De antena ligada nas HQs, cinema-pipoca, RPG e afins

Tempo de Armageddon com James Gray nas telas


Por Rodrigo Fonseca
 Foto: Estadão

Rodrigo Fonseca É fim de semana de James Gray no Brasil - e no mundo - com um espaço nobre oferecido ao quindim "Armageddon Time" nas telas nacionais. No Rio, tem sessões dele no Espaço Itaú, no Estação NET Gávea, no Estação NET Rio, no Kinoplex Leblon Globoplay e no UCI New York. Há um empenho espartano de Rodrigo Teixeira, da RT Features, que assina entre os produtores do longa-metragem, para fazer do filme um sucesso. Candidato a cult a produção já é, como costuma acontecer com os exercícios autorais do cineasta, revelado com "Fuga Para Odessa" (Grande Prêmio do Júri de Veneza em 1994). Há, neste momento, três títulos dele na grade da Amazon Prime, que merecem ser vistos via streaming pra se entender melhor sua potência como narrador: "Z: A Cidade Perdida" (2017), "Era Uma Vez Uma Nova York" (2013) e "Donos da Noite" (2007). Há uma torcida forte em volta de Gray como um ímã de troféus na temporada anual de premiações, que começa agora. A "Cahiers du Cinéma" dedica algumas de suas páginas de sua mais recente edição - que traz "Pacification", de Albert Serra, na capa - a "Armageddon Time". O Velho Mundo enxerga o longa como um dos achados de 2022. Oráculo do Oscar, responsável por realizar triagens das mais importantes premiações mundiais do cinema, o site Awards Daily prevê seis possíveis indicações às estatuetas da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, em 2023, para "Armageddon Time". Para a carreira de Teixeira seria (ou melhor, será) uma vitória merecida. Envolvido neste momento com a finalização de "Enterre Seus Mortos", de Marco Dutra, e com o início das filmagens de "Barba Ensopada de Sangue", de Aly Muritiba, a RT Features pode entrar uma vez mais entre os oscarizáveis, depois de brilhar mundialmente com "Me Chame Pelo Seu Nome" (Oscar de Melhor Roteiro adaptado, em 2018) e de ter disputado láureas hollywoodianas em 2020, com "O Farol" (Melhor Fotografia) e "Ad Astra: Rumo às Estrelas" (Melhor Mixagem de Som). Esse último selou a parceria entre a RT e Gray.

 Foto: Estadão
continua após a publicidade

Hoje com 53 anos, o cineasta atraiu as atenções do cinema em 1990, tendo sido comparado ao Francis Ford Coppola de "Caminhos Mal Traçados" (1969), por seu olhar sobre a família, o amor e a honra nos EUA. Gray rodou dez filmes de 1991 até hoje, em que vê seu prestígio crescer no Brasil. O realizador ampliou seu carisma por aqui postar um vídeo de adesão à campanha eleitoral do presidente recém-eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Desde maio, quando arrancou lágrimas, sorrisos e suspiros de Cannes, "Armageddon Time" faz uma legião de fãs em torno de sua narrativa, que reconstitui a Nova York da juventude de Gray. O realizador leva às telas uma visão personalíssima dos privilégios de casta social em sua terra natal, num olhar comovente sobre a década de 1980. Lembra "Os Incompreendidos", o aclamado longa dirigido por François Truffaut (1932-1984) em 1959. Ambos são dramas geracionais e ambos falam da inquietude de adolescer. É notável o esmero visual do diretor ao recriar a realidade nova-iorquina da década de 80 do século XX, assombrada pelo clã dos Trump. Vemos NY sob a ótica de um aborrescente aspirante a artista plástico, Paul Graff (Banks Repeta). O tédio dele é similar ao do jovem Antoine Doinel do marco zero de Truffaut. Exista na monotonia que o envenena o componente da inadequação. Mas este é diluído sempre que o personagem de Anthony Hopkins entra em cena e põe o filme no bolso, no papel do carinhoso avô do rapaz. Anne Hathaway e Jeremy Strong vivem seus pais. Os três estão cotados para o Oscar, sobretudo Strong. Em sua investigação, Gray disseca intolerâncias em instituições de formação: a família e a escola. Ouviu-se um coro de elogios para o jovem ator que vive Johnny, um amigo de Graff que é alvo de toda a sorte de intolerância na triagem que Gray faz do racismo nos EUA.

