De antena ligada nas HQs, cinema-pipoca, RPG e afins

Batman terá um 2023 animado, nas bancas, no CCBB, na HBO Max


Por Rodrigo Fonseca
 Foto: Estadão

Rodrigo Fonseca Vai ter filme novo do Batman este ano, sim, só que em animação. "The Doom That Came to Gotham" é baseado em quadrinhos de Mike Mignola ("Hellboy") sobre uma Gotham cheia de assombrações e faz sua estreia em maio, possivelmente na HBO Max. É a prova de que o ano vai seguir, daqui até dezembro, com o bat-sinal nos céus. Basta olhar nas bancas. Pra quem curte as HQs do personagem, a boa é ler "Além do Ponto de Ignição", de Geoff Johns (roteiro) e Eduardo Risso (desenhos, sempre geniais). Trata-se de uma leitura memorável, ambientada num multiverso no qual o pai do Batman, Thomas Wayne, assume a máscara do herói e conta com a ajuda de um reticente Flash paralelo para ajeitar as contas com uma hecatombe cósmica e temporal. Até o CCBB vai dar cartaz ao lendário combatente do crime: no dia 21 de janeiro, o Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro vai receber o crítico Mario Abbade (diretor do premiado .doc "Ivan, o TerrirVel") para falar sobre "Batman" (1989) e "Batman, o Retorno" (1992), ambos feitos por Tim Burton, que tem sua obra em retrospectiva no local.

 
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Falando das HQs sobre o herói filmado por Burton, também já está à venda "Batman: Contos Por Tim Sale", com direito a uma trama em P&B com Martha Wayne, a mãe do vigilante, em destaque. São títulos da Panini Comics, que fechou 2022 badalando o Morcegão com mimos e abre o ano cheia de promessas de bons augúrios e caminhos abertos para o Senhor de Gotham. Tanto é que já está em pré-venda em seu site o esperado "Batman: A Hora Da Morte". Tá todo mundo afoito para ler coisa nova (e boa) do personagem criado em 1939 por Bob Kane e Bill Finger, que anda mobilizando bancas e gibiterias nacionais à força do fenômeno comercial em que se converteu o mais recente longa-metragem do super-herói, já disponível na grade da HBO Max. Aliás, de carona na trama do filme dirigido por Matt Reeves - no qual Robert Pattinson encarna o jovem Bruce Wayne -, tem muita releitura dos anos de juventude do Cruzado Encapuzado a chegar às vendas. É o caso do encadernado "Batman: The Imposter" ("O Impostor"), minissérie vitaminada pela arte sombria de Andrea Sorrentino. O roteiro de Mattson Tomlin mostra o jovem Bruce Wayne à caça um assassino que finge ser um vigilante. Ele se relaciona com uma jovem tira que se empenha para fazer justiça, embora a moça desconfie do Morcego. Vale muito conferir o que Panini anda fazendo com a saga "Guerra das Sombras", hoje nas bancas. O Exterminador (Slade Wilson) é a pedra na bota de Bruce Wayne e de seu filho cheio de ira, Damien. Ainda em janeiro, sai "Batman: O Cavaleiro", um especial também centrado na gênese do guardião de Gotham, com roteiro de Chip Zdarsky e desenho do ilustrador Carmine Di Giandomenico. Essa leva demonstra uma sintonia com uma corrida da indústria do cinema para saber quem vai enfrentar Pattinson em "The Batman", já agendado para 2025.

Quase "Se7evn": Batman (Robert Pattinson) e o comissário Gordon (Jeffrey Wright) unem forças no longa de Matt Reeves  

