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Magistral, 'Oppenheimer' provoca epifania


Por Rodrigo Fonseca
Ator fetiche da obra de Christopher Nolan, o irlandês Cillian Murphy tem uma atuação extraordinária no papel do físico J. Robert Oppenheimer, sendo dublado no Brasil por Jorge Lucas - Foto: Universal Pictures

RODRIGO FONSECA Espantalho na franquia "Batman" (2005-2012), astro da Palma de Ouro de 2006 ("Ventos da Liberdade"), o irlandês de 47 anos Cillian Murphy atua desde moleque, tendo iniciado sua carreira profissional em 1997, estrelando ou coadjuvando vários curtas e longas do Reino Unido até alcançar notoriedade com "Extermínio" ("28 Days Later"). Trata-se de um dos melhores filmes de zumbi da História, pilotado com a excelência habitual de Danny Boyle e lançado aqui há dez anos. Em 2005, ele estrelou uma joia invisível, o ensaio queer "Café da Manhã em Plutão", de Neil Jordan (pelo qual foi indicado ao Globo de Ouro), e ainda emprestou sua mirada mesmerizante a um genial thriller de Wes Craven: "Voo Noturno". Fechou a primeira década deste século brilhando em "Inception" ("A Origem"), de novo sob a batuta do mesmo Christopher Nolan que fez dele um dos mais sombrios inimigos do Homem-Morcego. Os dois cooperaram ainda no sublime "Dunkirk" (2017). Fora isso, ele trabalhou com Sally Potter (em "A Festa") e com John Krasinski (em "Um Lugar Silencioso: Parte II"). Mas foi entre a TV e o streaming (hoje a Netflix) que ele se popularizou ao assumir a boina manchada de sangue de Thomas Shelby em "Peak Blinders: Sangue, Apostas e Navalhas" (2013-2022). A série de máfia deu a ele uma indicação ao Bafta, uma legião de fãs e o mimo pop de ter seu rosto estampado em camisetas. Mas nada disso se compara ao que virá, a partir desta quinta, com a estreia da epifania chamada "Oppenheimer".

Fustigado continuamente por uma implicância (injustificável) de parte da crítica, que lhe acusa de apostar em roteiros por demais explicadinhos, Nolan regressa ao circuito com seu melhor filme (e pra quem fez "Interestelar" isso significa muita coisa), reforçando a dobradinha com Cillian de modo a arrancar dele seu melhor desempenho. Arquitetou um elenco estelar, cuja cereja é a escalação do divo inglês Tom Conti como Albert Einstein. Trouxe o sueco Ludwig Göransson para compor a trilha sonora e convocou seu habitual colaborador, o suíço Hoyte Van Hoytema, para assinar a direção de fotografia, alternando um colorido retinto e um preto & branco plúmbeo. Esse coletivo opera milagres em cena, a partir de um roteiro decalcado das páginas de "Oppenheimer: O triunfo e a tragédia do Prometeu americano, de Kai Bird e Martin J. Sherwin (traduzido aqui por George Schlesinger), publicado pela Intrínseca. No script escrito pelo cineasta, há mais ontologia e existencialismo do que lógica matemática, apesar de Física ser um dos temas. Um. Há vários.

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Robert Downey Jr. pode enfim ganhar o Oscar por seu desempenho como almirante Strauss - Foto: Universal

Cillian evoca Burt Lancaster numa atuação minimalista, taciturna, de palavras murmuradas e nós na garganta na pele do físico J. Robert Oppenheimer (1904-1967), abordando sobretudo a fase em que ele foi considerado "o homem mais importante do mundo". A construção da bomba atômica que dizimou Hiroshima e Nagasaki de modo a eliminar (de vez) a participação do povo japonês na II Guerra deu ao cientista esse status. Superlativos desse naipe são caros a Nolan pois é de sua natureza autoral falar de indivíduos fadados a salvar o mundo, pagando com a alma o preço da redenção de toda uma civilização - vide a sina de Bruce Wayne, em Gotham City. Mas o jogo filosófico que se estrutura aqui, entre idas, vindas e voltas ao Passado e ao Presente, é uma discussão ética. O plano dos EUA, que escalou Oppenheimer como uma espécie de messias nuclear, era: eliminar milhares para salvar milhões. Durante o demorado processo de pesquisa da bomba de hidrogênio, reconstituído com uma engenharia de som das mais perfeitas já concebidas pelo cinema, existe o argumento de que a bomba seria "a arma para acabar com todas as guerras", Mas só após seu lançamento, Oppenheimer se vêm num papel distinto do que lhe ofereceram: o papel de carrasco.

Quem mede esse papel carrega, nas palavras e no coração corrupto, uma guilhotina mais afiada do que qualquer verdugo jamais usou: o almirante Strauss, personagem que pode dar a Robert Downey Jr. o Oscar que há anos ele merece. Strauss deu a Oppenheimer todos os ingredientes (químicos e humanos) para criar sua máquina de destruição. Depois que ela foi finalizada e usada, ele resolveu escolher seu devotado servidor como bode expiatório para o genocídio do Japão, acusando-o de traidor da pátria, por laços comunistas. Pesa ainda sobre Oppenheimer (num peso traduzido com elegância por Cillian) a relação tumultuada com uma ativista dos pleitos marxistas, Jean Tatlock, que catapulta Florence Pugh ao Olimpo das atrizes mais talentosas desta era.