p.s.: Com texto de Rafael Primot e Franz Keppler e direção de Helena Varvaki e Manoel Prazeres, o espetáculo "Clarice e Nelson - Um Recorte Biográfico a Partir de Entrevistas" estreia, nesta sexta-feira (11/11), no Teatro III do Centro Cultural Banco do Brasil. A peça conta a história de um ator e uma atriz que um dia decidiram levar para o palco a ideia de um encontro fictício entre Clarice Lispector e Nelson Rodrigues, em 1949, quando ainda eram dois jovens nomes da literatura brasileira. A conversa é costurada por trechos de entrevistas reais dos escritores, que falam sobre suas trajetórias, amores e os caminhos da criação artística. Em cena, estão os atores Carol Cezar e Marcos França. "Vemos não só um grande autor e uma grande autora, mas sim duas pessoas com seus medos, suas perdas, seus lutos", conta o autor Rafael Primot.

p.s. 2: Trilhas sonoras são o tema da 8° edição do Festival Musimagem, evento gratuito de 8 a 13 de novembro. O evento gratuito traz profissionais renomados da cinematografia nacional e internacional: como os compositores Rachel Portman, John Lunn e Christopher Gordon. O público poderá acompanhar gratuitamente a programação presencial na Faculdade Santa Marcelina, nos dias 11 e 12, e sempre de forma remota, online.

 Foto: Estadão

Rodrigo Fonseca É fim de semana de James Gray no Brasil - e no mundo - com um espaço nobre oferecido ao quindim "Armageddon Time" nas telas nacionais. No Rio, tem sessões dele no Espaço Itaú, no Estação NET Gávea, no Estação NET Rio, no Kinoplex Leblon Globoplay e no UCI New York. Há um empenho espartano de Rodrigo Teixeira, da RT Features, que assina entre os produtores do longa-metragem, para fazer do filme um sucesso. Candidato a cult a produção já é, como costuma acontecer com os exercícios autorais do cineasta, revelado com "Fuga Para Odessa" (Grande Prêmio do Júri de Veneza em 1994). Há, neste momento, três títulos dele na grade da Amazon Prime, que merecem ser vistos via streaming pra se entender melhor sua potência como narrador: "Z: A Cidade Perdida" (2017), "Era Uma Vez Uma Nova York" (2013) e "Donos da Noite" (2007). Há uma torcida forte em volta de Gray como um ímã de troféus na temporada anual de premiações, que começa agora. A "Cahiers du Cinéma" dedica algumas de suas páginas de sua mais recente edição - que traz "Pacification", de Albert Serra, na capa - a "Armageddon Time". O Velho Mundo enxerga o longa como um dos achados de 2022. Oráculo do Oscar, responsável por realizar triagens das mais importantes premiações mundiais do cinema, o site Awards Daily prevê seis possíveis indicações às estatuetas da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, em 2023, para "Armageddon Time". Para a carreira de Teixeira seria (ou melhor, será) uma vitória merecida. Envolvido neste momento com a finalização de "Enterre Seus Mortos", de Marco Dutra, e com o início das filmagens de "Barba Ensopada de Sangue", de Aly Muritiba, a RT Features pode entrar uma vez mais entre os oscarizáveis, depois de brilhar mundialmente com "Me Chame Pelo Seu Nome" (Oscar de Melhor Roteiro adaptado, em 2018) e de ter disputado láureas hollywoodianas em 2020, com "O Farol" (Melhor Fotografia) e "Ad Astra: Rumo às Estrelas" (Melhor Mixagem de Som). Esse último selou a parceria entre a RT e Gray.

