Coluna quinzenal do jornalista e escritor Sérgio Augusto sobre literatura

Opinião|Tela em chamas


A caquistocracia bolsonarista em nada se preocupou com a cultura, tratando apenas de degenerá-la

Por Sergio Augusto

Acordei, manhã dessas, de um sonho bizarro. 

Sonhei que estava naquele cinema incendiado no filme de Tarantino, Bastardos Inglórios, do qual conseguia escapar porque, contrariando meus hábitos, sentara na última fileira, mais perto da porta de saída. Só mesmo em transe mórfico eu deixaria de escolher as poltronas da frente, hábito trazido do meu noviciado em cineclubes, onde me doutorei pelo Manual do Perfeito Espectador, de Ado Kyrou e Sine. 

Cena do filme Bastardos Inglórios. Foto: Reprodução/The Weinstein Company/Universal Pictures
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Na plateia vip, não avistei Hitler e sua farândola, mas vários integrantes do governo Bolsonaro, inclusive seu führer. Na tela, um filme inidentificável, mas que não era um agitprop dirigido por José Padilha. Não se produziu aqui nenhum espetáculo de propaganda como O Orgulho da Nação, o épico nazista fake imaginado por Tarantino para aquela não menos épica première parisiense, purificada pelo fogo.

A ditadura militar bem ou mal pôde contar com pelo menos um épico histórico chapa-branca (Independência ou Morte), para bafejar a patriotice do regime. A caquistocracia bolsonarista não se preocupou com nada ligado, produtivamente, à cultura, nem sequer a seu favor, empenhando-se apenas em degenerá-la, asfixiá-la e destruí-la. Hitler e Goebbels geraram ou cooptaram Leni Riefenstahl e Veit Harlan; Bolsonaro já perdeu a simpatia, e até o voto, do arrependido Padilha.

O nazismo alemão criou um imaginário próprio. O máximo que a boçalidade bolsonarista logrou em seus 36 meses de caos e tosquices foi tirar do esgoto e dar emprego e mando a algumas das mais ineptas, ignaras e arrogantes figuras do parasitário nacional. Figuras que disputam entre si qual a mais fecunda em dizer asneiras com soberba. 

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Há dias, o ministro das Comunicações, Fábio Faria, enfiou 87% da Mata Atlântica na Amazônia, e o secretário de Cultura, Mário Frias, no afã de atrair empresários hoteleiros, ampliou a extensão de nossa costa de 10.959 km para 400 mil km, o que pode ter gerado certo mal-estar em nossos vizinhos, embora nem a soma de todas as suas praias perfaça 400 mil km.

Por ter sido, como já disse, um sonho bizarro, quem também avistei entre os vips foi Sergio Moro, com sua “conje”, sua inoxidável jequice e ainda com os 2% que perderia na pesquisa eleitoral do dia seguinte. 

Moro é outro baluarte da burrice. Segundo ele, o desabafo hamletiano (“Há algo de podre no reino da Dinamarca”) foi uma crítica à corrupção naquele país nórdico. Se soltou outra asneira na première, decerto não o fez depois da sessão, até porque, como no wishful thinking de Tarantino, ela também foi explosivamente interrompida antes do fim da projeção.

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*JORNALISTA E ESCRITOR, AUTOR DE ESSE MUNDO É UM PANDEIRO, ENTRE OUTROS

Acordei, manhã dessas, de um sonho bizarro. 

Sonhei que estava naquele cinema incendiado no filme de Tarantino, Bastardos Inglórios, do qual conseguia escapar porque, contrariando meus hábitos, sentara na última fileira, mais perto da porta de saída. Só mesmo em transe mórfico eu deixaria de escolher as poltronas da frente, hábito trazido do meu noviciado em cineclubes, onde me doutorei pelo Manual do Perfeito Espectador, de Ado Kyrou e Sine. 

