Coluna quinzenal do jornalista e escritor Sérgio Augusto sobre literatura

Opinião|Quantos jovens sabem que o adjetivo ‘surreal’ deriva de um movimento centenário?


O surrealismo foi um dos movimentos de vanguarda mais controversos e influentes do século passado

Por Sérgio Augusto
Atualização:

Quantos de nossos jovens saberão que o adjetivo “surreal”, por eles usado a torto e a direito para qualificar qualquer coisa que lhes pareça absurda, deriva de um dos movimentos de vanguarda mais controversos e influentes do século passado? Tão do século passado, que está fazendo 100 anos.

O surrealismo, fruto de uma época quase tão conturbada quanto a nossa e também assolada por uma pandemia (a gripe espanhola), nasceu oficialmente em 1924, impulsionado por um manifesto concebido por dois poetas franceses, André Breton e Philippe Soupault, sob influência de um terceiro (Apollinaire), morto seis anos antes.

Se não revolucionou, muito agitou a literatura, a poesia, as artes plásticas e cênicas, o cinema, o humor.

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No tal manifesto, o primeiro de dois (o segundo sairia em 1930), Breton detonava o equilíbrio, o realismo (“hostil a todo impulso de liberação intelectual e moral” e refúgio dos medíocres), proclamava a prevalência absoluta do sonho, do inconsciente, do instinto e do desejo, pregava a renovação de todos os valores filosóficos, morais, políticos e científicos, preconizando uma nova maneira radical de ver as artes, o mundo – e a vida. O artista surrealista por excelência seria aquele “capaz de visualizar um cavalo galopando sobre um tomate”.

Quadro de René Magritte 

”Não é o medo da loucura que nos vai obrigar a hastear a meio pau a bandeira da imaginação”, ameaçava Breton numa das melhores imprecações do manifesto, visceralmente antimilitarista (a Grande Guerra terminara seis anos antes) e anticlerical. Porém, esperançoso. Augurou que um dia a poesia decretasse o fim do dinheiro, utopia que a poesia não logrou, nem o Pix deverá consumar.

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Um humor travesso, juvenil, perpassa suas criações, com relógios que se derretem, xícaras revestidas de pele animal, mas também lampejos que transcendem o onírico para “épater” de Salvador Dalí, o espertalhão do grupo, que Luis Buñuel rifou depois de Um Cão Andaluz

Antecipando-se às celebrações do centenário na Europa, com Bélgica e Paris (Centro Pompidou) liderando a programação, a Yale University Press lançou mês passado um estudo de Mark Polizzotti sobre a relevância e o legado do movimento, Why Surrealism Matters. Os slogans pichados nos muros de Paris pela estudantada rebelde de Maio-68 tinham DNA surrealista, assim como os protestos anticolonialistas na França durante as guerras na Indochina e Argélia. Até nas reformas pedagógicas de Piaget e Montessori encontraram as digitais do surrealismo.

Os irmãos Marx, a poesia beat, o Teatro do Absurdo, Bob Dylan, Monty Python e David Lynch – todos estes, mais os brasileiros Ismael Nery, Cícero Dias, Tarsila do Amaral, Murilo Mendes, Roberto Piva e Sérgio Lima – nutriram-se da mesma seiva anárquica que nos premiou com as pinturas de Max Ernst e Magritte e os filmes de Buñuel, entre outros tesouros culturais. É muita relevância junta.

Quantos de nossos jovens saberão que o adjetivo “surreal”, por eles usado a torto e a direito para qualificar qualquer coisa que lhes pareça absurda, deriva de um dos movimentos de vanguarda mais controversos e influentes do século passado? Tão do século passado, que está fazendo 100 anos.

O surrealismo, fruto de uma época quase tão conturbada quanto a nossa e também assolada por uma pandemia (a gripe espanhola), nasceu oficialmente em 1924, impulsionado por um manifesto concebido por dois poetas franceses, André Breton e Philippe Soupault, sob influência de um terceiro (Apollinaire), morto seis anos antes.