 Foto: Estadão

Hoje com 53 anos, o cineasta atraiu as atenções do cinema em 1990, tendo sido comparado ao Francis Ford Coppola de "Caminhos Mal Traçados" (1969), por seu olhar sobre a família, o amor e a honra nos EUA. Gray rodou dez filmes de 1991 até hoje, em que vê seu prestígio crescer no Brasil. O realizador ampliou seu carisma por aqui postar um vídeo de adesão à campanha eleitoral do presidente recém-eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Desde maio, quando arrancou lágrimas, sorrisos e suspiros de Cannes, "Armageddon Time" faz uma legião de fãs em torno de sua narrativa, que reconstitui a Nova York da juventude de Gray. O realizador leva às telas uma visão personalíssima dos privilégios de casta social em sua terra natal, num olhar comovente sobre a década de 1980. Lembra "Os Incompreendidos", o aclamado longa dirigido por François Truffaut (1932-1984) em 1959. Ambos são dramas geracionais e ambos falam da inquietude de adolescer. É notável o esmero visual do diretor ao recriar a realidade nova-iorquina da década de 80 do século XX, assombrada pelo clã dos Trump. Vemos NY sob a ótica de um aborrescente aspirante a artista plástico, Paul Graff (Banks Repeta). O tédio dele é similar ao do jovem Antoine Doinel do marco zero de Truffaut. Exista na monotonia que o envenena o componente da inadequação. Mas este é diluído sempre que o personagem de Anthony Hopkins entra em cena e põe o filme no bolso, no papel do carinhoso avô do rapaz. Anne Hathaway e Jeremy Strong vivem seus pais. Os três estão cotados para o Oscar, sobretudo Strong. Em sua investigação, Gray disseca intolerâncias em instituições de formação: a família e a escola. Ouviu-se um coro de elogios para o jovem ator que vive Johnny, um amigo de Graff que é alvo de toda a sorte de intolerância na triagem que Gray faz do racismo nos EUA.

p.s.: Com texto de Rafael Primot e Franz Keppler e direção de Helena Varvaki e Manoel Prazeres, o espetáculo "Clarice e Nelson - Um Recorte Biográfico a Partir de Entrevistas" estreia, nesta sexta-feira (11/11), no Teatro III do Centro Cultural Banco do Brasil. A peça conta a história de um ator e uma atriz que um dia decidiram levar para o palco a ideia de um encontro fictício entre Clarice Lispector e Nelson Rodrigues, em 1949, quando ainda eram dois jovens nomes da literatura brasileira. A conversa é costurada por trechos de entrevistas reais dos escritores, que falam sobre suas trajetórias, amores e os caminhos da criação artística. Em cena, estão os atores Carol Cezar e Marcos França. "Vemos não só um grande autor e uma grande autora, mas sim duas pessoas com seus medos, suas perdas, seus lutos", conta o autor Rafael Primot.

p.s. 2: Trilhas sonoras são o tema da 8° edição do Festival Musimagem, evento gratuito de 8 a 13 de novembro. O evento gratuito traz profissionais renomados da cinematografia nacional e internacional: como os compositores Rachel Portman, John Lunn e Christopher Gordon. O público poderá acompanhar gratuitamente a programação presencial na Faculdade Santa Marcelina, nos dias 11 e 12, e sempre de forma remota, online.