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Há muito do cinema de modernidade tardia de John Frankenheimer em "Oppenheimer", com analogias (visuais, inclusive) com "Sete Dias De Maio" (1964) e "Sob o Domínio do Mal" (1962). Mas durante a tomada de consciência do personagem de Cillian acerca do que fez, Nolan cria laços com o olvidado "Black Rain: A Coragem de Uma Raça" (1989), do mestre Shôhei Imamura (1926-2006).

Na versão brasileira de "Oppenheimer" houve uma brilhante decisão de se convocar Jorge Lucas pra dublar Cillian. Trata-se de um dos dubladores mais criativos hoje na ativa no país. É Marco Ribeiro quem dubla Downey Jr, o que é sempre uma garantia de excelência.

Nesta quinta, o Estação Net Botafogo vai exibir uma sessão de gala de "Oppenheimer", às 20h30, com direito a brindes para quem for de terno.

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p.s.: Violeta Parra (1917-1967) é uma das vozes mais sensíveis e competentes que cantaram a história da América Latina. Muitas das composições da artista chilena são comprometidas com a luta dos oprimidos e contra a injustiça social. A partir do dia 04 de agosto, a vida e obra da compositora, cantora, poeta, ceramista, bordadeira e artista plástica vai entrar em cena no espetáculo "Violeta Parra em dez cantos", com texto de Luís Alberto de Abreu, direção de Luiz Antônio Rocha, atuação de Rose Germano e direção musical de Aline Gonçalves. A peça é a segunda parte de uma trilogia concebida pela atriz e pelo diretor sobre importantes mulher latinas, iniciada com "Frida Kahlo, a deusa tehuana". Em agosto, "Violeta Parra em dez cantos" será apresentada na Arena Carioca Fernando Torres, em Madureira (04/08, às 19h); na Arena Carioca Dicró, na Penha (10/08, às 19h), na Arena Carioca Abelardo Barbosa, em Pedra de Guaratiba (11/08, às 19h) e no Teatro Gonzaguinha, no Centro (dias 17 e 18/08, às 19h). Haverá uma roda de conversa com a equipe do espetáculo após cada apresentação. Na versão brasileira de "Oppenheimer" houve uma brilhante decisão de se convocar Jorge Lucas pra dublar Cillian. Marco Ribeiro dubla Downey Jr.

p.s.2: Assistido por mais de 300 mil pessoas em oito anos, o projeto Beatles para Crianças ja tem data para voltar ao Rio de Janeiro. Comandada pelos atores, educadores e músicos Fabio Freire e Gabriel Manetti, a trupe chega à cidade em setembro com dois espetáculos: "Meu Primeiro Show de Rock" (07/09) e "Beatles Heróis" (09 e 10/09) no Teatro Clara Nunes. As vendas já estão abertas pelo Sympla.

Ator fetiche da obra de Christopher Nolan, o irlandês Cillian Murphy tem uma atuação extraordinária no papel do físico J. Robert Oppenheimer, sendo dublado no Brasil por Jorge Lucas - Foto: Universal Pictures

RODRIGO FONSECA Espantalho na franquia "Batman" (2005-2012), astro da Palma de Ouro de 2006 ("Ventos da Liberdade"), o irlandês de 47 anos Cillian Murphy atua desde moleque, tendo iniciado sua carreira profissional em 1997, estrelando ou coadjuvando vários curtas e longas do Reino Unido até alcançar notoriedade com "Extermínio" ("28 Days Later"). Trata-se de um dos melhores filmes de zumbi da História, pilotado com a excelência habitual de Danny Boyle e lançado aqui há dez anos. Em 2005, ele estrelou uma joia invisível, o ensaio queer "Café da Manhã em Plutão", de Neil Jordan (pelo qual foi indicado ao Globo de Ouro), e ainda emprestou sua mirada mesmerizante a um genial thriller de Wes Craven: "Voo Noturno". Fechou a primeira década deste século brilhando em "Inception" ("A Origem"), de novo sob a batuta do mesmo Christopher Nolan que fez dele um dos mais sombrios inimigos do Homem-Morcego. Os dois cooperaram ainda no sublime "Dunkirk" (2017). Fora isso, ele trabalhou com Sally Potter (em "A Festa") e com John Krasinski (em "Um Lugar Silencioso: Parte II"). Mas foi entre a TV e o streaming (hoje a Netflix) que ele se popularizou ao assumir a boina manchada de sangue de Thomas Shelby em "Peak Blinders: Sangue, Apostas e Navalhas" (2013-2022). A série de máfia deu a ele uma indicação ao Bafta, uma legião de fãs e o mimo pop de ter seu rosto estampado em camisetas. Mas nada disso se compara ao que virá, a partir desta quinta, com a estreia da epifania chamada "Oppenheimer".

