De antena ligada nas HQs, cinema-pipoca, RPG e afins

'Mr. Long', saudosa epifania


Por Rodrigo Fonseca

RODRIGO FONSECA Em meio a um processo de reconfiguração, dividido em duas edições, uma em março e uma junho, a Berlinale, em sua edição 7.1, bem que poderia engatar uma parceria com algum streaming como a MUBI ou a Filmin.Pt e exibir joias de sua programação mais recente, como foi o caso de "Mr. Long", de Sabu, exibido em 2017, na briga pelo Urso de Ouro, em defesa do Japão. Até hoje, esse potente longa-metragem jamais foi exibido em circuito comercial por aqui.

Epifania, aquela sensação de enlevo quase religioso que a Arte provoca ao colocar o olhar do espectador em transcendência, fez-se presente no 67º Festival de Berlim, há quatro anos, graças aos esforços do diretor japonês Sabu (de "Monday" e "Miss Zombie") e de seu "Mr. Long", uma narrativa soberba que patina pela estranheza e pelo niilismo até fazer da esperança seu ponto de chegada. Com ecos de "Hana-Bi" (1997), de Takeshi Kitano, e de "Drive" (2011), de Nicolas Winding Refn, o concorrente do Japão, protagonizado pelo galã Chang Chen (de "O Tigre e o Dragão"), apresenta um formato narrativo no qual o que parece tropeço vira requinte, num roteiro que avança entre causa e efeito abrindo digressões de seus personagens paralelos. E mais, é um filme de ação que vira comédia, que vira melodrama, que vira drama familiar, que tomba pelas veredas do realismo social, mas que volta a ser ação, num arco que jamais perde a harmonia nem a comunicabilidade, apoiado numa precisão de decupagem invejável.

Aberto com cenas de execução construídas nos moldes dos melhores exemplares da Ásia no quesito filme de gângster, "Mr. Long" acompanha a transformação na rotina de um matador de aluguel de Taiwan (Chen), especialista em matar com facas, depois que ele é alvo de uma emboscada em uma missão no Japão. Fadado a morrer, ele consegue escapar e cai num bairro pobre, onde um menino carente lhe ajuda a sobreviver. O guri é filho de uma dependente química. O assassino se recupera e usa itens de cozinha que encontra para fazer um cozido. Esse gesto se repete dia a dia, sempre com o garotinho perto, estabelecendo uma relação silenciosa de amizade. Vizinhos vão sendo atraídos pelo cheiro da comida e passam a enxergar naquele sujeito que só sabe falar chinês um chef de primeira. Sem outra alternativa e necessitado de dinheiro, ele vai cozinhando para os moradores, que montam um carrinho de comida para que ele possa vender suas guloseimas. Nisso, a viciada se restabelece e se encanta pelo jeito cuidadoso do sujeito - apelidado ali de Mr. Long - e acaba se afeiçoando, criando uma vida a dois. Mas, o crime, esse bumerangue social, voltará a bater na porta do trio.

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Em seu círculo estrutural fascinante de dramaturgia, "Mr. Long" reforça a relevância do "filme de gênero" como instância de reflexão do real.

RODRIGO FONSECA Em meio a um processo de reconfiguração, dividido em duas edições, uma em março e uma junho, a Berlinale, em sua edição 7.1, bem que poderia engatar uma parceria com algum streaming como a MUBI ou a Filmin.Pt e exibir joias de sua programação mais recente, como foi o caso de "Mr. Long", de Sabu, exibido em 2017, na briga pelo Urso de Ouro, em defesa do Japão. Até hoje, esse potente longa-metragem jamais foi exibido em circuito comercial por aqui.

Epifania, aquela sensação de enlevo quase religioso que a Arte provoca ao colocar o olhar do espectador em transcendência, fez-se presente no 67º Festival de Berlim, há quatro anos, graças aos esforços do diretor japonês Sabu (de "Monday" e "Miss Zombie") e de seu "Mr. Long", uma narrativa soberba que patina pela estranheza e pelo niilismo até fazer da esperança seu ponto de chegada. Com ecos de "Hana-Bi" (1997), de Takeshi Kitano, e de "Drive" (2011), de Nicolas Winding Refn, o concorrente do Japão, protagonizado pelo galã Chang Chen (de "O Tigre e o Dragão"), apresenta um formato narrativo no qual o que parece tropeço vira requinte, num roteiro que avança entre causa e efeito abrindo digressões de seus personagens paralelos. E mais, é um filme de ação que vira comédia, que vira melodrama, que vira drama familiar, que tomba pelas veredas do realismo social, mas que volta a ser ação, num arco que jamais perde a harmonia nem a comunicabilidade, apoiado numa precisão de decupagem invejável.

