De antena ligada nas HQs, cinema-pipoca, RPG e afins

Netflix desbrava o cinema B da Polônia


Por Rodrigo Fonseca
Um ex-policial se passa por professor a fim de livrar uma escola do crime em "Plano de Aula"  Foto: Estadão

RODRIGO FONSECA Representado na disputa por vagas do Oscar de 2023 por "EO", de Jerzy Skolimowski (laureado com o Prêmio do Júri de Cannes, em maio), o cinema da Polônia entrou em fase de redesenho a partir de 2011, quando novas leis governamentais, em formas de editais, fomentaram vozes autorais jovens e criadores experientes a se expressarem em longas-metragens ousados. Um discreto, mas potente boom estabeleceu-se por lá, consagrando a engenhosidade de uma cineasta prolífica, Malgorzata Szumowzka ("Body" e "O Rosto"), e emplacando uma indicação à estatueta da Academia de Hollywood com "Corpus Christi" (2019), de Jan Komasa. Mas esse incremento na visibilidade do discurso cinematográfico de uma terra que nos presenteou com Andrzej Wajda alcança, agora, um novo e frutífero veio pop. Recentemente, um novo corredor polonês foi aberto, via streaminguesfera, sobretudo a Netflix, para filmes B, como "Plano de Aula" ("Plan lekcji", 2022), arrebatador thriller de Daniel Markowicz, já online. Contrariando a metástase do politicamente correto pelo audiovisual adentro, narrativas policiais ou criminais egressas daquela pátria têm deitado e rolado nos códigos da ação, gerando uma renovação estética de gênero parecida com o que os italianos fizeram com o faroeste nos anos 1970 e 80, ao criar tramas de perseguição sem moralismos. O tenso longa de Markowicz ainda ataca o terror do "cancelamento" nas redes sociais, criticando o perspectivismo moralista dos tempos atuais. Na trama, um policial assombrado por perdas (Piotr Witkowski) se infiltra numa escola, como professor de História, a fim de acabar com uma rede de tráfico. Ele não usa armas e, sim, golpes de artes marciais mistas, abrindo espaço para sequências de pancadaria de deixar John Wick sem fôlego.

"Como Me Apaixonei Por um Gângster"  Foto: Estadão
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Antes dele veio "Furioza", de Cyprian T. Olencki. Chove adrenalina sobre este thriller baseado em fatos reais do dia a dia dos hooligans, as gangues associadas a torcidas de grandes times que espalham a violência. Numa Polônia onde a corrupção corre solta, uma policial, Dzika (Weronika Ksiazkiewicz, impecável em cena), tem que recorrer a um amor do passado, o médico David (Mateusz Banasiuk), para que ele possa se infiltrar numa organização de lutas clandestinas de seu irmão, a fim de delatar crimes que são encobertos pela brutalidade em estádios. Sua forma de é vertiginosa e aprofunda dilemas morais para cartografar as mazelas de seu país. Junte a esse bonde polonês o recente "Como Me Apaixonei Por um Gângster", de Maciej Kawulski, que é uma espécie de "Os Bons Companheiros" europeu. A série "Nas Montanhas da Coruja" (Znaki"), com Andrzej Konopka, também conversa com esse filão explosivo. Nesses filmes e nesse seriado é possível encontrar um grau de vertigem na maneira de se filmar lutas e trocas de tiros que Hollywood perdeu, salvando-se apenas no já citado universo "John Wick", com Keanu Reeves, e no recente "Trem-Bala", com Brad Pitt, além de alguns longas de baixo orçamento com Sylvester Stallone, como "Samaritano". O magistral "Plano de Aula" tem uma liberdade que resguarda nosso olhar de patrulhas ideológicas.

Um ex-policial se passa por professor a fim de livrar uma escola do crime em "Plano de Aula"  Foto: Estadão

