Semana de Alta-Costura de Paris mostra uma moda escultural sofisticada


Arte, arquitetura e literatura inspiram estilistas em temporada de coleções performáticas e surpreendentes, que terminou na quinta, dia 4

Por Maria Rita Alonso
Desfile da Chanel transformou o Grand Palais embiblioteca Foto: Charles Platiau/Reuters

Drapeados fabulosos, cascatas de penas, plumas e franjas, chapéus ornamentais, vestidos trapézios, culotes arquitetônicos... Uma moda escultural tomou a temporada de Alta-Costura de Paris, que começou na última segunda-feira, 1.º, e terminou na quinta-feira, dia 4. 

Entre as 34 apresentações, que incluíram desfiles, exposições e lançamentos de alta joalheria, não faltaram vestidos feitos com as mais sofisticadas técnicas de confecção para flertar abertamente com as artes plásticas, a arquitetura e a literatura. Temas cult estão em pauta nas principais maisons do planeta. 

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Na Dior, por exemplo, a estilista Maria Grazia Chiuri trouxe uma coleção inteira praticamente só de peças pretas, valorizando a fluidez dos tecidos ultrafinos, brocados luxuosos e drapeados que homenageavam diversos prédios parisienses – no último look, o histórico edifício da Dior, erguido nos anos 1930 na Avenue Montaigne foi transformado em um vestido dourado espetacular, feito pelas mãos da artista britânica Penny Slinger, autora também da cenografia do desfile, marcada por uma luz intensa no blecaute.

Look final da Dior reproduzicônico prédio da 30 Avenue Montaigne Foto: Ian Langsdon/EFE

Já a Valentino exibiu babados e drapeados de tafetá em tons elétricos de roxo, verde-esmeralda e laranja (em um jogo de cores fenomenal), um vestido com apliques florais tão minuciosos que levaram 990 horas para ser concluídos, além de capas com tramas vazadas, brincos de penduricalhos folk e saiotes em camadas de franjas de lã. 

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Não por acaso, o estilista Pierpaolo Piccioli decidiu colher os aplausos da plateia ao lado de toda a equipe do ateliê, promovendo um encontro emocionante entre as antigas costureiras e o fundador da marca, Valentino Garavani, que já está aposentado e assistia ao show na primeira fila, ao lado da atriz Gwyneth Paltrow

“Comecei a coleção com a ideia de costura como uma expressão de individualidade, extravagância e diversidade, que para mim é o assunto do momento”, disse Pierpaolo em entrevista ao site da Vogue. “A inclusão é importante para manter a Alta-Costura viva. Caso contrário, esse poderia ser um mundo bonito, mas ele pertenceria ao passado.” 

Às vésperas da virada da década, com as coleções de 2020 sendo apresentadas, todos os assuntos premonitórios que dominam as rodas do mercado giram em torno da dúvida: qual será o futuro da moda?

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Criações de Iris Van Herpen mesclam tecnologia e arte Foto: Thomas Samson/AFP

Enquanto as previsões de tendências levam em conta o contexto tecnológico e as questões de responsabilidade social colocam a indústria têxtil na berlinda, os estilistas de vanguarda buscam apressadamente caminhos para inovação. Nesse aspecto, a grande revelação vem da Holanda e carrega a assinatura da estilista Iris Van Herpen.

Misto de tecnologia e arte, seus desfiles podem ser considerados verdadeiras performances. Desta vez, para apresentar peças de roupas hipnotizantes com modelagens cinéticas, Iris contou com uma escultura do artista Anthony Howe no meio da passarela. Os looks com muitas camadas e texturas fogem totalmente do óbvio, transmitindo uma sensação de energia e movimento. 

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Outro designer que se destacou nesta estação foi Daniel Roseberry, que assumiu recentemente a direção criativa da marca Schiaparelli e abriu a semana com uma coleção dividida em três partes: dia, noite e sonho. Em um estúdio, na passarela escura, o diretor desenhava croquis que, aos poucos, tomavam forma e se materializavam em volumes dramáticos, babados, cristais e silhuetas marcadas, tudo com um toque de surrealismo.

O conceito de fluidez de gênero é outra novidade da temporada. Marcas como a Givenchy, agora sob o comando da estilista Clare Waight Keller, e a Maison Margiela, que conta com a direção de John Galliano, apostaram em figuras andróginas, com roupas que transitavam entre o feminino e o masculino. Givenchy escolheu meninas descoladas e despenteadas para desfilar seus vestidos chiques, enquanto Margiela colocou modelos masculinos em roupas que pareciam ser desenhadas para mulheres.

