De antena ligada nas HQs, cinema-pipoca, RPG e afins

'Le Grand Chariot', filme inédito de Philippe Garrel, está com um pé no circuito


Por Rodrigo Fonseca
Louis Garrel, com o pai, Philippe, nos sets: novo filme une a dupla numa trama sobre marionetes  Foto: Estadão

Rodrigo Fonseca Embora a 73ª Berlinale (16 a 26 de fevereiro) não tenha confirmado sua seleção competitiva, tudo indica que o novo longa-metragem do cronista do discurso amoroso Philippe Garrel, hoje com 74 anos, estará na disputa pelo Urso de Ouro de 2023: "Le Grand Chariot" será o título do filme, outrora chamado "La Lune Crevée". Sua estreia está agendada para 8 de março, com distribuição da Ad Vitam. Há dois anos, ele concorreu em Berlim com "Lágrimas de Sal", que não foi lançado comercialmente por aqui, apesar de ter sido exibido pelo Festival do Rio. Em sua volta às telas, este ano, Philippe convoca suas filhas Esther e Léna, e seu filho, o ator e diretor Louis Garrel, para o elenco central, num roteiro escrito pelo mítico cineasta francês em parceria com o roteirista e dramaturgo Jean-Claude Carrière (1931-2021). A trama é um tributo do diretor a seu pai, o autor Maurice Garrel (1923-2011), que foi um marionetista. Na trama, uma família de irmãos mantém um show de marionetes como ganha-pão. Mas conflitos do afeto vão desvirtuar os rumos de sua caravana. "O que me impele a falar de amor é o meu interesse pela vida, organizado a partir de uma lição dos surrealistas, a partir das minhas leituras de André Breton. Ele me mostrou que os sentimentos são moldados pela maneira como nos comportamos em sociedade", disse Garrel ao Estadão, por telefone. "Li essa mesma lição em Freud. Eu falo do ato de amar pelo prisma do comportamento. E tenho gostado de narrar histórias que falam de juventude".

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Cultuado na Europa como um fruto tardio da Nouvelle Vague, premiado no Festival de Cannes por "Liberdade, A Noite" (1984) e "Amante Por Um Dia" (2017), Garrel deve levar "Le Grand Chariot" ao Rendez-vouz Avec Le Cinéma Français, agendado de 14 a 17 de janeiro, em Paris. É assim que a Unifrance - instituição do Ministério da Cultura da França dedicada a assegurar a circulação mundial de sua produção audiovisual - batiza seu fórum anual, lotado de estrelas, produtores, cineastas e distribuidores. "Meus filmes recentes custam o equivalente ao preço de cerca de seis horas de película, em latas com rolo de filme. Preservo meu apreço pelo cinema analógico. Não filmo em digital. Eu rodo filmes com um tipo de película fabricada no leste da Alemanha, que foi muito popular no cinema russo. Filmo poucos takes de cada cena, o que me economiza muito material, e sempre convido meus alunos do Conservatório Nacional de Teatro para trabalharem no meu elenco", explica Garrel ao P de Pop do Estado de S. Paulo. "O fato de ter pouca película para usar me obriga a ser preciso. Meus filmes são confeccionados quase que artesanalmente. Eu 'fabrico' narrativas. E eu não tenho produtor. Eu me produzo. Quanto ao processo de lançamento, eu não me concentro nele. Apenas fico aberto a possíveis entrevistas, a falar sobre os filmes".

Louis Garrel, com o pai, Philippe, nos sets: novo filme une a dupla numa trama sobre marionetes  Foto: Estadão

Rodrigo Fonseca Embora a 73ª Berlinale (16 a 26 de fevereiro) não tenha confirmado sua seleção competitiva, tudo indica que o novo longa-metragem do cronista do discurso amoroso Philippe Garrel, hoje com 74 anos, estará na disputa pelo Urso de Ouro de 2023: "Le Grand Chariot" será o título do filme, outrora chamado "La Lune Crevée". Sua estreia está agendada para 8 de março, com distribuição da Ad Vitam. Há dois anos, ele concorreu em Berlim com "Lágrimas de Sal", que não foi lançado comercialmente por aqui, apesar de ter sido exibido pelo Festival do Rio. Em sua volta às telas, este ano, Philippe convoca suas filhas Esther e Léna, e seu filho, o ator e diretor Louis Garrel, para o elenco central, num roteiro escrito pelo mítico cineasta francês em parceria com o roteirista e dramaturgo Jean-Claude Carrière (1931-2021). A trama é um tributo do diretor a seu pai, o autor Maurice Garrel (1923-2011), que foi um marionetista. Na trama, uma família de irmãos mantém um show de marionetes como ganha-pão. Mas conflitos do afeto vão desvirtuar os rumos de sua caravana. "O que me impele a falar de amor é o meu interesse pela vida, organizado a partir de uma lição dos surrealistas, a partir das minhas leituras de André Breton. Ele me mostrou que os sentimentos são moldados pela maneira como nos comportamos em sociedade", disse Garrel ao Estadão, por telefone. "Li essa mesma lição em Freud. Eu falo do ato de amar pelo prisma do comportamento. E tenho gostado de narrar histórias que falam de juventude".

