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'A Excêntrica Família de Gaspard': Varilux x Moralismo


Por Rodrigo Fonseca
Christa Théret avalia a fragrância da pele de sua cunhada (ou quase) no filme sensualíssimo de Antony Cordier  Foto: Estadão

Rodrigo FonsecaDiante do medievalismo dos tempos atuais, responsável pela evaporação gradual do corpo (o nu, em especial) das telas, A Excêntrica Família Gaspard, joia garimpada neste fim de semana nas minas do Festival Varilux, chega aos cinemas na contracorrente da caretice disfarçada de correção política, fazendo do tesão uma ferramenta psicanalítica. Chega a ser uma bênção o modo lírico e lúdico como o filme põe a força da natureza Christa Théret em cena, a raspar as axilas diante de um irmão, também pelado, incestuosamente embatucado diante dos aromas daquela ninfa à sua frente. Dirigida por Antony Cordier (de Para Poucos) no arame farpado da dramédia, a produção, originalmente batizada de Gaspard Va Au Mariage, dá um recheio de complexidade a cada personagem em cena, assumindo um zoológico falido na região francesa de Limousin como seu cenário. Sua trama - estruturada em atos e um epílogo, todos titulados com uma tirada cômica - se situa nos dias que antecedem uma festa de casamento do dono da bicharada, o hipongo mulherengo Max (Johan Heldenbergh, de Alabama Monroe). Só o fato de aceitar um personagem louco por mulheres sem julgá-lo ou execrá-lo já torna do longa-metragem de Cordier uma experiência libertadora. Mas tem outras libertações morais no caminho de Gaspard (Félix Moati), um ex-chef, hoje devotado a trabalhos braçais, que leva consigo para o casório uma maluquete, Laura (Laetitia Dosch), a quem ajuda numa situação bem inusitada (nada de spoilers, galera). Cheia de esquisitices, sobretudo acerca de seu apetite sexual, a moça acaba desenhando pra si um espaço de expressão de sua singularidade naquelafauna de transgressores potenciais alocadas no zoo de Cordier. O animal mais selvagem ali se chama Coline (papel de Christa): a caçulinha do clã, que se veste de pele de urso e cultiva um futum de mamíferos peludos em sua epiderme aveludada. É um filme de mil afrodisíacos, a começar pela desmistificação de interditos moralistas. Ponto pro Varilux.

Christa Théret avalia a fragrância da pele de sua cunhada (ou quase) no filme sensualíssimo de Antony Cordier  Foto: Estadão

Rodrigo FonsecaDiante do medievalismo dos tempos atuais, responsável pela evaporação gradual do corpo (o nu, em especial) das telas, A Excêntrica Família Gaspard, joia garimpada neste fim de semana nas minas do Festival Varilux, chega aos cinemas na contracorrente da caretice disfarçada de correção política, fazendo do tesão uma ferramenta psicanalítica. Chega a ser uma bênção o modo lírico e lúdico como o filme põe a força da natureza Christa Théret em cena, a raspar as axilas diante de um irmão, também pelado, incestuosamente embatucado diante dos aromas daquela ninfa à sua frente. Dirigida por Antony Cordier (de Para Poucos) no arame farpado da dramédia, a produção, originalmente batizada de Gaspard Va Au Mariage, dá um recheio de complexidade a cada personagem em cena, assumindo um zoológico falido na região francesa de Limousin como seu cenário. Sua trama - estruturada em atos e um epílogo, todos titulados com uma tirada cômica - se situa nos dias que antecedem uma festa de casamento do dono da bicharada, o hipongo mulherengo Max (Johan Heldenbergh, de Alabama Monroe). Só o fato de aceitar um personagem louco por mulheres sem julgá-lo ou execrá-lo já torna do longa-metragem de Cordier uma experiência libertadora. Mas tem outras libertações morais no caminho de Gaspard (Félix Moati), um ex-chef, hoje devotado a trabalhos braçais, que leva consigo para o casório uma maluquete, Laura (Laetitia Dosch), a quem ajuda numa situação bem inusitada (nada de spoilers, galera). Cheia de esquisitices, sobretudo acerca de seu apetite sexual, a moça acaba desenhando pra si um espaço de expressão de sua singularidade naquelafauna de transgressores potenciais alocadas no zoo de Cordier. O animal mais selvagem ali se chama Coline (papel de Christa): a caçulinha do clã, que se veste de pele de urso e cultiva um futum de mamíferos peludos em sua epiderme aveludada. É um filme de mil afrodisíacos, a começar pela desmistificação de interditos moralistas. Ponto pro Varilux.