RODRIGO FONSECA Representado na disputa por vagas do Oscar de 2023 por "EO", de Jerzy Skolimowski (laureado com o Prêmio do Júri de Cannes, em maio), o cinema da Polônia entrou em fase de redesenho a partir de 2011, quando novas leis governamentais, em formas de editais, fomentaram vozes autorais jovens e criadores experientes a se expressarem em longas-metragens ousados. Um discreto, mas potente boom estabeleceu-se por lá, consagrando a engenhosidade de uma cineasta prolífica, Malgorzata Szumowzka ("Body" e "O Rosto"), e emplacando uma indicação à estatueta da Academia de Hollywood com "Corpus Christi" (2019), de Jan Komasa. Mas esse incremento na visibilidade do discurso cinematográfico de uma terra que nos presenteou com Andrzej Wajda alcança, agora, um novo e frutífero veio pop. Recentemente, um novo corredor polonês foi aberto, via streaminguesfera, sobretudo a Netflix, para filmes B, como "Plano de Aula" ("Plan lekcji", 2022), arrebatador thriller de Daniel Markowicz, já online. Contrariando a metástase do politicamente correto pelo audiovisual adentro, narrativas policiais ou criminais egressas daquela pátria têm deitado e rolado nos códigos da ação, gerando uma renovação estética de gênero parecida com o que os italianos fizeram com o faroeste nos anos 1970 e 80, ao criar tramas de perseguição sem moralismos. O tenso longa de Markowicz ainda ataca o terror do "cancelamento" nas redes sociais, criticando o perspectivismo moralista dos tempos atuais. Na trama, um policial assombrado por perdas (Piotr Witkowski) se infiltra numa escola, como professor de História, a fim de acabar com uma rede de tráfico. Ele não usa armas e, sim, golpes de artes marciais mistas, abrindo espaço para sequências de pancadaria de deixar John Wick sem fôlego.

"Como Me Apaixonei Por um Gângster"  Foto: Estadão

Antes dele veio "Furioza", de Cyprian T. Olencki. Chove adrenalina sobre este thriller baseado em fatos reais do dia a dia dos hooligans, as gangues associadas a torcidas de grandes times que espalham a violência. Numa Polônia onde a corrupção corre solta, uma policial, Dzika (Weronika Ksiazkiewicz, impecável em cena), tem que recorrer a um amor do passado, o médico David (Mateusz Banasiuk), para que ele possa se infiltrar numa organização de lutas clandestinas de seu irmão, a fim de delatar crimes que são encobertos pela brutalidade em estádios. Sua forma de é vertiginosa e aprofunda dilemas morais para cartografar as mazelas de seu país. Junte a esse bonde polonês o recente "Como Me Apaixonei Por um Gângster", de Maciej Kawulski, que é uma espécie de "Os Bons Companheiros" europeu. A série "Nas Montanhas da Coruja" (Znaki"), com Andrzej Konopka, também conversa com esse filão explosivo. Nesses filmes e nesse seriado é possível encontrar um grau de vertigem na maneira de se filmar lutas e trocas de tiros que Hollywood perdeu, salvando-se apenas no já citado universo "John Wick", com Keanu Reeves, e no recente "Trem-Bala", com Brad Pitt, além de alguns longas de baixo orçamento com Sylvester Stallone, como "Samaritano". O magistral "Plano de Aula" tem uma liberdade que resguarda nosso olhar de patrulhas ideológicas.

Um ex-policial se passa por professor a fim de livrar uma escola do crime em "Plano de Aula"  Foto: Estadão

RODRIGO FONSECA Representado na disputa por vagas do Oscar de 2023 por "EO", de Jerzy Skolimowski (laureado com o Prêmio do Júri de Cannes, em maio), o cinema da Polônia entrou em fase de redesenho a partir de 2011, quando novas leis governamentais, em formas de editais, fomentaram vozes autorais jovens e criadores experientes a se expressarem em longas-metragens ousados. Um discreto, mas potente boom estabeleceu-se por lá, consagrando a engenhosidade de uma cineasta prolífica, Malgorzata Szumowzka ("Body" e "O Rosto"), e emplacando uma indicação à estatueta da Academia de Hollywood com "Corpus Christi" (2019), de Jan Komasa. Mas esse incremento na visibilidade do discurso cinematográfico de uma terra que nos presenteou com Andrzej Wajda alcança, agora, um novo e frutífero veio pop. Recentemente, um novo corredor polonês foi aberto, via streaminguesfera, sobretudo a Netflix, para filmes B, como "Plano de Aula" ("Plan lekcji", 2022), arrebatador thriller de Daniel Markowicz, já online. Contrariando a metástase do politicamente correto pelo audiovisual adentro, narrativas policiais ou criminais egressas daquela pátria têm deitado e rolado nos códigos da ação, gerando uma renovação estética de gênero parecida com o que os italianos fizeram com o faroeste nos anos 1970 e 80, ao criar tramas de perseguição sem moralismos. O tenso longa de Markowicz ainda ataca o terror do "cancelamento" nas redes sociais, criticando o perspectivismo moralista dos tempos atuais. Na trama, um policial assombrado por perdas (Piotr Witkowski) se infiltra numa escola, como professor de História, a fim de acabar com uma rede de tráfico. Ele não usa armas e, sim, golpes de artes marciais mistas, abrindo espaço para sequências de pancadaria de deixar John Wick sem fôlego.

