De antena ligada nas HQs, cinema-pipoca, RPG e afins

Liu Jian: a animação chinesa reage


Por Rodrigo Fonseca
 

RODRIGO FONSECA Embora seja usado de modo equivocado para definir desenhos animados com qualquer CEP asiático, o termo "anime", aportuguesado como animê, é relativo só a produções japonesas calcadas num grafismo típico, de olhos grandes, como se vê na fantasia "Suzume", em concurso pelo Urso de Ouro na .73 Berlinale. Não é esse o caso de seu rival na luta pelo prêmio "Art College 1994", um (estonteante) exercício do cineasta Liu Jian, que vem da China, filma lá e fala de lá. É uma animação, mas não é um anime. Trata-se de uma expressão narrativa muito peculiar, fora das normas industruais do setor, confessional e com direito a uma ilustre presença do cineasta Jia Zhangke em seu elenco de vozes. A presença do filme na competição oficial do Festival de Berlim - foi o último dos 19 concorrentes a ser anunciado - reforça o interesse do evento pela linha autoral de Jian. Ele virá à capital alemã nesta quinta para a projeção de gala do longa.

Liu Jian em retrato Jens Koch  
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Animações raras vezes disputam os prêmios mais prestigiados do cinema autoral, mas no Festival de Berlim, que já deu um Urso de Ouro a Hayao Miyazaki e seu "A Viagem de Chihiro", há 21 anos, a situação é outra, o que justifica o espaço nobre dado a "Art College 1994" e ao desenho anterior de Jian, que concorreu ao Urso em 2017, encheu-se de elogios em telas germânicas, mas nunca teve um lançamento comercial no Brasil: "Have a Nice Day" ("Hao Ji Le", no original). Esse delicioso filme, exibido na Europa há seis anos, gerou quilos de gargalhadas, mesmo sendo um thriller. É uma espécie de "Onde os Fracos Não Têm Vez" no Sul da China, com a malícia e o niilismo político dos irmãos Coen. Mas o nome que este pintor e animador conhecido pelo filme "Piercing I" (2010) mais ouvia na Berlinale era o de Quentin Tarantino. A referência ao diretor de "Pulp Fiction" (1994) vem da aposta na cultura pop na criação de seus personagens marginais, a começar por um matador de aluguel fã de Rocky Balboa. "O cinema animado da China teve muita visibilidade entre os curtas, mas não no campo comercial de longas ou de séries pra crianças", disse Jian ao Estadão, em 2017, surpreso pelo fato de os maiores elogios a seu filme estarem mais ligados a seu roteiro que ao visual.

"Art College 1994"  

O mesmo deve se passar com "Art College 1994", que é uma espécie de "Clube dos Cinco" das artes visuais, recriando a educação formal de grandes talentos da pintura na China. Ao mesmo tempo, o longa é um mergulho nostálgico na ruptura das tradições maoístas, no fim do século XX. Vai ter Berlinale até o dia 26, sendo que o Urso de Ouro e as demais láureas serão entregues pelo júri presidido pela atriz Kristen Stewart no sábado. O filme mais desafiador de todos os concorrentes já exibidos na competição alemã de 2023 é "Afire", de Christian Petzold. O diretor de "Undine" (2020) deu ao evento sua mais engenhosa estrutura de roteiro, ao narrar a relação de um jovem escritor com uma mulher misteriosa numa casa de campo. É uma relação que mescla literatura e amor, num espetáculo narrativo repleto de lirismo.

 

RODRIGO FONSECA Embora seja usado de modo equivocado para definir desenhos animados com qualquer CEP asiático, o termo "anime", aportuguesado como animê, é relativo só a produções japonesas calcadas num grafismo típico, de olhos grandes, como se vê na fantasia "Suzume", em concurso pelo Urso de Ouro na .73 Berlinale. Não é esse o caso de seu rival na luta pelo prêmio "Art College 1994", um (estonteante) exercício do cineasta Liu Jian, que vem da China, filma lá e fala de lá. É uma animação, mas não é um anime. Trata-se de uma expressão narrativa muito peculiar, fora das normas industruais do setor, confessional e com direito a uma ilustre presença do cineasta Jia Zhangke em seu elenco de vozes. A presença do filme na competição oficial do Festival de Berlim - foi o último dos 19 concorrentes a ser anunciado - reforça o interesse do evento pela linha autoral de Jian. Ele virá à capital alemã nesta quinta para a projeção de gala do longa.

