De antena ligada nas HQs, cinema-pipoca, RPG e afins

Carlos Saura, um moinho de ventos criativos, vira gigante, na Eternidade


Por Rodrigo Fonseca
Carlos Saura em San Sebastián, no norte da Espanha, num clique do fotógrafo Gari Garaialde  

Rodrigo Fonseca Ficaram na gaveta, sem chance de serem filmados, dois projetos de ficção pelos quais Carlos Saura Ataré - realizador aragonês morto nesta sexta-feira, aos 91 anos, em decorrência de insuficiência respiratória - lutou muito. Um deles é uma biopic de Bach no mundo da música. O outro é um mergulho no passado de Pablo Picasso, que teria Antonio Banderas como protagonista. O anúncio de sua morte, feito pela Academia Espanhola de Cinema, coincide com curiosas marcas cinéfilas: o aniversário de 90 anos do diretor Costa-Gavras ("Z") e a redescoberta de "Coração Satânico" (1987), via Amazon Prime, dois anos depois da morte de Alan Parker (1944-2020). Qual seria a conexão entre esses três realizadores - egressos de países distintos e conhecidos por estéticas singulares, que não se conversam - diante de circunstâncias tão diferentes? A respostas é simples. Saura, Costa-Gavras e Parker pertencem a um panteão de artistas que, num determinado tempo - cerca de duas décadas cada um -, reinaram triunfantes sobre o audiovisual, somando quilos de prêmios, lotando salas de exibição, modificando percepções das plateias acerca do potencial sociológico das telas, desafiando tabus, até entrarem num certo ostracismo. Ninguém esqueceu de Saura. Em 2022, o Festival de San Sebastián abriu telas para que ele exibisse o documentário "Las Paredes Hablan". No ano anterior, ele abriu o mesmo festival com o curta-metragem "Rosa Rosae. La Guerra Civil", que hoje integra a grade da MUBI. Mas, do fim dos anos 1990 até hoje, ninguém se referia a ele com justiça ao legado que ele deixou, numa obra que encantou o planeta com "Cría Cuervos" (ganhador do Grande Prêmio do Júri em Cannes, 1976); "Depressa, Depressa" (Urso de Ouro na Berlinale de 1981); e "Carmen" (1983), que foi indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. De 1966 - quando "A Caça" lhe trouxe holofotes, ao ganhar a láurea de Melhor Direção em Berlim - até o início deste século, o nome de Saura era uma grife que mobilizava a indústria, gerava expectativas entre curadores das mostras mais disputava e inquietava Hollywood. Depois disso, quando o foco na Espanha migrou para Almodóvar (e depois dele, para "La Casa de Papel"), Saura passou a ser visto como uma luz de outrora. Foi o mesmo com Costa-Gavras, que teve o mundo nas mãos e, hoje, já não incendeia paixões, ainda que preserve seu prestígio. Com Alan Parker foi ainda mais grave, pois o fracasso de "A Vida de David Gale", há 20 anos, fez com que a indústria o esnobasse, impedindo-o de conseguir financiamento. Um titã que nos deu "Mississippi em Chamas" (1988) e "O Expresso da Meia-Noite" (1978) passou os 17 últimos anos de sua vida brigando pra filmar, sem poder realizar seus projetos. O mesmo risco se passa com John Boorman, o diretor de "À Queimar-Roupa" (1967), que chegou aos 90 sem ter como filmar suas histórias.

 
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Por sorte, Saura vinha conseguindo. Em 2021, o diretor espanhol levou ao Festival do Cairo, no Egito, o arrebatador longa "El Rey De Todo El Mundo", misturando dança e cinema, em forma de musical. Mas "Las Paredes Hablan" teve mais visibilidade. Trata-se de um .doc de 75 minutos sobre o mundo da arte, retratando a relação entre a criação pictórica (pintura, grafite, desenho) e o espaço do muro (ou da pedra, no caso das cavernas) como tela. Por isso, flana das primeiras expressões gráficas na pré-História até as vanguardas, dando um pulo até as inquietas manifestações poéticas das periferias contemporâneas. Saura dirigiu e "atuou", participando da narrativa como um investigador.