Fustigado continuamente por uma implicância (injustificável) de parte da crítica, que lhe acusa de apostar em roteiros por demais explicadinhos, Nolan regressa ao circuito com seu melhor filme (e pra quem fez "Interestelar" isso significa muita coisa), reforçando a dobradinha com Cillian de modo a arrancar dele seu melhor desempenho. Arquitetou um elenco estelar, cuja cereja é a escalação do divo inglês Tom Conti como Albert Einstein. Trouxe o sueco Ludwig Göransson para compor a trilha sonora e convocou seu habitual colaborador, o suíço Hoyte Van Hoytema, para assinar a direção de fotografia, alternando um colorido retinto e um preto & branco plúmbeo. Esse coletivo opera milagres em cena, a partir de um roteiro decalcado das páginas de "Oppenheimer: O triunfo e a tragédia do Prometeu americano, de Kai Bird e Martin J. Sherwin (traduzido aqui por George Schlesinger), publicado pela Intrínseca. No script escrito pelo cineasta, há mais ontologia e existencialismo do que lógica matemática, apesar de Física ser um dos temas. Um. Há vários.

Robert Downey Jr. pode enfim ganhar o Oscar por seu desempenho como almirante Strauss - Foto: Universal

Cillian evoca Burt Lancaster numa atuação minimalista, taciturna, de palavras murmuradas e nós na garganta na pele do físico J. Robert Oppenheimer (1904-1967), abordando sobretudo a fase em que ele foi considerado "o homem mais importante do mundo". A construção da bomba atômica que dizimou Hiroshima e Nagasaki de modo a eliminar (de vez) a participação do povo japonês na II Guerra deu ao cientista esse status. Superlativos desse naipe são caros a Nolan pois é de sua natureza autoral falar de indivíduos fadados a salvar o mundo, pagando com a alma o preço da redenção de toda uma civilização - vide a sina de Bruce Wayne, em Gotham City. Mas o jogo filosófico que se estrutura aqui, entre idas, vindas e voltas ao Passado e ao Presente, é uma discussão ética. O plano dos EUA, que escalou Oppenheimer como uma espécie de messias nuclear, era: eliminar milhares para salvar milhões. Durante o demorado processo de pesquisa da bomba de hidrogênio, reconstituído com uma engenharia de som das mais perfeitas já concebidas pelo cinema, existe o argumento de que a bomba seria "a arma para acabar com todas as guerras", Mas só após seu lançamento, Oppenheimer se vêm num papel distinto do que lhe ofereceram: o papel de carrasco.

Quem mede esse papel carrega, nas palavras e no coração corrupto, uma guilhotina mais afiada do que qualquer verdugo jamais usou: o almirante Strauss, personagem que pode dar a Robert Downey Jr. o Oscar que há anos ele merece. Strauss deu a Oppenheimer todos os ingredientes (químicos e humanos) para criar sua máquina de destruição. Depois que ela foi finalizada e usada, ele resolveu escolher seu devotado servidor como bode expiatório para o genocídio do Japão, acusando-o de traidor da pátria, por laços comunistas. Pesa ainda sobre Oppenheimer (num peso traduzido com elegância por Cillian) a relação tumultuada com uma ativista dos pleitos marxistas, Jean Tatlock, que catapulta Florence Pugh ao Olimpo das atrizes mais talentosas desta era.

Há muito do cinema de modernidade tardia de John Frankenheimer em "Oppenheimer", com analogias (visuais, inclusive) com "Sete Dias De Maio" (1964) e "Sob o Domínio do Mal" (1962). Mas durante a tomada de consciência do personagem de Cillian acerca do que fez, Nolan cria laços com o olvidado "Black Rain: A Coragem de Uma Raça" (1989), do mestre Shôhei Imamura (1926-2006).

Na versão brasileira de "Oppenheimer" houve uma brilhante decisão de se convocar Jorge Lucas pra dublar Cillian. Trata-se de um dos dubladores mais criativos hoje na ativa no país. É Marco Ribeiro quem dubla Downey Jr, o que é sempre uma garantia de excelência.

Nesta quinta, o Estação Net Botafogo vai exibir uma sessão de gala de "Oppenheimer", às 20h30, com direito a brindes para quem for de terno.

p.s.: Violeta Parra (1917-1967) é uma das vozes mais sensíveis e competentes que cantaram a história da América Latina. Muitas das composições da artista chilena são comprometidas com a luta dos oprimidos e contra a injustiça social. A partir do dia 04 de agosto, a vida e obra da compositora, cantora, poeta, ceramista, bordadeira e artista plástica vai entrar em cena no espetáculo "Violeta Parra em dez cantos", com texto de Luís Alberto de Abreu, direção de Luiz Antônio Rocha, atuação de Rose Germano e direção musical de Aline Gonçalves. A peça é a segunda parte de uma trilogia concebida pela atriz e pelo diretor sobre importantes mulher latinas, iniciada com "Frida Kahlo, a deusa tehuana". Em agosto, "Violeta Parra em dez cantos" será apresentada na Arena Carioca Fernando Torres, em Madureira (04/08, às 19h); na Arena Carioca Dicró, na Penha (10/08, às 19h), na Arena Carioca Abelardo Barbosa, em Pedra de Guaratiba (11/08, às 19h) e no Teatro Gonzaguinha, no Centro (dias 17 e 18/08, às 19h). Haverá uma roda de conversa com a equipe do espetáculo após cada apresentação. Na versão brasileira de "Oppenheimer" houve uma brilhante decisão de se convocar Jorge Lucas pra dublar Cillian. Marco Ribeiro dubla Downey Jr.