Especula-se que o Sr. Frio seja o vilão. O papel pode ser confiado a Michael Stuhlbarg. Nos anos 1990, o cientista que usa armas congelantes foi vivido por Arnold Schwarzenegger, num dos filmes mais ridicularizados da História: "Batman & Robin" (1997). Outras opções para combater o Batman na telona: Bane, a Corte das Corujas, o Crocodilo (já visto em "Esquadrão Suicida") e Silêncio, um antigo amigo de infância de Wayne, de rosto enfaixado e pistolas na cintura, que vem sendo associado ao ator Nicolas Hoult (de "Tolkien"). O Espantalho deve dar o ar de sua graça também. Paralelamente, a DC +Warner Bros. + HBO segue confeccionando "Joker: Folie à Deux" para 2024. É esse o título da sequência de "Coringa" (Leão de Ouro de 2019), com direção de Todd Philipps, mantendo Joaquin Phoenix no papel título, sendo acompanhado por Lady Gaga, nas vestes de Arlequina. Fora isso, Ben Affleck vai ser visto novamente como Batman na sequência de "Aquaman" (2018), esperada para o Natal, e Michael Keaton será o Cruzado de Gotham em "Flashpoint". Affleck estará ao lado dele. Aliás, Keaton aparecerá ainda no engavetado thriller "Batgirl", que pode (e deve) ser lançado a qualquer momento, assim que Warner escutar o clamor dos fãs. Todos esses novos longas e qualquer leitura desse material da Panini aqui antecipado deve ser antecedida por um mergulho em "The Batman". O filmaço de Reeves ganhou até a capa da prestigiada revista francesa "Cahiers du Cinéma". O dublador Wendel Bezerra, a habitual voz em português de Robert Pattinson, dá um show na versão brasileira da áspera (porém vívida) imersão nos anos de formação do herói. Temos, sim, um super-herói em cena, mas não em um contexto de aventura, e, sim, numa atmosfera soturna de thriller policial, qual seu realizador prometeu no fórum DC Fandome, em 2020, reiterando a promessa na edição de 2021 dessa feira virtual da Warner, HBO Max e DC Comics. Jogue fora qualquer recordação do clima camp da série de TV do Morcegão, dos anos 1960, com Adam West e Burt Ward, e se aproxime do "Se7en" (1995), de David Fincher.

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Os heróis de Gotham encaram o Exterminador nos gibis da Panini  Foto: Estadão

Não há como não pensar em Brad Pitt e Morgan Freeman caçando o serial killer dos Sete Pecados Capitais quando Batman faz duo com o diligente e amargo Jim Gordon (ainda tenente, futuro comissário) encarnado por um Jeffrey Wright no apogeu de seu vigor cênico. A recordação é ainda mais vívida quando se pensa que Pitt interpretava um detetive com uma fera a ser domada no interior de sua alma. É o mesmo que se passa com o Homem-Morcego juvenil de Pattinson, conhecido e temido em Gotham sob o epíteto de Vingança. É assim - "Eu sou a Vingança!" - que ele se introduz a um grupo de racistas nas cenas iniciais, na "fábula de apresentação" (termo técnico usado para caracterizar as cenas em que o protagonista se faz conhecer pela plateia, em suas virtudes e falhas trágicas) do longa. No decorrer de 2h55 caracterizadas com visual de cinema de terror inglês da produtora Hammer dos anos 1950, na direção de arte de James Chinlund, a oprimida figura de Wayne vai lutar contra a sanha do revanchismo, travando uma guerra com o lado mais pantanoso de sua cruzada contra o Mal, distinguindo os limites entre o que é "dar o troco" e o que é "fazer justiça". Ou seja, é uma narrativa sobre a distância entre satisfações pessoais e o bem coletivo, na ótica do justiçamento, do vigilantismo. Essa abordagem dá a "The Batman" uma carga política com o tônus autoral que Reeves traz dos belos tomos da saga "Planeta dos Macacos" que dirigiu, em 2014 e 2017. O clima, como em "S7even" é de investigação, de suspense e de visceralidade nas descobertas e na representação dos crimes centrais, promovidos pela assustadora composição que Paul Dano dá ao Charada.

 Foto: Estadão

Rodrigo Fonseca Vai ter filme novo do Batman este ano, sim, só que em animação. "The Doom That Came to Gotham" é baseado em quadrinhos de Mike Mignola ("Hellboy") sobre uma Gotham cheia de assombrações e faz sua estreia em maio, possivelmente na HBO Max. É a prova de que o ano vai seguir, daqui até dezembro, com o bat-sinal nos céus. Basta olhar nas bancas. Pra quem curte as HQs do personagem, a boa é ler "Além do Ponto de Ignição", de Geoff Johns (roteiro) e Eduardo Risso (desenhos, sempre geniais). Trata-se de uma leitura memorável, ambientada num multiverso no qual o pai do Batman, Thomas Wayne, assume a máscara do herói e conta com a ajuda de um reticente Flash paralelo para ajeitar as contas com uma hecatombe cósmica e temporal. Até o CCBB vai dar cartaz ao lendário combatente do crime: no dia 21 de janeiro, o Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro vai receber o crítico Mario Abbade (diretor do premiado .doc "Ivan, o TerrirVel") para falar sobre "Batman" (1989) e "Batman, o Retorno" (1992), ambos feitos por Tim Burton, que tem sua obra em retrospectiva no local.

