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A diretora francesa Justine Triet ganha a Palma de Ouro de 2023


Por Rodrigo Fonseca
"Anatomie d'Une Chute", de Justine TRiet - Crédito: @Le Films du Pierre  

RODRIGO FONSECA Depois de dez dias de disputa árdua, com sessões abarrotadas, algumas ensopadas de chuva, o 76. Festival de Cannes chega ao fim com a entrega da Palma de Ouro a "Anatomie d'Une Chuite", de Justine Triet. É uma brilhante análise sobre a atomização de um casamento a partir da reconstituição quase milimétrica de um crime: um escritor morre ao cair do sótão de sua casa e sua mulher, também escritora, vivida por Sandra Hüller, é acusada de tê-lo assassinado "Tento pensar em diálogos que traduzam verdades, angústias, e não pensamentos pré-determindados", disse Justine ao Estadão na França. A decisão foi tomada com plena consciência de risco, polêmica, mas de respeito ao cinema como espaço de invenção por um júri presidido por um ganhador de duas Palmas - a de 2017, dada a "The Square: A Arte da Discórdia" e a do ano passado, dada a "Triângulo da Tristeza" - o diretor sueco Ruben Östlund. "Não me interesso por consensos, e, sim, por discussões que nos enriqueçam", prometeu o cineasta escandinavo, ao falar sobre seu método de escolha de ganhadores, na cerimônia de abertura de Cannes, antes do filme "Jeanne Du Barry", com Johnny Depp, exibido hors-concours, que valeu amargas resenhas à diretora Maïwenn. Na esquadra de cabeças pensantes guiadas por Östlund havia um time de juradas e jurados composto por duas estrelas hollywoodianas - Brie Larson, a Capitã Marvel, e Paul Dano, o Charada -; pelo astro da hora na França - Denis Ménochet, hoje em cartaz no Brasil em "Beau Tem Medo" -, pelo escritor franco-afegão Atiq Rahimi; e cineastas das mais variadas nacionalidades (Julia Ducournau, da França; Rungano Nyoni, da Zâmbia; Maryam Touzani, do Marrocos; e Damián Szifron, da Argentina). Esse povo escolheu "The Zone of Interest", de Jonathan Glazer, para receber o Grande Prêmio do Júri. Na decisão do Prêmio do Júri (o terceiro troféu mais relevante de todo o palmarês), Östlund & cia. foram de "Fallen Leaves", pérola de Aki Kaurismäki, doce como um sorvete finlandês (sua terra natal). Na sempre consagradora láurea de Melhor Direção, o nome anunciado para receber o troféu foi o vietnamita Tran Ahn Hùng, por "La Passion de Dodin Bouffant". Na decisão de quem levaria o prêmio de Melhor Roteiro, a vitória ficou com "Monster", o novo melodrama de Hirokazu Kore-eda, centrado na descoberta sexual de um menino, num ambiente de bullying, orfandade e acidentes climáticos. Na premiação de Melhor Atriz e Melhor Ator, elegeram respectivamente Merve Dizdar (por "Les Herbes Sèches") e Koji Yakusho (por "Perfect Days"). Na categoria de Curtas-Metragens, ganhou "27", da Hungria. Já a Caméra d'Or, que coroa estreantes, foi dada a "Inside The Yellow Cocoon Shell", egresso do Vietnã. Neste sábado, foi entregue ainda o troféu L'Oeil D'Or de Melhor Documentário, que foi para a Tunísia, via "Les Filles d'Olfa", de Kaouther Ben Hania, em empate com "La Mère De Tous Les Mensonges", da marroquina Asmae El Moudir. Ambos exploram a relação da maternidade em culturas de ascendência islâmica com crises políticas. Encerrada a competição de Cannes, finalizada pela projeção de "Elementos", da Pixar, as atenções do planisfério cinéfilo agora se voltam para o Festival de Locarno, na Suíça, agendado de 2 a 12 de agosto, com o ator Lambert Wilson em seu júri e homenagem ao conjunto da carreira do diretor californiano Harmony Korine (do cult "Spring Breakers").