Christa Théret avalia a fragrância da pele de sua cunhada (ou quase) no filme sensualíssimo de Antony Cordier  Foto: Estadão

Rodrigo FonsecaDiante do medievalismo dos tempos atuais, responsável pela evaporação gradual do corpo (o nu, em especial) das telas, A Excêntrica Família Gaspard, joia garimpada neste fim de semana nas minas do Festival Varilux, chega aos cinemas na contracorrente da caretice disfarçada de correção política, fazendo do tesão uma ferramenta psicanalítica. Chega a ser uma bênção o modo lírico e lúdico como o filme põe a força da natureza Christa Théret em cena, a raspar as axilas diante de um irmão, também pelado, incestuosamente embatucado diante dos aromas daquela ninfa à sua frente. Dirigida por Antony Cordier (de Para Poucos) no arame farpado da dramédia, a produção, originalmente batizada de Gaspard Va Au Mariage, dá um recheio de complexidade a cada personagem em cena, assumindo um zoológico falido na região francesa de Limousin como seu cenário. Sua trama - estruturada em atos e um epílogo, todos titulados com uma tirada cômica - se situa nos dias que antecedem uma festa de casamento do dono da bicharada, o hipongo mulherengo Max (Johan Heldenbergh, de Alabama Monroe). Só o fato de aceitar um personagem louco por mulheres sem julgá-lo ou execrá-lo já torna do longa-metragem de Cordier uma experiência libertadora. Mas tem outras libertações morais no caminho de Gaspard (Félix Moati), um ex-chef, hoje devotado a trabalhos braçais, que leva consigo para o casório uma maluquete, Laura (Laetitia Dosch), a quem ajuda numa situação bem inusitada (nada de spoilers, galera). Cheia de esquisitices, sobretudo acerca de seu apetite sexual, a moça acaba desenhando pra si um espaço de expressão de sua singularidade naquelafauna de transgressores potenciais alocadas no zoo de Cordier. O animal mais selvagem ali se chama Coline (papel de Christa): a caçulinha do clã, que se veste de pele de urso e cultiva um futum de mamíferos peludos em sua epiderme aveludada. É um filme de mil afrodisíacos, a começar pela desmistificação de interditos moralistas. Ponto pro Varilux.

Christa Théret avalia a fragrância da pele de sua cunhada (ou quase) no filme sensualíssimo de Antony Cordier  Foto: Estadão

Rodrigo FonsecaDiante do medievalismo dos tempos atuais, responsável pela evaporação gradual do corpo (o nu, em especial) das telas, A Excêntrica Família Gaspard, joia garimpada neste fim de semana nas minas do Festival Varilux, chega aos cinemas na contracorrente da caretice disfarçada de correção política, fazendo do tesão uma ferramenta psicanalítica. Chega a ser uma bênção o modo lírico e lúdico como o filme põe a força da natureza Christa Théret em cena, a raspar as axilas diante de um irmão, também pelado, incestuosamente embatucado diante dos aromas daquela ninfa à sua frente. Dirigida por Antony Cordier (de Para Poucos) no arame farpado da dramédia, a produção, originalmente batizada de Gaspard Va Au Mariage, dá um recheio de complexidade a cada personagem em cena, assumindo um zoológico falido na região francesa de Limousin como seu cenário. Sua trama - estruturada em atos e um epílogo, todos titulados com uma tirada cômica - se situa nos dias que antecedem uma festa de casamento do dono da bicharada, o hipongo mulherengo Max (Johan Heldenbergh, de Alabama Monroe). Só o fato de aceitar um personagem louco por mulheres sem julgá-lo ou execrá-lo já torna do longa-metragem de Cordier uma experiência libertadora. Mas tem outras libertações morais no caminho de Gaspard (Félix Moati), um ex-chef, hoje devotado a trabalhos braçais, que leva consigo para o casório uma maluquete, Laura (Laetitia Dosch), a quem ajuda numa situação bem inusitada (nada de spoilers, galera). Cheia de esquisitices, sobretudo acerca de seu apetite sexual, a moça acaba desenhando pra si um espaço de expressão de sua singularidade naquelafauna de transgressores potenciais alocadas no zoo de Cordier. O animal mais selvagem ali se chama Coline (papel de Christa): a caçulinha do clã, que se veste de pele de urso e cultiva um futum de mamíferos peludos em sua epiderme aveludada. É um filme de mil afrodisíacos, a começar pela desmistificação de interditos moralistas. Ponto pro Varilux.

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