Valentino abusou decores, corpos e estilos para coleção com diferentes materiais Foto: Ian Langsdon/EFE/EPA
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Quem fugiu da polêmica elegendo um território seguro, inteligente e cult foi a Chanel. Depois de passar décadas sob o comando do genial Karl Lagerfeld, essa primeira coleção da grife francesa assinada por Virginie Viard foi apresentada em uma biblioteca.

As modelos com pose de intelectuais e óculos de grau circulavam com peças de alfaiataria, pantalonas amplas e abotoamento marcado. Mostraram também vestidos bordados delicados, usados com sapatos de salto fino e baixo.

Além de uma linha de homewear com pijamas e roupões, perfeitos para ficar em casa lendo e estudando. Detalhe, tudo feito com folhas de organza e plumas.

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Afinal, quando se trata de Alta-Costura, é assim mesmo: o glamour fala sempre mais alto do que conceito. / COLABOROU STEFANI SOUSA

Desfile da Chanel transformou o Grand Palais embiblioteca Foto: Charles Platiau/Reuters

Drapeados fabulosos, cascatas de penas, plumas e franjas, chapéus ornamentais, vestidos trapézios, culotes arquitetônicos... Uma moda escultural tomou a temporada de Alta-Costura de Paris, que começou na última segunda-feira, 1.º, e terminou na quinta-feira, dia 4. 

Entre as 34 apresentações, que incluíram desfiles, exposições e lançamentos de alta joalheria, não faltaram vestidos feitos com as mais sofisticadas técnicas de confecção para flertar abertamente com as artes plásticas, a arquitetura e a literatura. Temas cult estão em pauta nas principais maisons do planeta. 

Na Dior, por exemplo, a estilista Maria Grazia Chiuri trouxe uma coleção inteira praticamente só de peças pretas, valorizando a fluidez dos tecidos ultrafinos, brocados luxuosos e drapeados que homenageavam diversos prédios parisienses – no último look, o histórico edifício da Dior, erguido nos anos 1930 na Avenue Montaigne foi transformado em um vestido dourado espetacular, feito pelas mãos da artista britânica Penny Slinger, autora também da cenografia do desfile, marcada por uma luz intensa no blecaute.

Look final da Dior reproduzicônico prédio da 30 Avenue Montaigne Foto: Ian Langsdon/EFE

Já a Valentino exibiu babados e drapeados de tafetá em tons elétricos de roxo, verde-esmeralda e laranja (em um jogo de cores fenomenal), um vestido com apliques florais tão minuciosos que levaram 990 horas para ser concluídos, além de capas com tramas vazadas, brincos de penduricalhos folk e saiotes em camadas de franjas de lã. 

Não por acaso, o estilista Pierpaolo Piccioli decidiu colher os aplausos da plateia ao lado de toda a equipe do ateliê, promovendo um encontro emocionante entre as antigas costureiras e o fundador da marca, Valentino Garavani, que já está aposentado e assistia ao show na primeira fila, ao lado da atriz Gwyneth Paltrow

“Comecei a coleção com a ideia de costura como uma expressão de individualidade, extravagância e diversidade, que para mim é o assunto do momento”, disse Pierpaolo em entrevista ao site da Vogue. “A inclusão é importante para manter a Alta-Costura viva. Caso contrário, esse poderia ser um mundo bonito, mas ele pertenceria ao passado.” 

Às vésperas da virada da década, com as coleções de 2020 sendo apresentadas, todos os assuntos premonitórios que dominam as rodas do mercado giram em torno da dúvida: qual será o futuro da moda?

Criações de Iris Van Herpen mesclam tecnologia e arte Foto: Thomas Samson/AFP

Enquanto as previsões de tendências levam em conta o contexto tecnológico e as questões de responsabilidade social colocam a indústria têxtil na berlinda, os estilistas de vanguarda buscam apressadamente caminhos para inovação. Nesse aspecto, a grande revelação vem da Holanda e carrega a assinatura da estilista Iris Van Herpen.

Misto de tecnologia e arte, seus desfiles podem ser considerados verdadeiras performances. Desta vez, para apresentar peças de roupas hipnotizantes com modelagens cinéticas, Iris contou com uma escultura do artista Anthony Howe no meio da passarela. Os looks com muitas camadas e texturas fogem totalmente do óbvio, transmitindo uma sensação de energia e movimento. 