PRÊMIOS DE CANNES 2023 PALMA DE OURO: "Anatomie d'Une Chute", de Justine Triet GRANDE PRÊMIO DO JÚRI: "The Zone of Interest", de Jonathan Glazer PRÊMIO DO JÚRI: "Fallen Leaves", de Aki Kaurismäki CURTA-METRAGEM: "27", de Flóra Ana Buda, com menção honrosa para "Intrusion" DIREÇÃO: Tran Ahn Hùng, por "La Passion de Dodin Bouffant" ATRIZ: Merve Dizdar, por "Les Herbes Sèches" ATOR: Koji Yakusho, por "Perfect Days" ROTEIRO: Sakamoto Yuji, por "Monster" CAMÉRA D'OR (MELHOR FILME DE ESTREIA): "Inside The Yellow Cocoon Shell", de Thien Na Pham PRÊMIO DA CRÍTICA FIPRESCI: "The Zone of Interest", de Jonathan Glazer; "Levante", de Lillah Halla; "Los Colonos", de Felipe Galvez PRÊMIO DO JÚRI ECUMÊNICO: "Perfect Days", de Wim Wenders, com menção honrosa para "The Old Oak", de Ken Loach TROFÉU L'OEIL D'OR DE MELHOR DOCUMENTÁRIO: "Les Filles d'Olfa", de Kaouther Ben Hania, em empate com "La Mère De Tous Les Mensonges", de Asmae El Moudir QUEER PALM: "Monster", de Hirokazu Koreeda.

"Anatomie d'Une Chute", de Justine TRiet - Crédito: @Le Films du Pierre  

RODRIGO FONSECA Depois de dez dias de disputa árdua, com sessões abarrotadas, algumas ensopadas de chuva, o 76. Festival de Cannes chega ao fim com a entrega da Palma de Ouro a "Anatomie d'Une Chuite", de Justine Triet. É uma brilhante análise sobre a atomização de um casamento a partir da reconstituição quase milimétrica de um crime: um escritor morre ao cair do sótão de sua casa e sua mulher, também escritora, vivida por Sandra Hüller, é acusada de tê-lo assassinado "Tento pensar em diálogos que traduzam verdades, angústias, e não pensamentos pré-determindados", disse Justine ao Estadão na França. A decisão foi tomada com plena consciência de risco, polêmica, mas de respeito ao cinema como espaço de invenção por um júri presidido por um ganhador de duas Palmas - a de 2017, dada a "The Square: A Arte da Discórdia" e a do ano passado, dada a "Triângulo da Tristeza" - o diretor sueco Ruben Östlund. "Não me interesso por consensos, e, sim, por discussões que nos enriqueçam", prometeu o cineasta escandinavo, ao falar sobre seu método de escolha de ganhadores, na cerimônia de abertura de Cannes, antes do filme "Jeanne Du Barry", com Johnny Depp, exibido hors-concours, que valeu amargas resenhas à diretora Maïwenn. Na esquadra de cabeças pensantes guiadas por Östlund havia um time de juradas e jurados composto por duas estrelas hollywoodianas - Brie Larson, a Capitã Marvel, e Paul Dano, o Charada -; pelo astro da hora na França - Denis Ménochet, hoje em cartaz no Brasil em "Beau Tem Medo" -, pelo escritor franco-afegão Atiq Rahimi; e cineastas das mais variadas nacionalidades (Julia Ducournau, da França; Rungano Nyoni, da Zâmbia; Maryam Touzani, do Marrocos; e Damián Szifron, da Argentina). Esse povo escolheu "The Zone of Interest", de Jonathan Glazer, para receber o Grande Prêmio do Júri. Na decisão do Prêmio do Júri (o terceiro troféu mais relevante de todo o palmarês), Östlund & cia. foram de "Fallen Leaves", pérola de Aki Kaurismäki, doce como um sorvete finlandês (sua terra natal). Na sempre consagradora láurea de Melhor Direção, o nome anunciado para receber o troféu foi o vietnamita Tran Ahn Hùng, por "La Passion de Dodin Bouffant". Na decisão de quem levaria o prêmio de Melhor Roteiro, a vitória ficou com "Monster", o novo melodrama de Hirokazu Kore-eda, centrado na descoberta sexual de um menino, num ambiente de bullying, orfandade e acidentes climáticos. Na premiação de Melhor Atriz e Melhor Ator, elegeram respectivamente Merve Dizdar (por "Les Herbes Sèches") e Koji Yakusho (por "Perfect Days"). Na categoria de Curtas-Metragens, ganhou "27", da Hungria. Já a Caméra d'Or, que coroa estreantes, foi dada a "Inside The Yellow Cocoon Shell", egresso do Vietnã. Neste sábado, foi entregue ainda o troféu L'Oeil D'Or de Melhor Documentário, que foi para a Tunísia, via "Les Filles d'Olfa", de Kaouther Ben Hania, em empate com "La Mère De Tous Les Mensonges", da marroquina Asmae El Moudir. Ambos exploram a relação da maternidade em culturas de ascendência islâmica com crises políticas. Encerrada a competição de Cannes, finalizada pela projeção de "Elementos", da Pixar, as atenções do planisfério cinéfilo agora se voltam para o Festival de Locarno, na Suíça, agendado de 2 a 12 de agosto, com o ator Lambert Wilson em seu júri e homenagem ao conjunto da carreira do diretor californiano Harmony Korine (do cult "Spring Breakers").