Se não revolucionou, muito agitou a literatura, a poesia, as artes plásticas e cênicas, o cinema, o humor.

No tal manifesto, o primeiro de dois (o segundo sairia em 1930), Breton detonava o equilíbrio, o realismo (“hostil a todo impulso de liberação intelectual e moral” e refúgio dos medíocres), proclamava a prevalência absoluta do sonho, do inconsciente, do instinto e do desejo, pregava a renovação de todos os valores filosóficos, morais, políticos e científicos, preconizando uma nova maneira radical de ver as artes, o mundo – e a vida. O artista surrealista por excelência seria aquele “capaz de visualizar um cavalo galopando sobre um tomate”.

Quadro de René Magritte 

”Não é o medo da loucura que nos vai obrigar a hastear a meio pau a bandeira da imaginação”, ameaçava Breton numa das melhores imprecações do manifesto, visceralmente antimilitarista (a Grande Guerra terminara seis anos antes) e anticlerical. Porém, esperançoso. Augurou que um dia a poesia decretasse o fim do dinheiro, utopia que a poesia não logrou, nem o Pix deverá consumar.

Um humor travesso, juvenil, perpassa suas criações, com relógios que se derretem, xícaras revestidas de pele animal, mas também lampejos que transcendem o onírico para “épater” de Salvador Dalí, o espertalhão do grupo, que Luis Buñuel rifou depois de Um Cão Andaluz

Antecipando-se às celebrações do centenário na Europa, com Bélgica e Paris (Centro Pompidou) liderando a programação, a Yale University Press lançou mês passado um estudo de Mark Polizzotti sobre a relevância e o legado do movimento, Why Surrealism Matters. Os slogans pichados nos muros de Paris pela estudantada rebelde de Maio-68 tinham DNA surrealista, assim como os protestos anticolonialistas na França durante as guerras na Indochina e Argélia. Até nas reformas pedagógicas de Piaget e Montessori encontraram as digitais do surrealismo.

Os irmãos Marx, a poesia beat, o Teatro do Absurdo, Bob Dylan, Monty Python e David Lynch – todos estes, mais os brasileiros Ismael Nery, Cícero Dias, Tarsila do Amaral, Murilo Mendes, Roberto Piva e Sérgio Lima – nutriram-se da mesma seiva anárquica que nos premiou com as pinturas de Max Ernst e Magritte e os filmes de Buñuel, entre outros tesouros culturais. É muita relevância junta.

Quantos de nossos jovens saberão que o adjetivo “surreal”, por eles usado a torto e a direito para qualificar qualquer coisa que lhes pareça absurda, deriva de um dos movimentos de vanguarda mais controversos e influentes do século passado? Tão do século passado, que está fazendo 100 anos.

O surrealismo, fruto de uma época quase tão conturbada quanto a nossa e também assolada por uma pandemia (a gripe espanhola), nasceu oficialmente em 1924, impulsionado por um manifesto concebido por dois poetas franceses, André Breton e Philippe Soupault, sob influência de um terceiro (Apollinaire), morto seis anos antes.

Se não revolucionou, muito agitou a literatura, a poesia, as artes plásticas e cênicas, o cinema, o humor.

No tal manifesto, o primeiro de dois (o segundo sairia em 1930), Breton detonava o equilíbrio, o realismo (“hostil a todo impulso de liberação intelectual e moral” e refúgio dos medíocres), proclamava a prevalência absoluta do sonho, do inconsciente, do instinto e do desejo, pregava a renovação de todos os valores filosóficos, morais, políticos e científicos, preconizando uma nova maneira radical de ver as artes, o mundo – e a vida. O artista surrealista por excelência seria aquele “capaz de visualizar um cavalo galopando sobre um tomate”.