Cultuado na Europa como um fruto tardio da Nouvelle Vague, premiado no Festival de Cannes por "Liberdade, A Noite" (1984) e "Amante Por Um Dia" (2017), Garrel deve levar "Le Grand Chariot" ao Rendez-vouz Avec Le Cinéma Français, agendado de 14 a 17 de janeiro, em Paris. É assim que a Unifrance - instituição do Ministério da Cultura da França dedicada a assegurar a circulação mundial de sua produção audiovisual - batiza seu fórum anual, lotado de estrelas, produtores, cineastas e distribuidores. "Meus filmes recentes custam o equivalente ao preço de cerca de seis horas de película, em latas com rolo de filme. Preservo meu apreço pelo cinema analógico. Não filmo em digital. Eu rodo filmes com um tipo de película fabricada no leste da Alemanha, que foi muito popular no cinema russo. Filmo poucos takes de cada cena, o que me economiza muito material, e sempre convido meus alunos do Conservatório Nacional de Teatro para trabalharem no meu elenco", explica Garrel ao P de Pop do Estado de S. Paulo. "O fato de ter pouca película para usar me obriga a ser preciso. Meus filmes são confeccionados quase que artesanalmente. Eu 'fabrico' narrativas. E eu não tenho produtor. Eu me produzo. Quanto ao processo de lançamento, eu não me concentro nele. Apenas fico aberto a possíveis entrevistas, a falar sobre os filmes".

Louis Garrel, com o pai, Philippe, nos sets: novo filme une a dupla numa trama sobre marionetes  Foto: Estadão

Rodrigo Fonseca Embora a 73ª Berlinale (16 a 26 de fevereiro) não tenha confirmado sua seleção competitiva, tudo indica que o novo longa-metragem do cronista do discurso amoroso Philippe Garrel, hoje com 74 anos, estará na disputa pelo Urso de Ouro de 2023: "Le Grand Chariot" será o título do filme, outrora chamado "La Lune Crevée". Sua estreia está agendada para 8 de março, com distribuição da Ad Vitam. Há dois anos, ele concorreu em Berlim com "Lágrimas de Sal", que não foi lançado comercialmente por aqui, apesar de ter sido exibido pelo Festival do Rio. Em sua volta às telas, este ano, Philippe convoca suas filhas Esther e Léna, e seu filho, o ator e diretor Louis Garrel, para o elenco central, num roteiro escrito pelo mítico cineasta francês em parceria com o roteirista e dramaturgo Jean-Claude Carrière (1931-2021). A trama é um tributo do diretor a seu pai, o autor Maurice Garrel (1923-2011), que foi um marionetista. Na trama, uma família de irmãos mantém um show de marionetes como ganha-pão. Mas conflitos do afeto vão desvirtuar os rumos de sua caravana. "O que me impele a falar de amor é o meu interesse pela vida, organizado a partir de uma lição dos surrealistas, a partir das minhas leituras de André Breton. Ele me mostrou que os sentimentos são moldados pela maneira como nos comportamos em sociedade", disse Garrel ao Estadão, por telefone. "Li essa mesma lição em Freud. Eu falo do ato de amar pelo prisma do comportamento. E tenho gostado de narrar histórias que falam de juventude".

Cultuado na Europa como um fruto tardio da Nouvelle Vague, premiado no Festival de Cannes por "Liberdade, A Noite" (1984) e "Amante Por Um Dia" (2017), Garrel deve levar "Le Grand Chariot" ao Rendez-vouz Avec Le Cinéma Français, agendado de 14 a 17 de janeiro, em Paris. É assim que a Unifrance - instituição do Ministério da Cultura da França dedicada a assegurar a circulação mundial de sua produção audiovisual - batiza seu fórum anual, lotado de estrelas, produtores, cineastas e distribuidores. "Meus filmes recentes custam o equivalente ao preço de cerca de seis horas de película, em latas com rolo de filme. Preservo meu apreço pelo cinema analógico. Não filmo em digital. Eu rodo filmes com um tipo de película fabricada no leste da Alemanha, que foi muito popular no cinema russo. Filmo poucos takes de cada cena, o que me economiza muito material, e sempre convido meus alunos do Conservatório Nacional de Teatro para trabalharem no meu elenco", explica Garrel ao P de Pop do Estado de S. Paulo. "O fato de ter pouca película para usar me obriga a ser preciso. Meus filmes são confeccionados quase que artesanalmente. Eu 'fabrico' narrativas. E eu não tenho produtor. Eu me produzo. Quanto ao processo de lançamento, eu não me concentro nele. Apenas fico aberto a possíveis entrevistas, a falar sobre os filmes".

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