PRÊMIOS DE CANNES 2023 PALMA DE OURO: "Anatomie d'Une Chute", de Justine Triet GRANDE PRÊMIO DO JÚRI: "The Zone of Interest", de Jonathan Glazer PRÊMIO DO JÚRI: "Fallen Leaves", de Aki Kaurismäki CURTA-METRAGEM: "27", de Flóra Ana Buda, com menção honrosa para "Intrusion" DIREÇÃO: Tran Ahn Hùng, por "La Passion de Dodin Bouffant" ATRIZ: Merve Dizdar, por "Les Herbes Sèches" ATOR: Koji Yakusho, por "Perfect Days" ROTEIRO: Sakamoto Yuji, por "Monster" CAMÉRA D'OR (MELHOR FILME DE ESTREIA): "Inside The Yellow Cocoon Shell", de Thien Na Pham PRÊMIO DA CRÍTICA FIPRESCI: "The Zone of Interest", de Jonathan Glazer; "Levante", de Lillah Halla; "Los Colonos", de Felipe Galvez PRÊMIO DO JÚRI ECUMÊNICO: "Perfect Days", de Wim Wenders, com menção honrosa para "The Old Oak", de Ken Loach TROFÉU L'OEIL D'OR DE MELHOR DOCUMENTÁRIO: "Les Filles d'Olfa", de Kaouther Ben Hania, em empate com "La Mère De Tous Les Mensonges", de Asmae El Moudir QUEER PALM: "Monster", de Hirokazu Koreeda.

