Coluna quinzenal do jornalista e escritor Sérgio Augusto sobre literatura

Opinião|65 Oscars atrás


Se algo palpitante tirar a festa de sua costumeira letargia, o YouTube nos vai socorrer

Por Sérgio Augusto

Três entregas do Oscar me ficaram marcadas na memória, pelo visto para o resto da vida: a primeira que eu vi, pela extinta TV Tupi do Rio, em março de 1958, a primeira que comentei, cinco ou seis anos depois, na mesma Tupi (ao lado de Gontijo Teodoro, locutor do Repórter Esso) e a de 1987, vista, também do Rio, na companhia de Gore Vidal, noitada relembrada nesta coluna oito meses atrás.

Amanhã tem mais uma entrega, a 95.ª, que, a exemplo das três ou quatro últimas, não programei ver - ou melhor, padecer.

Cansei daquele show enfadonho, cafona e autocongratulatório, em torno de filmes cada vez mais desinteressantes e celebridades que, confesso, conheço menos que os coadjuvantes de qualquer thriller B da velha RKO. Se algo palpitante tirar a festa de sua costumeira letargia, o YouTube nos vai socorrer.

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Já gostei daquilo, com certo entusiasmo na adolescência, quando as imagens da festa, filmada em 16 mm e preto e branco, eram compradas à NBC e para cá trazidas de avião e televisionadas com um ou dois dias de atraso, sem provocar o menor frisson. Só a partir de suas transmissões via satélite a gincana do Oscar ganhou ibope por estas e outras bandas.

Estátuas do Oscar preparadas para a festa da edição 2023 Foto: Robyn BECK / AFP
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Mas não só por isso. A indústria de filmes chancelados por Hollywood uniformizou de tal forma o sistema de exibição, que todos os concorrentes ao seu maior galardão já chegam à noite de premiações conhecidos do público em geral e com torcida organizada.

Antigamente, um filme estrangeiro demorava de seis meses a um ano para estrear no Brasil. E estreava às segundas-feiras, não às sextas, conforme o padrão gringo afinal imposto ao mercado exibidor internacional.

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Retomando a conversa, em 28 de março de 1958 a Tupi nos mostrou a primeira cerimônia do Oscar exibida no Brasil. Realizada duas noites antes, no Teatro Pantages, de Los Angeles, nela A Ponte do Rio Kwai arrebatara sete estatuetas. Gosto do filme, mas havia pelo menos meia dúzia de outros entre os meus “melhores” daquela temporada (A Embriaguez do Sucesso, Glória Feita de Sangue, Um Rosto na Multidão, Cinderela em Paris, Os Que Sabem Morrer, Sabes o que Quero, Amor na Tarde) todos desconsiderados pela Academia de Hollywood.

Com Bob Hope, Rosalind Russell, David Niven, James Stewart, Jack Lemmon e Pato Donald de mestres de cerimônia - pois é, eles ainda estavam vivos, fortes e sacudidos -, 1958 foi, entre outras coisas, o ano da canção All the Way, com Frank Sinatra, superior a todas as chorumelas premiadas nos 40, 50 anos seguintes.

A maior atração musical da noite, porém, acabou sendo um dueto com o improvável casal Mae West-Rock Hudson e todas as saliências que Frank Loesser encaixou nos versos de Baby, It’s Cold Outside, sete anos antes premiada pela Academia por sua aparição num musical aquático da Metro, estrelado por Esther Williams e Ricardo Montalban. Também tem no YouTube.

Três entregas do Oscar me ficaram marcadas na memória, pelo visto para o resto da vida: a primeira que eu vi, pela extinta TV Tupi do Rio, em março de 1958, a primeira que comentei, cinco ou seis anos depois, na mesma Tupi (ao lado de Gontijo Teodoro, locutor do Repórter Esso) e a de 1987, vista, também do Rio, na companhia de Gore Vidal, noitada relembrada nesta coluna oito meses atrás.

Amanhã tem mais uma entrega, a 95.ª, que, a exemplo das três ou quatro últimas, não programei ver - ou melhor, padecer.