Outro designer que se destacou nesta estação foi Daniel Roseberry, que assumiu recentemente a direção criativa da marca Schiaparelli e abriu a semana com uma coleção dividida em três partes: dia, noite e sonho. Em um estúdio, na passarela escura, o diretor desenhava croquis que, aos poucos, tomavam forma e se materializavam em volumes dramáticos, babados, cristais e silhuetas marcadas, tudo com um toque de surrealismo.

O conceito de fluidez de gênero é outra novidade da temporada. Marcas como a Givenchy, agora sob o comando da estilista Clare Waight Keller, e a Maison Margiela, que conta com a direção de John Galliano, apostaram em figuras andróginas, com roupas que transitavam entre o feminino e o masculino. Givenchy escolheu meninas descoladas e despenteadas para desfilar seus vestidos chiques, enquanto Margiela colocou modelos masculinos em roupas que pareciam ser desenhadas para mulheres.

Valentino abusou decores, corpos e estilos para coleção com diferentes materiais Foto: Ian Langsdon/EFE/EPA

Quem fugiu da polêmica elegendo um território seguro, inteligente e cult foi a Chanel. Depois de passar décadas sob o comando do genial Karl Lagerfeld, essa primeira coleção da grife francesa assinada por Virginie Viard foi apresentada em uma biblioteca.

As modelos com pose de intelectuais e óculos de grau circulavam com peças de alfaiataria, pantalonas amplas e abotoamento marcado. Mostraram também vestidos bordados delicados, usados com sapatos de salto fino e baixo.

Além de uma linha de homewear com pijamas e roupões, perfeitos para ficar em casa lendo e estudando. Detalhe, tudo feito com folhas de organza e plumas.

Afinal, quando se trata de Alta-Costura, é assim mesmo: o glamour fala sempre mais alto do que conceito. / COLABOROU STEFANI SOUSA

Desfile da Chanel transformou o Grand Palais embiblioteca Foto: Charles Platiau/Reuters

Drapeados fabulosos, cascatas de penas, plumas e franjas, chapéus ornamentais, vestidos trapézios, culotes arquitetônicos... Uma moda escultural tomou a temporada de Alta-Costura de Paris, que começou na última segunda-feira, 1.º, e terminou na quinta-feira, dia 4. 

Entre as 34 apresentações, que incluíram desfiles, exposições e lançamentos de alta joalheria, não faltaram vestidos feitos com as mais sofisticadas técnicas de confecção para flertar abertamente com as artes plásticas, a arquitetura e a literatura. Temas cult estão em pauta nas principais maisons do planeta. 

Na Dior, por exemplo, a estilista Maria Grazia Chiuri trouxe uma coleção inteira praticamente só de peças pretas, valorizando a fluidez dos tecidos ultrafinos, brocados luxuosos e drapeados que homenageavam diversos prédios parisienses – no último look, o histórico edifício da Dior, erguido nos anos 1930 na Avenue Montaigne foi transformado em um vestido dourado espetacular, feito pelas mãos da artista britânica Penny Slinger, autora também da cenografia do desfile, marcada por uma luz intensa no blecaute.

Look final da Dior reproduzicônico prédio da 30 Avenue Montaigne Foto: Ian Langsdon/EFE

Já a Valentino exibiu babados e drapeados de tafetá em tons elétricos de roxo, verde-esmeralda e laranja (em um jogo de cores fenomenal), um vestido com apliques florais tão minuciosos que levaram 990 horas para ser concluídos, além de capas com tramas vazadas, brincos de penduricalhos folk e saiotes em camadas de franjas de lã. 

Não por acaso, o estilista Pierpaolo Piccioli decidiu colher os aplausos da plateia ao lado de toda a equipe do ateliê, promovendo um encontro emocionante entre as antigas costureiras e o fundador da marca, Valentino Garavani, que já está aposentado e assistia ao show na primeira fila, ao lado da atriz Gwyneth Paltrow

“Comecei a coleção com a ideia de costura como uma expressão de individualidade, extravagância e diversidade, que para mim é o assunto do momento”, disse Pierpaolo em entrevista ao site da Vogue. “A inclusão é importante para manter a Alta-Costura viva. Caso contrário, esse poderia ser um mundo bonito, mas ele pertenceria ao passado.” 