"Anatomie d'Une Chute", de Justine TRiet - Crédito: @Le Films du Pierre  

RODRIGO FONSECA Depois de dez dias de disputa árdua, com sessões abarrotadas, algumas ensopadas de chuva, o 76. Festival de Cannes chega ao fim com a entrega da Palma de Ouro a "Anatomie d'Une Chuite", de Justine Triet. É uma brilhante análise sobre a atomização de um casamento a partir da reconstituição quase milimétrica de um crime: um escritor morre ao cair do sótão de sua casa e sua mulher, também escritora, vivida por Sandra Hüller, é acusada de tê-lo assassinado "Tento pensar em diálogos que traduzam verdades, angústias, e não pensamentos pré-determindados", disse Justine ao Estadão na França. A decisão foi tomada com plena consciência de risco, polêmica, mas de respeito ao cinema como espaço de invenção por um júri presidido por um ganhador de duas Palmas - a de 2017, dada a "The Square: A Arte da Discórdia" e a do ano passado, dada a "Triângulo da Tristeza" - o diretor sueco Ruben Östlund. "Não me interesso por consensos, e, sim, por discussões que nos enriqueçam", prometeu o cineasta escandinavo, ao falar sobre seu método de escolha de ganhadores, na cerimônia de abertura de Cannes, antes do filme "Jeanne Du Barry", com Johnny Depp, exibido hors-concours, que valeu amargas resenhas à diretora Maïwenn. Na esquadra de cabeças pensantes guiadas por Östlund havia um time de juradas e jurados composto por duas estrelas hollywoodianas - Brie Larson, a Capitã Marvel, e Paul Dano, o Charada -; pelo astro da hora na França - Denis Ménochet, hoje em cartaz no Brasil em "Beau Tem Medo" -, pelo escritor franco-afegão Atiq Rahimi; e cineastas das mais variadas nacionalidades (Julia Ducournau, da França; Rungano Nyoni, da Zâmbia; Maryam Touzani, do Marrocos; e Damián Szifron, da Argentina). Esse povo escolheu "The Zone of Interest", de Jonathan Glazer, para receber o Grande Prêmio do Júri. Na decisão do Prêmio do Júri (o terceiro troféu mais relevante de todo o palmarês), Östlund & cia. foram de "Fallen Leaves", pérola de Aki Kaurismäki, doce como um sorvete finlandês (sua terra natal). Na sempre consagradora láurea de Melhor Direção, o nome anunciado para receber o troféu foi o vietnamita Tran Ahn Hùng, por "La Passion de Dodin Bouffant". Na decisão de quem levaria o prêmio de Melhor Roteiro, a vitória ficou com "Monster", o novo melodrama de Hirokazu Kore-eda, centrado na descoberta sexual de um menino, num ambiente de bullying, orfandade e acidentes climáticos. Na premiação de Melhor Atriz e Melhor Ator, elegeram respectivamente Merve Dizdar (por "Les Herbes Sèches") e Koji Yakusho (por "Perfect Days"). Na categoria de Curtas-Metragens, ganhou "27", da Hungria. Já a Caméra d'Or, que coroa estreantes, foi dada a "Inside The Yellow Cocoon Shell", egresso do Vietnã. Neste sábado, foi entregue ainda o troféu L'Oeil D'Or de Melhor Documentário, que foi para a Tunísia, via "Les Filles d'Olfa", de Kaouther Ben Hania, em empate com "La Mère De Tous Les Mensonges", da marroquina Asmae El Moudir. Ambos exploram a relação da maternidade em culturas de ascendência islâmica com crises políticas. Encerrada a competição de Cannes, finalizada pela projeção de "Elementos", da Pixar, as atenções do planisfério cinéfilo agora se voltam para o Festival de Locarno, na Suíça, agendado de 2 a 12 de agosto, com o ator Lambert Wilson em seu júri e homenagem ao conjunto da carreira do diretor californiano Harmony Korine (do cult "Spring Breakers").

