Almir Guineto: "Se você não se afastar do inferno, morre queimado"


Dono de uma voz inconfundível e autor de grandes sucessos cantados nas vozes de grandes nomes da MPB como Chico Buarque e Caetano Veloso, o sambista carioca Almir Guineto confessa que sente saudades dos tempos que atuava com mais frequência nas escolas de samba do Rio de Janeiro e de São Paulo.

Por Redação

Por mais de cinco anos, durante a década de 60, ele foi diretor de bateria da escola de samba Acadêmicos do Salgueiro. Antes de sair, Almir passou o apito para seu irmão, o mestre Louro, já falecido. Anos mais tarde, quando passou a viver em São Paulo, Almir foi fazer parte da ala de compositores do Vai-Vai.

"Estou com 63 anos de idade e se não parar um pouco com a gandaia, a banana come o macaco. Se não afastar do inferno, você morre queimado", diz com bom humor, o sambista.

Antes de fazer um show em São Paulo, dentro das comemorações dos 80 anos do Vai-Vai, o boa praça Almir Guineto conversou com o Samba de Primeira. Lembrou dos tempos que foi do Originais do Samba, da amizade com o trapalhão e saudoso Mussum, da parceria com Zeca Pagodinho e de sua gratidão por São Paulo.

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"Adoro essa cidade. Foi ela que alavancou minha carreira", diz o grande sambista, pai de dois filhos e casado há 13 anos com sua empresária, a dona Cristina.

FUNDO DE QUINTAL Em 1978, a gente cria o fundo do Quintal, no bairro do Cacique de Ramos, no Rio de Janeiro. Começamos aquilo sem nenhuma pretensão. Só que a brincadeira acabou virando algo muito sério. Caiu no gosto do público. A primeira formação foi eu, Jorge Aragão, Sombrinha, Bira o Presidente, Ubirani e Sereno. O Arlindo Cruz chegou depois, como depois chegaram o Mário Sério e o Ronaldinho. Ali é uma escola de grandes músicos e modéstia à parte, tocava bem. Hoje, não toco mais nada. Era um timaço. Tenho saudades, mas é um tempo que não volta mais.

VAI- VAI Fui da ala dos compositores. No decorrer do tempo, as coisas foram apertando. Eram muitos shows. E o Vai-Vai é como uma religião. O pessoal pedia para eu ir à quadra. Só que não estava dando mais. Tenho dois sambas-enredos pelo Vai-Vai. Eu e o falecido Luverci, que foi um dos melhores parceiros que tive em São Paulo. E no Rio, sou Salgueiro. Amo as duas escolas com a mesma intensidade. Assisto aos desfiles pela televisão. Pareço um menino quando estou torcendo por elas.  

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MUSSUM Foi um cara muito bom e aprendi muito com ele nesta vida. Fizemos grandes gandaias juntos. Ele que me fez enfrentar essa carreira de músico. Era uma pessoa maravilhosa e tomamos muitos porres juntos. Ele bebia muito e não caia. Enquanto ele bebia, uns três caiam. Gostava da purinha (cachaça). Era uma alegria total. Ficamos juntos de 69 a 78, no grupo Originais do Samba. Depois, eu sai para fundar o Fundo de Quintal.

ZECA PAGODINHO Estamos juntos há muito tempo. O Zeca começou com a gente lá, no Cacique de Ramos. Morou comigo na casa que eu tinha na Serra da Cantareira. Isso foi no final da década de 70. Estamos juntos sempre. Ele é como um irmão. Mais do que isso: o Zeca é meu ídolo. Ele ajuda todo mundo. É uma pessoa muito generosa emaravilhosa.

DINHEIRO Estou bem, Graças a Deus. Faço muitos shows. Com a música, consegui a minha independência financeira. Faço dez shows por mês. Cheguei a fazer mais de 60 num único mês. Não preciso muito para ser feliz.

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SÍTIO Vivo em um sítio, que fica a mais de 400 quilômetros de São Paulo. A idade chegou. Por isso, preciso descansar um pouco. Estou com 63 e se não parar um pouco com a gandaia, a banana come o macaco.

BEBIDA Estou há cinco anos sem beber. Tem que se afastar um pouco do inferno. Se não afastar, você morre queimado. A banana come o macaco. É verdade. Parei de beber. Só água.

SAUDADESTenho saudades do Fundo de Quinta, do Vai-Vai e do tempo em que era diretor de bateria do Salgueiro. Só que não dá mais. Faço muitos shows na casa do cacete. Então, seria é difícil ter outros compromissos.