p.s.2: Assistido por mais de 300 mil pessoas em oito anos, o projeto Beatles para Crianças ja tem data para voltar ao Rio de Janeiro. Comandada pelos atores, educadores e músicos Fabio Freire e Gabriel Manetti, a trupe chega à cidade em setembro com dois espetáculos: "Meu Primeiro Show de Rock" (07/09) e "Beatles Heróis" (09 e 10/09) no Teatro Clara Nunes. As vendas já estão abertas pelo Sympla.

Ator fetiche da obra de Christopher Nolan, o irlandês Cillian Murphy tem uma atuação extraordinária no papel do físico J. Robert Oppenheimer, sendo dublado no Brasil por Jorge Lucas - Foto: Universal Pictures

RODRIGO FONSECA Espantalho na franquia "Batman" (2005-2012), astro da Palma de Ouro de 2006 ("Ventos da Liberdade"), o irlandês de 47 anos Cillian Murphy atua desde moleque, tendo iniciado sua carreira profissional em 1997, estrelando ou coadjuvando vários curtas e longas do Reino Unido até alcançar notoriedade com "Extermínio" ("28 Days Later"). Trata-se de um dos melhores filmes de zumbi da História, pilotado com a excelência habitual de Danny Boyle e lançado aqui há dez anos. Em 2005, ele estrelou uma joia invisível, o ensaio queer "Café da Manhã em Plutão", de Neil Jordan (pelo qual foi indicado ao Globo de Ouro), e ainda emprestou sua mirada mesmerizante a um genial thriller de Wes Craven: "Voo Noturno". Fechou a primeira década deste século brilhando em "Inception" ("A Origem"), de novo sob a batuta do mesmo Christopher Nolan que fez dele um dos mais sombrios inimigos do Homem-Morcego. Os dois cooperaram ainda no sublime "Dunkirk" (2017). Fora isso, ele trabalhou com Sally Potter (em "A Festa") e com John Krasinski (em "Um Lugar Silencioso: Parte II"). Mas foi entre a TV e o streaming (hoje a Netflix) que ele se popularizou ao assumir a boina manchada de sangue de Thomas Shelby em "Peak Blinders: Sangue, Apostas e Navalhas" (2013-2022). A série de máfia deu a ele uma indicação ao Bafta, uma legião de fãs e o mimo pop de ter seu rosto estampado em camisetas. Mas nada disso se compara ao que virá, a partir desta quinta, com a estreia da epifania chamada "Oppenheimer".

Fustigado continuamente por uma implicância (injustificável) de parte da crítica, que lhe acusa de apostar em roteiros por demais explicadinhos, Nolan regressa ao circuito com seu melhor filme (e pra quem fez "Interestelar" isso significa muita coisa), reforçando a dobradinha com Cillian de modo a arrancar dele seu melhor desempenho. Arquitetou um elenco estelar, cuja cereja é a escalação do divo inglês Tom Conti como Albert Einstein. Trouxe o sueco Ludwig Göransson para compor a trilha sonora e convocou seu habitual colaborador, o suíço Hoyte Van Hoytema, para assinar a direção de fotografia, alternando um colorido retinto e um preto & branco plúmbeo. Esse coletivo opera milagres em cena, a partir de um roteiro decalcado das páginas de "Oppenheimer: O triunfo e a tragédia do Prometeu americano, de Kai Bird e Martin J. Sherwin (traduzido aqui por George Schlesinger), publicado pela Intrínseca. No script escrito pelo cineasta, há mais ontologia e existencialismo do que lógica matemática, apesar de Física ser um dos temas. Um. Há vários.

Robert Downey Jr. pode enfim ganhar o Oscar por seu desempenho como almirante Strauss - Foto: Universal

Cillian evoca Burt Lancaster numa atuação minimalista, taciturna, de palavras murmuradas e nós na garganta na pele do físico J. Robert Oppenheimer (1904-1967), abordando sobretudo a fase em que ele foi considerado "o homem mais importante do mundo". A construção da bomba atômica que dizimou Hiroshima e Nagasaki de modo a eliminar (de vez) a participação do povo japonês na II Guerra deu ao cientista esse status. Superlativos desse naipe são caros a Nolan pois é de sua natureza autoral falar de indivíduos fadados a salvar o mundo, pagando com a alma o preço da redenção de toda uma civilização - vide a sina de Bruce Wayne, em Gotham City. Mas o jogo filosófico que se estrutura aqui, entre idas, vindas e voltas ao Passado e ao Presente, é uma discussão ética. O plano dos EUA, que escalou Oppenheimer como uma espécie de messias nuclear, era: eliminar milhares para salvar milhões. Durante o demorado processo de pesquisa da bomba de hidrogênio, reconstituído com uma engenharia de som das mais perfeitas já concebidas pelo cinema, existe o argumento de que a bomba seria "a arma para acabar com todas as guerras", Mas só após seu lançamento, Oppenheimer se vêm num papel distinto do que lhe ofereceram: o papel de carrasco.