Aberto com cenas de execução construídas nos moldes dos melhores exemplares da Ásia no quesito filme de gângster, "Mr. Long" acompanha a transformação na rotina de um matador de aluguel de Taiwan (Chen), especialista em matar com facas, depois que ele é alvo de uma emboscada em uma missão no Japão. Fadado a morrer, ele consegue escapar e cai num bairro pobre, onde um menino carente lhe ajuda a sobreviver. O guri é filho de uma dependente química. O assassino se recupera e usa itens de cozinha que encontra para fazer um cozido. Esse gesto se repete dia a dia, sempre com o garotinho perto, estabelecendo uma relação silenciosa de amizade. Vizinhos vão sendo atraídos pelo cheiro da comida e passam a enxergar naquele sujeito que só sabe falar chinês um chef de primeira. Sem outra alternativa e necessitado de dinheiro, ele vai cozinhando para os moradores, que montam um carrinho de comida para que ele possa vender suas guloseimas. Nisso, a viciada se restabelece e se encanta pelo jeito cuidadoso do sujeito - apelidado ali de Mr. Long - e acaba se afeiçoando, criando uma vida a dois. Mas, o crime, esse bumerangue social, voltará a bater na porta do trio.

Em seu círculo estrutural fascinante de dramaturgia, "Mr. Long" reforça a relevância do "filme de gênero" como instância de reflexão do real.

RODRIGO FONSECA Em meio a um processo de reconfiguração, dividido em duas edições, uma em março e uma junho, a Berlinale, em sua edição 7.1, bem que poderia engatar uma parceria com algum streaming como a MUBI ou a Filmin.Pt e exibir joias de sua programação mais recente, como foi o caso de "Mr. Long", de Sabu, exibido em 2017, na briga pelo Urso de Ouro, em defesa do Japão. Até hoje, esse potente longa-metragem jamais foi exibido em circuito comercial por aqui.

Epifania, aquela sensação de enlevo quase religioso que a Arte provoca ao colocar o olhar do espectador em transcendência, fez-se presente no 67º Festival de Berlim, há quatro anos, graças aos esforços do diretor japonês Sabu (de "Monday" e "Miss Zombie") e de seu "Mr. Long", uma narrativa soberba que patina pela estranheza e pelo niilismo até fazer da esperança seu ponto de chegada. Com ecos de "Hana-Bi" (1997), de Takeshi Kitano, e de "Drive" (2011), de Nicolas Winding Refn, o concorrente do Japão, protagonizado pelo galã Chang Chen (de "O Tigre e o Dragão"), apresenta um formato narrativo no qual o que parece tropeço vira requinte, num roteiro que avança entre causa e efeito abrindo digressões de seus personagens paralelos. E mais, é um filme de ação que vira comédia, que vira melodrama, que vira drama familiar, que tomba pelas veredas do realismo social, mas que volta a ser ação, num arco que jamais perde a harmonia nem a comunicabilidade, apoiado numa precisão de decupagem invejável.

Aberto com cenas de execução construídas nos moldes dos melhores exemplares da Ásia no quesito filme de gângster, "Mr. Long" acompanha a transformação na rotina de um matador de aluguel de Taiwan (Chen), especialista em matar com facas, depois que ele é alvo de uma emboscada em uma missão no Japão. Fadado a morrer, ele consegue escapar e cai num bairro pobre, onde um menino carente lhe ajuda a sobreviver. O guri é filho de uma dependente química. O assassino se recupera e usa itens de cozinha que encontra para fazer um cozido. Esse gesto se repete dia a dia, sempre com o garotinho perto, estabelecendo uma relação silenciosa de amizade. Vizinhos vão sendo atraídos pelo cheiro da comida e passam a enxergar naquele sujeito que só sabe falar chinês um chef de primeira. Sem outra alternativa e necessitado de dinheiro, ele vai cozinhando para os moradores, que montam um carrinho de comida para que ele possa vender suas guloseimas. Nisso, a viciada se restabelece e se encanta pelo jeito cuidadoso do sujeito - apelidado ali de Mr. Long - e acaba se afeiçoando, criando uma vida a dois. Mas, o crime, esse bumerangue social, voltará a bater na porta do trio.

Em seu círculo estrutural fascinante de dramaturgia, "Mr. Long" reforça a relevância do "filme de gênero" como instância de reflexão do real.

RODRIGO FONSECA Em meio a um processo de reconfiguração, dividido em duas edições, uma em março e uma junho, a Berlinale, em sua edição 7.1, bem que poderia engatar uma parceria com algum streaming como a MUBI ou a Filmin.Pt e exibir joias de sua programação mais recente, como foi o caso de "Mr. Long", de Sabu, exibido em 2017, na briga pelo Urso de Ouro, em defesa do Japão. Até hoje, esse potente longa-metragem jamais foi exibido em circuito comercial por aqui.