"Como Me Apaixonei Por um Gângster"  Foto: Estadão

Antes dele veio "Furioza", de Cyprian T. Olencki. Chove adrenalina sobre este thriller baseado em fatos reais do dia a dia dos hooligans, as gangues associadas a torcidas de grandes times que espalham a violência. Numa Polônia onde a corrupção corre solta, uma policial, Dzika (Weronika Ksiazkiewicz, impecável em cena), tem que recorrer a um amor do passado, o médico David (Mateusz Banasiuk), para que ele possa se infiltrar numa organização de lutas clandestinas de seu irmão, a fim de delatar crimes que são encobertos pela brutalidade em estádios. Sua forma de é vertiginosa e aprofunda dilemas morais para cartografar as mazelas de seu país. Junte a esse bonde polonês o recente "Como Me Apaixonei Por um Gângster", de Maciej Kawulski, que é uma espécie de "Os Bons Companheiros" europeu. A série "Nas Montanhas da Coruja" (Znaki"), com Andrzej Konopka, também conversa com esse filão explosivo. Nesses filmes e nesse seriado é possível encontrar um grau de vertigem na maneira de se filmar lutas e trocas de tiros que Hollywood perdeu, salvando-se apenas no já citado universo "John Wick", com Keanu Reeves, e no recente "Trem-Bala", com Brad Pitt, além de alguns longas de baixo orçamento com Sylvester Stallone, como "Samaritano". O magistral "Plano de Aula" tem uma liberdade que resguarda nosso olhar de patrulhas ideológicas.

Um ex-policial se passa por professor a fim de livrar uma escola do crime em "Plano de Aula"  Foto: Estadão

RODRIGO FONSECA Representado na disputa por vagas do Oscar de 2023 por "EO", de Jerzy Skolimowski (laureado com o Prêmio do Júri de Cannes, em maio), o cinema da Polônia entrou em fase de redesenho a partir de 2011, quando novas leis governamentais, em formas de editais, fomentaram vozes autorais jovens e criadores experientes a se expressarem em longas-metragens ousados. Um discreto, mas potente boom estabeleceu-se por lá, consagrando a engenhosidade de uma cineasta prolífica, Malgorzata Szumowzka ("Body" e "O Rosto"), e emplacando uma indicação à estatueta da Academia de Hollywood com "Corpus Christi" (2019), de Jan Komasa. Mas esse incremento na visibilidade do discurso cinematográfico de uma terra que nos presenteou com Andrzej Wajda alcança, agora, um novo e frutífero veio pop. Recentemente, um novo corredor polonês foi aberto, via streaminguesfera, sobretudo a Netflix, para filmes B, como "Plano de Aula" ("Plan lekcji", 2022), arrebatador thriller de Daniel Markowicz, já online. Contrariando a metástase do politicamente correto pelo audiovisual adentro, narrativas policiais ou criminais egressas daquela pátria têm deitado e rolado nos códigos da ação, gerando uma renovação estética de gênero parecida com o que os italianos fizeram com o faroeste nos anos 1970 e 80, ao criar tramas de perseguição sem moralismos. O tenso longa de Markowicz ainda ataca o terror do "cancelamento" nas redes sociais, criticando o perspectivismo moralista dos tempos atuais. Na trama, um policial assombrado por perdas (Piotr Witkowski) se infiltra numa escola, como professor de História, a fim de acabar com uma rede de tráfico. Ele não usa armas e, sim, golpes de artes marciais mistas, abrindo espaço para sequências de pancadaria de deixar John Wick sem fôlego.