Quem mede esse papel carrega, nas palavras e no coração corrupto, uma guilhotina mais afiada do que qualquer verdugo jamais usou: o almirante Strauss, personagem que pode dar a Robert Downey Jr. o Oscar que há anos ele merece. Strauss deu a Oppenheimer todos os ingredientes (químicos e humanos) para criar sua máquina de destruição. Depois que ela foi finalizada e usada, ele resolveu escolher seu devotado servidor como bode expiatório para o genocídio do Japão, acusando-o de traidor da pátria, por laços comunistas. Pesa ainda sobre Oppenheimer (num peso traduzido com elegância por Cillian) a relação tumultuada com uma ativista dos pleitos marxistas, Jean Tatlock, que catapulta Florence Pugh ao Olimpo das atrizes mais talentosas desta era.

Há muito do cinema de modernidade tardia de John Frankenheimer em "Oppenheimer", com analogias (visuais, inclusive) com "Sete Dias De Maio" (1964) e "Sob o Domínio do Mal" (1962). Mas durante a tomada de consciência do personagem de Cillian acerca do que fez, Nolan cria laços com o olvidado "Black Rain: A Coragem de Uma Raça" (1989), do mestre Shôhei Imamura (1926-2006).

Na versão brasileira de "Oppenheimer" houve uma brilhante decisão de se convocar Jorge Lucas pra dublar Cillian. Trata-se de um dos dubladores mais criativos hoje na ativa no país. É Marco Ribeiro quem dubla Downey Jr, o que é sempre uma garantia de excelência.

Nesta quinta, o Estação Net Botafogo vai exibir uma sessão de gala de "Oppenheimer", às 20h30, com direito a brindes para quem for de terno.

p.s.: Violeta Parra (1917-1967) é uma das vozes mais sensíveis e competentes que cantaram a história da América Latina. Muitas das composições da artista chilena são comprometidas com a luta dos oprimidos e contra a injustiça social. A partir do dia 04 de agosto, a vida e obra da compositora, cantora, poeta, ceramista, bordadeira e artista plástica vai entrar em cena no espetáculo "Violeta Parra em dez cantos", com texto de Luís Alberto de Abreu, direção de Luiz Antônio Rocha, atuação de Rose Germano e direção musical de Aline Gonçalves. A peça é a segunda parte de uma trilogia concebida pela atriz e pelo diretor sobre importantes mulher latinas, iniciada com "Frida Kahlo, a deusa tehuana". Em agosto, "Violeta Parra em dez cantos" será apresentada na Arena Carioca Fernando Torres, em Madureira (04/08, às 19h); na Arena Carioca Dicró, na Penha (10/08, às 19h), na Arena Carioca Abelardo Barbosa, em Pedra de Guaratiba (11/08, às 19h) e no Teatro Gonzaguinha, no Centro (dias 17 e 18/08, às 19h). Haverá uma roda de conversa com a equipe do espetáculo após cada apresentação. Na versão brasileira de "Oppenheimer" houve uma brilhante decisão de se convocar Jorge Lucas pra dublar Cillian. Marco Ribeiro dubla Downey Jr.

p.s.2: Assistido por mais de 300 mil pessoas em oito anos, o projeto Beatles para Crianças ja tem data para voltar ao Rio de Janeiro. Comandada pelos atores, educadores e músicos Fabio Freire e Gabriel Manetti, a trupe chega à cidade em setembro com dois espetáculos: "Meu Primeiro Show de Rock" (07/09) e "Beatles Heróis" (09 e 10/09) no Teatro Clara Nunes. As vendas já estão abertas pelo Sympla.

Ator fetiche da obra de Christopher Nolan, o irlandês Cillian Murphy tem uma atuação extraordinária no papel do físico J. Robert Oppenheimer, sendo dublado no Brasil por Jorge Lucas - Foto: Universal Pictures