Cena de "Las Paredes Hablan"  

Incluído na 70ª edição do Festival de San Sebastián fora da disputa pela Concha de Ouro, "Las Paredes Hablan" foi filmado em 14 locais, como as grutas de Puente Viesgo e Altamira, na Cantábria, com uma passada pelo sítio arqueológico Atapuerca, em Burgos. Saura não se esqueceu das ruas coloridas de Barcelona, nem dos bairros grafitados de Madri. Que não seja esquecido agora. Que ganhe o circuito agora, como réquiem a um moinho de ventos criativos que passa a gigante... na Eternidade. Meu medo, ao levar essa pensata para o terreno do cinema brasileiro, é que alguns de nossos mestres que não têm a badalação merecida - Vladimir Carvalho, por exemplo - caiam numa situação como essa que Saura encarou, de não ser devidamente valorizado em vida, depois de sua fase de apogeu. Que Vladimir filme logo.

Carlos Saura em San Sebastián, no norte da Espanha, num clique do fotógrafo Gari Garaialde  

Rodrigo Fonseca Ficaram na gaveta, sem chance de serem filmados, dois projetos de ficção pelos quais Carlos Saura Ataré - realizador aragonês morto nesta sexta-feira, aos 91 anos, em decorrência de insuficiência respiratória - lutou muito. Um deles é uma biopic de Bach no mundo da música. O outro é um mergulho no passado de Pablo Picasso, que teria Antonio Banderas como protagonista. O anúncio de sua morte, feito pela Academia Espanhola de Cinema, coincide com curiosas marcas cinéfilas: o aniversário de 90 anos do diretor Costa-Gavras ("Z") e a redescoberta de "Coração Satânico" (1987), via Amazon Prime, dois anos depois da morte de Alan Parker (1944-2020). Qual seria a conexão entre esses três realizadores - egressos de países distintos e conhecidos por estéticas singulares, que não se conversam - diante de circunstâncias tão diferentes? A respostas é simples. Saura, Costa-Gavras e Parker pertencem a um panteão de artistas que, num determinado tempo - cerca de duas décadas cada um -, reinaram triunfantes sobre o audiovisual, somando quilos de prêmios, lotando salas de exibição, modificando percepções das plateias acerca do potencial sociológico das telas, desafiando tabus, até entrarem num certo ostracismo. Ninguém esqueceu de Saura. Em 2022, o Festival de San Sebastián abriu telas para que ele exibisse o documentário "Las Paredes Hablan". No ano anterior, ele abriu o mesmo festival com o curta-metragem "Rosa Rosae. La Guerra Civil", que hoje integra a grade da MUBI. Mas, do fim dos anos 1990 até hoje, ninguém se referia a ele com justiça ao legado que ele deixou, numa obra que encantou o planeta com "Cría Cuervos" (ganhador do Grande Prêmio do Júri em Cannes, 1976); "Depressa, Depressa" (Urso de Ouro na Berlinale de 1981); e "Carmen" (1983), que foi indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. De 1966 - quando "A Caça" lhe trouxe holofotes, ao ganhar a láurea de Melhor Direção em Berlim - até o início deste século, o nome de Saura era uma grife que mobilizava a indústria, gerava expectativas entre curadores das mostras mais disputava e inquietava Hollywood. Depois disso, quando o foco na Espanha migrou para Almodóvar (e depois dele, para "La Casa de Papel"), Saura passou a ser visto como uma luz de outrora. Foi o mesmo com Costa-Gavras, que teve o mundo nas mãos e, hoje, já não incendeia paixões, ainda que preserve seu prestígio. Com Alan Parker foi ainda mais grave, pois o fracasso de "A Vida de David Gale", há 20 anos, fez com que a indústria o esnobasse, impedindo-o de conseguir financiamento. Um titã que nos deu "Mississippi em Chamas" (1988) e "O Expresso da Meia-Noite" (1978) passou os 17 últimos anos de sua vida brigando pra filmar, sem poder realizar seus projetos. O mesmo risco se passa com John Boorman, o diretor de "À Queimar-Roupa" (1967), que chegou aos 90 sem ter como filmar suas histórias.