 Foto: Estadão

Rodrigo Fonseca É fim de semana de James Gray no Brasil - e no mundo - com um espaço nobre oferecido ao quindim "Armageddon Time" nas telas nacionais. No Rio, tem sessões dele no Espaço Itaú, no Estação NET Gávea, no Estação NET Rio, no Kinoplex Leblon Globoplay e no UCI New York. Há um empenho espartano de Rodrigo Teixeira, da RT Features, que assina entre os produtores do longa-metragem, para fazer do filme um sucesso. Candidato a cult a produção já é, como costuma acontecer com os exercícios autorais do cineasta, revelado com "Fuga Para Odessa" (Grande Prêmio do Júri de Veneza em 1994). Há, neste momento, três títulos dele na grade da Amazon Prime, que merecem ser vistos via streaming pra se entender melhor sua potência como narrador: "Z: A Cidade Perdida" (2017), "Era Uma Vez Uma Nova York" (2013) e "Donos da Noite" (2007). Há uma torcida forte em volta de Gray como um ímã de troféus na temporada anual de premiações, que começa agora. A "Cahiers du Cinéma" dedica algumas de suas páginas de sua mais recente edição - que traz "Pacification", de Albert Serra, na capa - a "Armageddon Time". O Velho Mundo enxerga o longa como um dos achados de 2022. Oráculo do Oscar, responsável por realizar triagens das mais importantes premiações mundiais do cinema, o site Awards Daily prevê seis possíveis indicações às estatuetas da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, em 2023, para "Armageddon Time". Para a carreira de Teixeira seria (ou melhor, será) uma vitória merecida. Envolvido neste momento com a finalização de "Enterre Seus Mortos", de Marco Dutra, e com o início das filmagens de "Barba Ensopada de Sangue", de Aly Muritiba, a RT Features pode entrar uma vez mais entre os oscarizáveis, depois de brilhar mundialmente com "Me Chame Pelo Seu Nome" (Oscar de Melhor Roteiro adaptado, em 2018) e de ter disputado láureas hollywoodianas em 2020, com "O Farol" (Melhor Fotografia) e "Ad Astra: Rumo às Estrelas" (Melhor Mixagem de Som). Esse último selou a parceria entre a RT e Gray.

 Foto: Estadão

Hoje com 53 anos, o cineasta atraiu as atenções do cinema em 1990, tendo sido comparado ao Francis Ford Coppola de "Caminhos Mal Traçados" (1969), por seu olhar sobre a família, o amor e a honra nos EUA. Gray rodou dez filmes de 1991 até hoje, em que vê seu prestígio crescer no Brasil. O realizador ampliou seu carisma por aqui postar um vídeo de adesão à campanha eleitoral do presidente recém-eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Desde maio, quando arrancou lágrimas, sorrisos e suspiros de Cannes, "Armageddon Time" faz uma legião de fãs em torno de sua narrativa, que reconstitui a Nova York da juventude de Gray. O realizador leva às telas uma visão personalíssima dos privilégios de casta social em sua terra natal, num olhar comovente sobre a década de 1980. Lembra "Os Incompreendidos", o aclamado longa dirigido por François Truffaut (1932-1984) em 1959. Ambos são dramas geracionais e ambos falam da inquietude de adolescer. É notável o esmero visual do diretor ao recriar a realidade nova-iorquina da década de 80 do século XX, assombrada pelo clã dos Trump. Vemos NY sob a ótica de um aborrescente aspirante a artista plástico, Paul Graff (Banks Repeta). O tédio dele é similar ao do jovem Antoine Doinel do marco zero de Truffaut. Exista na monotonia que o envenena o componente da inadequação. Mas este é diluído sempre que o personagem de Anthony Hopkins entra em cena e põe o filme no bolso, no papel do carinhoso avô do rapaz. Anne Hathaway e Jeremy Strong vivem seus pais. Os três estão cotados para o Oscar, sobretudo Strong. Em sua investigação, Gray disseca intolerâncias em instituições de formação: a família e a escola. Ouviu-se um coro de elogios para o jovem ator que vive Johnny, um amigo de Graff que é alvo de toda a sorte de intolerância na triagem que Gray faz do racismo nos EUA.

p.s.: Com texto de Rafael Primot e Franz Keppler e direção de Helena Varvaki e Manoel Prazeres, o espetáculo "Clarice e Nelson - Um Recorte Biográfico a Partir de Entrevistas" estreia, nesta sexta-feira (11/11), no Teatro III do Centro Cultural Banco do Brasil. A peça conta a história de um ator e uma atriz que um dia decidiram levar para o palco a ideia de um encontro fictício entre Clarice Lispector e Nelson Rodrigues, em 1949, quando ainda eram dois jovens nomes da literatura brasileira. A conversa é costurada por trechos de entrevistas reais dos escritores, que falam sobre suas trajetórias, amores e os caminhos da criação artística. Em cena, estão os atores Carol Cezar e Marcos França. "Vemos não só um grande autor e uma grande autora, mas sim duas pessoas com seus medos, suas perdas, seus lutos", conta o autor Rafael Primot.