Às vésperas da virada da década, com as coleções de 2020 sendo apresentadas, todos os assuntos premonitórios que dominam as rodas do mercado giram em torno da dúvida: qual será o futuro da moda?

Criações de Iris Van Herpen mesclam tecnologia e arte Foto: Thomas Samson/AFP

Enquanto as previsões de tendências levam em conta o contexto tecnológico e as questões de responsabilidade social colocam a indústria têxtil na berlinda, os estilistas de vanguarda buscam apressadamente caminhos para inovação. Nesse aspecto, a grande revelação vem da Holanda e carrega a assinatura da estilista Iris Van Herpen.

Misto de tecnologia e arte, seus desfiles podem ser considerados verdadeiras performances. Desta vez, para apresentar peças de roupas hipnotizantes com modelagens cinéticas, Iris contou com uma escultura do artista Anthony Howe no meio da passarela. Os looks com muitas camadas e texturas fogem totalmente do óbvio, transmitindo uma sensação de energia e movimento. 

Outro designer que se destacou nesta estação foi Daniel Roseberry, que assumiu recentemente a direção criativa da marca Schiaparelli e abriu a semana com uma coleção dividida em três partes: dia, noite e sonho. Em um estúdio, na passarela escura, o diretor desenhava croquis que, aos poucos, tomavam forma e se materializavam em volumes dramáticos, babados, cristais e silhuetas marcadas, tudo com um toque de surrealismo.

O conceito de fluidez de gênero é outra novidade da temporada. Marcas como a Givenchy, agora sob o comando da estilista Clare Waight Keller, e a Maison Margiela, que conta com a direção de John Galliano, apostaram em figuras andróginas, com roupas que transitavam entre o feminino e o masculino. Givenchy escolheu meninas descoladas e despenteadas para desfilar seus vestidos chiques, enquanto Margiela colocou modelos masculinos em roupas que pareciam ser desenhadas para mulheres.

Valentino abusou decores, corpos e estilos para coleção com diferentes materiais Foto: Ian Langsdon/EFE/EPA

Quem fugiu da polêmica elegendo um território seguro, inteligente e cult foi a Chanel. Depois de passar décadas sob o comando do genial Karl Lagerfeld, essa primeira coleção da grife francesa assinada por Virginie Viard foi apresentada em uma biblioteca.

As modelos com pose de intelectuais e óculos de grau circulavam com peças de alfaiataria, pantalonas amplas e abotoamento marcado. Mostraram também vestidos bordados delicados, usados com sapatos de salto fino e baixo.

Além de uma linha de homewear com pijamas e roupões, perfeitos para ficar em casa lendo e estudando. Detalhe, tudo feito com folhas de organza e plumas.

Afinal, quando se trata de Alta-Costura, é assim mesmo: o glamour fala sempre mais alto do que conceito. / COLABOROU STEFANI SOUSA

Desfile da Chanel transformou o Grand Palais embiblioteca Foto: Charles Platiau/Reuters

Drapeados fabulosos, cascatas de penas, plumas e franjas, chapéus ornamentais, vestidos trapézios, culotes arquitetônicos... Uma moda escultural tomou a temporada de Alta-Costura de Paris, que começou na última segunda-feira, 1.º, e terminou na quinta-feira, dia 4. 

Entre as 34 apresentações, que incluíram desfiles, exposições e lançamentos de alta joalheria, não faltaram vestidos feitos com as mais sofisticadas técnicas de confecção para flertar abertamente com as artes plásticas, a arquitetura e a literatura. Temas cult estão em pauta nas principais maisons do planeta. 

Na Dior, por exemplo, a estilista Maria Grazia Chiuri trouxe uma coleção inteira praticamente só de peças pretas, valorizando a fluidez dos tecidos ultrafinos, brocados luxuosos e drapeados que homenageavam diversos prédios parisienses – no último look, o histórico edifício da Dior, erguido nos anos 1930 na Avenue Montaigne foi transformado em um vestido dourado espetacular, feito pelas mãos da artista britânica Penny Slinger, autora também da cenografia do desfile, marcada por uma luz intensa no blecaute.

Look final da Dior reproduzicônico prédio da 30 Avenue Montaigne Foto: Ian Langsdon/EFE

Já a Valentino exibiu babados e drapeados de tafetá em tons elétricos de roxo, verde-esmeralda e laranja (em um jogo de cores fenomenal), um vestido com apliques florais tão minuciosos que levaram 990 horas para ser concluídos, além de capas com tramas vazadas, brincos de penduricalhos folk e saiotes em camadas de franjas de lã. 