Cansei daquele show enfadonho, cafona e autocongratulatório, em torno de filmes cada vez mais desinteressantes e celebridades que, confesso, conheço menos que os coadjuvantes de qualquer thriller B da velha RKO. Se algo palpitante tirar a festa de sua costumeira letargia, o YouTube nos vai socorrer.

Já gostei daquilo, com certo entusiasmo na adolescência, quando as imagens da festa, filmada em 16 mm e preto e branco, eram compradas à NBC e para cá trazidas de avião e televisionadas com um ou dois dias de atraso, sem provocar o menor frisson. Só a partir de suas transmissões via satélite a gincana do Oscar ganhou ibope por estas e outras bandas.

Estátuas do Oscar preparadas para a festa da edição 2023 Foto: Robyn BECK / AFP

Mas não só por isso. A indústria de filmes chancelados por Hollywood uniformizou de tal forma o sistema de exibição, que todos os concorrentes ao seu maior galardão já chegam à noite de premiações conhecidos do público em geral e com torcida organizada.

Antigamente, um filme estrangeiro demorava de seis meses a um ano para estrear no Brasil. E estreava às segundas-feiras, não às sextas, conforme o padrão gringo afinal imposto ao mercado exibidor internacional.

Retomando a conversa, em 28 de março de 1958 a Tupi nos mostrou a primeira cerimônia do Oscar exibida no Brasil. Realizada duas noites antes, no Teatro Pantages, de Los Angeles, nela A Ponte do Rio Kwai arrebatara sete estatuetas. Gosto do filme, mas havia pelo menos meia dúzia de outros entre os meus “melhores” daquela temporada (A Embriaguez do Sucesso, Glória Feita de Sangue, Um Rosto na Multidão, Cinderela em Paris, Os Que Sabem Morrer, Sabes o que Quero, Amor na Tarde) todos desconsiderados pela Academia de Hollywood.

Com Bob Hope, Rosalind Russell, David Niven, James Stewart, Jack Lemmon e Pato Donald de mestres de cerimônia - pois é, eles ainda estavam vivos, fortes e sacudidos -, 1958 foi, entre outras coisas, o ano da canção All the Way, com Frank Sinatra, superior a todas as chorumelas premiadas nos 40, 50 anos seguintes.

A maior atração musical da noite, porém, acabou sendo um dueto com o improvável casal Mae West-Rock Hudson e todas as saliências que Frank Loesser encaixou nos versos de Baby, It’s Cold Outside, sete anos antes premiada pela Academia por sua aparição num musical aquático da Metro, estrelado por Esther Williams e Ricardo Montalban. Também tem no YouTube.

Três entregas do Oscar me ficaram marcadas na memória, pelo visto para o resto da vida: a primeira que eu vi, pela extinta TV Tupi do Rio, em março de 1958, a primeira que comentei, cinco ou seis anos depois, na mesma Tupi (ao lado de Gontijo Teodoro, locutor do Repórter Esso) e a de 1987, vista, também do Rio, na companhia de Gore Vidal, noitada relembrada nesta coluna oito meses atrás.

Amanhã tem mais uma entrega, a 95.ª, que, a exemplo das três ou quatro últimas, não programei ver - ou melhor, padecer.

Cansei daquele show enfadonho, cafona e autocongratulatório, em torno de filmes cada vez mais desinteressantes e celebridades que, confesso, conheço menos que os coadjuvantes de qualquer thriller B da velha RKO. Se algo palpitante tirar a festa de sua costumeira letargia, o YouTube nos vai socorrer.

Já gostei daquilo, com certo entusiasmo na adolescência, quando as imagens da festa, filmada em 16 mm e preto e branco, eram compradas à NBC e para cá trazidas de avião e televisionadas com um ou dois dias de atraso, sem provocar o menor frisson. Só a partir de suas transmissões via satélite a gincana do Oscar ganhou ibope por estas e outras bandas.

Estátuas do Oscar preparadas para a festa da edição 2023 Foto: Robyn BECK / AFP

Mas não só por isso. A indústria de filmes chancelados por Hollywood uniformizou de tal forma o sistema de exibição, que todos os concorrentes ao seu maior galardão já chegam à noite de premiações conhecidos do público em geral e com torcida organizada.