RODRIGO FONSECA Espantalho na franquia "Batman" (2005-2012), astro da Palma de Ouro de 2006 ("Ventos da Liberdade"), o irlandês de 47 anos Cillian Murphy atua desde moleque, tendo iniciado sua carreira profissional em 1997, estrelando ou coadjuvando vários curtas e longas do Reino Unido até alcançar notoriedade com "Extermínio" ("28 Days Later"). Trata-se de um dos melhores filmes de zumbi da História, pilotado com a excelência habitual de Danny Boyle e lançado aqui há dez anos. Em 2005, ele estrelou uma joia invisível, o ensaio queer "Café da Manhã em Plutão", de Neil Jordan (pelo qual foi indicado ao Globo de Ouro), e ainda emprestou sua mirada mesmerizante a um genial thriller de Wes Craven: "Voo Noturno". Fechou a primeira década deste século brilhando em "Inception" ("A Origem"), de novo sob a batuta do mesmo Christopher Nolan que fez dele um dos mais sombrios inimigos do Homem-Morcego. Os dois cooperaram ainda no sublime "Dunkirk" (2017). Fora isso, ele trabalhou com Sally Potter (em "A Festa") e com John Krasinski (em "Um Lugar Silencioso: Parte II"). Mas foi entre a TV e o streaming (hoje a Netflix) que ele se popularizou ao assumir a boina manchada de sangue de Thomas Shelby em "Peak Blinders: Sangue, Apostas e Navalhas" (2013-2022). A série de máfia deu a ele uma indicação ao Bafta, uma legião de fãs e o mimo pop de ter seu rosto estampado em camisetas. Mas nada disso se compara ao que virá, a partir desta quinta, com a estreia da epifania chamada "Oppenheimer".

Fustigado continuamente por uma implicância (injustificável) de parte da crítica, que lhe acusa de apostar em roteiros por demais explicadinhos, Nolan regressa ao circuito com seu melhor filme (e pra quem fez "Interestelar" isso significa muita coisa), reforçando a dobradinha com Cillian de modo a arrancar dele seu melhor desempenho. Arquitetou um elenco estelar, cuja cereja é a escalação do divo inglês Tom Conti como Albert Einstein. Trouxe o sueco Ludwig Göransson para compor a trilha sonora e convocou seu habitual colaborador, o suíço Hoyte Van Hoytema, para assinar a direção de fotografia, alternando um colorido retinto e um preto & branco plúmbeo. Esse coletivo opera milagres em cena, a partir de um roteiro decalcado das páginas de "Oppenheimer: O triunfo e a tragédia do Prometeu americano, de Kai Bird e Martin J. Sherwin (traduzido aqui por George Schlesinger), publicado pela Intrínseca. No script escrito pelo cineasta, há mais ontologia e existencialismo do que lógica matemática, apesar de Física ser um dos temas. Um. Há vários.

Robert Downey Jr. pode enfim ganhar o Oscar por seu desempenho como almirante Strauss - Foto: Universal

Cillian evoca Burt Lancaster numa atuação minimalista, taciturna, de palavras murmuradas e nós na garganta na pele do físico J. Robert Oppenheimer (1904-1967), abordando sobretudo a fase em que ele foi considerado "o homem mais importante do mundo". A construção da bomba atômica que dizimou Hiroshima e Nagasaki de modo a eliminar (de vez) a participação do povo japonês na II Guerra deu ao cientista esse status. Superlativos desse naipe são caros a Nolan pois é de sua natureza autoral falar de indivíduos fadados a salvar o mundo, pagando com a alma o preço da redenção de toda uma civilização - vide a sina de Bruce Wayne, em Gotham City. Mas o jogo filosófico que se estrutura aqui, entre idas, vindas e voltas ao Passado e ao Presente, é uma discussão ética. O plano dos EUA, que escalou Oppenheimer como uma espécie de messias nuclear, era: eliminar milhares para salvar milhões. Durante o demorado processo de pesquisa da bomba de hidrogênio, reconstituído com uma engenharia de som das mais perfeitas já concebidas pelo cinema, existe o argumento de que a bomba seria "a arma para acabar com todas as guerras", Mas só após seu lançamento, Oppenheimer se vêm num papel distinto do que lhe ofereceram: o papel de carrasco.

Quem mede esse papel carrega, nas palavras e no coração corrupto, uma guilhotina mais afiada do que qualquer verdugo jamais usou: o almirante Strauss, personagem que pode dar a Robert Downey Jr. o Oscar que há anos ele merece. Strauss deu a Oppenheimer todos os ingredientes (químicos e humanos) para criar sua máquina de destruição. Depois que ela foi finalizada e usada, ele resolveu escolher seu devotado servidor como bode expiatório para o genocídio do Japão, acusando-o de traidor da pátria, por laços comunistas. Pesa ainda sobre Oppenheimer (num peso traduzido com elegância por Cillian) a relação tumultuada com uma ativista dos pleitos marxistas, Jean Tatlock, que catapulta Florence Pugh ao Olimpo das atrizes mais talentosas desta era.

Há muito do cinema de modernidade tardia de John Frankenheimer em "Oppenheimer", com analogias (visuais, inclusive) com "Sete Dias De Maio" (1964) e "Sob o Domínio do Mal" (1962). Mas durante a tomada de consciência do personagem de Cillian acerca do que fez, Nolan cria laços com o olvidado "Black Rain: A Coragem de Uma Raça" (1989), do mestre Shôhei Imamura (1926-2006).

Na versão brasileira de "Oppenheimer" houve uma brilhante decisão de se convocar Jorge Lucas pra dublar Cillian. Trata-se de um dos dubladores mais criativos hoje na ativa no país. É Marco Ribeiro quem dubla Downey Jr, o que é sempre uma garantia de excelência.

