 99. Ou seja, a expectativa é mesmo atingir o chamado público AAA. Na noite que estive no local, cruzei com o ex-jogador de futebol Adriano Imperador e o ator Caio Castro. Não tenho fotos e nenhum deles foi incomodado por ninguém – já que todos os frequentadores da casa são convidados a tampar a câmera do celular com um adesivo (entregue logo na entrada). Pra quem gosta de postar stories ou fotos no Insta, a experiência é de autocontrole. 

Escondidos

Nem todo bar é secreto. Alguns são apenas muito bem escondidos. Como é o caso do novo O Carrasco Bar. Trata-se de um bar dentro de um bar, um speakeasy improvável por trás de uma cortina no Guilhotina (um dos bares mais respeitados da cidade). Ele só pode ser acessado por reserva (feitas por meio de direct no @ocarrascobar). Ele tem inspiração marroquina e pode abrigar cerca de 30 pessoas. A coquetelaria é assinada pelo bartender Spencer Amereno – que também recebe os clientes. A cozinha está a cargo do chef Cassiano Oliveira. 

Quer mais bares escondidos em restaurantes? Tem o Infini (@infini.bar), escondido nos fundos do restaurante La Casserole, no Largo do Arouche. Outro exemplo é o restaurante Così, que acaba de inaugurar um espaço para coquetelaria autoral dentro de uma tabacaria quase só frequentada por associados, a Caruso Lounge (@carusolounge). 

Para quem gostou da ideia de senhas, uma opção é o Iscondido Bar. Para entrar na casa, você precisa repetir a senha do dia – que pode ser adquirida pelo direct no @iscondido.bar. Já na pegada bar e destilaria (sem a necessidade de senhas), a opção é o São Paulo Urban Distillery. O bar, escondido dentro do bar Drosophyla (@drosophylabar), trabalha com uma marca de gim produzida no próprio local.

Nem tão escondidos assim, mas que você precisa de atenção para achar, são o Fel (@fel.sp), que fica embaixo do edifício Copan; o Bar dos Arcos (@bardosarcos), no subsolo do Teatro Municipal; o Bar do Cofre (@bardocofre), no prédio do Farol Santander; o tradicional Sub Astor (@subastor), no bar Astor da Vila Madalena; o The Punch (@thepunchsp), um bar de coquetelaria oriental em uma galeria no bairro do Paraíso; e o Nu i Cru (@nu.i.cru), dentro da Casa das Caldeiras, na Água Branca. Quem quiser sair da cidade de São Paulo, também pode descer a serra e ir a Santos. Por lá, tem o Hideout, speakeasy que só pode ser acessado via direct no @hideout.speakeasy. 

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