Antigamente, um filme estrangeiro demorava de seis meses a um ano para estrear no Brasil. E estreava às segundas-feiras, não às sextas, conforme o padrão gringo afinal imposto ao mercado exibidor internacional.

Retomando a conversa, em 28 de março de 1958 a Tupi nos mostrou a primeira cerimônia do Oscar exibida no Brasil. Realizada duas noites antes, no Teatro Pantages, de Los Angeles, nela A Ponte do Rio Kwai arrebatara sete estatuetas. Gosto do filme, mas havia pelo menos meia dúzia de outros entre os meus “melhores” daquela temporada (A Embriaguez do Sucesso, Glória Feita de Sangue, Um Rosto na Multidão, Cinderela em Paris, Os Que Sabem Morrer, Sabes o que Quero, Amor na Tarde) todos desconsiderados pela Academia de Hollywood.

Com Bob Hope, Rosalind Russell, David Niven, James Stewart, Jack Lemmon e Pato Donald de mestres de cerimônia - pois é, eles ainda estavam vivos, fortes e sacudidos -, 1958 foi, entre outras coisas, o ano da canção All the Way, com Frank Sinatra, superior a todas as chorumelas premiadas nos 40, 50 anos seguintes.

A maior atração musical da noite, porém, acabou sendo um dueto com o improvável casal Mae West-Rock Hudson e todas as saliências que Frank Loesser encaixou nos versos de Baby, It’s Cold Outside, sete anos antes premiada pela Academia por sua aparição num musical aquático da Metro, estrelado por Esther Williams e Ricardo Montalban. Também tem no YouTube.

Três entregas do Oscar me ficaram marcadas na memória, pelo visto para o resto da vida: a primeira que eu vi, pela extinta TV Tupi do Rio, em março de 1958, a primeira que comentei, cinco ou seis anos depois, na mesma Tupi (ao lado de Gontijo Teodoro, locutor do Repórter Esso) e a de 1987, vista, também do Rio, na companhia de Gore Vidal, noitada relembrada nesta coluna oito meses atrás.

Amanhã tem mais uma entrega, a 95.ª, que, a exemplo das três ou quatro últimas, não programei ver - ou melhor, padecer.

Cansei daquele show enfadonho, cafona e autocongratulatório, em torno de filmes cada vez mais desinteressantes e celebridades que, confesso, conheço menos que os coadjuvantes de qualquer thriller B da velha RKO. Se algo palpitante tirar a festa de sua costumeira letargia, o YouTube nos vai socorrer.

Já gostei daquilo, com certo entusiasmo na adolescência, quando as imagens da festa, filmada em 16 mm e preto e branco, eram compradas à NBC e para cá trazidas de avião e televisionadas com um ou dois dias de atraso, sem provocar o menor frisson. Só a partir de suas transmissões via satélite a gincana do Oscar ganhou ibope por estas e outras bandas.

Estátuas do Oscar preparadas para a festa da edição 2023 Foto: Robyn BECK / AFP

Mas não só por isso. A indústria de filmes chancelados por Hollywood uniformizou de tal forma o sistema de exibição, que todos os concorrentes ao seu maior galardão já chegam à noite de premiações conhecidos do público em geral e com torcida organizada.

Antigamente, um filme estrangeiro demorava de seis meses a um ano para estrear no Brasil. E estreava às segundas-feiras, não às sextas, conforme o padrão gringo afinal imposto ao mercado exibidor internacional.

Retomando a conversa, em 28 de março de 1958 a Tupi nos mostrou a primeira cerimônia do Oscar exibida no Brasil. Realizada duas noites antes, no Teatro Pantages, de Los Angeles, nela A Ponte do Rio Kwai arrebatara sete estatuetas. Gosto do filme, mas havia pelo menos meia dúzia de outros entre os meus “melhores” daquela temporada (A Embriaguez do Sucesso, Glória Feita de Sangue, Um Rosto na Multidão, Cinderela em Paris, Os Que Sabem Morrer, Sabes o que Quero, Amor na Tarde) todos desconsiderados pela Academia de Hollywood.