 

Falando das HQs sobre o herói filmado por Burton, também já está à venda "Batman: Contos Por Tim Sale", com direito a uma trama em P&B com Martha Wayne, a mãe do vigilante, em destaque. São títulos da Panini Comics, que fechou 2022 badalando o Morcegão com mimos e abre o ano cheia de promessas de bons augúrios e caminhos abertos para o Senhor de Gotham. Tanto é que já está em pré-venda em seu site o esperado "Batman: A Hora Da Morte". Tá todo mundo afoito para ler coisa nova (e boa) do personagem criado em 1939 por Bob Kane e Bill Finger, que anda mobilizando bancas e gibiterias nacionais à força do fenômeno comercial em que se converteu o mais recente longa-metragem do super-herói, já disponível na grade da HBO Max. Aliás, de carona na trama do filme dirigido por Matt Reeves - no qual Robert Pattinson encarna o jovem Bruce Wayne -, tem muita releitura dos anos de juventude do Cruzado Encapuzado a chegar às vendas. É o caso do encadernado "Batman: The Imposter" ("O Impostor"), minissérie vitaminada pela arte sombria de Andrea Sorrentino. O roteiro de Mattson Tomlin mostra o jovem Bruce Wayne à caça um assassino que finge ser um vigilante. Ele se relaciona com uma jovem tira que se empenha para fazer justiça, embora a moça desconfie do Morcego. Vale muito conferir o que Panini anda fazendo com a saga "Guerra das Sombras", hoje nas bancas. O Exterminador (Slade Wilson) é a pedra na bota de Bruce Wayne e de seu filho cheio de ira, Damien. Ainda em janeiro, sai "Batman: O Cavaleiro", um especial também centrado na gênese do guardião de Gotham, com roteiro de Chip Zdarsky e desenho do ilustrador Carmine Di Giandomenico. Essa leva demonstra uma sintonia com uma corrida da indústria do cinema para saber quem vai enfrentar Pattinson em "The Batman", já agendado para 2025.

Quase "Se7evn": Batman (Robert Pattinson) e o comissário Gordon (Jeffrey Wright) unem forças no longa de Matt Reeves  

Especula-se que o Sr. Frio seja o vilão. O papel pode ser confiado a Michael Stuhlbarg. Nos anos 1990, o cientista que usa armas congelantes foi vivido por Arnold Schwarzenegger, num dos filmes mais ridicularizados da História: "Batman & Robin" (1997). Outras opções para combater o Batman na telona: Bane, a Corte das Corujas, o Crocodilo (já visto em "Esquadrão Suicida") e Silêncio, um antigo amigo de infância de Wayne, de rosto enfaixado e pistolas na cintura, que vem sendo associado ao ator Nicolas Hoult (de "Tolkien"). O Espantalho deve dar o ar de sua graça também. Paralelamente, a DC +Warner Bros. + HBO segue confeccionando "Joker: Folie à Deux" para 2024. É esse o título da sequência de "Coringa" (Leão de Ouro de 2019), com direção de Todd Philipps, mantendo Joaquin Phoenix no papel título, sendo acompanhado por Lady Gaga, nas vestes de Arlequina. Fora isso, Ben Affleck vai ser visto novamente como Batman na sequência de "Aquaman" (2018), esperada para o Natal, e Michael Keaton será o Cruzado de Gotham em "Flashpoint". Affleck estará ao lado dele. Aliás, Keaton aparecerá ainda no engavetado thriller "Batgirl", que pode (e deve) ser lançado a qualquer momento, assim que Warner escutar o clamor dos fãs. Todos esses novos longas e qualquer leitura desse material da Panini aqui antecipado deve ser antecedida por um mergulho em "The Batman". O filmaço de Reeves ganhou até a capa da prestigiada revista francesa "Cahiers du Cinéma". O dublador Wendel Bezerra, a habitual voz em português de Robert Pattinson, dá um show na versão brasileira da áspera (porém vívida) imersão nos anos de formação do herói. Temos, sim, um super-herói em cena, mas não em um contexto de aventura, e, sim, numa atmosfera soturna de thriller policial, qual seu realizador prometeu no fórum DC Fandome, em 2020, reiterando a promessa na edição de 2021 dessa feira virtual da Warner, HBO Max e DC Comics. Jogue fora qualquer recordação do clima camp da série de TV do Morcegão, dos anos 1960, com Adam West e Burt Ward, e se aproxime do "Se7en" (1995), de David Fincher.