Cena do filme Bastardos Inglórios. Foto: Reprodução/The Weinstein Company/Universal Pictures

Na plateia vip, não avistei Hitler e sua farândola, mas vários integrantes do governo Bolsonaro, inclusive seu führer. Na tela, um filme inidentificável, mas que não era um agitprop dirigido por José Padilha. Não se produziu aqui nenhum espetáculo de propaganda como O Orgulho da Nação, o épico nazista fake imaginado por Tarantino para aquela não menos épica première parisiense, purificada pelo fogo.

A ditadura militar bem ou mal pôde contar com pelo menos um épico histórico chapa-branca (Independência ou Morte), para bafejar a patriotice do regime. A caquistocracia bolsonarista não se preocupou com nada ligado, produtivamente, à cultura, nem sequer a seu favor, empenhando-se apenas em degenerá-la, asfixiá-la e destruí-la. Hitler e Goebbels geraram ou cooptaram Leni Riefenstahl e Veit Harlan; Bolsonaro já perdeu a simpatia, e até o voto, do arrependido Padilha.

O nazismo alemão criou um imaginário próprio. O máximo que a boçalidade bolsonarista logrou em seus 36 meses de caos e tosquices foi tirar do esgoto e dar emprego e mando a algumas das mais ineptas, ignaras e arrogantes figuras do parasitário nacional. Figuras que disputam entre si qual a mais fecunda em dizer asneiras com soberba. 

Há dias, o ministro das Comunicações, Fábio Faria, enfiou 87% da Mata Atlântica na Amazônia, e o secretário de Cultura, Mário Frias, no afã de atrair empresários hoteleiros, ampliou a extensão de nossa costa de 10.959 km para 400 mil km, o que pode ter gerado certo mal-estar em nossos vizinhos, embora nem a soma de todas as suas praias perfaça 400 mil km.

Por ter sido, como já disse, um sonho bizarro, quem também avistei entre os vips foi Sergio Moro, com sua “conje”, sua inoxidável jequice e ainda com os 2% que perderia na pesquisa eleitoral do dia seguinte. 

Moro é outro baluarte da burrice. Segundo ele, o desabafo hamletiano (“Há algo de podre no reino da Dinamarca”) foi uma crítica à corrupção naquele país nórdico. Se soltou outra asneira na première, decerto não o fez depois da sessão, até porque, como no wishful thinking de Tarantino, ela também foi explosivamente interrompida antes do fim da projeção.

*JORNALISTA E ESCRITOR, AUTOR DE ESSE MUNDO É UM PANDEIRO, ENTRE OUTROS

Acordei, manhã dessas, de um sonho bizarro. 

Sonhei que estava naquele cinema incendiado no filme de Tarantino, Bastardos Inglórios, do qual conseguia escapar porque, contrariando meus hábitos, sentara na última fileira, mais perto da porta de saída. Só mesmo em transe mórfico eu deixaria de escolher as poltronas da frente, hábito trazido do meu noviciado em cineclubes, onde me doutorei pelo Manual do Perfeito Espectador, de Ado Kyrou e Sine. 

Cena do filme Bastardos Inglórios. Foto: Reprodução/The Weinstein Company/Universal Pictures

Na plateia vip, não avistei Hitler e sua farândola, mas vários integrantes do governo Bolsonaro, inclusive seu führer. Na tela, um filme inidentificável, mas que não era um agitprop dirigido por José Padilha. Não se produziu aqui nenhum espetáculo de propaganda como O Orgulho da Nação, o épico nazista fake imaginado por Tarantino para aquela não menos épica première parisiense, purificada pelo fogo.

A ditadura militar bem ou mal pôde contar com pelo menos um épico histórico chapa-branca (Independência ou Morte), para bafejar a patriotice do regime. A caquistocracia bolsonarista não se preocupou com nada ligado, produtivamente, à cultura, nem sequer a seu favor, empenhando-se apenas em degenerá-la, asfixiá-la e destruí-la. Hitler e Goebbels geraram ou cooptaram Leni Riefenstahl e Veit Harlan; Bolsonaro já perdeu a simpatia, e até o voto, do arrependido Padilha.