Quadro de René Magritte 

”Não é o medo da loucura que nos vai obrigar a hastear a meio pau a bandeira da imaginação”, ameaçava Breton numa das melhores imprecações do manifesto, visceralmente antimilitarista (a Grande Guerra terminara seis anos antes) e anticlerical. Porém, esperançoso. Augurou que um dia a poesia decretasse o fim do dinheiro, utopia que a poesia não logrou, nem o Pix deverá consumar.

Um humor travesso, juvenil, perpassa suas criações, com relógios que se derretem, xícaras revestidas de pele animal, mas também lampejos que transcendem o onírico para “épater” de Salvador Dalí, o espertalhão do grupo, que Luis Buñuel rifou depois de Um Cão Andaluz

Antecipando-se às celebrações do centenário na Europa, com Bélgica e Paris (Centro Pompidou) liderando a programação, a Yale University Press lançou mês passado um estudo de Mark Polizzotti sobre a relevância e o legado do movimento, Why Surrealism Matters. Os slogans pichados nos muros de Paris pela estudantada rebelde de Maio-68 tinham DNA surrealista, assim como os protestos anticolonialistas na França durante as guerras na Indochina e Argélia. Até nas reformas pedagógicas de Piaget e Montessori encontraram as digitais do surrealismo.

Os irmãos Marx, a poesia beat, o Teatro do Absurdo, Bob Dylan, Monty Python e David Lynch – todos estes, mais os brasileiros Ismael Nery, Cícero Dias, Tarsila do Amaral, Murilo Mendes, Roberto Piva e Sérgio Lima – nutriram-se da mesma seiva anárquica que nos premiou com as pinturas de Max Ernst e Magritte e os filmes de Buñuel, entre outros tesouros culturais. É muita relevância junta.

Quantos de nossos jovens saberão que o adjetivo “surreal”, por eles usado a torto e a direito para qualificar qualquer coisa que lhes pareça absurda, deriva de um dos movimentos de vanguarda mais controversos e influentes do século passado? Tão do século passado, que está fazendo 100 anos.

O surrealismo, fruto de uma época quase tão conturbada quanto a nossa e também assolada por uma pandemia (a gripe espanhola), nasceu oficialmente em 1924, impulsionado por um manifesto concebido por dois poetas franceses, André Breton e Philippe Soupault, sob influência de um terceiro (Apollinaire), morto seis anos antes.

Se não revolucionou, muito agitou a literatura, a poesia, as artes plásticas e cênicas, o cinema, o humor.

No tal manifesto, o primeiro de dois (o segundo sairia em 1930), Breton detonava o equilíbrio, o realismo (“hostil a todo impulso de liberação intelectual e moral” e refúgio dos medíocres), proclamava a prevalência absoluta do sonho, do inconsciente, do instinto e do desejo, pregava a renovação de todos os valores filosóficos, morais, políticos e científicos, preconizando uma nova maneira radical de ver as artes, o mundo – e a vida. O artista surrealista por excelência seria aquele “capaz de visualizar um cavalo galopando sobre um tomate”.

Quadro de René Magritte 

”Não é o medo da loucura que nos vai obrigar a hastear a meio pau a bandeira da imaginação”, ameaçava Breton numa das melhores imprecações do manifesto, visceralmente antimilitarista (a Grande Guerra terminara seis anos antes) e anticlerical. Porém, esperançoso. Augurou que um dia a poesia decretasse o fim do dinheiro, utopia que a poesia não logrou, nem o Pix deverá consumar.

Um humor travesso, juvenil, perpassa suas criações, com relógios que se derretem, xícaras revestidas de pele animal, mas também lampejos que transcendem o onírico para “épater” de Salvador Dalí, o espertalhão do grupo, que Luis Buñuel rifou depois de Um Cão Andaluz

Antecipando-se às celebrações do centenário na Europa, com Bélgica e Paris (Centro Pompidou) liderando a programação, a Yale University Press lançou mês passado um estudo de Mark Polizzotti sobre a relevância e o legado do movimento, Why Surrealism Matters. Os slogans pichados nos muros de Paris pela estudantada rebelde de Maio-68 tinham DNA surrealista, assim como os protestos anticolonialistas na França durante as guerras na Indochina e Argélia. Até nas reformas pedagógicas de Piaget e Montessori encontraram as digitais do surrealismo.