 

Por sorte, Saura vinha conseguindo. Em 2021, o diretor espanhol levou ao Festival do Cairo, no Egito, o arrebatador longa "El Rey De Todo El Mundo", misturando dança e cinema, em forma de musical. Mas "Las Paredes Hablan" teve mais visibilidade. Trata-se de um .doc de 75 minutos sobre o mundo da arte, retratando a relação entre a criação pictórica (pintura, grafite, desenho) e o espaço do muro (ou da pedra, no caso das cavernas) como tela. Por isso, flana das primeiras expressões gráficas na pré-História até as vanguardas, dando um pulo até as inquietas manifestações poéticas das periferias contemporâneas. Saura dirigiu e "atuou", participando da narrativa como um investigador.

Cena de "Las Paredes Hablan"  

Incluído na 70ª edição do Festival de San Sebastián fora da disputa pela Concha de Ouro, "Las Paredes Hablan" foi filmado em 14 locais, como as grutas de Puente Viesgo e Altamira, na Cantábria, com uma passada pelo sítio arqueológico Atapuerca, em Burgos. Saura não se esqueceu das ruas coloridas de Barcelona, nem dos bairros grafitados de Madri. Que não seja esquecido agora. Que ganhe o circuito agora, como réquiem a um moinho de ventos criativos que passa a gigante... na Eternidade. Meu medo, ao levar essa pensata para o terreno do cinema brasileiro, é que alguns de nossos mestres que não têm a badalação merecida - Vladimir Carvalho, por exemplo - caiam numa situação como essa que Saura encarou, de não ser devidamente valorizado em vida, depois de sua fase de apogeu. Que Vladimir filme logo.

Carlos Saura em San Sebastián, no norte da Espanha, num clique do fotógrafo Gari Garaialde  

Rodrigo Fonseca Ficaram na gaveta, sem chance de serem filmados, dois projetos de ficção pelos quais Carlos Saura Ataré - realizador aragonês morto nesta sexta-feira, aos 91 anos, em decorrência de insuficiência respiratória - lutou muito. Um deles é uma biopic de Bach no mundo da música. O outro é um mergulho no passado de Pablo Picasso, que teria Antonio Banderas como protagonista. O anúncio de sua morte, feito pela Academia Espanhola de Cinema, coincide com curiosas marcas cinéfilas: o aniversário de 90 anos do diretor Costa-Gavras ("Z") e a redescoberta de "Coração Satânico" (1987), via Amazon Prime, dois anos depois da morte de Alan Parker (1944-2020). Qual seria a conexão entre esses três realizadores - egressos de países distintos e conhecidos por estéticas singulares, que não se conversam - diante de circunstâncias tão diferentes? A respostas é simples. Saura, Costa-Gavras e Parker pertencem a um panteão de artistas que, num determinado tempo - cerca de duas décadas cada um -, reinaram triunfantes sobre o audiovisual, somando quilos de prêmios, lotando salas de exibição, modificando percepções das plateias acerca do potencial sociológico das telas, desafiando tabus, até entrarem num certo ostracismo. Ninguém esqueceu de Saura. Em 2022, o Festival de San Sebastián abriu telas para que ele exibisse o documentário "Las Paredes Hablan". No ano anterior, ele abriu o mesmo festival com o curta-metragem "Rosa Rosae. La Guerra Civil", que hoje integra a grade da MUBI. Mas, do fim dos anos 1990 até hoje, ninguém se referia a ele com justiça ao legado que ele deixou, numa obra que encantou o planeta com "Cría Cuervos" (ganhador do Grande Prêmio do Júri em Cannes, 1976); "Depressa, Depressa" (Urso de Ouro na Berlinale de 1981); e "Carmen" (1983), que foi indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. De 1966 - quando "A Caça" lhe trouxe holofotes, ao ganhar a láurea de Melhor Direção em Berlim - até o início deste século, o nome de Saura era uma grife que mobilizava a indústria, gerava expectativas entre curadores das mostras mais disputava e inquietava Hollywood. Depois disso, quando o foco na Espanha migrou para Almodóvar (e depois dele, para "La Casa de Papel"), Saura passou a ser visto como uma luz de outrora. Foi o mesmo com Costa-Gavras, que teve o mundo nas mãos e, hoje, já não incendeia paixões, ainda que preserve seu prestígio. Com Alan Parker foi ainda mais grave, pois o fracasso de "A Vida de David Gale", há 20 anos, fez com que a indústria o esnobasse, impedindo-o de conseguir financiamento. Um titã que nos deu "Mississippi em Chamas" (1988) e "O Expresso da Meia-Noite" (1978) passou os 17 últimos anos de sua vida brigando pra filmar, sem poder realizar seus projetos. O mesmo risco se passa com John Boorman, o diretor de "À Queimar-Roupa" (1967), que chegou aos 90 sem ter como filmar suas histórias.