Nesta quinta, o Estação Net Botafogo vai exibir uma sessão de gala de "Oppenheimer", às 20h30, com direito a brindes para quem for de terno.

p.s.: Violeta Parra (1917-1967) é uma das vozes mais sensíveis e competentes que cantaram a história da América Latina. Muitas das composições da artista chilena são comprometidas com a luta dos oprimidos e contra a injustiça social. A partir do dia 04 de agosto, a vida e obra da compositora, cantora, poeta, ceramista, bordadeira e artista plástica vai entrar em cena no espetáculo "Violeta Parra em dez cantos", com texto de Luís Alberto de Abreu, direção de Luiz Antônio Rocha, atuação de Rose Germano e direção musical de Aline Gonçalves. A peça é a segunda parte de uma trilogia concebida pela atriz e pelo diretor sobre importantes mulher latinas, iniciada com "Frida Kahlo, a deusa tehuana". Em agosto, "Violeta Parra em dez cantos" será apresentada na Arena Carioca Fernando Torres, em Madureira (04/08, às 19h); na Arena Carioca Dicró, na Penha (10/08, às 19h), na Arena Carioca Abelardo Barbosa, em Pedra de Guaratiba (11/08, às 19h) e no Teatro Gonzaguinha, no Centro (dias 17 e 18/08, às 19h). Haverá uma roda de conversa com a equipe do espetáculo após cada apresentação. Na versão brasileira de "Oppenheimer" houve uma brilhante decisão de se convocar Jorge Lucas pra dublar Cillian. Marco Ribeiro dubla Downey Jr.

p.s.2: Assistido por mais de 300 mil pessoas em oito anos, o projeto Beatles para Crianças ja tem data para voltar ao Rio de Janeiro. Comandada pelos atores, educadores e músicos Fabio Freire e Gabriel Manetti, a trupe chega à cidade em setembro com dois espetáculos: "Meu Primeiro Show de Rock" (07/09) e "Beatles Heróis" (09 e 10/09) no Teatro Clara Nunes. As vendas já estão abertas pelo Sympla.

Ator fetiche da obra de Christopher Nolan, o irlandês Cillian Murphy tem uma atuação extraordinária no papel do físico J. Robert Oppenheimer, sendo dublado no Brasil por Jorge Lucas - Foto: Universal Pictures

RODRIGO FONSECA Espantalho na franquia "Batman" (2005-2012), astro da Palma de Ouro de 2006 ("Ventos da Liberdade"), o irlandês de 47 anos Cillian Murphy atua desde moleque, tendo iniciado sua carreira profissional em 1997, estrelando ou coadjuvando vários curtas e longas do Reino Unido até alcançar notoriedade com "Extermínio" ("28 Days Later"). Trata-se de um dos melhores filmes de zumbi da História, pilotado com a excelência habitual de Danny Boyle e lançado aqui há dez anos. Em 2005, ele estrelou uma joia invisível, o ensaio queer "Café da Manhã em Plutão", de Neil Jordan (pelo qual foi indicado ao Globo de Ouro), e ainda emprestou sua mirada mesmerizante a um genial thriller de Wes Craven: "Voo Noturno". Fechou a primeira década deste século brilhando em "Inception" ("A Origem"), de novo sob a batuta do mesmo Christopher Nolan que fez dele um dos mais sombrios inimigos do Homem-Morcego. Os dois cooperaram ainda no sublime "Dunkirk" (2017). Fora isso, ele trabalhou com Sally Potter (em "A Festa") e com John Krasinski (em "Um Lugar Silencioso: Parte II"). Mas foi entre a TV e o streaming (hoje a Netflix) que ele se popularizou ao assumir a boina manchada de sangue de Thomas Shelby em "Peak Blinders: Sangue, Apostas e Navalhas" (2013-2022). A série de máfia deu a ele uma indicação ao Bafta, uma legião de fãs e o mimo pop de ter seu rosto estampado em camisetas. Mas nada disso se compara ao que virá, a partir desta quinta, com a estreia da epifania chamada "Oppenheimer".

Fustigado continuamente por uma implicância (injustificável) de parte da crítica, que lhe acusa de apostar em roteiros por demais explicadinhos, Nolan regressa ao circuito com seu melhor filme (e pra quem fez "Interestelar" isso significa muita coisa), reforçando a dobradinha com Cillian de modo a arrancar dele seu melhor desempenho. Arquitetou um elenco estelar, cuja cereja é a escalação do divo inglês Tom Conti como Albert Einstein. Trouxe o sueco Ludwig Göransson para compor a trilha sonora e convocou seu habitual colaborador, o suíço Hoyte Van Hoytema, para assinar a direção de fotografia, alternando um colorido retinto e um preto & branco plúmbeo. Esse coletivo opera milagres em cena, a partir de um roteiro decalcado das páginas de "Oppenheimer: O triunfo e a tragédia do Prometeu americano, de Kai Bird e Martin J. Sherwin (traduzido aqui por George Schlesinger), publicado pela Intrínseca. No script escrito pelo cineasta, há mais ontologia e existencialismo do que lógica matemática, apesar de Física ser um dos temas. Um. Há vários.

