Rodrigo Fonseca Depois de encartar os paulistas, a retrospectiva de Steven Spielberg organizada pelo Centro Cultural Banco do Brasil chega à unidade do Rio de Janeiro, na Rua 1º de Março, no Centro, de olho na potência autoral de uma carreira que uniu espetáculo, política e reflexão humanista. Laureado com o Globo de Ouro de Melhor Filme e de Melhor Direção, embora não tenha levado nenhuma das sete indicações ao Oscar a que concorreu, "Os Fablemans" foi seu longa-metragem mais recente. Agora, ele tem pela frente uma releitura do clássico "Bullit" (1968), escalando Bradley Cooper para o papel imortalizado por Steve McQueen. Tem ainda a tarefa de produzir uma série para a HBO baseada num projeto sobre Napoleão Bonaparte de seu amigo Stanley Kubrick. Na seleção do CCBB-RJ, agendada de 12 de abril a 8 de maio, é possível garimpar pérolas como o brilhante "The Post" (2017) e o encantador "Lincoln" (2012). Em fevereiro,, Spielberg foi laureado com o Urso de Ouro honorário pela Berlinale. Em sua visita à capital alemã, ele deu declarações bombásticas sobre suas escolhas. "Foi durante a minha convivência com François Truffaut nas filmagens de 'Contatos Imediatos do Terceiro Grau' que veio a ideia de filmar 'E.T.', com crianças", disse o diretor em Berlim. "Durante o confinamento por conta da pandemia, senti medo de morrer. A exasperação que senti confinado, para me proteger da covid-19, desviou meu foco de uma série de projetos e me manteve ligado ao desejo de refilmar 'West Side Story', que lancei em 2021, e no desejo de falar de minha família, com 'Os Fablemans'. Agora estou livre". Este ano, ele se empenha ainda na celebração dos 30 anos de "A Lista de Schindler" (1993), a produção de US$ 22 milhões que lhe rendeu seu primeiro Oscar de Melhor Direção - com um faturamento de US$ 322 milhões. "Quando buscava um parceiro para fotografar 'A Lista...', alguém me falou de um polonês que havia acabado de se destacar na Europa. Era Janus Kaminski, que, quando eu conheci, só tinha intimidade com P&B, ou seja, tudo de que eu precisava. Ele acabou se tornando meu braço direito e meu olho esquerdo ao longo dos anos", disse Spielberg no Festival de Berlim. p.s.: Falando em Spielberg, vai ter "Indiana Jones e a Última Cruzada" (1989), de Steven Spielberg, na Globo esta tarde, às 14h10.