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SÃO PAULO Adoro São Paulo. Devo muito a essa cidade e esse estado. Quando estou no Rio, não gosto que falem mal da cidade para mim. Tem um povo maravilhoso e muitos músicos bons. Gosto do Adoniran Barbosa, Geraldo Filme e Paulo Vanzolini. E adoro o Osvaldinho da Cuíca, um dos maiores músicos do Brasil. Ele é um clínico geral porque toca qualquer instrumento.

 

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Por mais de cinco anos, durante a década de 60, ele foi diretor de bateria da escola de samba Acadêmicos do Salgueiro. Antes de sair, Almir passou o apito para seu irmão, o mestre Louro, já falecido. Anos mais tarde, quando passou a viver em São Paulo, Almir foi fazer parte da ala de compositores do Vai-Vai.

"Estou com 63 anos de idade e se não parar um pouco com a gandaia, a banana come o macaco. Se não afastar do inferno, você morre queimado", diz com bom humor, o sambista.

Antes de fazer um show em São Paulo, dentro das comemorações dos 80 anos do Vai-Vai, o boa praça Almir Guineto conversou com o Samba de Primeira. Lembrou dos tempos que foi do Originais do Samba, da amizade com o trapalhão e saudoso Mussum, da parceria com Zeca Pagodinho e de sua gratidão por São Paulo.

"Adoro essa cidade. Foi ela que alavancou minha carreira", diz o grande sambista, pai de dois filhos e casado há 13 anos com sua empresária, a dona Cristina.

FUNDO DE QUINTAL Em 1978, a gente cria o fundo do Quintal, no bairro do Cacique de Ramos, no Rio de Janeiro. Começamos aquilo sem nenhuma pretensão. Só que a brincadeira acabou virando algo muito sério. Caiu no gosto do público. A primeira formação foi eu, Jorge Aragão, Sombrinha, Bira o Presidente, Ubirani e Sereno. O Arlindo Cruz chegou depois, como depois chegaram o Mário Sério e o Ronaldinho. Ali é uma escola de grandes músicos e modéstia à parte, tocava bem. Hoje, não toco mais nada. Era um timaço. Tenho saudades, mas é um tempo que não volta mais.

VAI- VAI Fui da ala dos compositores. No decorrer do tempo, as coisas foram apertando. Eram muitos shows. E o Vai-Vai é como uma religião. O pessoal pedia para eu ir à quadra. Só que não estava dando mais. Tenho dois sambas-enredos pelo Vai-Vai. Eu e o falecido Luverci, que foi um dos melhores parceiros que tive em São Paulo. E no Rio, sou Salgueiro. Amo as duas escolas com a mesma intensidade. Assisto aos desfiles pela televisão. Pareço um menino quando estou torcendo por elas.  

MUSSUM Foi um cara muito bom e aprendi muito com ele nesta vida. Fizemos grandes gandaias juntos. Ele que me fez enfrentar essa carreira de músico. Era uma pessoa maravilhosa e tomamos muitos porres juntos. Ele bebia muito e não caia. Enquanto ele bebia, uns três caiam. Gostava da purinha (cachaça). Era uma alegria total. Ficamos juntos de 69 a 78, no grupo Originais do Samba. Depois, eu sai para fundar o Fundo de Quintal.

ZECA PAGODINHO Estamos juntos há muito tempo. O Zeca começou com a gente lá, no Cacique de Ramos. Morou comigo na casa que eu tinha na Serra da Cantareira. Isso foi no final da década de 70. Estamos juntos sempre. Ele é como um irmão. Mais do que isso: o Zeca é meu ídolo. Ele ajuda todo mundo. É uma pessoa muito generosa emaravilhosa.

DINHEIRO Estou bem, Graças a Deus. Faço muitos shows. Com a música, consegui a minha independência financeira. Faço dez shows por mês. Cheguei a fazer mais de 60 num único mês. Não preciso muito para ser feliz.

SÍTIO Vivo em um sítio, que fica a mais de 400 quilômetros de São Paulo. A idade chegou. Por isso, preciso descansar um pouco. Estou com 63 e se não parar um pouco com a gandaia, a banana come o macaco.

BEBIDA Estou há cinco anos sem beber. Tem que se afastar um pouco do inferno. Se não afastar, você morre queimado. A banana come o macaco. É verdade. Parei de beber. Só água.

SAUDADESTenho saudades do Fundo de Quinta, do Vai-Vai e do tempo em que era diretor de bateria do Salgueiro. Só que não dá mais. Faço muitos shows na casa do cacete. Então, seria é difícil ter outros compromissos.

SÃO PAULO Adoro São Paulo. Devo muito a essa cidade e esse estado. Quando estou no Rio, não gosto que falem mal da cidade para mim. Tem um povo maravilhoso e muitos músicos bons. Gosto do Adoniran Barbosa, Geraldo Filme e Paulo Vanzolini. E adoro o Osvaldinho da Cuíca, um dos maiores músicos do Brasil. Ele é um clínico geral porque toca qualquer instrumento.