Robert Downey Jr. pode enfim ganhar o Oscar por seu desempenho como almirante Strauss - Foto: Universal

Cillian evoca Burt Lancaster numa atuação minimalista, taciturna, de palavras murmuradas e nós na garganta na pele do físico J. Robert Oppenheimer (1904-1967), abordando sobretudo a fase em que ele foi considerado "o homem mais importante do mundo". A construção da bomba atômica que dizimou Hiroshima e Nagasaki de modo a eliminar (de vez) a participação do povo japonês na II Guerra deu ao cientista esse status. Superlativos desse naipe são caros a Nolan pois é de sua natureza autoral falar de indivíduos fadados a salvar o mundo, pagando com a alma o preço da redenção de toda uma civilização - vide a sina de Bruce Wayne, em Gotham City. Mas o jogo filosófico que se estrutura aqui, entre idas, vindas e voltas ao Passado e ao Presente, é uma discussão ética. O plano dos EUA, que escalou Oppenheimer como uma espécie de messias nuclear, era: eliminar milhares para salvar milhões. Durante o demorado processo de pesquisa da bomba de hidrogênio, reconstituído com uma engenharia de som das mais perfeitas já concebidas pelo cinema, existe o argumento de que a bomba seria "a arma para acabar com todas as guerras", Mas só após seu lançamento, Oppenheimer se vêm num papel distinto do que lhe ofereceram: o papel de carrasco.

Quem mede esse papel carrega, nas palavras e no coração corrupto, uma guilhotina mais afiada do que qualquer verdugo jamais usou: o almirante Strauss, personagem que pode dar a Robert Downey Jr. o Oscar que há anos ele merece. Strauss deu a Oppenheimer todos os ingredientes (químicos e humanos) para criar sua máquina de destruição. Depois que ela foi finalizada e usada, ele resolveu escolher seu devotado servidor como bode expiatório para o genocídio do Japão, acusando-o de traidor da pátria, por laços comunistas. Pesa ainda sobre Oppenheimer (num peso traduzido com elegância por Cillian) a relação tumultuada com uma ativista dos pleitos marxistas, Jean Tatlock, que catapulta Florence Pugh ao Olimpo das atrizes mais talentosas desta era.

Há muito do cinema de modernidade tardia de John Frankenheimer em "Oppenheimer", com analogias (visuais, inclusive) com "Sete Dias De Maio" (1964) e "Sob o Domínio do Mal" (1962). Mas durante a tomada de consciência do personagem de Cillian acerca do que fez, Nolan cria laços com o olvidado "Black Rain: A Coragem de Uma Raça" (1989), do mestre Shôhei Imamura (1926-2006).

Na versão brasileira de "Oppenheimer" houve uma brilhante decisão de se convocar Jorge Lucas pra dublar Cillian. Trata-se de um dos dubladores mais criativos hoje na ativa no país. É Marco Ribeiro quem dubla Downey Jr, o que é sempre uma garantia de excelência.

Nesta quinta, o Estação Net Botafogo vai exibir uma sessão de gala de "Oppenheimer", às 20h30, com direito a brindes para quem for de terno.

p.s.: Violeta Parra (1917-1967) é uma das vozes mais sensíveis e competentes que cantaram a história da América Latina. Muitas das composições da artista chilena são comprometidas com a luta dos oprimidos e contra a injustiça social. A partir do dia 04 de agosto, a vida e obra da compositora, cantora, poeta, ceramista, bordadeira e artista plástica vai entrar em cena no espetáculo "Violeta Parra em dez cantos", com texto de Luís Alberto de Abreu, direção de Luiz Antônio Rocha, atuação de Rose Germano e direção musical de Aline Gonçalves. A peça é a segunda parte de uma trilogia concebida pela atriz e pelo diretor sobre importantes mulher latinas, iniciada com "Frida Kahlo, a deusa tehuana". Em agosto, "Violeta Parra em dez cantos" será apresentada na Arena Carioca Fernando Torres, em Madureira (04/08, às 19h); na Arena Carioca Dicró, na Penha (10/08, às 19h), na Arena Carioca Abelardo Barbosa, em Pedra de Guaratiba (11/08, às 19h) e no Teatro Gonzaguinha, no Centro (dias 17 e 18/08, às 19h). Haverá uma roda de conversa com a equipe do espetáculo após cada apresentação. Na versão brasileira de "Oppenheimer" houve uma brilhante decisão de se convocar Jorge Lucas pra dublar Cillian. Marco Ribeiro dubla Downey Jr.

p.s.2: Assistido por mais de 300 mil pessoas em oito anos, o projeto Beatles para Crianças ja tem data para voltar ao Rio de Janeiro. Comandada pelos atores, educadores e músicos Fabio Freire e Gabriel Manetti, a trupe chega à cidade em setembro com dois espetáculos: "Meu Primeiro Show de Rock" (07/09) e "Beatles Heróis" (09 e 10/09) no Teatro Clara Nunes. As vendas já estão abertas pelo Sympla.

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