Pedro Venceslau e Simião Castro dão dicas sobre filmes, séries e músicas disponíveis nos serviços de streaming

‘Santo Maldito’ supera passada de pano em religião e entrega série de qualidade; Othon Bastos brilha


Produção brasileira do Star+ quase descamba para catequese, mas reviravolta no final, atuações estelares e direção valem o play; veja também outras séries nacionais no streaming

Por Simião Castro
Atualização:

Quando um professor ateu vê a esposa em estado vegetativo, toma uma atitude desesperada para tirá-la de vez do coma. Mas acaba por performar um “milagre” que a acorda - e é filmado em ação.

Ele é cooptado por um líder religioso e resolve tirar proveito da oportunidade para ganhar dinheiro em cima da fé alheia. Dinheiro, aliás, que precisa para pagar a conta estratosférica do hospital.

Esse é só o começo de Santo Maldito, nova série brasileira do Star+ que escancara para quem quer ver a obscenidade da exploração da crença dos humildes e pobres. E talvez estampe também a profunda devoção por relações mais terrenas e humanas. Mas derrapa ao escolher verter para a pregação mesmo alertando quanto ao perigo do fanatismo.

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Elenco de ouro

O bom texto é competentemente interpretado por veteranos como Felipe Camargo e Augusto Madeira. E carrega consigo a melancolia que só as tragédias são capazes de provocar.

A fotografia, sombria e lúgubre, é uma personagem a mais na construção da atmosfera do drama. Destaque para a sempre primorosa atuação de Othon Bastos, que brilha mesmo aparecendo muito pouco.

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Felipe Camargo interpreta um professor ateu em 'Santo Maldito' Foto: Star+

Em cima do muro

A série oscila frequentemente entre a crítica religiosa e a romantização das crenças. Ela balança de um lado a outro para chegar à conclusão de que as pessoas acreditam mesmo é no que querem. E podem ser capazes de tudo, literalmente tudo, em nome daquilo que botaram na cabeça.

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No fim, dança no fio da navalha dessa dualidade até o desfecho, estranha e igualmente dúbio. Mas é divertido o uso sarcástico de um clichê muito conhecido nas igrejas: ‘Deus não escolhe os capacitados, capacita os escolhidos’. Os oito episódios estão disponíveis desde 8 de fevereiro.

As Five parece infantilizar coisa séria

A série da GloboPlay As Five, spin off de Malhação: Viva a Diferença, estreou este mês a segunda temporada e libera dois episódios por semana. Até agora, a trama parece infantilizar aspectos sérios da vida adulta. E o público alvo não é desculpa.

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Se na primeira temporada a história acompanhava a transição das cinco protagonistas da adolescência para a idade adulta, agora encontra as personagens meio ferradas na vida de gente grande - como a maioria das pessoas, inclusive.

Elenco da segunda temporada de 'As Five': Ellen (Heslaine Vieira), Tina (Ana Hikari), Benê (Daphne Bazaski), Keyla (Gabriela Medvedovski), Lica (Manoela Aliperti) e Maura (Thamirys O'Hanna) Foto: Murício Fidalgo/Globo


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Apesar da intenção, com quatro episódios disponíveis, o texto da série decaiu e soa artificial na tela. Mesmo abordando temas sensíveis como saúde mental, consumo de entorpecentes e conflitos afetivos. Na próxima quarta-feira, entram no ar os capítulos cinco e seis. Dado o histórico, o prognóstico é melhorar. A ver como a narrativa evolui.

Regresso em grande estilo

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Mila no Multiverso, do Disney+, é a volta de Malu Mader às telas. E com o lançamento da série em 50 países no último dia 15, depois de ter sido liberada para o Brasil em janeiro, é um retorno em grande estilo.

Feita claramente para crianças e adolescentes, a produção acompanha a jovem personagem título em aventuras pelo multiverso. Nota-se um esforço da pós em oferecer bons efeitos visuais. Para padrões brasileiros, surpreende. Mas nem sempre convencem.

A cara do Brasil?

A Netflix anunciou este mês a nova temporada de Cidade Invisível. Mas não deu data para a estreia, promete apenas que virá em breve. A fase 1 foi bastante criticada por ser branca demais para uma série que busca dar ares contemporâneos ao folclore brasileiro.