p.s. 2: Trilhas sonoras são o tema da 8° edição do Festival Musimagem, evento gratuito de 8 a 13 de novembro. O evento gratuito traz profissionais renomados da cinematografia nacional e internacional: como os compositores Rachel Portman, John Lunn e Christopher Gordon. O público poderá acompanhar gratuitamente a programação presencial na Faculdade Santa Marcelina, nos dias 11 e 12, e sempre de forma remota, online.

 Foto: Estadão

Rodrigo Fonseca É fim de semana de James Gray no Brasil - e no mundo - com um espaço nobre oferecido ao quindim "Armageddon Time" nas telas nacionais. No Rio, tem sessões dele no Espaço Itaú, no Estação NET Gávea, no Estação NET Rio, no Kinoplex Leblon Globoplay e no UCI New York. Há um empenho espartano de Rodrigo Teixeira, da RT Features, que assina entre os produtores do longa-metragem, para fazer do filme um sucesso. Candidato a cult a produção já é, como costuma acontecer com os exercícios autorais do cineasta, revelado com "Fuga Para Odessa" (Grande Prêmio do Júri de Veneza em 1994). Há, neste momento, três títulos dele na grade da Amazon Prime, que merecem ser vistos via streaming pra se entender melhor sua potência como narrador: "Z: A Cidade Perdida" (2017), "Era Uma Vez Uma Nova York" (2013) e "Donos da Noite" (2007). Há uma torcida forte em volta de Gray como um ímã de troféus na temporada anual de premiações, que começa agora. A "Cahiers du Cinéma" dedica algumas de suas páginas de sua mais recente edição - que traz "Pacification", de Albert Serra, na capa - a "Armageddon Time". O Velho Mundo enxerga o longa como um dos achados de 2022. Oráculo do Oscar, responsável por realizar triagens das mais importantes premiações mundiais do cinema, o site Awards Daily prevê seis possíveis indicações às estatuetas da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, em 2023, para "Armageddon Time". Para a carreira de Teixeira seria (ou melhor, será) uma vitória merecida. Envolvido neste momento com a finalização de "Enterre Seus Mortos", de Marco Dutra, e com o início das filmagens de "Barba Ensopada de Sangue", de Aly Muritiba, a RT Features pode entrar uma vez mais entre os oscarizáveis, depois de brilhar mundialmente com "Me Chame Pelo Seu Nome" (Oscar de Melhor Roteiro adaptado, em 2018) e de ter disputado láureas hollywoodianas em 2020, com "O Farol" (Melhor Fotografia) e "Ad Astra: Rumo às Estrelas" (Melhor Mixagem de Som). Esse último selou a parceria entre a RT e Gray.