Não por acaso, o estilista Pierpaolo Piccioli decidiu colher os aplausos da plateia ao lado de toda a equipe do ateliê, promovendo um encontro emocionante entre as antigas costureiras e o fundador da marca, Valentino Garavani, que já está aposentado e assistia ao show na primeira fila, ao lado da atriz Gwyneth Paltrow

“Comecei a coleção com a ideia de costura como uma expressão de individualidade, extravagância e diversidade, que para mim é o assunto do momento”, disse Pierpaolo em entrevista ao site da Vogue. “A inclusão é importante para manter a Alta-Costura viva. Caso contrário, esse poderia ser um mundo bonito, mas ele pertenceria ao passado.” 

Às vésperas da virada da década, com as coleções de 2020 sendo apresentadas, todos os assuntos premonitórios que dominam as rodas do mercado giram em torno da dúvida: qual será o futuro da moda?

Criações de Iris Van Herpen mesclam tecnologia e arte Foto: Thomas Samson/AFP

Enquanto as previsões de tendências levam em conta o contexto tecnológico e as questões de responsabilidade social colocam a indústria têxtil na berlinda, os estilistas de vanguarda buscam apressadamente caminhos para inovação. Nesse aspecto, a grande revelação vem da Holanda e carrega a assinatura da estilista Iris Van Herpen.

Misto de tecnologia e arte, seus desfiles podem ser considerados verdadeiras performances. Desta vez, para apresentar peças de roupas hipnotizantes com modelagens cinéticas, Iris contou com uma escultura do artista Anthony Howe no meio da passarela. Os looks com muitas camadas e texturas fogem totalmente do óbvio, transmitindo uma sensação de energia e movimento. 

Outro designer que se destacou nesta estação foi Daniel Roseberry, que assumiu recentemente a direção criativa da marca Schiaparelli e abriu a semana com uma coleção dividida em três partes: dia, noite e sonho. Em um estúdio, na passarela escura, o diretor desenhava croquis que, aos poucos, tomavam forma e se materializavam em volumes dramáticos, babados, cristais e silhuetas marcadas, tudo com um toque de surrealismo.

O conceito de fluidez de gênero é outra novidade da temporada. Marcas como a Givenchy, agora sob o comando da estilista Clare Waight Keller, e a Maison Margiela, que conta com a direção de John Galliano, apostaram em figuras andróginas, com roupas que transitavam entre o feminino e o masculino. Givenchy escolheu meninas descoladas e despenteadas para desfilar seus vestidos chiques, enquanto Margiela colocou modelos masculinos em roupas que pareciam ser desenhadas para mulheres.

Valentino abusou decores, corpos e estilos para coleção com diferentes materiais Foto: Ian Langsdon/EFE/EPA

Quem fugiu da polêmica elegendo um território seguro, inteligente e cult foi a Chanel. Depois de passar décadas sob o comando do genial Karl Lagerfeld, essa primeira coleção da grife francesa assinada por Virginie Viard foi apresentada em uma biblioteca.

As modelos com pose de intelectuais e óculos de grau circulavam com peças de alfaiataria, pantalonas amplas e abotoamento marcado. Mostraram também vestidos bordados delicados, usados com sapatos de salto fino e baixo.

Além de uma linha de homewear com pijamas e roupões, perfeitos para ficar em casa lendo e estudando. Detalhe, tudo feito com folhas de organza e plumas.

Afinal, quando se trata de Alta-Costura, é assim mesmo: o glamour fala sempre mais alto do que conceito. / COLABOROU STEFANI SOUSA

Desfile da Chanel transformou o Grand Palais embiblioteca Foto: Charles Platiau/Reuters

Drapeados fabulosos, cascatas de penas, plumas e franjas, chapéus ornamentais, vestidos trapézios, culotes arquitetônicos... Uma moda escultural tomou a temporada de Alta-Costura de Paris, que começou na última segunda-feira, 1.º, e terminou na quinta-feira, dia 4. 

Entre as 34 apresentações, que incluíram desfiles, exposições e lançamentos de alta joalheria, não faltaram vestidos feitos com as mais sofisticadas técnicas de confecção para flertar abertamente com as artes plásticas, a arquitetura e a literatura. Temas cult estão em pauta nas principais maisons do planeta. 