O nazismo alemão criou um imaginário próprio. O máximo que a boçalidade bolsonarista logrou em seus 36 meses de caos e tosquices foi tirar do esgoto e dar emprego e mando a algumas das mais ineptas, ignaras e arrogantes figuras do parasitário nacional. Figuras que disputam entre si qual a mais fecunda em dizer asneiras com soberba. 

Há dias, o ministro das Comunicações, Fábio Faria, enfiou 87% da Mata Atlântica na Amazônia, e o secretário de Cultura, Mário Frias, no afã de atrair empresários hoteleiros, ampliou a extensão de nossa costa de 10.959 km para 400 mil km, o que pode ter gerado certo mal-estar em nossos vizinhos, embora nem a soma de todas as suas praias perfaça 400 mil km.

Por ter sido, como já disse, um sonho bizarro, quem também avistei entre os vips foi Sergio Moro, com sua “conje”, sua inoxidável jequice e ainda com os 2% que perderia na pesquisa eleitoral do dia seguinte. 

Moro é outro baluarte da burrice. Segundo ele, o desabafo hamletiano (“Há algo de podre no reino da Dinamarca”) foi uma crítica à corrupção naquele país nórdico. Se soltou outra asneira na première, decerto não o fez depois da sessão, até porque, como no wishful thinking de Tarantino, ela também foi explosivamente interrompida antes do fim da projeção.

*JORNALISTA E ESCRITOR, AUTOR DE ESSE MUNDO É UM PANDEIRO, ENTRE OUTROS

Acordei, manhã dessas, de um sonho bizarro. 

Sonhei que estava naquele cinema incendiado no filme de Tarantino, Bastardos Inglórios, do qual conseguia escapar porque, contrariando meus hábitos, sentara na última fileira, mais perto da porta de saída. Só mesmo em transe mórfico eu deixaria de escolher as poltronas da frente, hábito trazido do meu noviciado em cineclubes, onde me doutorei pelo Manual do Perfeito Espectador, de Ado Kyrou e Sine. 

Cena do filme Bastardos Inglórios. Foto: Reprodução/The Weinstein Company/Universal Pictures

Na plateia vip, não avistei Hitler e sua farândola, mas vários integrantes do governo Bolsonaro, inclusive seu führer. Na tela, um filme inidentificável, mas que não era um agitprop dirigido por José Padilha. Não se produziu aqui nenhum espetáculo de propaganda como O Orgulho da Nação, o épico nazista fake imaginado por Tarantino para aquela não menos épica première parisiense, purificada pelo fogo.

A ditadura militar bem ou mal pôde contar com pelo menos um épico histórico chapa-branca (Independência ou Morte), para bafejar a patriotice do regime. A caquistocracia bolsonarista não se preocupou com nada ligado, produtivamente, à cultura, nem sequer a seu favor, empenhando-se apenas em degenerá-la, asfixiá-la e destruí-la. Hitler e Goebbels geraram ou cooptaram Leni Riefenstahl e Veit Harlan; Bolsonaro já perdeu a simpatia, e até o voto, do arrependido Padilha.

O nazismo alemão criou um imaginário próprio. O máximo que a boçalidade bolsonarista logrou em seus 36 meses de caos e tosquices foi tirar do esgoto e dar emprego e mando a algumas das mais ineptas, ignaras e arrogantes figuras do parasitário nacional. Figuras que disputam entre si qual a mais fecunda em dizer asneiras com soberba. 

Há dias, o ministro das Comunicações, Fábio Faria, enfiou 87% da Mata Atlântica na Amazônia, e o secretário de Cultura, Mário Frias, no afã de atrair empresários hoteleiros, ampliou a extensão de nossa costa de 10.959 km para 400 mil km, o que pode ter gerado certo mal-estar em nossos vizinhos, embora nem a soma de todas as suas praias perfaça 400 mil km.