Liu Jian em retrato Jens Koch  

Animações raras vezes disputam os prêmios mais prestigiados do cinema autoral, mas no Festival de Berlim, que já deu um Urso de Ouro a Hayao Miyazaki e seu "A Viagem de Chihiro", há 21 anos, a situação é outra, o que justifica o espaço nobre dado a "Art College 1994" e ao desenho anterior de Jian, que concorreu ao Urso em 2017, encheu-se de elogios em telas germânicas, mas nunca teve um lançamento comercial no Brasil: "Have a Nice Day" ("Hao Ji Le", no original). Esse delicioso filme, exibido na Europa há seis anos, gerou quilos de gargalhadas, mesmo sendo um thriller. É uma espécie de "Onde os Fracos Não Têm Vez" no Sul da China, com a malícia e o niilismo político dos irmãos Coen. Mas o nome que este pintor e animador conhecido pelo filme "Piercing I" (2010) mais ouvia na Berlinale era o de Quentin Tarantino. A referência ao diretor de "Pulp Fiction" (1994) vem da aposta na cultura pop na criação de seus personagens marginais, a começar por um matador de aluguel fã de Rocky Balboa. "O cinema animado da China teve muita visibilidade entre os curtas, mas não no campo comercial de longas ou de séries pra crianças", disse Jian ao Estadão, em 2017, surpreso pelo fato de os maiores elogios a seu filme estarem mais ligados a seu roteiro que ao visual.

"Art College 1994"  

O mesmo deve se passar com "Art College 1994", que é uma espécie de "Clube dos Cinco" das artes visuais, recriando a educação formal de grandes talentos da pintura na China. Ao mesmo tempo, o longa é um mergulho nostálgico na ruptura das tradições maoístas, no fim do século XX. Vai ter Berlinale até o dia 26, sendo que o Urso de Ouro e as demais láureas serão entregues pelo júri presidido pela atriz Kristen Stewart no sábado. O filme mais desafiador de todos os concorrentes já exibidos na competição alemã de 2023 é "Afire", de Christian Petzold. O diretor de "Undine" (2020) deu ao evento sua mais engenhosa estrutura de roteiro, ao narrar a relação de um jovem escritor com uma mulher misteriosa numa casa de campo. É uma relação que mescla literatura e amor, num espetáculo narrativo repleto de lirismo.

 

RODRIGO FONSECA Embora seja usado de modo equivocado para definir desenhos animados com qualquer CEP asiático, o termo "anime", aportuguesado como animê, é relativo só a produções japonesas calcadas num grafismo típico, de olhos grandes, como se vê na fantasia "Suzume", em concurso pelo Urso de Ouro na .73 Berlinale. Não é esse o caso de seu rival na luta pelo prêmio "Art College 1994", um (estonteante) exercício do cineasta Liu Jian, que vem da China, filma lá e fala de lá. É uma animação, mas não é um anime. Trata-se de uma expressão narrativa muito peculiar, fora das normas industruais do setor, confessional e com direito a uma ilustre presença do cineasta Jia Zhangke em seu elenco de vozes. A presença do filme na competição oficial do Festival de Berlim - foi o último dos 19 concorrentes a ser anunciado - reforça o interesse do evento pela linha autoral de Jian. Ele virá à capital alemã nesta quinta para a projeção de gala do longa.

Liu Jian em retrato Jens Koch  

Animações raras vezes disputam os prêmios mais prestigiados do cinema autoral, mas no Festival de Berlim, que já deu um Urso de Ouro a Hayao Miyazaki e seu "A Viagem de Chihiro", há 21 anos, a situação é outra, o que justifica o espaço nobre dado a "Art College 1994" e ao desenho anterior de Jian, que concorreu ao Urso em 2017, encheu-se de elogios em telas germânicas, mas nunca teve um lançamento comercial no Brasil: "Have a Nice Day" ("Hao Ji Le", no original). Esse delicioso filme, exibido na Europa há seis anos, gerou quilos de gargalhadas, mesmo sendo um thriller. É uma espécie de "Onde os Fracos Não Têm Vez" no Sul da China, com a malícia e o niilismo político dos irmãos Coen. Mas o nome que este pintor e animador conhecido pelo filme "Piercing I" (2010) mais ouvia na Berlinale era o de Quentin Tarantino. A referência ao diretor de "Pulp Fiction" (1994) vem da aposta na cultura pop na criação de seus personagens marginais, a começar por um matador de aluguel fã de Rocky Balboa. "O cinema animado da China teve muita visibilidade entre os curtas, mas não no campo comercial de longas ou de séries pra crianças", disse Jian ao Estadão, em 2017, surpreso pelo fato de os maiores elogios a seu filme estarem mais ligados a seu roteiro que ao visual.