Marco Pigossi é o protagonista, enquanto Alessandra Negrini interpreta a Cuca. E a história se passa no Rio de Janeiro. Pelo novo trailer, a sensação é de estar menos sudestina. Será que desta vez o elenco vem mais diverso e com mais cara de Brasil?

Quando um professor ateu vê a esposa em estado vegetativo, toma uma atitude desesperada para tirá-la de vez do coma. Mas acaba por performar um “milagre” que a acorda - e é filmado em ação.

Ele é cooptado por um líder religioso e resolve tirar proveito da oportunidade para ganhar dinheiro em cima da fé alheia. Dinheiro, aliás, que precisa para pagar a conta estratosférica do hospital.

Esse é só o começo de Santo Maldito, nova série brasileira do Star+ que escancara para quem quer ver a obscenidade da exploração da crença dos humildes e pobres. E talvez estampe também a profunda devoção por relações mais terrenas e humanas. Mas derrapa ao escolher verter para a pregação mesmo alertando quanto ao perigo do fanatismo.

Elenco de ouro

O bom texto é competentemente interpretado por veteranos como Felipe Camargo e Augusto Madeira. E carrega consigo a melancolia que só as tragédias são capazes de provocar.

A fotografia, sombria e lúgubre, é uma personagem a mais na construção da atmosfera do drama. Destaque para a sempre primorosa atuação de Othon Bastos, que brilha mesmo aparecendo muito pouco.

Felipe Camargo interpreta um professor ateu em 'Santo Maldito' Foto: Star+

Em cima do muro

A série oscila frequentemente entre a crítica religiosa e a romantização das crenças. Ela balança de um lado a outro para chegar à conclusão de que as pessoas acreditam mesmo é no que querem. E podem ser capazes de tudo, literalmente tudo, em nome daquilo que botaram na cabeça.

No fim, dança no fio da navalha dessa dualidade até o desfecho, estranha e igualmente dúbio. Mas é divertido o uso sarcástico de um clichê muito conhecido nas igrejas: ‘Deus não escolhe os capacitados, capacita os escolhidos’. Os oito episódios estão disponíveis desde 8 de fevereiro.

As Five parece infantilizar coisa séria

A série da GloboPlay As Five, spin off de Malhação: Viva a Diferença, estreou este mês a segunda temporada e libera dois episódios por semana. Até agora, a trama parece infantilizar aspectos sérios da vida adulta. E o público alvo não é desculpa.

Se na primeira temporada a história acompanhava a transição das cinco protagonistas da adolescência para a idade adulta, agora encontra as personagens meio ferradas na vida de gente grande - como a maioria das pessoas, inclusive.

Elenco da segunda temporada de 'As Five': Ellen (Heslaine Vieira), Tina (Ana Hikari), Benê (Daphne Bazaski), Keyla (Gabriela Medvedovski), Lica (Manoela Aliperti) e Maura (Thamirys O'Hanna) Foto: Murício Fidalgo/Globo


Apesar da intenção, com quatro episódios disponíveis, o texto da série decaiu e soa artificial na tela. Mesmo abordando temas sensíveis como saúde mental, consumo de entorpecentes e conflitos afetivos. Na próxima quarta-feira, entram no ar os capítulos cinco e seis. Dado o histórico, o prognóstico é melhorar. A ver como a narrativa evolui.

Regresso em grande estilo

Mila no Multiverso, do Disney+, é a volta de Malu Mader às telas. E com o lançamento da série em 50 países no último dia 15, depois de ter sido liberada para o Brasil em janeiro, é um retorno em grande estilo.

Feita claramente para crianças e adolescentes, a produção acompanha a jovem personagem título em aventuras pelo multiverso. Nota-se um esforço da pós em oferecer bons efeitos visuais. Para padrões brasileiros, surpreende. Mas nem sempre convencem.

A cara do Brasil?

A Netflix anunciou este mês a nova temporada de Cidade Invisível. Mas não deu data para a estreia, promete apenas que virá em breve. A fase 1 foi bastante criticada por ser branca demais para uma série que busca dar ares contemporâneos ao folclore brasileiro.

