Ousadia marca espetáculo infantil


Ufa, que Perigo! comenta a violência urbana com onomatopéias, ritmo frenético e enredo maluco

Por Agencia Estado

Há muito tempo não se via nos palcos de São Paulo uma experiência tão radical na área de teatro infantil. Ufa, que Perigo!, com texto de Augusto Francisco e direção de Roberto Lage, é ousadia do começo ao fim. A linguagem é totalmente onomatopéica. Coisa de gibi. Importa mais o som do que o significado. O ritmo é frenético, a trama é maluca, os personagens fogem do naturalismo, tudo é estranhamente novo - códigos sem concessões, charadas sem soluções. A idéia que permeia tudo é: não entre em pânico. Há uma família em cena, a família Souza, e, convivendo com ela, paira - imperioso - o medo da violência na cidade grande. Além das lúdicas e reveladoras onomatopéias, o texto tem trechos bem inteligentes e provocativos, como: "As coisas boas são sempre uma surpresa, porque as coisas más a gente já pode catalogá-las todas por ordem alfabética." "Para que este avião precisa de motor, se podemos fazer o mesmo barulhão com a boca?", pergunta um dos personagens lá pelo meio da peça. É a frase-síntese do espetáculo, a pergunta que dá sentido a todo esse exercício teatral de provocação. Para que a segurança, se podemos correr riscos? Para que ser óbvio, se podemos subverter? Para que a linearidade, se podemos circular, repetir, refazer? Isso é fazer teatro. Isso é arte. O espetáculo tem dois defeitos pequenos, mas, numa viagem perigosa e radical como essa, qualquer deslize pode ser fatal para diminuir a atenção da platéia, de quem é esperada uma concentração constante: há músicas e piadas de menos. A trilha, composta especialmente para a peça, é nota dez. Entra no clima das onomatopéias e apóia o texto, complementando-o e enriquecendo-o. Justamente por isso, sente-se falta de mais música. Demora muito tempo, por exemplo, o intervalo entre a primeira canção e a seguinte. Quanto à falta de piadas, a questão é que o humor é sutil, carregado de simbologias. Um pouco de escracho poderia, aqui, dar um respiro no esforço cerebral que é exigido da moçada. Não há mal nenhum em ceder alguns passos, se o objetivo for avançar, logo em seguida, com o dobro de sutilezas. Embarque nessa ousadia, para adorar ou odiar - sem meios termos. Serviço - Ufa, que Perigo! Sábado e domingo, às 16 horas. Teatro Ágora. Rua Rui Barbosa, 672, tel. 3284-0290. R$ 5,00 (estudantes) e R$ 10,00. Até 26/5

Há muito tempo não se via nos palcos de São Paulo uma experiência tão radical na área de teatro infantil. Ufa, que Perigo!, com texto de Augusto Francisco e direção de Roberto Lage, é ousadia do começo ao fim. A linguagem é totalmente onomatopéica. Coisa de gibi. Importa mais o som do que o significado. O ritmo é frenético, a trama é maluca, os personagens fogem do naturalismo, tudo é estranhamente novo - códigos sem concessões, charadas sem soluções. A idéia que permeia tudo é: não entre em pânico. Há uma família em cena, a família Souza, e, convivendo com ela, paira - imperioso - o medo da violência na cidade grande. Além das lúdicas e reveladoras onomatopéias, o texto tem trechos bem inteligentes e provocativos, como: "As coisas boas são sempre uma surpresa, porque as coisas más a gente já pode catalogá-las todas por ordem alfabética." "Para que este avião precisa de motor, se podemos fazer o mesmo barulhão com a boca?", pergunta um dos personagens lá pelo meio da peça. É a frase-síntese do espetáculo, a pergunta que dá sentido a todo esse exercício teatral de provocação. Para que a segurança, se podemos correr riscos? Para que ser óbvio, se podemos subverter? Para que a linearidade, se podemos circular, repetir, refazer? Isso é fazer teatro. Isso é arte. O espetáculo tem dois defeitos pequenos, mas, numa viagem perigosa e radical como essa, qualquer deslize pode ser fatal para diminuir a atenção da platéia, de quem é esperada uma concentração constante: há músicas e piadas de menos. A trilha, composta especialmente para a peça, é nota dez. Entra no clima das onomatopéias e apóia o texto, complementando-o e enriquecendo-o. Justamente por isso, sente-se falta de mais música. Demora muito tempo, por exemplo, o intervalo entre a primeira canção e a seguinte. Quanto à falta de piadas, a questão é que o humor é sutil, carregado de simbologias. Um pouco de escracho poderia, aqui, dar um respiro no esforço cerebral que é exigido da moçada. Não há mal nenhum em ceder alguns passos, se o objetivo for avançar, logo em seguida, com o dobro de sutilezas. Embarque nessa ousadia, para adorar ou odiar - sem meios termos. Serviço - Ufa, que Perigo! Sábado e domingo, às 16 horas. Teatro Ágora. Rua Rui Barbosa, 672, tel. 3284-0290. R$ 5,00 (estudantes) e R$ 10,00. Até 26/5