 Foto: Estadão

Hoje com 53 anos, o cineasta atraiu as atenções do cinema em 1990, tendo sido comparado ao Francis Ford Coppola de "Caminhos Mal Traçados" (1969), por seu olhar sobre a família, o amor e a honra nos EUA. Gray rodou dez filmes de 1991 até hoje, em que vê seu prestígio crescer no Brasil. O realizador ampliou seu carisma por aqui postar um vídeo de adesão à campanha eleitoral do presidente recém-eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Desde maio, quando arrancou lágrimas, sorrisos e suspiros de Cannes, "Armageddon Time" faz uma legião de fãs em torno de sua narrativa, que reconstitui a Nova York da juventude de Gray. O realizador leva às telas uma visão personalíssima dos privilégios de casta social em sua terra natal, num olhar comovente sobre a década de 1980. Lembra "Os Incompreendidos", o aclamado longa dirigido por François Truffaut (1932-1984) em 1959. Ambos são dramas geracionais e ambos falam da inquietude de adolescer. É notável o esmero visual do diretor ao recriar a realidade nova-iorquina da década de 80 do século XX, assombrada pelo clã dos Trump. Vemos NY sob a ótica de um aborrescente aspirante a artista plástico, Paul Graff (Banks Repeta). O tédio dele é similar ao do jovem Antoine Doinel do marco zero de Truffaut. Exista na monotonia que o envenena o componente da inadequação. Mas este é diluído sempre que o personagem de Anthony Hopkins entra em cena e põe o filme no bolso, no papel do carinhoso avô do rapaz. Anne Hathaway e Jeremy Strong vivem seus pais. Os três estão cotados para o Oscar, sobretudo Strong. Em sua investigação, Gray disseca intolerâncias em instituições de formação: a família e a escola. Ouviu-se um coro de elogios para o jovem ator que vive Johnny, um amigo de Graff que é alvo de toda a sorte de intolerância na triagem que Gray faz do racismo nos EUA.

p.s.: Com texto de Rafael Primot e Franz Keppler e direção de Helena Varvaki e Manoel Prazeres, o espetáculo "Clarice e Nelson - Um Recorte Biográfico a Partir de Entrevistas" estreia, nesta sexta-feira (11/11), no Teatro III do Centro Cultural Banco do Brasil. A peça conta a história de um ator e uma atriz que um dia decidiram levar para o palco a ideia de um encontro fictício entre Clarice Lispector e Nelson Rodrigues, em 1949, quando ainda eram dois jovens nomes da literatura brasileira. A conversa é costurada por trechos de entrevistas reais dos escritores, que falam sobre suas trajetórias, amores e os caminhos da criação artística. Em cena, estão os atores Carol Cezar e Marcos França. "Vemos não só um grande autor e uma grande autora, mas sim duas pessoas com seus medos, suas perdas, seus lutos", conta o autor Rafael Primot.

p.s. 2: Trilhas sonoras são o tema da 8° edição do Festival Musimagem, evento gratuito de 8 a 13 de novembro. O evento gratuito traz profissionais renomados da cinematografia nacional e internacional: como os compositores Rachel Portman, John Lunn e Christopher Gordon. O público poderá acompanhar gratuitamente a programação presencial na Faculdade Santa Marcelina, nos dias 11 e 12, e sempre de forma remota, online.

 Foto: Estadão

Rodrigo Fonseca É fim de semana de James Gray no Brasil - e no mundo - com um espaço nobre oferecido ao quindim "Armageddon Time" nas telas nacionais. No Rio, tem sessões dele no Espaço Itaú, no Estação NET Gávea, no Estação NET Rio, no Kinoplex Leblon Globoplay e no UCI New York. Há um empenho espartano de Rodrigo Teixeira, da RT Features, que assina entre os produtores do longa-metragem, para fazer do filme um sucesso. Candidato a cult a produção já é, como costuma acontecer com os exercícios autorais do cineasta, revelado com "Fuga Para Odessa" (Grande Prêmio do Júri de Veneza em 1994). Há, neste momento, três títulos dele na grade da Amazon Prime, que merecem ser vistos via streaming pra se entender melhor sua potência como narrador: "Z: A Cidade Perdida" (2017), "Era Uma Vez Uma Nova York" (2013) e "Donos da Noite" (2007). Há uma torcida forte em volta de Gray como um ímã de troféus na temporada anual de premiações, que começa agora. A "Cahiers du Cinéma" dedica algumas de suas páginas de sua mais recente edição - que traz "Pacification", de Albert Serra, na capa - a "Armageddon Time". O Velho Mundo enxerga o longa como um dos achados de 2022. Oráculo do Oscar, responsável por realizar triagens das mais importantes premiações mundiais do cinema, o site Awards Daily prevê seis possíveis indicações às estatuetas da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, em 2023, para "Armageddon Time". Para a carreira de Teixeira seria (ou melhor, será) uma vitória merecida. Envolvido neste momento com a finalização de "Enterre Seus Mortos", de Marco Dutra, e com o início das filmagens de "Barba Ensopada de Sangue", de Aly Muritiba, a RT Features pode entrar uma vez mais entre os oscarizáveis, depois de brilhar mundialmente com "Me Chame Pelo Seu Nome" (Oscar de Melhor Roteiro adaptado, em 2018) e de ter disputado láureas hollywoodianas em 2020, com "O Farol" (Melhor Fotografia) e "Ad Astra: Rumo às Estrelas" (Melhor Mixagem de Som). Esse último selou a parceria entre a RT e Gray.

