De antena ligada nas HQs, cinema-pipoca, RPG e afins

Aleluia, Gianfranco Rosi!


Por Rodrigo Fonseca
Prestes a completar 60 anos, o premiado documentarista Gianfranco Rosi vai exibir "A Viagem de Papa Francisco" na 8½ Festa do Cinema Italiano 2023 - Foto: Berlinale - @Jens Koch

RODRIGO FONSECA Imerso nos conflitos do real e do imaginário da pátria de Fellini desde quinta-feira, a 8½ Festa do Cinema Italiano 2023 chega ao fim nesta quarta-feira convidando os espectadores de três unidades do Espaço Itaú - o Augusta, em SP; o Botafogo, no RJ; e o Casa Park, em Brasília, no DF - a embarcarem com na mala de Gianfranco Rosi em "A VIAGEM DE PAPA FRANCISCO". "In Viaggio" (no original) dá uma guinada existencialista na obra do documentarista ganhador do Leão de Ouro de Veneza de 2013 (com "Sacro GRA") e do Urso de Ouro da Berlinale de 2016 (com "Fogo no Mar"), confirmando sua habilidade (singular) de perfilar pessoas em meio a painéis políticos. Seu roteiro se debruça sobre o sentido simbólico das jornadas do Sumo Pontífice, que viajou por 37 países - entre o Oriente Médio, as Américas, a África e o Sudeste Asiático - discutindo temas centrais da atualidade. Suas pregações debatem pobreza, natureza, migração, guerra e intolerância em suas homilias. Rosi parte desses sermões para analisar como suas palavras refletem a realidade, sem aliviar a discussão dos crimes sexuais imputados a padres em todo o planeta. "Não gosto desse termo 'observação' aplicado ao documentário, porque eu acredito no engajamento, no contato com o que filme", disse o cineasta ao Estadão quando iniciava o projeto de "In Viaggio", então engajado com o lançamento de seu longa anterior, "Notturno", na MUBI. "Gasto meses a fio num ambiente que desejo retratar, convivendo com as situações ou com as pessoas aproveitando cada momento, porque, a cada instante, pode aparecer algo importante. Momentos são metonímias de uma vida. Filmar é estar atento às ausências, é antecipar o que está por vir. Na montagem, não há expectativa, Ali, eu opero a partir do que o som me trouxe, numa costura de momentos, tendo o Tempo como uma baliza. O tempo da narrativa e o tempo das minhas descobertas ao longo do processo".

Longa sobre o Sumo Pontífice pode ser visto nesta quarta no Espaço Itaú, no Rio, em Sampa e em Brasília - Foto: Magnolia Pictures
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Filmado ao longo de três anos no Oriente Médio, nas fronteiras entre Iraque, Curdistão, Síria e Líbano, buscando a rotina daquele canteiro do mundo por trás de suas contínuas guerras civis e suas ditaduras ferozes, "Notturno" ainda pode ser visto no www.mubi.com, pois causou uma forte repercussão na plataforma de curadoria humanizada. O longa saiu ovacionado do Festival de Veneza, levando o prêmio da Unicef pelo humanismo em sua colagem de diferentes formas de se lidar com a violência, a fé e os desígnios do Estado Islâmico. Seu sucesso só fez ampliar de Rosi, um ítalo-americano nascido na Eritreia há 59 anos. São de autoria dele pérolas audiovisuais como "Boatman" - aclamado em Sundance, em 1994, por seu retrato de uma viagem pelo rio Ganges - e "Below Sea Level" (2008), ganhador do Prêmio Horizontes de Veneza, na terra das gôndolas, ao registrar a realidade de pessoas que viraram as costas para o sonho americano, vivendo um deserto. "Sou eu mesmo que opero a câmera e capto o som dos meus filmes. Ao concentrar tudo, eu posso depurar uma narrativa que é guiada pela minha vivência dos temas", disse Rosi ao P de Pop, em 2021. "Deixar um personagem em seu silêncio é entender o tempo dele. É saber construir um ponto de vista que respeite a liberdade de seus personagens é o gesto mais ético que um documentarista pode ter. Ainda nessa questão do silêncio, há o fato de que meus filmes não operam na lógica da explicação nem da reclamação. Não trabalho com perguntas e respostas. Todo cinema é político quando olha para uma realidade que não lhe pertence, tendo ou não uma ideologia".