 

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Por mais de cinco anos, durante a década de 60, ele foi diretor de bateria da escola de samba Acadêmicos do Salgueiro. Antes de sair, Almir passou o apito para seu irmão, o mestre Louro, já falecido. Anos mais tarde, quando passou a viver em São Paulo, Almir foi fazer parte da ala de compositores do Vai-Vai.

"Estou com 63 anos de idade e se não parar um pouco com a gandaia, a banana come o macaco. Se não afastar do inferno, você morre queimado", diz com bom humor, o sambista.

Antes de fazer um show em São Paulo, dentro das comemorações dos 80 anos do Vai-Vai, o boa praça Almir Guineto conversou com o Samba de Primeira. Lembrou dos tempos que foi do Originais do Samba, da amizade com o trapalhão e saudoso Mussum, da parceria com Zeca Pagodinho e de sua gratidão por São Paulo.

"Adoro essa cidade. Foi ela que alavancou minha carreira", diz o grande sambista, pai de dois filhos e casado há 13 anos com sua empresária, a dona Cristina.

FUNDO DE QUINTAL Em 1978, a gente cria o fundo do Quintal, no bairro do Cacique de Ramos, no Rio de Janeiro. Começamos aquilo sem nenhuma pretensão. Só que a brincadeira acabou virando algo muito sério. Caiu no gosto do público. A primeira formação foi eu, Jorge Aragão, Sombrinha, Bira o Presidente, Ubirani e Sereno. O Arlindo Cruz chegou depois, como depois chegaram o Mário Sério e o Ronaldinho. Ali é uma escola de grandes músicos e modéstia à parte, tocava bem. Hoje, não toco mais nada. Era um timaço. Tenho saudades, mas é um tempo que não volta mais.

VAI- VAI Fui da ala dos compositores. No decorrer do tempo, as coisas foram apertando. Eram muitos shows. E o Vai-Vai é como uma religião. O pessoal pedia para eu ir à quadra. Só que não estava dando mais. Tenho dois sambas-enredos pelo Vai-Vai. Eu e o falecido Luverci, que foi um dos melhores parceiros que tive em São Paulo. E no Rio, sou Salgueiro. Amo as duas escolas com a mesma intensidade. Assisto aos desfiles pela televisão. Pareço um menino quando estou torcendo por elas.  

MUSSUM Foi um cara muito bom e aprendi muito com ele nesta vida. Fizemos grandes gandaias juntos. Ele que me fez enfrentar essa carreira de músico. Era uma pessoa maravilhosa e tomamos muitos porres juntos. Ele bebia muito e não caia. Enquanto ele bebia, uns três caiam. Gostava da purinha (cachaça). Era uma alegria total. Ficamos juntos de 69 a 78, no grupo Originais do Samba. Depois, eu sai para fundar o Fundo de Quintal.

ZECA PAGODINHO Estamos juntos há muito tempo. O Zeca começou com a gente lá, no Cacique de Ramos. Morou comigo na casa que eu tinha na Serra da Cantareira. Isso foi no final da década de 70. Estamos juntos sempre. Ele é como um irmão. Mais do que isso: o Zeca é meu ídolo. Ele ajuda todo mundo. É uma pessoa muito generosa emaravilhosa.

DINHEIRO Estou bem, Graças a Deus. Faço muitos shows. Com a música, consegui a minha independência financeira. Faço dez shows por mês. Cheguei a fazer mais de 60 num único mês. Não preciso muito para ser feliz.

SÍTIO Vivo em um sítio, que fica a mais de 400 quilômetros de São Paulo. A idade chegou. Por isso, preciso descansar um pouco. Estou com 63 e se não parar um pouco com a gandaia, a banana come o macaco.

BEBIDA Estou há cinco anos sem beber. Tem que se afastar um pouco do inferno. Se não afastar, você morre queimado. A banana come o macaco. É verdade. Parei de beber. Só água.

SAUDADESTenho saudades do Fundo de Quinta, do Vai-Vai e do tempo em que era diretor de bateria do Salgueiro. Só que não dá mais. Faço muitos shows na casa do cacete. Então, seria é difícil ter outros compromissos.

SÃO PAULO Adoro São Paulo. Devo muito a essa cidade e esse estado. Quando estou no Rio, não gosto que falem mal da cidade para mim. Tem um povo maravilhoso e muitos músicos bons. Gosto do Adoniran Barbosa, Geraldo Filme e Paulo Vanzolini. E adoro o Osvaldinho da Cuíca, um dos maiores músicos do Brasil. Ele é um clínico geral porque toca qualquer instrumento.

 

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