Os irmãos Marx, a poesia beat, o Teatro do Absurdo, Bob Dylan, Monty Python e David Lynch – todos estes, mais os brasileiros Ismael Nery, Cícero Dias, Tarsila do Amaral, Murilo Mendes, Roberto Piva e Sérgio Lima – nutriram-se da mesma seiva anárquica que nos premiou com as pinturas de Max Ernst e Magritte e os filmes de Buñuel, entre outros tesouros culturais. É muita relevância junta.

Quantos de nossos jovens saberão que o adjetivo “surreal”, por eles usado a torto e a direito para qualificar qualquer coisa que lhes pareça absurda, deriva de um dos movimentos de vanguarda mais controversos e influentes do século passado? Tão do século passado, que está fazendo 100 anos.

O surrealismo, fruto de uma época quase tão conturbada quanto a nossa e também assolada por uma pandemia (a gripe espanhola), nasceu oficialmente em 1924, impulsionado por um manifesto concebido por dois poetas franceses, André Breton e Philippe Soupault, sob influência de um terceiro (Apollinaire), morto seis anos antes.

Se não revolucionou, muito agitou a literatura, a poesia, as artes plásticas e cênicas, o cinema, o humor.

No tal manifesto, o primeiro de dois (o segundo sairia em 1930), Breton detonava o equilíbrio, o realismo (“hostil a todo impulso de liberação intelectual e moral” e refúgio dos medíocres), proclamava a prevalência absoluta do sonho, do inconsciente, do instinto e do desejo, pregava a renovação de todos os valores filosóficos, morais, políticos e científicos, preconizando uma nova maneira radical de ver as artes, o mundo – e a vida. O artista surrealista por excelência seria aquele “capaz de visualizar um cavalo galopando sobre um tomate”.

Quadro de René Magritte 

”Não é o medo da loucura que nos vai obrigar a hastear a meio pau a bandeira da imaginação”, ameaçava Breton numa das melhores imprecações do manifesto, visceralmente antimilitarista (a Grande Guerra terminara seis anos antes) e anticlerical. Porém, esperançoso. Augurou que um dia a poesia decretasse o fim do dinheiro, utopia que a poesia não logrou, nem o Pix deverá consumar.

Um humor travesso, juvenil, perpassa suas criações, com relógios que se derretem, xícaras revestidas de pele animal, mas também lampejos que transcendem o onírico para “épater” de Salvador Dalí, o espertalhão do grupo, que Luis Buñuel rifou depois de Um Cão Andaluz

Antecipando-se às celebrações do centenário na Europa, com Bélgica e Paris (Centro Pompidou) liderando a programação, a Yale University Press lançou mês passado um estudo de Mark Polizzotti sobre a relevância e o legado do movimento, Why Surrealism Matters. Os slogans pichados nos muros de Paris pela estudantada rebelde de Maio-68 tinham DNA surrealista, assim como os protestos anticolonialistas na França durante as guerras na Indochina e Argélia. Até nas reformas pedagógicas de Piaget e Montessori encontraram as digitais do surrealismo.

Os irmãos Marx, a poesia beat, o Teatro do Absurdo, Bob Dylan, Monty Python e David Lynch – todos estes, mais os brasileiros Ismael Nery, Cícero Dias, Tarsila do Amaral, Murilo Mendes, Roberto Piva e Sérgio Lima – nutriram-se da mesma seiva anárquica que nos premiou com as pinturas de Max Ernst e Magritte e os filmes de Buñuel, entre outros tesouros culturais. É muita relevância junta.

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É jornalista, escritor e autor de 'Esse Mundo é um Pandeiro', entre outros

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