Prestes a completar 60 anos, o premiado documentarista Gianfranco Rosi vai exibir "A Viagem de Papa Francisco" na 8½ Festa do Cinema Italiano 2023 - Foto: Berlinale - @Jens Koch

RODRIGO FONSECA Imerso nos conflitos do real e do imaginário da pátria de Fellini desde quinta-feira, a 8½ Festa do Cinema Italiano 2023 chega ao fim nesta quarta-feira convidando os espectadores de três unidades do Espaço Itaú - o Augusta, em SP; o Botafogo, no RJ; e o Casa Park, em Brasília, no DF - a embarcarem com na mala de Gianfranco Rosi em "A VIAGEM DE PAPA FRANCISCO". "In Viaggio" (no original) dá uma guinada existencialista na obra do documentarista ganhador do Leão de Ouro de Veneza de 2013 (com "Sacro GRA") e do Urso de Ouro da Berlinale de 2016 (com "Fogo no Mar"), confirmando sua habilidade (singular) de perfilar pessoas em meio a painéis políticos. Seu roteiro se debruça sobre o sentido simbólico das jornadas do Sumo Pontífice, que viajou por 37 países - entre o Oriente Médio, as Américas, a África e o Sudeste Asiático - discutindo temas centrais da atualidade. Suas pregações debatem pobreza, natureza, migração, guerra e intolerância em suas homilias. Rosi parte desses sermões para analisar como suas palavras refletem a realidade, sem aliviar a discussão dos crimes sexuais imputados a padres em todo o planeta. "Não gosto desse termo 'observação' aplicado ao documentário, porque eu acredito no engajamento, no contato com o que filme", disse o cineasta ao Estadão quando iniciava o projeto de "In Viaggio", então engajado com o lançamento de seu longa anterior, "Notturno", na MUBI. "Gasto meses a fio num ambiente que desejo retratar, convivendo com as situações ou com as pessoas aproveitando cada momento, porque, a cada instante, pode aparecer algo importante. Momentos são metonímias de uma vida. Filmar é estar atento às ausências, é antecipar o que está por vir. Na montagem, não há expectativa, Ali, eu opero a partir do que o som me trouxe, numa costura de momentos, tendo o Tempo como uma baliza. O tempo da narrativa e o tempo das minhas descobertas ao longo do processo".

Longa sobre o Sumo Pontífice pode ser visto nesta quarta no Espaço Itaú, no Rio, em Sampa e em Brasília - Foto: Magnolia Pictures

Filmado ao longo de três anos no Oriente Médio, nas fronteiras entre Iraque, Curdistão, Síria e Líbano, buscando a rotina daquele canteiro do mundo por trás de suas contínuas guerras civis e suas ditaduras ferozes, "Notturno" ainda pode ser visto no www.mubi.com, pois causou uma forte repercussão na plataforma de curadoria humanizada. O longa saiu ovacionado do Festival de Veneza, levando o prêmio da Unicef pelo humanismo em sua colagem de diferentes formas de se lidar com a violência, a fé e os desígnios do Estado Islâmico. Seu sucesso só fez ampliar de Rosi, um ítalo-americano nascido na Eritreia há 59 anos. São de autoria dele pérolas audiovisuais como "Boatman" - aclamado em Sundance, em 1994, por seu retrato de uma viagem pelo rio Ganges - e "Below Sea Level" (2008), ganhador do Prêmio Horizontes de Veneza, na terra das gôndolas, ao registrar a realidade de pessoas que viraram as costas para o sonho americano, vivendo um deserto. "Sou eu mesmo que opero a câmera e capto o som dos meus filmes. Ao concentrar tudo, eu posso depurar uma narrativa que é guiada pela minha vivência dos temas", disse Rosi ao P de Pop, em 2021. "Deixar um personagem em seu silêncio é entender o tempo dele. É saber construir um ponto de vista que respeite a liberdade de seus personagens é o gesto mais ético que um documentarista pode ter. Ainda nessa questão do silêncio, há o fato de que meus filmes não operam na lógica da explicação nem da reclamação. Não trabalho com perguntas e respostas. Todo cinema é político quando olha para uma realidade que não lhe pertence, tendo ou não uma ideologia".