PRÊMIOS DE CANNES 2023 PALMA DE OURO: "Anatomie d'Une Chute", de Justine Triet GRANDE PRÊMIO DO JÚRI: "The Zone of Interest", de Jonathan Glazer PRÊMIO DO JÚRI: "Fallen Leaves", de Aki Kaurismäki CURTA-METRAGEM: "27", de Flóra Ana Buda, com menção honrosa para "Intrusion" DIREÇÃO: Tran Ahn Hùng, por "La Passion de Dodin Bouffant" ATRIZ: Merve Dizdar, por "Les Herbes Sèches" ATOR: Koji Yakusho, por "Perfect Days" ROTEIRO: Sakamoto Yuji, por "Monster" CAMÉRA D'OR (MELHOR FILME DE ESTREIA): "Inside The Yellow Cocoon Shell", de Thien Na Pham PRÊMIO DA CRÍTICA FIPRESCI: "The Zone of Interest", de Jonathan Glazer; "Levante", de Lillah Halla; "Los Colonos", de Felipe Galvez PRÊMIO DO JÚRI ECUMÊNICO: "Perfect Days", de Wim Wenders, com menção honrosa para "The Old Oak", de Ken Loach TROFÉU L'OEIL D'OR DE MELHOR DOCUMENTÁRIO: "Les Filles d'Olfa", de Kaouther Ben Hania, em empate com "La Mère De Tous Les Mensonges", de Asmae El Moudir QUEER PALM: "Monster", de Hirokazu Koreeda.

"Anatomie d'Une Chute", de Justine TRiet - Crédito: @Le Films du Pierre  

RODRIGO FONSECA Depois de dez dias de disputa árdua, com sessões abarrotadas, algumas ensopadas de chuva, o 76. Festival de Cannes chega ao fim com a entrega da Palma de Ouro a "Anatomie d'Une Chuite", de Justine Triet. É uma brilhante análise sobre a atomização de um casamento a partir da reconstituição quase milimétrica de um crime: um escritor morre ao cair do sótão de sua casa e sua mulher, também escritora, vivida por Sandra Hüller, é acusada de tê-lo assassinado "Tento pensar em diálogos que traduzam verdades, angústias, e não pensamentos pré-determindados", disse Justine ao Estadão na França. A decisão foi tomada com plena consciência de risco, polêmica, mas de respeito ao cinema como espaço de invenção por um júri presidido por um ganhador de duas Palmas - a de 2017, dada a "The Square: A Arte da Discórdia" e a do ano passado, dada a "Triângulo da Tristeza" - o diretor sueco Ruben Östlund. "Não me interesso por consensos, e, sim, por discussões que nos enriqueçam", prometeu o cineasta escandinavo, ao falar sobre seu método de escolha de ganhadores, na cerimônia de abertura de Cannes, antes do filme "Jeanne Du Barry", com Johnny Depp, exibido hors-concours, que valeu amargas resenhas à diretora Maïwenn. Na esquadra de cabeças pensantes guiadas por Östlund havia um time de juradas e jurados composto por duas estrelas hollywoodianas - Brie Larson, a Capitã Marvel, e Paul Dano, o Charada -; pelo astro da hora na França - Denis Ménochet, hoje em cartaz no Brasil em "Beau Tem Medo" -, pelo escritor franco-afegão Atiq Rahimi; e cineastas das mais variadas nacionalidades (Julia Ducournau, da França; Rungano Nyoni, da Zâmbia; Maryam Touzani, do Marrocos; e Damián Szifron, da Argentina). Esse povo escolheu "The Zone of Interest", de Jonathan Glazer, para receber o Grande Prêmio do Júri. Na decisão do Prêmio do Júri (o terceiro troféu mais relevante de todo o palmarês), Östlund & cia. foram de "Fallen Leaves", pérola de Aki Kaurismäki, doce como um sorvete finlandês (sua terra natal). Na sempre consagradora láurea de Melhor Direção, o nome anunciado para receber o troféu foi o vietnamita Tran Ahn Hùng, por "La Passion de Dodin Bouffant". Na decisão de quem levaria o prêmio de Melhor Roteiro, a vitória ficou com "Monster", o novo melodrama de Hirokazu Kore-eda, centrado na descoberta sexual de um menino, num ambiente de bullying, orfandade e acidentes climáticos. Na premiação de Melhor Atriz e Melhor Ator, elegeram respectivamente Merve Dizdar (por "Les Herbes Sèches") e Koji Yakusho (por "Perfect Days"). Na categoria de Curtas-Metragens, ganhou "27", da Hungria. Já a Caméra d'Or, que coroa estreantes, foi dada a "Inside The Yellow Cocoon Shell", egresso do Vietnã. Neste sábado, foi entregue ainda o troféu L'Oeil D'Or de Melhor Documentário, que foi para a Tunísia, via "Les Filles d'Olfa", de Kaouther Ben Hania, em empate com "La Mère De Tous Les Mensonges", da marroquina Asmae El Moudir. Ambos exploram a relação da maternidade em culturas de ascendência islâmica com crises políticas. Encerrada a competição de Cannes, finalizada pela projeção de "Elementos", da Pixar, as atenções do planisfério cinéfilo agora se voltam para o Festival de Locarno, na Suíça, agendado de 2 a 12 de agosto, com o ator Lambert Wilson em seu júri e homenagem ao conjunto da carreira do diretor californiano Harmony Korine (do cult "Spring Breakers").

