Para que serve a poesia hoje? Um crítico literário responde


Carlos Felipe Moisés aborda no livro 'Poesia Para Quê?' o paradoxo dessa atividade em tempos de eficiência máxima e tecnologia

Por José Castello
Atualização:

A cultura está, hoje, sob grande ameaça. Cada vez mais, ela é desprezada, perseguida e, mais ainda, satanizada. Este horror à cultura se torna ainda mais radical no caso da poesia. Ela não é, de fato, uma profissão produtiva – não está, por exemplo, no campo dos espetáculos. Na verdade, não é, sequer, uma profissão. Porém, vivemos um tempo “ciosamente empenhado em tecnologia de ponta, qualidade total, produtividade e eficiência máximas”, resume o crítico literário Carlos Felipe Moisés em Poesia para Quê? (Editora da Unesp). Em um tempo no qual se privilegiam a velocidade, os objetivos claros e os resultados, a poesia – a mais estranha e singular atividade humana – se torna suspeita. Mais do que suspeita: perigosa. 

O poeta e escritor brasileiroCarlos Felipe Moisés Foto: Leandro de Queiroz/Estadão

Neste tempo que não aceita a lentidão, a indefinição e o efêmero, não só a poesia, mas também os poetas vivem sob grande risco. Eles ameaçam os princípios dominantes da produção rápida e dos resultados a todo custo. Eles se tornam, em resumo, um perigo que abala a chamada “nova ordem” que hoje se estabelece no poder. Por isso, talvez nunca tenha sido tão importante refletir a respeito da utilidade da poesia. Ela desafia o nosso tempo. Apesar de tudo, destaca Moisés, “a poesia surpreendentemente continua a ser praticada e consumida em moldes e em escala nada inferiores aos dos períodos precedentes”. A poesia é insubmissa e por isso ameaça tanto.

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A poesia resiste e insiste. Quanto mais a destratam e a amaldiçoam, mais ela se fortalece. De onde viria essa incrível resistência? De onde a poesia, em tempos tão inóspitos e mesmo tão antipoéticos, retira tanta força? “A velha arte de Homero e Virgílio continua, no terceiro milênio, a ter presença marcante na vida de grande número de pessoas”, constata Moisés. Isso nos leva a pensar que, apesar da aparente inutilidade, deve haver alguma relação profunda entre a “realidade poética” e a “outra realidade” – isto é, a realidade comum. Algum papel crucial ela representa, ou já teria sido varrida do caminho, enxotada, proibida. Alguma força ameaçadora ela detém, ou já teria sido vencida pelo pragmatismo e pelo utilitarismo. 

Em seu belo livro, Moisés nos propõe que deixemos de lado o ritmo frenético do contemporâneo, optando, ao contrário, por uma experiência pausada e morosa, que não busca resultados imediatos, tampouco resultados práticos, mas, ao contrário, persegue a sabedoria. Nossa era, ele diz, “incita-nos à corrida desenfreada no encalço de mais produção, mais qualidade e mais eficiência”. Neste corre-corre se torna, de fato, impossível chegar à poesia. Para sincronizar com ela, precisamos mudar nossa maneira de ver o mundo. “A poesia nos ensina a ver como se víssemos pela primeira vez”, Moisés sintetiza. O novo, portanto, não está só no objeto, não está só na letra, mas se guarda também na maneira com a qual podemos acessá-las. 

Para começar, não existe uma bula, um guia de instruções, ou um manual de “como fazer” que nos ajudem a ler poesia. Nada do que a técnica oferece nos serve. Não há uma fórmula, ou um caminho pronto. A cada poeta, e também a cada poema, devemos inventar um novo caminho e uma nova maneira de ver. Na poesia, ele nos alerta, “não temos um objeto bem definido, temos vários; não temos um método comprovada e universalmente eficaz, temos muitos”. A poesia, assim, nos obriga a fazer escolhas. E, com isso, a exercer nossa liberdade.