Prestes a completar 60 anos, o premiado documentarista Gianfranco Rosi vai exibir "A Viagem de Papa Francisco" na 8½ Festa do Cinema Italiano 2023 - Foto: Berlinale - @Jens Koch

RODRIGO FONSECA Imerso nos conflitos do real e do imaginário da pátria de Fellini desde quinta-feira, a 8½ Festa do Cinema Italiano 2023 chega ao fim nesta quarta-feira convidando os espectadores de três unidades do Espaço Itaú - o Augusta, em SP; o Botafogo, no RJ; e o Casa Park, em Brasília, no DF - a embarcarem com na mala de Gianfranco Rosi em "A VIAGEM DE PAPA FRANCISCO". "In Viaggio" (no original) dá uma guinada existencialista na obra do documentarista ganhador do Leão de Ouro de Veneza de 2013 (com "Sacro GRA") e do Urso de Ouro da Berlinale de 2016 (com "Fogo no Mar"), confirmando sua habilidade (singular) de perfilar pessoas em meio a painéis políticos. Seu roteiro se debruça sobre o sentido simbólico das jornadas do Sumo Pontífice, que viajou por 37 países - entre o Oriente Médio, as Américas, a África e o Sudeste Asiático - discutindo temas centrais da atualidade. Suas pregações debatem pobreza, natureza, migração, guerra e intolerância em suas homilias. Rosi parte desses sermões para analisar como suas palavras refletem a realidade, sem aliviar a discussão dos crimes sexuais imputados a padres em todo o planeta. "Não gosto desse termo 'observação' aplicado ao documentário, porque eu acredito no engajamento, no contato com o que filme", disse o cineasta ao Estadão quando iniciava o projeto de "In Viaggio", então engajado com o lançamento de seu longa anterior, "Notturno", na MUBI. "Gasto meses a fio num ambiente que desejo retratar, convivendo com as situações ou com as pessoas aproveitando cada momento, porque, a cada instante, pode aparecer algo importante. Momentos são metonímias de uma vida. Filmar é estar atento às ausências, é antecipar o que está por vir. Na montagem, não há expectativa, Ali, eu opero a partir do que o som me trouxe, numa costura de momentos, tendo o Tempo como uma baliza. O tempo da narrativa e o tempo das minhas descobertas ao longo do processo".

Longa sobre o Sumo Pontífice pode ser visto nesta quarta no Espaço Itaú, no Rio, em Sampa e em Brasília - Foto: Magnolia Pictures

Filmado ao longo de três anos no Oriente Médio, nas fronteiras entre Iraque, Curdistão, Síria e Líbano, buscando a rotina daquele canteiro do mundo por trás de suas contínuas guerras civis e suas ditaduras ferozes, "Notturno" ainda pode ser visto no www.mubi.com, pois causou uma forte repercussão na plataforma de curadoria humanizada. O longa saiu ovacionado do Festival de Veneza, levando o prêmio da Unicef pelo humanismo em sua colagem de diferentes formas de se lidar com a violência, a fé e os desígnios do Estado Islâmico. Seu sucesso só fez ampliar de Rosi, um ítalo-americano nascido na Eritreia há 59 anos. São de autoria dele pérolas audiovisuais como "Boatman" - aclamado em Sundance, em 1994, por seu retrato de uma viagem pelo rio Ganges - e "Below Sea Level" (2008), ganhador do Prêmio Horizontes de Veneza, na terra das gôndolas, ao registrar a realidade de pessoas que viraram as costas para o sonho americano, vivendo um deserto. "Sou eu mesmo que opero a câmera e capto o som dos meus filmes. Ao concentrar tudo, eu posso depurar uma narrativa que é guiada pela minha vivência dos temas", disse Rosi ao P de Pop, em 2021. "Deixar um personagem em seu silêncio é entender o tempo dele. É saber construir um ponto de vista que respeite a liberdade de seus personagens é o gesto mais ético que um documentarista pode ter. Ainda nessa questão do silêncio, há o fato de que meus filmes não operam na lógica da explicação nem da reclamação. Não trabalho com perguntas e respostas. Todo cinema é político quando olha para uma realidade que não lhe pertence, tendo ou não uma ideologia".