PRÊMIOS DE CANNES 2023 PALMA DE OURO: "Anatomie d'Une Chute", de Justine Triet GRANDE PRÊMIO DO JÚRI: "The Zone of Interest", de Jonathan Glazer PRÊMIO DO JÚRI: "Fallen Leaves", de Aki Kaurismäki CURTA-METRAGEM: "27", de Flóra Ana Buda, com menção honrosa para "Intrusion" DIREÇÃO: Tran Ahn Hùng, por "La Passion de Dodin Bouffant" ATRIZ: Merve Dizdar, por "Les Herbes Sèches" ATOR: Koji Yakusho, por "Perfect Days" ROTEIRO: Sakamoto Yuji, por "Monster" CAMÉRA D'OR (MELHOR FILME DE ESTREIA): "Inside The Yellow Cocoon Shell", de Thien Na Pham PRÊMIO DA CRÍTICA FIPRESCI: "The Zone of Interest", de Jonathan Glazer; "Levante", de Lillah Halla; "Los Colonos", de Felipe Galvez PRÊMIO DO JÚRI ECUMÊNICO: "Perfect Days", de Wim Wenders, com menção honrosa para "The Old Oak", de Ken Loach TROFÉU L'OEIL D'OR DE MELHOR DOCUMENTÁRIO: "Les Filles d'Olfa", de Kaouther Ben Hania, em empate com "La Mère De Tous Les Mensonges", de Asmae El Moudir QUEER PALM: "Monster", de Hirokazu Koreeda.