Há muito tempo não se via nos palcos de São Paulo uma experiência tão radical na área de teatro infantil. Ufa, que Perigo!, com texto de Augusto Francisco e direção de Roberto Lage, é ousadia do começo ao fim. A linguagem é totalmente onomatopéica. Coisa de gibi. Importa mais o som do que o significado. O ritmo é frenético, a trama é maluca, os personagens fogem do naturalismo, tudo é estranhamente novo - códigos sem concessões, charadas sem soluções. A idéia que permeia tudo é: não entre em pânico. Há uma família em cena, a família Souza, e, convivendo com ela, paira - imperioso - o medo da violência na cidade grande. Além das lúdicas e reveladoras onomatopéias, o texto tem trechos bem inteligentes e provocativos, como: "As coisas boas são sempre uma surpresa, porque as coisas más a gente já pode catalogá-las todas por ordem alfabética." "Para que este avião precisa de motor, se podemos fazer o mesmo barulhão com a boca?", pergunta um dos personagens lá pelo meio da peça. É a frase-síntese do espetáculo, a pergunta que dá sentido a todo esse exercício teatral de provocação. Para que a segurança, se podemos correr riscos? Para que ser óbvio, se podemos subverter? Para que a linearidade, se podemos circular, repetir, refazer? Isso é fazer teatro. Isso é arte. O espetáculo tem dois defeitos pequenos, mas, numa viagem perigosa e radical como essa, qualquer deslize pode ser fatal para diminuir a atenção da platéia, de quem é esperada uma concentração constante: há músicas e piadas de menos. A trilha, composta especialmente para a peça, é nota dez. Entra no clima das onomatopéias e apóia o texto, complementando-o e enriquecendo-o. Justamente por isso, sente-se falta de mais música. Demora muito tempo, por exemplo, o intervalo entre a primeira canção e a seguinte. Quanto à falta de piadas, a questão é que o humor é sutil, carregado de simbologias. Um pouco de escracho poderia, aqui, dar um respiro no esforço cerebral que é exigido da moçada. Não há mal nenhum em ceder alguns passos, se o objetivo for avançar, logo em seguida, com o dobro de sutilezas. Embarque nessa ousadia, para adorar ou odiar - sem meios termos. Serviço - Ufa, que Perigo! Sábado e domingo, às 16 horas. Teatro Ágora. Rua Rui Barbosa, 672, tel. 3284-0290. R$ 5,00 (estudantes) e R$ 10,00. Até 26/5

Há muito tempo não se via nos palcos de São Paulo uma experiência tão radical na área de teatro infantil. Ufa, que Perigo!, com texto de Augusto Francisco e direção de Roberto Lage, é ousadia do começo ao fim. A linguagem é totalmente onomatopéica. Coisa de gibi. Importa mais o som do que o significado. O ritmo é frenético, a trama é maluca, os personagens fogem do naturalismo, tudo é estranhamente novo - códigos sem concessões, charadas sem soluções. A idéia que permeia tudo é: não entre em pânico. Há uma família em cena, a família Souza, e, convivendo com ela, paira - imperioso - o medo da violência na cidade grande. Além das lúdicas e reveladoras onomatopéias, o texto tem trechos bem inteligentes e provocativos, como: "As coisas boas são sempre uma surpresa, porque as coisas más a gente já pode catalogá-las todas por ordem alfabética." "Para que este avião precisa de motor, se podemos fazer o mesmo barulhão com a boca?", pergunta um dos personagens lá pelo meio da peça. É a frase-síntese do espetáculo, a pergunta que dá sentido a todo esse exercício teatral de provocação. Para que a segurança, se podemos correr riscos? Para que ser óbvio, se podemos subverter? Para que a linearidade, se podemos circular, repetir, refazer? Isso é fazer teatro. Isso é arte. O espetáculo tem dois defeitos pequenos, mas, numa viagem perigosa e radical como essa, qualquer deslize pode ser fatal para diminuir a atenção da platéia, de quem é esperada uma concentração constante: há músicas e piadas de menos. A trilha, composta especialmente para a peça, é nota dez. Entra no clima das onomatopéias e apóia o texto, complementando-o e enriquecendo-o. Justamente por isso, sente-se falta de mais música. Demora muito tempo, por exemplo, o intervalo entre a primeira canção e a seguinte. Quanto à falta de piadas, a questão é que o humor é sutil, carregado de simbologias. Um pouco de escracho poderia, aqui, dar um respiro no esforço cerebral que é exigido da moçada. Não há mal nenhum em ceder alguns passos, se o objetivo for avançar, logo em seguida, com o dobro de sutilezas. Embarque nessa ousadia, para adorar ou odiar - sem meios termos. Serviço - Ufa, que Perigo! Sábado e domingo, às 16 horas. Teatro Ágora. Rua Rui Barbosa, 672, tel. 3284-0290. R$ 5,00 (estudantes) e R$ 10,00. Até 26/5

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