Na Dior, por exemplo, a estilista Maria Grazia Chiuri trouxe uma coleção inteira praticamente só de peças pretas, valorizando a fluidez dos tecidos ultrafinos, brocados luxuosos e drapeados que homenageavam diversos prédios parisienses – no último look, o histórico edifício da Dior, erguido nos anos 1930 na Avenue Montaigne foi transformado em um vestido dourado espetacular, feito pelas mãos da artista britânica Penny Slinger, autora também da cenografia do desfile, marcada por uma luz intensa no blecaute.

Look final da Dior reproduzicônico prédio da 30 Avenue Montaigne Foto: Ian Langsdon/EFE

Já a Valentino exibiu babados e drapeados de tafetá em tons elétricos de roxo, verde-esmeralda e laranja (em um jogo de cores fenomenal), um vestido com apliques florais tão minuciosos que levaram 990 horas para ser concluídos, além de capas com tramas vazadas, brincos de penduricalhos folk e saiotes em camadas de franjas de lã. 

Não por acaso, o estilista Pierpaolo Piccioli decidiu colher os aplausos da plateia ao lado de toda a equipe do ateliê, promovendo um encontro emocionante entre as antigas costureiras e o fundador da marca, Valentino Garavani, que já está aposentado e assistia ao show na primeira fila, ao lado da atriz Gwyneth Paltrow

“Comecei a coleção com a ideia de costura como uma expressão de individualidade, extravagância e diversidade, que para mim é o assunto do momento”, disse Pierpaolo em entrevista ao site da Vogue. “A inclusão é importante para manter a Alta-Costura viva. Caso contrário, esse poderia ser um mundo bonito, mas ele pertenceria ao passado.” 

Às vésperas da virada da década, com as coleções de 2020 sendo apresentadas, todos os assuntos premonitórios que dominam as rodas do mercado giram em torno da dúvida: qual será o futuro da moda?

Criações de Iris Van Herpen mesclam tecnologia e arte Foto: Thomas Samson/AFP

Enquanto as previsões de tendências levam em conta o contexto tecnológico e as questões de responsabilidade social colocam a indústria têxtil na berlinda, os estilistas de vanguarda buscam apressadamente caminhos para inovação. Nesse aspecto, a grande revelação vem da Holanda e carrega a assinatura da estilista Iris Van Herpen.

Misto de tecnologia e arte, seus desfiles podem ser considerados verdadeiras performances. Desta vez, para apresentar peças de roupas hipnotizantes com modelagens cinéticas, Iris contou com uma escultura do artista Anthony Howe no meio da passarela. Os looks com muitas camadas e texturas fogem totalmente do óbvio, transmitindo uma sensação de energia e movimento. 

Outro designer que se destacou nesta estação foi Daniel Roseberry, que assumiu recentemente a direção criativa da marca Schiaparelli e abriu a semana com uma coleção dividida em três partes: dia, noite e sonho. Em um estúdio, na passarela escura, o diretor desenhava croquis que, aos poucos, tomavam forma e se materializavam em volumes dramáticos, babados, cristais e silhuetas marcadas, tudo com um toque de surrealismo.

O conceito de fluidez de gênero é outra novidade da temporada. Marcas como a Givenchy, agora sob o comando da estilista Clare Waight Keller, e a Maison Margiela, que conta com a direção de John Galliano, apostaram em figuras andróginas, com roupas que transitavam entre o feminino e o masculino. Givenchy escolheu meninas descoladas e despenteadas para desfilar seus vestidos chiques, enquanto Margiela colocou modelos masculinos em roupas que pareciam ser desenhadas para mulheres.

Valentino abusou decores, corpos e estilos para coleção com diferentes materiais Foto: Ian Langsdon/EFE/EPA

Quem fugiu da polêmica elegendo um território seguro, inteligente e cult foi a Chanel. Depois de passar décadas sob o comando do genial Karl Lagerfeld, essa primeira coleção da grife francesa assinada por Virginie Viard foi apresentada em uma biblioteca.

As modelos com pose de intelectuais e óculos de grau circulavam com peças de alfaiataria, pantalonas amplas e abotoamento marcado. Mostraram também vestidos bordados delicados, usados com sapatos de salto fino e baixo.

Além de uma linha de homewear com pijamas e roupões, perfeitos para ficar em casa lendo e estudando. Detalhe, tudo feito com folhas de organza e plumas.

Afinal, quando se trata de Alta-Costura, é assim mesmo: o glamour fala sempre mais alto do que conceito. / COLABOROU STEFANI SOUSA

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