 

Por sorte, Saura vinha conseguindo. Em 2021, o diretor espanhol levou ao Festival do Cairo, no Egito, o arrebatador longa "El Rey De Todo El Mundo", misturando dança e cinema, em forma de musical. Mas "Las Paredes Hablan" teve mais visibilidade. Trata-se de um .doc de 75 minutos sobre o mundo da arte, retratando a relação entre a criação pictórica (pintura, grafite, desenho) e o espaço do muro (ou da pedra, no caso das cavernas) como tela. Por isso, flana das primeiras expressões gráficas na pré-História até as vanguardas, dando um pulo até as inquietas manifestações poéticas das periferias contemporâneas. Saura dirigiu e "atuou", participando da narrativa como um investigador.

Cena de "Las Paredes Hablan"  

Incluído na 70ª edição do Festival de San Sebastián fora da disputa pela Concha de Ouro, "Las Paredes Hablan" foi filmado em 14 locais, como as grutas de Puente Viesgo e Altamira, na Cantábria, com uma passada pelo sítio arqueológico Atapuerca, em Burgos. Saura não se esqueceu das ruas coloridas de Barcelona, nem dos bairros grafitados de Madri. Que não seja esquecido agora. Que ganhe o circuito agora, como réquiem a um moinho de ventos criativos que passa a gigante... na Eternidade. Meu medo, ao levar essa pensata para o terreno do cinema brasileiro, é que alguns de nossos mestres que não têm a badalação merecida - Vladimir Carvalho, por exemplo - caiam numa situação como essa que Saura encarou, de não ser devidamente valorizado em vida, depois de sua fase de apogeu. Que Vladimir filme logo.

Carlos Saura em San Sebastián, no norte da Espanha, num clique do fotógrafo Gari Garaialde  