 Foto: Estadão

Hoje com 53 anos, o cineasta atraiu as atenções do cinema em 1990, tendo sido comparado ao Francis Ford Coppola de "Caminhos Mal Traçados" (1969), por seu olhar sobre a família, o amor e a honra nos EUA. Gray rodou dez filmes de 1991 até hoje, em que vê seu prestígio crescer no Brasil. O realizador ampliou seu carisma por aqui postar um vídeo de adesão à campanha eleitoral do presidente recém-eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Desde maio, quando arrancou lágrimas, sorrisos e suspiros de Cannes, "Armageddon Time" faz uma legião de fãs em torno de sua narrativa, que reconstitui a Nova York da juventude de Gray. O realizador leva às telas uma visão personalíssima dos privilégios de casta social em sua terra natal, num olhar comovente sobre a década de 1980. Lembra "Os Incompreendidos", o aclamado longa dirigido por François Truffaut (1932-1984) em 1959. Ambos são dramas geracionais e ambos falam da inquietude de adolescer. É notável o esmero visual do diretor ao recriar a realidade nova-iorquina da década de 80 do século XX, assombrada pelo clã dos Trump. Vemos NY sob a ótica de um aborrescente aspirante a artista plástico, Paul Graff (Banks Repeta). O tédio dele é similar ao do jovem Antoine Doinel do marco zero de Truffaut. Exista na monotonia que o envenena o componente da inadequação. Mas este é diluído sempre que o personagem de Anthony Hopkins entra em cena e põe o filme no bolso, no papel do carinhoso avô do rapaz. Anne Hathaway e Jeremy Strong vivem seus pais. Os três estão cotados para o Oscar, sobretudo Strong. Em sua investigação, Gray disseca intolerâncias em instituições de formação: a família e a escola. Ouviu-se um coro de elogios para o jovem ator que vive Johnny, um amigo de Graff que é alvo de toda a sorte de intolerância na triagem que Gray faz do racismo nos EUA.

p.s.: Com texto de Rafael Primot e Franz Keppler e direção de Helena Varvaki e Manoel Prazeres, o espetáculo "Clarice e Nelson - Um Recorte Biográfico a Partir de Entrevistas" estreia, nesta sexta-feira (11/11), no Teatro III do Centro Cultural Banco do Brasil. A peça conta a história de um ator e uma atriz que um dia decidiram levar para o palco a ideia de um encontro fictício entre Clarice Lispector e Nelson Rodrigues, em 1949, quando ainda eram dois jovens nomes da literatura brasileira. A conversa é costurada por trechos de entrevistas reais dos escritores, que falam sobre suas trajetórias, amores e os caminhos da criação artística. Em cena, estão os atores Carol Cezar e Marcos França. "Vemos não só um grande autor e uma grande autora, mas sim duas pessoas com seus medos, suas perdas, seus lutos", conta o autor Rafael Primot.

p.s. 2: Trilhas sonoras são o tema da 8° edição do Festival Musimagem, evento gratuito de 8 a 13 de novembro. O evento gratuito traz profissionais renomados da cinematografia nacional e internacional: como os compositores Rachel Portman, John Lunn e Christopher Gordon. O público poderá acompanhar gratuitamente a programação presencial na Faculdade Santa Marcelina, nos dias 11 e 12, e sempre de forma remota, online.

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.