Por ter sido, como já disse, um sonho bizarro, quem também avistei entre os vips foi Sergio Moro, com sua “conje”, sua inoxidável jequice e ainda com os 2% que perderia na pesquisa eleitoral do dia seguinte. 

Moro é outro baluarte da burrice. Segundo ele, o desabafo hamletiano (“Há algo de podre no reino da Dinamarca”) foi uma crítica à corrupção naquele país nórdico. Se soltou outra asneira na première, decerto não o fez depois da sessão, até porque, como no wishful thinking de Tarantino, ela também foi explosivamente interrompida antes do fim da projeção.

*JORNALISTA E ESCRITOR, AUTOR DE ESSE MUNDO É UM PANDEIRO, ENTRE OUTROS

Acordei, manhã dessas, de um sonho bizarro. 

Sonhei que estava naquele cinema incendiado no filme de Tarantino, Bastardos Inglórios, do qual conseguia escapar porque, contrariando meus hábitos, sentara na última fileira, mais perto da porta de saída. Só mesmo em transe mórfico eu deixaria de escolher as poltronas da frente, hábito trazido do meu noviciado em cineclubes, onde me doutorei pelo Manual do Perfeito Espectador, de Ado Kyrou e Sine. 

Cena do filme Bastardos Inglórios. Foto: Reprodução/The Weinstein Company/Universal Pictures

Na plateia vip, não avistei Hitler e sua farândola, mas vários integrantes do governo Bolsonaro, inclusive seu führer. Na tela, um filme inidentificável, mas que não era um agitprop dirigido por José Padilha. Não se produziu aqui nenhum espetáculo de propaganda como O Orgulho da Nação, o épico nazista fake imaginado por Tarantino para aquela não menos épica première parisiense, purificada pelo fogo.

A ditadura militar bem ou mal pôde contar com pelo menos um épico histórico chapa-branca (Independência ou Morte), para bafejar a patriotice do regime. A caquistocracia bolsonarista não se preocupou com nada ligado, produtivamente, à cultura, nem sequer a seu favor, empenhando-se apenas em degenerá-la, asfixiá-la e destruí-la. Hitler e Goebbels geraram ou cooptaram Leni Riefenstahl e Veit Harlan; Bolsonaro já perdeu a simpatia, e até o voto, do arrependido Padilha.

O nazismo alemão criou um imaginário próprio. O máximo que a boçalidade bolsonarista logrou em seus 36 meses de caos e tosquices foi tirar do esgoto e dar emprego e mando a algumas das mais ineptas, ignaras e arrogantes figuras do parasitário nacional. Figuras que disputam entre si qual a mais fecunda em dizer asneiras com soberba. 

Há dias, o ministro das Comunicações, Fábio Faria, enfiou 87% da Mata Atlântica na Amazônia, e o secretário de Cultura, Mário Frias, no afã de atrair empresários hoteleiros, ampliou a extensão de nossa costa de 10.959 km para 400 mil km, o que pode ter gerado certo mal-estar em nossos vizinhos, embora nem a soma de todas as suas praias perfaça 400 mil km.

Por ter sido, como já disse, um sonho bizarro, quem também avistei entre os vips foi Sergio Moro, com sua “conje”, sua inoxidável jequice e ainda com os 2% que perderia na pesquisa eleitoral do dia seguinte. 

Moro é outro baluarte da burrice. Segundo ele, o desabafo hamletiano (“Há algo de podre no reino da Dinamarca”) foi uma crítica à corrupção naquele país nórdico. Se soltou outra asneira na première, decerto não o fez depois da sessão, até porque, como no wishful thinking de Tarantino, ela também foi explosivamente interrompida antes do fim da projeção.

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