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Apesar de ensinar a ver, a poesia também não deve ser confundida com a pedagogia. São fortes as semelhanças, mas, sobretudo, as diferenças entre elas. “Tanto o poeta quanto o pedagogo ensinam a conhecer, ou a compreender”, reconhece Moisés. A aproximação se dá justamente porque, na pedagogia de hoje, “ensinar não é transmitir conhecimentos, mas desenvolver competências e habilidades”. Mas essas competências e habilidades ainda têm como objeto conhecimentos que sejam adequadamente transmitidos e adquiridos. Enquanto que na poesia estes objetos não possuem a mesma precisão. 

A poesia, reforça Moisés, “nos ensina a ver como se víssemos pela primeira vez”. Mas o que é exatamente “ver como se víssemos pela primeira vez”? Ele responde: “Abstraindo o fato de que já vimos, assumindo a postura da tabula rasa – ou da ignorância estratégica”. Logo, para ver através da poesia é preciso, primeiro, abandonar nossos conhecimentos passados e já organizados. Que nos dispamos de nossos preconceitos, de nossos vícios intelectuais, de nossas certezas, pois o poema nos obriga a começar tudo de novo, a retomar o ponto zero. Diante do olhar dos poetas, todos os objetos são novos, o mundo está sempre a renascer. “Se formos capazes de aprender a lição da poesia, não haverá mais objetos definitivamente conhecidos”. Para o leitor de poemas, tudo está a descobrir. Tudo está a inventar.

Com isso, em torno de cada objeto se acumula uma multiplicidade de visões. A poesia não acumula conhecimentos organizados, que se completam, mas novas maneiras de ver, que divergem e entram em choque. É por isso que, alerta Moisés, “poesia e insubmissão caminham juntas”. Só o olhar poético é capaz de apreender a novidade que se esconde detrás dos objetos conhecidos. Ele recorda aqui de Fernando Pessoa, para quem a poesia exige “uma aprendizagem de desaprender”. Uma onda predatória – do conhecimento, da sensibilidade, do fazer – agita, porém, o mundo de hoje, que parece a cada dia mais guiado pela ideia de destruição. Ao abrir novas maneiras de ver, a poesia descerra caminhos alternativos, alarga o horizonte e ajuda a nos salvar da barbárie. 

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Já Platão dizia que a poesia é inútil, porque o poeta não produz nada. O poeta, para o filósofo, seria um peso morto. Esta ideia se perpetuou e, nos últimos tempos, se agravou. A globalização e o ultraliberalismo nos lançaram no domínio do efêmero. Não temos escolha, parece. Ao descerrar novos olhares e novas posições, a poesia nos abre, ainda assim, a possibilidade de outros destinos. Embora infelizmente a maioria de nós continue a acreditar que a poesia não serve para nada, nunca dela precisamos tanto.

A cultura está, hoje, sob grande ameaça. Cada vez mais, ela é desprezada, perseguida e, mais ainda, satanizada. Este horror à cultura se torna ainda mais radical no caso da poesia. Ela não é, de fato, uma profissão produtiva – não está, por exemplo, no campo dos espetáculos. Na verdade, não é, sequer, uma profissão. Porém, vivemos um tempo “ciosamente empenhado em tecnologia de ponta, qualidade total, produtividade e eficiência máximas”, resume o crítico literário Carlos Felipe Moisés em Poesia para Quê? (Editora da Unesp). Em um tempo no qual se privilegiam a velocidade, os objetivos claros e os resultados, a poesia – a mais estranha e singular atividade humana – se torna suspeita. Mais do que suspeita: perigosa. 