"Anatomie d'Une Chute", de Justine TRiet - Crédito: @Le Films du Pierre  

RODRIGO FONSECA Depois de dez dias de disputa árdua, com sessões abarrotadas, algumas ensopadas de chuva, o 76. Festival de Cannes chega ao fim com a entrega da Palma de Ouro a "Anatomie d'Une Chuite", de Justine Triet. É uma brilhante análise sobre a atomização de um casamento a partir da reconstituição quase milimétrica de um crime: um escritor morre ao cair do sótão de sua casa e sua mulher, também escritora, vivida por Sandra Hüller, é acusada de tê-lo assassinado "Tento pensar em diálogos que traduzam verdades, angústias, e não pensamentos pré-determindados", disse Justine ao Estadão na França. A decisão foi tomada com plena consciência de risco, polêmica, mas de respeito ao cinema como espaço de invenção por um júri presidido por um ganhador de duas Palmas - a de 2017, dada a "The Square: A Arte da Discórdia" e a do ano passado, dada a "Triângulo da Tristeza" - o diretor sueco Ruben Östlund. "Não me interesso por consensos, e, sim, por discussões que nos enriqueçam", prometeu o cineasta escandinavo, ao falar sobre seu método de escolha de ganhadores, na cerimônia de abertura de Cannes, antes do filme "Jeanne Du Barry", com Johnny Depp, exibido hors-concours, que valeu amargas resenhas à diretora Maïwenn. Na esquadra de cabeças pensantes guiadas por Östlund havia um time de juradas e jurados composto por duas estrelas hollywoodianas - Brie Larson, a Capitã Marvel, e Paul Dano, o Charada -; pelo astro da hora na França - Denis Ménochet, hoje em cartaz no Brasil em "Beau Tem Medo" -, pelo escritor franco-afegão Atiq Rahimi; e cineastas das mais variadas nacionalidades (Julia Ducournau, da França; Rungano Nyoni, da Zâmbia; Maryam Touzani, do Marrocos; e Damián Szifron, da Argentina). Esse povo escolheu "The Zone of Interest", de Jonathan Glazer, para receber o Grande Prêmio do Júri. Na decisão do Prêmio do Júri (o terceiro troféu mais relevante de todo o palmarês), Östlund & cia. foram de "Fallen Leaves", pérola de Aki Kaurismäki, doce como um sorvete finlandês (sua terra natal). Na sempre consagradora láurea de Melhor Direção, o nome anunciado para receber o troféu foi o vietnamita Tran Ahn Hùng, por "La Passion de Dodin Bouffant". Na decisão de quem levaria o prêmio de Melhor Roteiro, a vitória ficou com "Monster", o novo melodrama de Hirokazu Kore-eda, centrado na descoberta sexual de um menino, num ambiente de bullying, orfandade e acidentes climáticos. Na premiação de Melhor Atriz e Melhor Ator, elegeram respectivamente Merve Dizdar (por "Les Herbes Sèches") e Koji Yakusho (por "Perfect Days"). Na categoria de Curtas-Metragens, ganhou "27", da Hungria. Já a Caméra d'Or, que coroa estreantes, foi dada a "Inside The Yellow Cocoon Shell", egresso do Vietnã. Neste sábado, foi entregue ainda o troféu L'Oeil D'Or de Melhor Documentário, que foi para a Tunísia, via "Les Filles d'Olfa", de Kaouther Ben Hania, em empate com "La Mère De Tous Les Mensonges", da marroquina Asmae El Moudir. Ambos exploram a relação da maternidade em culturas de ascendência islâmica com crises políticas. Encerrada a competição de Cannes, finalizada pela projeção de "Elementos", da Pixar, as atenções do planisfério cinéfilo agora se voltam para o Festival de Locarno, na Suíça, agendado de 2 a 12 de agosto, com o ator Lambert Wilson em seu júri e homenagem ao conjunto da carreira do diretor californiano Harmony Korine (do cult "Spring Breakers").

PRÊMIOS DE CANNES 2023 PALMA DE OURO: "Anatomie d'Une Chute", de Justine Triet GRANDE PRÊMIO DO JÚRI: "The Zone of Interest", de Jonathan Glazer PRÊMIO DO JÚRI: "Fallen Leaves", de Aki Kaurismäki CURTA-METRAGEM: "27", de Flóra Ana Buda, com menção honrosa para "Intrusion" DIREÇÃO: Tran Ahn Hùng, por "La Passion de Dodin Bouffant" ATRIZ: Merve Dizdar, por "Les Herbes Sèches" ATOR: Koji Yakusho, por "Perfect Days" ROTEIRO: Sakamoto Yuji, por "Monster" CAMÉRA D'OR (MELHOR FILME DE ESTREIA): "Inside The Yellow Cocoon Shell", de Thien Na Pham PRÊMIO DA CRÍTICA FIPRESCI: "The Zone of Interest", de Jonathan Glazer; "Levante", de Lillah Halla; "Los Colonos", de Felipe Galvez PRÊMIO DO JÚRI ECUMÊNICO: "Perfect Days", de Wim Wenders, com menção honrosa para "The Old Oak", de Ken Loach TROFÉU L'OEIL D'OR DE MELHOR DOCUMENTÁRIO: "Les Filles d'Olfa", de Kaouther Ben Hania, em empate com "La Mère De Tous Les Mensonges", de Asmae El Moudir QUEER PALM: "Monster", de Hirokazu Koreeda.

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