Os heróis de Gotham encaram o Exterminador nos gibis da Panini  Foto: Estadão

Não há como não pensar em Brad Pitt e Morgan Freeman caçando o serial killer dos Sete Pecados Capitais quando Batman faz duo com o diligente e amargo Jim Gordon (ainda tenente, futuro comissário) encarnado por um Jeffrey Wright no apogeu de seu vigor cênico. A recordação é ainda mais vívida quando se pensa que Pitt interpretava um detetive com uma fera a ser domada no interior de sua alma. É o mesmo que se passa com o Homem-Morcego juvenil de Pattinson, conhecido e temido em Gotham sob o epíteto de Vingança. É assim - "Eu sou a Vingança!" - que ele se introduz a um grupo de racistas nas cenas iniciais, na "fábula de apresentação" (termo técnico usado para caracterizar as cenas em que o protagonista se faz conhecer pela plateia, em suas virtudes e falhas trágicas) do longa. No decorrer de 2h55 caracterizadas com visual de cinema de terror inglês da produtora Hammer dos anos 1950, na direção de arte de James Chinlund, a oprimida figura de Wayne vai lutar contra a sanha do revanchismo, travando uma guerra com o lado mais pantanoso de sua cruzada contra o Mal, distinguindo os limites entre o que é "dar o troco" e o que é "fazer justiça". Ou seja, é uma narrativa sobre a distância entre satisfações pessoais e o bem coletivo, na ótica do justiçamento, do vigilantismo. Essa abordagem dá a "The Batman" uma carga política com o tônus autoral que Reeves traz dos belos tomos da saga "Planeta dos Macacos" que dirigiu, em 2014 e 2017. O clima, como em "S7even" é de investigação, de suspense e de visceralidade nas descobertas e na representação dos crimes centrais, promovidos pela assustadora composição que Paul Dano dá ao Charada.

 Foto: Estadão

Rodrigo Fonseca Vai ter filme novo do Batman este ano, sim, só que em animação. "The Doom That Came to Gotham" é baseado em quadrinhos de Mike Mignola ("Hellboy") sobre uma Gotham cheia de assombrações e faz sua estreia em maio, possivelmente na HBO Max. É a prova de que o ano vai seguir, daqui até dezembro, com o bat-sinal nos céus. Basta olhar nas bancas. Pra quem curte as HQs do personagem, a boa é ler "Além do Ponto de Ignição", de Geoff Johns (roteiro) e Eduardo Risso (desenhos, sempre geniais). Trata-se de uma leitura memorável, ambientada num multiverso no qual o pai do Batman, Thomas Wayne, assume a máscara do herói e conta com a ajuda de um reticente Flash paralelo para ajeitar as contas com uma hecatombe cósmica e temporal. Até o CCBB vai dar cartaz ao lendário combatente do crime: no dia 21 de janeiro, o Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro vai receber o crítico Mario Abbade (diretor do premiado .doc "Ivan, o TerrirVel") para falar sobre "Batman" (1989) e "Batman, o Retorno" (1992), ambos feitos por Tim Burton, que tem sua obra em retrospectiva no local.

 

Falando das HQs sobre o herói filmado por Burton, também já está à venda "Batman: Contos Por Tim Sale", com direito a uma trama em P&B com Martha Wayne, a mãe do vigilante, em destaque. São títulos da Panini Comics, que fechou 2022 badalando o Morcegão com mimos e abre o ano cheia de promessas de bons augúrios e caminhos abertos para o Senhor de Gotham. Tanto é que já está em pré-venda em seu site o esperado "Batman: A Hora Da Morte". Tá todo mundo afoito para ler coisa nova (e boa) do personagem criado em 1939 por Bob Kane e Bill Finger, que anda mobilizando bancas e gibiterias nacionais à força do fenômeno comercial em que se converteu o mais recente longa-metragem do super-herói, já disponível na grade da HBO Max. Aliás, de carona na trama do filme dirigido por Matt Reeves - no qual Robert Pattinson encarna o jovem Bruce Wayne -, tem muita releitura dos anos de juventude do Cruzado Encapuzado a chegar às vendas. É o caso do encadernado "Batman: The Imposter" ("O Impostor"), minissérie vitaminada pela arte sombria de Andrea Sorrentino. O roteiro de Mattson Tomlin mostra o jovem Bruce Wayne à caça um assassino que finge ser um vigilante. Ele se relaciona com uma jovem tira que se empenha para fazer justiça, embora a moça desconfie do Morcego. Vale muito conferir o que Panini anda fazendo com a saga "Guerra das Sombras", hoje nas bancas. O Exterminador (Slade Wilson) é a pedra na bota de Bruce Wayne e de seu filho cheio de ira, Damien. Ainda em janeiro, sai "Batman: O Cavaleiro", um especial também centrado na gênese do guardião de Gotham, com roteiro de Chip Zdarsky e desenho do ilustrador Carmine Di Giandomenico. Essa leva demonstra uma sintonia com uma corrida da indústria do cinema para saber quem vai enfrentar Pattinson em "The Batman", já agendado para 2025.