Epifania, aquela sensação de enlevo quase religioso que a Arte provoca ao colocar o olhar do espectador em transcendência, fez-se presente no 67º Festival de Berlim, há quatro anos, graças aos esforços do diretor japonês Sabu (de "Monday" e "Miss Zombie") e de seu "Mr. Long", uma narrativa soberba que patina pela estranheza e pelo niilismo até fazer da esperança seu ponto de chegada. Com ecos de "Hana-Bi" (1997), de Takeshi Kitano, e de "Drive" (2011), de Nicolas Winding Refn, o concorrente do Japão, protagonizado pelo galã Chang Chen (de "O Tigre e o Dragão"), apresenta um formato narrativo no qual o que parece tropeço vira requinte, num roteiro que avança entre causa e efeito abrindo digressões de seus personagens paralelos. E mais, é um filme de ação que vira comédia, que vira melodrama, que vira drama familiar, que tomba pelas veredas do realismo social, mas que volta a ser ação, num arco que jamais perde a harmonia nem a comunicabilidade, apoiado numa precisão de decupagem invejável.

Aberto com cenas de execução construídas nos moldes dos melhores exemplares da Ásia no quesito filme de gângster, "Mr. Long" acompanha a transformação na rotina de um matador de aluguel de Taiwan (Chen), especialista em matar com facas, depois que ele é alvo de uma emboscada em uma missão no Japão. Fadado a morrer, ele consegue escapar e cai num bairro pobre, onde um menino carente lhe ajuda a sobreviver. O guri é filho de uma dependente química. O assassino se recupera e usa itens de cozinha que encontra para fazer um cozido. Esse gesto se repete dia a dia, sempre com o garotinho perto, estabelecendo uma relação silenciosa de amizade. Vizinhos vão sendo atraídos pelo cheiro da comida e passam a enxergar naquele sujeito que só sabe falar chinês um chef de primeira. Sem outra alternativa e necessitado de dinheiro, ele vai cozinhando para os moradores, que montam um carrinho de comida para que ele possa vender suas guloseimas. Nisso, a viciada se restabelece e se encanta pelo jeito cuidadoso do sujeito - apelidado ali de Mr. Long - e acaba se afeiçoando, criando uma vida a dois. Mas, o crime, esse bumerangue social, voltará a bater na porta do trio.

Em seu círculo estrutural fascinante de dramaturgia, "Mr. Long" reforça a relevância do "filme de gênero" como instância de reflexão do real.

RODRIGO FONSECA Em meio a um processo de reconfiguração, dividido em duas edições, uma em março e uma junho, a Berlinale, em sua edição 7.1, bem que poderia engatar uma parceria com algum streaming como a MUBI ou a Filmin.Pt e exibir joias de sua programação mais recente, como foi o caso de "Mr. Long", de Sabu, exibido em 2017, na briga pelo Urso de Ouro, em defesa do Japão. Até hoje, esse potente longa-metragem jamais foi exibido em circuito comercial por aqui.

Epifania, aquela sensação de enlevo quase religioso que a Arte provoca ao colocar o olhar do espectador em transcendência, fez-se presente no 67º Festival de Berlim, há quatro anos, graças aos esforços do diretor japonês Sabu (de "Monday" e "Miss Zombie") e de seu "Mr. Long", uma narrativa soberba que patina pela estranheza e pelo niilismo até fazer da esperança seu ponto de chegada. Com ecos de "Hana-Bi" (1997), de Takeshi Kitano, e de "Drive" (2011), de Nicolas Winding Refn, o concorrente do Japão, protagonizado pelo galã Chang Chen (de "O Tigre e o Dragão"), apresenta um formato narrativo no qual o que parece tropeço vira requinte, num roteiro que avança entre causa e efeito abrindo digressões de seus personagens paralelos. E mais, é um filme de ação que vira comédia, que vira melodrama, que vira drama familiar, que tomba pelas veredas do realismo social, mas que volta a ser ação, num arco que jamais perde a harmonia nem a comunicabilidade, apoiado numa precisão de decupagem invejável.

Aberto com cenas de execução construídas nos moldes dos melhores exemplares da Ásia no quesito filme de gângster, "Mr. Long" acompanha a transformação na rotina de um matador de aluguel de Taiwan (Chen), especialista em matar com facas, depois que ele é alvo de uma emboscada em uma missão no Japão. Fadado a morrer, ele consegue escapar e cai num bairro pobre, onde um menino carente lhe ajuda a sobreviver. O guri é filho de uma dependente química. O assassino se recupera e usa itens de cozinha que encontra para fazer um cozido. Esse gesto se repete dia a dia, sempre com o garotinho perto, estabelecendo uma relação silenciosa de amizade. Vizinhos vão sendo atraídos pelo cheiro da comida e passam a enxergar naquele sujeito que só sabe falar chinês um chef de primeira. Sem outra alternativa e necessitado de dinheiro, ele vai cozinhando para os moradores, que montam um carrinho de comida para que ele possa vender suas guloseimas. Nisso, a viciada se restabelece e se encanta pelo jeito cuidadoso do sujeito - apelidado ali de Mr. Long - e acaba se afeiçoando, criando uma vida a dois. Mas, o crime, esse bumerangue social, voltará a bater na porta do trio.

Em seu círculo estrutural fascinante de dramaturgia, "Mr. Long" reforça a relevância do "filme de gênero" como instância de reflexão do real.

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