O poeta e escritor brasileiroCarlos Felipe Moisés Foto: Leandro de Queiroz/Estadão

Neste tempo que não aceita a lentidão, a indefinição e o efêmero, não só a poesia, mas também os poetas vivem sob grande risco. Eles ameaçam os princípios dominantes da produção rápida e dos resultados a todo custo. Eles se tornam, em resumo, um perigo que abala a chamada “nova ordem” que hoje se estabelece no poder. Por isso, talvez nunca tenha sido tão importante refletir a respeito da utilidade da poesia. Ela desafia o nosso tempo. Apesar de tudo, destaca Moisés, “a poesia surpreendentemente continua a ser praticada e consumida em moldes e em escala nada inferiores aos dos períodos precedentes”. A poesia é insubmissa e por isso ameaça tanto.

A poesia resiste e insiste. Quanto mais a destratam e a amaldiçoam, mais ela se fortalece. De onde viria essa incrível resistência? De onde a poesia, em tempos tão inóspitos e mesmo tão antipoéticos, retira tanta força? “A velha arte de Homero e Virgílio continua, no terceiro milênio, a ter presença marcante na vida de grande número de pessoas”, constata Moisés. Isso nos leva a pensar que, apesar da aparente inutilidade, deve haver alguma relação profunda entre a “realidade poética” e a “outra realidade” – isto é, a realidade comum. Algum papel crucial ela representa, ou já teria sido varrida do caminho, enxotada, proibida. Alguma força ameaçadora ela detém, ou já teria sido vencida pelo pragmatismo e pelo utilitarismo. 

Em seu belo livro, Moisés nos propõe que deixemos de lado o ritmo frenético do contemporâneo, optando, ao contrário, por uma experiência pausada e morosa, que não busca resultados imediatos, tampouco resultados práticos, mas, ao contrário, persegue a sabedoria. Nossa era, ele diz, “incita-nos à corrida desenfreada no encalço de mais produção, mais qualidade e mais eficiência”. Neste corre-corre se torna, de fato, impossível chegar à poesia. Para sincronizar com ela, precisamos mudar nossa maneira de ver o mundo. “A poesia nos ensina a ver como se víssemos pela primeira vez”, Moisés sintetiza. O novo, portanto, não está só no objeto, não está só na letra, mas se guarda também na maneira com a qual podemos acessá-las. 

Para começar, não existe uma bula, um guia de instruções, ou um manual de “como fazer” que nos ajudem a ler poesia. Nada do que a técnica oferece nos serve. Não há uma fórmula, ou um caminho pronto. A cada poeta, e também a cada poema, devemos inventar um novo caminho e uma nova maneira de ver. Na poesia, ele nos alerta, “não temos um objeto bem definido, temos vários; não temos um método comprovada e universalmente eficaz, temos muitos”. A poesia, assim, nos obriga a fazer escolhas. E, com isso, a exercer nossa liberdade.

Apesar de ensinar a ver, a poesia também não deve ser confundida com a pedagogia. São fortes as semelhanças, mas, sobretudo, as diferenças entre elas. “Tanto o poeta quanto o pedagogo ensinam a conhecer, ou a compreender”, reconhece Moisés. A aproximação se dá justamente porque, na pedagogia de hoje, “ensinar não é transmitir conhecimentos, mas desenvolver competências e habilidades”. Mas essas competências e habilidades ainda têm como objeto conhecimentos que sejam adequadamente transmitidos e adquiridos. Enquanto que na poesia estes objetos não possuem a mesma precisão. 

A poesia, reforça Moisés, “nos ensina a ver como se víssemos pela primeira vez”. Mas o que é exatamente “ver como se víssemos pela primeira vez”? Ele responde: “Abstraindo o fato de que já vimos, assumindo a postura da tabula rasa – ou da ignorância estratégica”. Logo, para ver através da poesia é preciso, primeiro, abandonar nossos conhecimentos passados e já organizados. Que nos dispamos de nossos preconceitos, de nossos vícios intelectuais, de nossas certezas, pois o poema nos obriga a começar tudo de novo, a retomar o ponto zero. Diante do olhar dos poetas, todos os objetos são novos, o mundo está sempre a renascer. “Se formos capazes de aprender a lição da poesia, não haverá mais objetos definitivamente conhecidos”. Para o leitor de poemas, tudo está a descobrir. Tudo está a inventar.