Quase "Se7evn": Batman (Robert Pattinson) e o comissário Gordon (Jeffrey Wright) unem forças no longa de Matt Reeves  

Especula-se que o Sr. Frio seja o vilão. O papel pode ser confiado a Michael Stuhlbarg. Nos anos 1990, o cientista que usa armas congelantes foi vivido por Arnold Schwarzenegger, num dos filmes mais ridicularizados da História: "Batman & Robin" (1997). Outras opções para combater o Batman na telona: Bane, a Corte das Corujas, o Crocodilo (já visto em "Esquadrão Suicida") e Silêncio, um antigo amigo de infância de Wayne, de rosto enfaixado e pistolas na cintura, que vem sendo associado ao ator Nicolas Hoult (de "Tolkien"). O Espantalho deve dar o ar de sua graça também. Paralelamente, a DC +Warner Bros. + HBO segue confeccionando "Joker: Folie à Deux" para 2024. É esse o título da sequência de "Coringa" (Leão de Ouro de 2019), com direção de Todd Philipps, mantendo Joaquin Phoenix no papel título, sendo acompanhado por Lady Gaga, nas vestes de Arlequina. Fora isso, Ben Affleck vai ser visto novamente como Batman na sequência de "Aquaman" (2018), esperada para o Natal, e Michael Keaton será o Cruzado de Gotham em "Flashpoint". Affleck estará ao lado dele. Aliás, Keaton aparecerá ainda no engavetado thriller "Batgirl", que pode (e deve) ser lançado a qualquer momento, assim que Warner escutar o clamor dos fãs. Todos esses novos longas e qualquer leitura desse material da Panini aqui antecipado deve ser antecedida por um mergulho em "The Batman". O filmaço de Reeves ganhou até a capa da prestigiada revista francesa "Cahiers du Cinéma". O dublador Wendel Bezerra, a habitual voz em português de Robert Pattinson, dá um show na versão brasileira da áspera (porém vívida) imersão nos anos de formação do herói. Temos, sim, um super-herói em cena, mas não em um contexto de aventura, e, sim, numa atmosfera soturna de thriller policial, qual seu realizador prometeu no fórum DC Fandome, em 2020, reiterando a promessa na edição de 2021 dessa feira virtual da Warner, HBO Max e DC Comics. Jogue fora qualquer recordação do clima camp da série de TV do Morcegão, dos anos 1960, com Adam West e Burt Ward, e se aproxime do "Se7en" (1995), de David Fincher.

Os heróis de Gotham encaram o Exterminador nos gibis da Panini  Foto: Estadão

Não há como não pensar em Brad Pitt e Morgan Freeman caçando o serial killer dos Sete Pecados Capitais quando Batman faz duo com o diligente e amargo Jim Gordon (ainda tenente, futuro comissário) encarnado por um Jeffrey Wright no apogeu de seu vigor cênico. A recordação é ainda mais vívida quando se pensa que Pitt interpretava um detetive com uma fera a ser domada no interior de sua alma. É o mesmo que se passa com o Homem-Morcego juvenil de Pattinson, conhecido e temido em Gotham sob o epíteto de Vingança. É assim - "Eu sou a Vingança!" - que ele se introduz a um grupo de racistas nas cenas iniciais, na "fábula de apresentação" (termo técnico usado para caracterizar as cenas em que o protagonista se faz conhecer pela plateia, em suas virtudes e falhas trágicas) do longa. No decorrer de 2h55 caracterizadas com visual de cinema de terror inglês da produtora Hammer dos anos 1950, na direção de arte de James Chinlund, a oprimida figura de Wayne vai lutar contra a sanha do revanchismo, travando uma guerra com o lado mais pantanoso de sua cruzada contra o Mal, distinguindo os limites entre o que é "dar o troco" e o que é "fazer justiça". Ou seja, é uma narrativa sobre a distância entre satisfações pessoais e o bem coletivo, na ótica do justiçamento, do vigilantismo. Essa abordagem dá a "The Batman" uma carga política com o tônus autoral que Reeves traz dos belos tomos da saga "Planeta dos Macacos" que dirigiu, em 2014 e 2017. O clima, como em "S7even" é de investigação, de suspense e de visceralidade nas descobertas e na representação dos crimes centrais, promovidos pela assustadora composição que Paul Dano dá ao Charada.

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