Rodrigo Fonseca Ficaram na gaveta, sem chance de serem filmados, dois projetos de ficção pelos quais Carlos Saura Ataré - realizador aragonês morto nesta sexta-feira, aos 91 anos, em decorrência de insuficiência respiratória - lutou muito. Um deles é uma biopic de Bach no mundo da música. O outro é um mergulho no passado de Pablo Picasso, que teria Antonio Banderas como protagonista. O anúncio de sua morte, feito pela Academia Espanhola de Cinema, coincide com curiosas marcas cinéfilas: o aniversário de 90 anos do diretor Costa-Gavras ("Z") e a redescoberta de "Coração Satânico" (1987), via Amazon Prime, dois anos depois da morte de Alan Parker (1944-2020). Qual seria a conexão entre esses três realizadores - egressos de países distintos e conhecidos por estéticas singulares, que não se conversam - diante de circunstâncias tão diferentes? A respostas é simples. Saura, Costa-Gavras e Parker pertencem a um panteão de artistas que, num determinado tempo - cerca de duas décadas cada um -, reinaram triunfantes sobre o audiovisual, somando quilos de prêmios, lotando salas de exibição, modificando percepções das plateias acerca do potencial sociológico das telas, desafiando tabus, até entrarem num certo ostracismo. Ninguém esqueceu de Saura. Em 2022, o Festival de San Sebastián abriu telas para que ele exibisse o documentário "Las Paredes Hablan". No ano anterior, ele abriu o mesmo festival com o curta-metragem "Rosa Rosae. La Guerra Civil", que hoje integra a grade da MUBI. Mas, do fim dos anos 1990 até hoje, ninguém se referia a ele com justiça ao legado que ele deixou, numa obra que encantou o planeta com "Cría Cuervos" (ganhador do Grande Prêmio do Júri em Cannes, 1976); "Depressa, Depressa" (Urso de Ouro na Berlinale de 1981); e "Carmen" (1983), que foi indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. De 1966 - quando "A Caça" lhe trouxe holofotes, ao ganhar a láurea de Melhor Direção em Berlim - até o início deste século, o nome de Saura era uma grife que mobilizava a indústria, gerava expectativas entre curadores das mostras mais disputava e inquietava Hollywood. Depois disso, quando o foco na Espanha migrou para Almodóvar (e depois dele, para "La Casa de Papel"), Saura passou a ser visto como uma luz de outrora. Foi o mesmo com Costa-Gavras, que teve o mundo nas mãos e, hoje, já não incendeia paixões, ainda que preserve seu prestígio. Com Alan Parker foi ainda mais grave, pois o fracasso de "A Vida de David Gale", há 20 anos, fez com que a indústria o esnobasse, impedindo-o de conseguir financiamento. Um titã que nos deu "Mississippi em Chamas" (1988) e "O Expresso da Meia-Noite" (1978) passou os 17 últimos anos de sua vida brigando pra filmar, sem poder realizar seus projetos. O mesmo risco se passa com John Boorman, o diretor de "À Queimar-Roupa" (1967), que chegou aos 90 sem ter como filmar suas histórias.

 

Por sorte, Saura vinha conseguindo. Em 2021, o diretor espanhol levou ao Festival do Cairo, no Egito, o arrebatador longa "El Rey De Todo El Mundo", misturando dança e cinema, em forma de musical. Mas "Las Paredes Hablan" teve mais visibilidade. Trata-se de um .doc de 75 minutos sobre o mundo da arte, retratando a relação entre a criação pictórica (pintura, grafite, desenho) e o espaço do muro (ou da pedra, no caso das cavernas) como tela. Por isso, flana das primeiras expressões gráficas na pré-História até as vanguardas, dando um pulo até as inquietas manifestações poéticas das periferias contemporâneas. Saura dirigiu e "atuou", participando da narrativa como um investigador.

Cena de "Las Paredes Hablan"  

Incluído na 70ª edição do Festival de San Sebastián fora da disputa pela Concha de Ouro, "Las Paredes Hablan" foi filmado em 14 locais, como as grutas de Puente Viesgo e Altamira, na Cantábria, com uma passada pelo sítio arqueológico Atapuerca, em Burgos. Saura não se esqueceu das ruas coloridas de Barcelona, nem dos bairros grafitados de Madri. Que não seja esquecido agora. Que ganhe o circuito agora, como réquiem a um moinho de ventos criativos que passa a gigante... na Eternidade. Meu medo, ao levar essa pensata para o terreno do cinema brasileiro, é que alguns de nossos mestres que não têm a badalação merecida - Vladimir Carvalho, por exemplo - caiam numa situação como essa que Saura encarou, de não ser devidamente valorizado em vida, depois de sua fase de apogeu. Que Vladimir filme logo.

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