Marco Pigossi é o protagonista, enquanto Alessandra Negrini interpreta a Cuca. E a história se passa no Rio de Janeiro. Pelo novo trailer, a sensação é de estar menos sudestina. Será que desta vez o elenco vem mais diverso e com mais cara de Brasil?

Quando um professor ateu vê a esposa em estado vegetativo, toma uma atitude desesperada para tirá-la de vez do coma. Mas acaba por performar um “milagre” que a acorda - e é filmado em ação.

Ele é cooptado por um líder religioso e resolve tirar proveito da oportunidade para ganhar dinheiro em cima da fé alheia. Dinheiro, aliás, que precisa para pagar a conta estratosférica do hospital.

Esse é só o começo de Santo Maldito, nova série brasileira do Star+ que escancara para quem quer ver a obscenidade da exploração da crença dos humildes e pobres. E talvez estampe também a profunda devoção por relações mais terrenas e humanas. Mas derrapa ao escolher verter para a pregação mesmo alertando quanto ao perigo do fanatismo.

Elenco de ouro

O bom texto é competentemente interpretado por veteranos como Felipe Camargo e Augusto Madeira. E carrega consigo a melancolia que só as tragédias são capazes de provocar.

A fotografia, sombria e lúgubre, é uma personagem a mais na construção da atmosfera do drama. Destaque para a sempre primorosa atuação de Othon Bastos, que brilha mesmo aparecendo muito pouco.

Felipe Camargo interpreta um professor ateu em 'Santo Maldito' Foto: Star+

Em cima do muro

A série oscila frequentemente entre a crítica religiosa e a romantização das crenças. Ela balança de um lado a outro para chegar à conclusão de que as pessoas acreditam mesmo é no que querem. E podem ser capazes de tudo, literalmente tudo, em nome daquilo que botaram na cabeça.

No fim, dança no fio da navalha dessa dualidade até o desfecho, estranha e igualmente dúbio. Mas é divertido o uso sarcástico de um clichê muito conhecido nas igrejas: ‘Deus não escolhe os capacitados, capacita os escolhidos’. Os oito episódios estão disponíveis desde 8 de fevereiro.

As Five parece infantilizar coisa séria

A série da GloboPlay As Five, spin off de Malhação: Viva a Diferença, estreou este mês a segunda temporada e libera dois episódios por semana. Até agora, a trama parece infantilizar aspectos sérios da vida adulta. E o público alvo não é desculpa.

Se na primeira temporada a história acompanhava a transição das cinco protagonistas da adolescência para a idade adulta, agora encontra as personagens meio ferradas na vida de gente grande - como a maioria das pessoas, inclusive.

Elenco da segunda temporada de 'As Five': Ellen (Heslaine Vieira), Tina (Ana Hikari), Benê (Daphne Bazaski), Keyla (Gabriela Medvedovski), Lica (Manoela Aliperti) e Maura (Thamirys O'Hanna) Foto: Murício Fidalgo/Globo


Apesar da intenção, com quatro episódios disponíveis, o texto da série decaiu e soa artificial na tela. Mesmo abordando temas sensíveis como saúde mental, consumo de entorpecentes e conflitos afetivos. Na próxima quarta-feira, entram no ar os capítulos cinco e seis. Dado o histórico, o prognóstico é melhorar. A ver como a narrativa evolui.

Regresso em grande estilo

Mila no Multiverso, do Disney+, é a volta de Malu Mader às telas. E com o lançamento da série em 50 países no último dia 15, depois de ter sido liberada para o Brasil em janeiro, é um retorno em grande estilo.

Feita claramente para crianças e adolescentes, a produção acompanha a jovem personagem título em aventuras pelo multiverso. Nota-se um esforço da pós em oferecer bons efeitos visuais. Para padrões brasileiros, surpreende. Mas nem sempre convencem.

A cara do Brasil?

A Netflix anunciou este mês a nova temporada de Cidade Invisível. Mas não deu data para a estreia, promete apenas que virá em breve. A fase 1 foi bastante criticada por ser branca demais para uma série que busca dar ares contemporâneos ao folclore brasileiro.

Marco Pigossi é o protagonista, enquanto Alessandra Negrini interpreta a Cuca. E a história se passa no Rio de Janeiro. Pelo novo trailer, a sensação é de estar menos sudestina. Será que desta vez o elenco vem mais diverso e com mais cara de Brasil?

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