"Art College 1994"  

O mesmo deve se passar com "Art College 1994", que é uma espécie de "Clube dos Cinco" das artes visuais, recriando a educação formal de grandes talentos da pintura na China. Ao mesmo tempo, o longa é um mergulho nostálgico na ruptura das tradições maoístas, no fim do século XX. Vai ter Berlinale até o dia 26, sendo que o Urso de Ouro e as demais láureas serão entregues pelo júri presidido pela atriz Kristen Stewart no sábado. O filme mais desafiador de todos os concorrentes já exibidos na competição alemã de 2023 é "Afire", de Christian Petzold. O diretor de "Undine" (2020) deu ao evento sua mais engenhosa estrutura de roteiro, ao narrar a relação de um jovem escritor com uma mulher misteriosa numa casa de campo. É uma relação que mescla literatura e amor, num espetáculo narrativo repleto de lirismo.

 

RODRIGO FONSECA Embora seja usado de modo equivocado para definir desenhos animados com qualquer CEP asiático, o termo "anime", aportuguesado como animê, é relativo só a produções japonesas calcadas num grafismo típico, de olhos grandes, como se vê na fantasia "Suzume", em concurso pelo Urso de Ouro na .73 Berlinale. Não é esse o caso de seu rival na luta pelo prêmio "Art College 1994", um (estonteante) exercício do cineasta Liu Jian, que vem da China, filma lá e fala de lá. É uma animação, mas não é um anime. Trata-se de uma expressão narrativa muito peculiar, fora das normas industruais do setor, confessional e com direito a uma ilustre presença do cineasta Jia Zhangke em seu elenco de vozes. A presença do filme na competição oficial do Festival de Berlim - foi o último dos 19 concorrentes a ser anunciado - reforça o interesse do evento pela linha autoral de Jian. Ele virá à capital alemã nesta quinta para a projeção de gala do longa.

Liu Jian em retrato Jens Koch  

Animações raras vezes disputam os prêmios mais prestigiados do cinema autoral, mas no Festival de Berlim, que já deu um Urso de Ouro a Hayao Miyazaki e seu "A Viagem de Chihiro", há 21 anos, a situação é outra, o que justifica o espaço nobre dado a "Art College 1994" e ao desenho anterior de Jian, que concorreu ao Urso em 2017, encheu-se de elogios em telas germânicas, mas nunca teve um lançamento comercial no Brasil: "Have a Nice Day" ("Hao Ji Le", no original). Esse delicioso filme, exibido na Europa há seis anos, gerou quilos de gargalhadas, mesmo sendo um thriller. É uma espécie de "Onde os Fracos Não Têm Vez" no Sul da China, com a malícia e o niilismo político dos irmãos Coen. Mas o nome que este pintor e animador conhecido pelo filme "Piercing I" (2010) mais ouvia na Berlinale era o de Quentin Tarantino. A referência ao diretor de "Pulp Fiction" (1994) vem da aposta na cultura pop na criação de seus personagens marginais, a começar por um matador de aluguel fã de Rocky Balboa. "O cinema animado da China teve muita visibilidade entre os curtas, mas não no campo comercial de longas ou de séries pra crianças", disse Jian ao Estadão, em 2017, surpreso pelo fato de os maiores elogios a seu filme estarem mais ligados a seu roteiro que ao visual.

"Art College 1994"  

O mesmo deve se passar com "Art College 1994", que é uma espécie de "Clube dos Cinco" das artes visuais, recriando a educação formal de grandes talentos da pintura na China. Ao mesmo tempo, o longa é um mergulho nostálgico na ruptura das tradições maoístas, no fim do século XX. Vai ter Berlinale até o dia 26, sendo que o Urso de Ouro e as demais láureas serão entregues pelo júri presidido pela atriz Kristen Stewart no sábado. O filme mais desafiador de todos os concorrentes já exibidos na competição alemã de 2023 é "Afire", de Christian Petzold. O diretor de "Undine" (2020) deu ao evento sua mais engenhosa estrutura de roteiro, ao narrar a relação de um jovem escritor com uma mulher misteriosa numa casa de campo. É uma relação que mescla literatura e amor, num espetáculo narrativo repleto de lirismo.

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