Com isso, em torno de cada objeto se acumula uma multiplicidade de visões. A poesia não acumula conhecimentos organizados, que se completam, mas novas maneiras de ver, que divergem e entram em choque. É por isso que, alerta Moisés, “poesia e insubmissão caminham juntas”. Só o olhar poético é capaz de apreender a novidade que se esconde detrás dos objetos conhecidos. Ele recorda aqui de Fernando Pessoa, para quem a poesia exige “uma aprendizagem de desaprender”. Uma onda predatória – do conhecimento, da sensibilidade, do fazer – agita, porém, o mundo de hoje, que parece a cada dia mais guiado pela ideia de destruição. Ao abrir novas maneiras de ver, a poesia descerra caminhos alternativos, alarga o horizonte e ajuda a nos salvar da barbárie. 

Já Platão dizia que a poesia é inútil, porque o poeta não produz nada. O poeta, para o filósofo, seria um peso morto. Esta ideia se perpetuou e, nos últimos tempos, se agravou. A globalização e o ultraliberalismo nos lançaram no domínio do efêmero. Não temos escolha, parece. Ao descerrar novos olhares e novas posições, a poesia nos abre, ainda assim, a possibilidade de outros destinos. Embora infelizmente a maioria de nós continue a acreditar que a poesia não serve para nada, nunca dela precisamos tanto.

A cultura está, hoje, sob grande ameaça. Cada vez mais, ela é desprezada, perseguida e, mais ainda, satanizada. Este horror à cultura se torna ainda mais radical no caso da poesia. Ela não é, de fato, uma profissão produtiva – não está, por exemplo, no campo dos espetáculos. Na verdade, não é, sequer, uma profissão. Porém, vivemos um tempo “ciosamente empenhado em tecnologia de ponta, qualidade total, produtividade e eficiência máximas”, resume o crítico literário Carlos Felipe Moisés em Poesia para Quê? (Editora da Unesp). Em um tempo no qual se privilegiam a velocidade, os objetivos claros e os resultados, a poesia – a mais estranha e singular atividade humana – se torna suspeita. Mais do que suspeita: perigosa. 

O poeta e escritor brasileiroCarlos Felipe Moisés Foto: Leandro de Queiroz/Estadão

Neste tempo que não aceita a lentidão, a indefinição e o efêmero, não só a poesia, mas também os poetas vivem sob grande risco. Eles ameaçam os princípios dominantes da produção rápida e dos resultados a todo custo. Eles se tornam, em resumo, um perigo que abala a chamada “nova ordem” que hoje se estabelece no poder. Por isso, talvez nunca tenha sido tão importante refletir a respeito da utilidade da poesia. Ela desafia o nosso tempo. Apesar de tudo, destaca Moisés, “a poesia surpreendentemente continua a ser praticada e consumida em moldes e em escala nada inferiores aos dos períodos precedentes”. A poesia é insubmissa e por isso ameaça tanto.

A poesia resiste e insiste. Quanto mais a destratam e a amaldiçoam, mais ela se fortalece. De onde viria essa incrível resistência? De onde a poesia, em tempos tão inóspitos e mesmo tão antipoéticos, retira tanta força? “A velha arte de Homero e Virgílio continua, no terceiro milênio, a ter presença marcante na vida de grande número de pessoas”, constata Moisés. Isso nos leva a pensar que, apesar da aparente inutilidade, deve haver alguma relação profunda entre a “realidade poética” e a “outra realidade” – isto é, a realidade comum. Algum papel crucial ela representa, ou já teria sido varrida do caminho, enxotada, proibida. Alguma força ameaçadora ela detém, ou já teria sido vencida pelo pragmatismo e pelo utilitarismo. 