Prestes a completar 60 anos, o premiado documentarista Gianfranco Rosi vai exibir "A Viagem de Papa Francisco" na 8½ Festa do Cinema Italiano 2023 - Foto: Berlinale - @Jens Koch

RODRIGO FONSECA Imerso nos conflitos do real e do imaginário da pátria de Fellini desde quinta-feira, a 8½ Festa do Cinema Italiano 2023 chega ao fim nesta quarta-feira convidando os espectadores de três unidades do Espaço Itaú - o Augusta, em SP; o Botafogo, no RJ; e o Casa Park, em Brasília, no DF - a embarcarem com na mala de Gianfranco Rosi em "A VIAGEM DE PAPA FRANCISCO". "In Viaggio" (no original) dá uma guinada existencialista na obra do documentarista ganhador do Leão de Ouro de Veneza de 2013 (com "Sacro GRA") e do Urso de Ouro da Berlinale de 2016 (com "Fogo no Mar"), confirmando sua habilidade (singular) de perfilar pessoas em meio a painéis políticos. Seu roteiro se debruça sobre o sentido simbólico das jornadas do Sumo Pontífice, que viajou por 37 países - entre o Oriente Médio, as Américas, a África e o Sudeste Asiático - discutindo temas centrais da atualidade. Suas pregações debatem pobreza, natureza, migração, guerra e intolerância em suas homilias. Rosi parte desses sermões para analisar como suas palavras refletem a realidade, sem aliviar a discussão dos crimes sexuais imputados a padres em todo o planeta. "Não gosto desse termo 'observação' aplicado ao documentário, porque eu acredito no engajamento, no contato com o que filme", disse o cineasta ao Estadão quando iniciava o projeto de "In Viaggio", então engajado com o lançamento de seu longa anterior, "Notturno", na MUBI. "Gasto meses a fio num ambiente que desejo retratar, convivendo com as situações ou com as pessoas aproveitando cada momento, porque, a cada instante, pode aparecer algo importante. Momentos são metonímias de uma vida. Filmar é estar atento às ausências, é antecipar o que está por vir. Na montagem, não há expectativa, Ali, eu opero a partir do que o som me trouxe, numa costura de momentos, tendo o Tempo como uma baliza. O tempo da narrativa e o tempo das minhas descobertas ao longo do processo".

Longa sobre o Sumo Pontífice pode ser visto nesta quarta no Espaço Itaú, no Rio, em Sampa e em Brasília - Foto: Magnolia Pictures

Filmado ao longo de três anos no Oriente Médio, nas fronteiras entre Iraque, Curdistão, Síria e Líbano, buscando a rotina daquele canteiro do mundo por trás de suas contínuas guerras civis e suas ditaduras ferozes, "Notturno" ainda pode ser visto no www.mubi.com, pois causou uma forte repercussão na plataforma de curadoria humanizada. O longa saiu ovacionado do Festival de Veneza, levando o prêmio da Unicef pelo humanismo em sua colagem de diferentes formas de se lidar com a violência, a fé e os desígnios do Estado Islâmico. Seu sucesso só fez ampliar de Rosi, um ítalo-americano nascido na Eritreia há 59 anos. São de autoria dele pérolas audiovisuais como "Boatman" - aclamado em Sundance, em 1994, por seu retrato de uma viagem pelo rio Ganges - e "Below Sea Level" (2008), ganhador do Prêmio Horizontes de Veneza, na terra das gôndolas, ao registrar a realidade de pessoas que viraram as costas para o sonho americano, vivendo um deserto. "Sou eu mesmo que opero a câmera e capto o som dos meus filmes. Ao concentrar tudo, eu posso depurar uma narrativa que é guiada pela minha vivência dos temas", disse Rosi ao P de Pop, em 2021. "Deixar um personagem em seu silêncio é entender o tempo dele. É saber construir um ponto de vista que respeite a liberdade de seus personagens é o gesto mais ético que um documentarista pode ter. Ainda nessa questão do silêncio, há o fato de que meus filmes não operam na lógica da explicação nem da reclamação. Não trabalho com perguntas e respostas. Todo cinema é político quando olha para uma realidade que não lhe pertence, tendo ou não uma ideologia".