"Como Me Apaixonei Por um Gângster"  Foto: Estadão

Antes dele veio "Furioza", de Cyprian T. Olencki. Chove adrenalina sobre este thriller baseado em fatos reais do dia a dia dos hooligans, as gangues associadas a torcidas de grandes times que espalham a violência. Numa Polônia onde a corrupção corre solta, uma policial, Dzika (Weronika Ksiazkiewicz, impecável em cena), tem que recorrer a um amor do passado, o médico David (Mateusz Banasiuk), para que ele possa se infiltrar numa organização de lutas clandestinas de seu irmão, a fim de delatar crimes que são encobertos pela brutalidade em estádios. Sua forma de é vertiginosa e aprofunda dilemas morais para cartografar as mazelas de seu país. Junte a esse bonde polonês o recente "Como Me Apaixonei Por um Gângster", de Maciej Kawulski, que é uma espécie de "Os Bons Companheiros" europeu. A série "Nas Montanhas da Coruja" (Znaki"), com Andrzej Konopka, também conversa com esse filão explosivo. Nesses filmes e nesse seriado é possível encontrar um grau de vertigem na maneira de se filmar lutas e trocas de tiros que Hollywood perdeu, salvando-se apenas no já citado universo "John Wick", com Keanu Reeves, e no recente "Trem-Bala", com Brad Pitt, além de alguns longas de baixo orçamento com Sylvester Stallone, como "Samaritano". O magistral "Plano de Aula" tem uma liberdade que resguarda nosso olhar de patrulhas ideológicas.

Um ex-policial se passa por professor a fim de livrar uma escola do crime em "Plano de Aula"  Foto: Estadão

RODRIGO FONSECA Representado na disputa por vagas do Oscar de 2023 por "EO", de Jerzy Skolimowski (laureado com o Prêmio do Júri de Cannes, em maio), o cinema da Polônia entrou em fase de redesenho a partir de 2011, quando novas leis governamentais, em formas de editais, fomentaram vozes autorais jovens e criadores experientes a se expressarem em longas-metragens ousados. Um discreto, mas potente boom estabeleceu-se por lá, consagrando a engenhosidade de uma cineasta prolífica, Malgorzata Szumowzka ("Body" e "O Rosto"), e emplacando uma indicação à estatueta da Academia de Hollywood com "Corpus Christi" (2019), de Jan Komasa. Mas esse incremento na visibilidade do discurso cinematográfico de uma terra que nos presenteou com Andrzej Wajda alcança, agora, um novo e frutífero veio pop. Recentemente, um novo corredor polonês foi aberto, via streaminguesfera, sobretudo a Netflix, para filmes B, como "Plano de Aula" ("Plan lekcji", 2022), arrebatador thriller de Daniel Markowicz, já online. Contrariando a metástase do politicamente correto pelo audiovisual adentro, narrativas policiais ou criminais egressas daquela pátria têm deitado e rolado nos códigos da ação, gerando uma renovação estética de gênero parecida com o que os italianos fizeram com o faroeste nos anos 1970 e 80, ao criar tramas de perseguição sem moralismos. O tenso longa de Markowicz ainda ataca o terror do "cancelamento" nas redes sociais, criticando o perspectivismo moralista dos tempos atuais. Na trama, um policial assombrado por perdas (Piotr Witkowski) se infiltra numa escola, como professor de História, a fim de acabar com uma rede de tráfico. Ele não usa armas e, sim, golpes de artes marciais mistas, abrindo espaço para sequências de pancadaria de deixar John Wick sem fôlego.

"Como Me Apaixonei Por um Gângster"  Foto: Estadão

Antes dele veio "Furioza", de Cyprian T. Olencki. Chove adrenalina sobre este thriller baseado em fatos reais do dia a dia dos hooligans, as gangues associadas a torcidas de grandes times que espalham a violência. Numa Polônia onde a corrupção corre solta, uma policial, Dzika (Weronika Ksiazkiewicz, impecável em cena), tem que recorrer a um amor do passado, o médico David (Mateusz Banasiuk), para que ele possa se infiltrar numa organização de lutas clandestinas de seu irmão, a fim de delatar crimes que são encobertos pela brutalidade em estádios. Sua forma de é vertiginosa e aprofunda dilemas morais para cartografar as mazelas de seu país. Junte a esse bonde polonês o recente "Como Me Apaixonei Por um Gângster", de Maciej Kawulski, que é uma espécie de "Os Bons Companheiros" europeu. A série "Nas Montanhas da Coruja" (Znaki"), com Andrzej Konopka, também conversa com esse filão explosivo. Nesses filmes e nesse seriado é possível encontrar um grau de vertigem na maneira de se filmar lutas e trocas de tiros que Hollywood perdeu, salvando-se apenas no já citado universo "John Wick", com Keanu Reeves, e no recente "Trem-Bala", com Brad Pitt, além de alguns longas de baixo orçamento com Sylvester Stallone, como "Samaritano". O magistral "Plano de Aula" tem uma liberdade que resguarda nosso olhar de patrulhas ideológicas.

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