Em seu belo livro, Moisés nos propõe que deixemos de lado o ritmo frenético do contemporâneo, optando, ao contrário, por uma experiência pausada e morosa, que não busca resultados imediatos, tampouco resultados práticos, mas, ao contrário, persegue a sabedoria. Nossa era, ele diz, “incita-nos à corrida desenfreada no encalço de mais produção, mais qualidade e mais eficiência”. Neste corre-corre se torna, de fato, impossível chegar à poesia. Para sincronizar com ela, precisamos mudar nossa maneira de ver o mundo. “A poesia nos ensina a ver como se víssemos pela primeira vez”, Moisés sintetiza. O novo, portanto, não está só no objeto, não está só na letra, mas se guarda também na maneira com a qual podemos acessá-las. 

Para começar, não existe uma bula, um guia de instruções, ou um manual de “como fazer” que nos ajudem a ler poesia. Nada do que a técnica oferece nos serve. Não há uma fórmula, ou um caminho pronto. A cada poeta, e também a cada poema, devemos inventar um novo caminho e uma nova maneira de ver. Na poesia, ele nos alerta, “não temos um objeto bem definido, temos vários; não temos um método comprovada e universalmente eficaz, temos muitos”. A poesia, assim, nos obriga a fazer escolhas. E, com isso, a exercer nossa liberdade.

Apesar de ensinar a ver, a poesia também não deve ser confundida com a pedagogia. São fortes as semelhanças, mas, sobretudo, as diferenças entre elas. “Tanto o poeta quanto o pedagogo ensinam a conhecer, ou a compreender”, reconhece Moisés. A aproximação se dá justamente porque, na pedagogia de hoje, “ensinar não é transmitir conhecimentos, mas desenvolver competências e habilidades”. Mas essas competências e habilidades ainda têm como objeto conhecimentos que sejam adequadamente transmitidos e adquiridos. Enquanto que na poesia estes objetos não possuem a mesma precisão. 

A poesia, reforça Moisés, “nos ensina a ver como se víssemos pela primeira vez”. Mas o que é exatamente “ver como se víssemos pela primeira vez”? Ele responde: “Abstraindo o fato de que já vimos, assumindo a postura da tabula rasa – ou da ignorância estratégica”. Logo, para ver através da poesia é preciso, primeiro, abandonar nossos conhecimentos passados e já organizados. Que nos dispamos de nossos preconceitos, de nossos vícios intelectuais, de nossas certezas, pois o poema nos obriga a começar tudo de novo, a retomar o ponto zero. Diante do olhar dos poetas, todos os objetos são novos, o mundo está sempre a renascer. “Se formos capazes de aprender a lição da poesia, não haverá mais objetos definitivamente conhecidos”. Para o leitor de poemas, tudo está a descobrir. Tudo está a inventar.

Com isso, em torno de cada objeto se acumula uma multiplicidade de visões. A poesia não acumula conhecimentos organizados, que se completam, mas novas maneiras de ver, que divergem e entram em choque. É por isso que, alerta Moisés, “poesia e insubmissão caminham juntas”. Só o olhar poético é capaz de apreender a novidade que se esconde detrás dos objetos conhecidos. Ele recorda aqui de Fernando Pessoa, para quem a poesia exige “uma aprendizagem de desaprender”. Uma onda predatória – do conhecimento, da sensibilidade, do fazer – agita, porém, o mundo de hoje, que parece a cada dia mais guiado pela ideia de destruição. Ao abrir novas maneiras de ver, a poesia descerra caminhos alternativos, alarga o horizonte e ajuda a nos salvar da barbárie. 

Já Platão dizia que a poesia é inútil, porque o poeta não produz nada. O poeta, para o filósofo, seria um peso morto. Esta ideia se perpetuou e, nos últimos tempos, se agravou. A globalização e o ultraliberalismo nos lançaram no domínio do efêmero. Não temos escolha, parece. Ao descerrar novos olhares e novas posições, a poesia nos abre, ainda assim, a possibilidade de outros destinos. Embora infelizmente a maioria de nós continue a acreditar que a poesia não serve para nada, nunca dela precisamos tanto.

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