Prestes a completar 60 anos, o premiado documentarista Gianfranco Rosi vai exibir "A Viagem de Papa Francisco" na 8½ Festa do Cinema Italiano 2023 - Foto: Berlinale - @Jens Koch

RODRIGO FONSECA Imerso nos conflitos do real e do imaginário da pátria de Fellini desde quinta-feira, a 8½ Festa do Cinema Italiano 2023 chega ao fim nesta quarta-feira convidando os espectadores de três unidades do Espaço Itaú - o Augusta, em SP; o Botafogo, no RJ; e o Casa Park, em Brasília, no DF - a embarcarem com na mala de Gianfranco Rosi em "A VIAGEM DE PAPA FRANCISCO". "In Viaggio" (no original) dá uma guinada existencialista na obra do documentarista ganhador do Leão de Ouro de Veneza de 2013 (com "Sacro GRA") e do Urso de Ouro da Berlinale de 2016 (com "Fogo no Mar"), confirmando sua habilidade (singular) de perfilar pessoas em meio a painéis políticos. Seu roteiro se debruça sobre o sentido simbólico das jornadas do Sumo Pontífice, que viajou por 37 países - entre o Oriente Médio, as Américas, a África e o Sudeste Asiático - discutindo temas centrais da atualidade. Suas pregações debatem pobreza, natureza, migração, guerra e intolerância em suas homilias. Rosi parte desses sermões para analisar como suas palavras refletem a realidade, sem aliviar a discussão dos crimes sexuais imputados a padres em todo o planeta. "Não gosto desse termo 'observação' aplicado ao documentário, porque eu acredito no engajamento, no contato com o que filme", disse o cineasta ao Estadão quando iniciava o projeto de "In Viaggio", então engajado com o lançamento de seu longa anterior, "Notturno", na MUBI. "Gasto meses a fio num ambiente que desejo retratar, convivendo com as situações ou com as pessoas aproveitando cada momento, porque, a cada instante, pode aparecer algo importante. Momentos são metonímias de uma vida. Filmar é estar atento às ausências, é antecipar o que está por vir. Na montagem, não há expectativa, Ali, eu opero a partir do que o som me trouxe, numa costura de momentos, tendo o Tempo como uma baliza. O tempo da narrativa e o tempo das minhas descobertas ao longo do processo".

Longa sobre o Sumo Pontífice pode ser visto nesta quarta no Espaço Itaú, no Rio, em Sampa e em Brasília - Foto: Magnolia Pictures

Filmado ao longo de três anos no Oriente Médio, nas fronteiras entre Iraque, Curdistão, Síria e Líbano, buscando a rotina daquele canteiro do mundo por trás de suas contínuas guerras civis e suas ditaduras ferozes, "Notturno" ainda pode ser visto no www.mubi.com, pois causou uma forte repercussão na plataforma de curadoria humanizada. O longa saiu ovacionado do Festival de Veneza, levando o prêmio da Unicef pelo humanismo em sua colagem de diferentes formas de se lidar com a violência, a fé e os desígnios do Estado Islâmico. Seu sucesso só fez ampliar de Rosi, um ítalo-americano nascido na Eritreia há 59 anos. São de autoria dele pérolas audiovisuais como "Boatman" - aclamado em Sundance, em 1994, por seu retrato de uma viagem pelo rio Ganges - e "Below Sea Level" (2008), ganhador do Prêmio Horizontes de Veneza, na terra das gôndolas, ao registrar a realidade de pessoas que viraram as costas para o sonho americano, vivendo um deserto. "Sou eu mesmo que opero a câmera e capto o som dos meus filmes. Ao concentrar tudo, eu posso depurar uma narrativa que é guiada pela minha vivência dos temas", disse Rosi ao P de Pop, em 2021. "Deixar um personagem em seu silêncio é entender o tempo dele. É saber construir um ponto de vista que respeite a liberdade de seus personagens é o gesto mais ético que um documentarista pode ter. Ainda nessa questão do silêncio, há o fato de que meus filmes não operam na lógica da explicação nem da reclamação. Não trabalho com perguntas e respostas. Todo cinema é político quando olha para uma realidade que não lhe pertence, tendo ou não uma ideologia".

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