Com Bob Hope, Rosalind Russell, David Niven, James Stewart, Jack Lemmon e Pato Donald de mestres de cerimônia - pois é, eles ainda estavam vivos, fortes e sacudidos -, 1958 foi, entre outras coisas, o ano da canção All the Way, com Frank Sinatra, superior a todas as chorumelas premiadas nos 40, 50 anos seguintes.

A maior atração musical da noite, porém, acabou sendo um dueto com o improvável casal Mae West-Rock Hudson e todas as saliências que Frank Loesser encaixou nos versos de Baby, It’s Cold Outside, sete anos antes premiada pela Academia por sua aparição num musical aquático da Metro, estrelado por Esther Williams e Ricardo Montalban. Também tem no YouTube.

Três entregas do Oscar me ficaram marcadas na memória, pelo visto para o resto da vida: a primeira que eu vi, pela extinta TV Tupi do Rio, em março de 1958, a primeira que comentei, cinco ou seis anos depois, na mesma Tupi (ao lado de Gontijo Teodoro, locutor do Repórter Esso) e a de 1987, vista, também do Rio, na companhia de Gore Vidal, noitada relembrada nesta coluna oito meses atrás.

Amanhã tem mais uma entrega, a 95.ª, que, a exemplo das três ou quatro últimas, não programei ver - ou melhor, padecer.

Cansei daquele show enfadonho, cafona e autocongratulatório, em torno de filmes cada vez mais desinteressantes e celebridades que, confesso, conheço menos que os coadjuvantes de qualquer thriller B da velha RKO. Se algo palpitante tirar a festa de sua costumeira letargia, o YouTube nos vai socorrer.

Já gostei daquilo, com certo entusiasmo na adolescência, quando as imagens da festa, filmada em 16 mm e preto e branco, eram compradas à NBC e para cá trazidas de avião e televisionadas com um ou dois dias de atraso, sem provocar o menor frisson. Só a partir de suas transmissões via satélite a gincana do Oscar ganhou ibope por estas e outras bandas.

Estátuas do Oscar preparadas para a festa da edição 2023 Foto: Robyn BECK / AFP

Mas não só por isso. A indústria de filmes chancelados por Hollywood uniformizou de tal forma o sistema de exibição, que todos os concorrentes ao seu maior galardão já chegam à noite de premiações conhecidos do público em geral e com torcida organizada.

Antigamente, um filme estrangeiro demorava de seis meses a um ano para estrear no Brasil. E estreava às segundas-feiras, não às sextas, conforme o padrão gringo afinal imposto ao mercado exibidor internacional.

Retomando a conversa, em 28 de março de 1958 a Tupi nos mostrou a primeira cerimônia do Oscar exibida no Brasil. Realizada duas noites antes, no Teatro Pantages, de Los Angeles, nela A Ponte do Rio Kwai arrebatara sete estatuetas. Gosto do filme, mas havia pelo menos meia dúzia de outros entre os meus “melhores” daquela temporada (A Embriaguez do Sucesso, Glória Feita de Sangue, Um Rosto na Multidão, Cinderela em Paris, Os Que Sabem Morrer, Sabes o que Quero, Amor na Tarde) todos desconsiderados pela Academia de Hollywood.

Com Bob Hope, Rosalind Russell, David Niven, James Stewart, Jack Lemmon e Pato Donald de mestres de cerimônia - pois é, eles ainda estavam vivos, fortes e sacudidos -, 1958 foi, entre outras coisas, o ano da canção All the Way, com Frank Sinatra, superior a todas as chorumelas premiadas nos 40, 50 anos seguintes.

A maior atração musical da noite, porém, acabou sendo um dueto com o improvável casal Mae West-Rock Hudson e todas as saliências que Frank Loesser encaixou nos versos de Baby, It’s Cold Outside, sete anos antes premiada pela Academia por sua aparição num musical aquático da Metro, estrelado por Esther Williams e Ricardo Montalban. Também tem no YouTube.

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É jornalista, escritor e autor de 'Esse Mundo é um Pandeiro', entre outros

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